No post abaixo deixei uma sugestão ou um apelo ou o que quiserem relativamente a essa sumidade que dá pelo nome de Hugo Soares. A gente brinca, brinca, mas a verdade é que isto não está para a gente se rir. Os animais tomaram conta da quinta e é uma bicheza da pior espécie. Pode pensar-se, ah um coelhinho, bichinho fofinho e tal, mas vão por mim, atrás do coelhinho estão verdadeiros abutres e, em volta do coelhinho, estão bisontes e cágados acéfalos, animais perigosos. Deviam andar com açaime e algemados, talvez fizessem menos porcaria.
Mas isso é a seguir, por favor.
Agora, aqui, a conversa é outra.
Acho que hoje não vou responder a comentários ou a mails pois já estou perdida de cansada e com muito sono e ainda nem é uma da manhã. Tenho andado a deitar-me tarde e ando cheia, cheia de trabalho (felizmente!... - e digo felizmente porque, na idade activa, mais vale ter muito trabalho do que não ter nenhum). Hoje tive um desses dias de juízo, reuniões e mais reuniões e a andar de um lado para o outro e o trânsito um pavor. E cheguei tarde e meteram-se mais uma data de coisas e ainda preciso de fazer umas tretas antes de me ir deitar. Por isso, aqui deixo já o meu pedido de desculpas. Sinto-me uma malcriada mas é que o meu tempo não estica. Se eu pudesse ir trabalhar a pé ou deslocar-me de um lado para outro a pé, poupava umas preciosas horas. Mas não posso, é tudo longe umas coisas das outras [parece-me que esta frase que acabei de escrever não está lá muito católica do ponto de vista gramatical mas, deve ser do meu estado de dormência, não me ocorre melhor maneira de a escrever]
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Não ouvi rádio, não vi telejornais, nada. Só há bocado liguei a televisão e qual o meu júbilo quando vejo o meu brunocas, o Bruno Maçães, esse macho man que gosta de se exibir rodeado de polacas. Ó coisinha mais fofa. Mas então reparo melhor e vejo que está com o Crespo e que o Crespo, imagine-se ao que isto chegou, estava com o Bruninho nos dentes e rodava-o no ar sem dó nem piedade.
Fui logo a correr buscar a máquina fotográfica.
O Bruninho estava apalermado, nitidamente não tinha ido ali à espera daquele ataque, pensava que o Crespo era amigo e afinal ali estava aquele mauzão a fazer-lhe perguntas difíceis, ui, ui.
O Bruninho fazia biquinho, quase beicinho, os olhinhos já mal se abrindo, e balbuciava irrelevâncias, queria armar-se em crescido mas o Crespo não dava tréguas, tumba, tumba, e o bruninho, tadinho, a querer ainda dar-se ares de importante mas o Crespo, qual quê?, pisava, calcava com o tacão em cima da cara do bruninho, só faltou dizer: ó seu palerma, mas achará você que tem arcaboiço intelectual para ser secretário de estado...? (Não disse mas deu a entender).
Não sei se mais alguém assistiu a isto. Não vi mais que uns cinco minutos mas o que vi foi o assassinato de um secretário de estado em directo. É certo que se tratou de um assassinato político mas, ainda assim, um assassinato.
Tive pena do bruninho. Se soubesse disto, teria ido com ele para garantir que ia com a fralda posta e para lhe pôr a chucha na boquita no fim da entrevista.
Se o Crespo lhe toma o gosto, começa a levá-los todos ali ao castigo e dá cabo da imagem do governo em três tempos. Macaco de rabo pelado, o Crespo faz um daqueles seus sorrisinhos inocentes e simpáticos e estes verdinhos caem-lhe aos pés em três tempos.
Agora o que eu não sei foi o que deu nele. Tinha um ódio tão visceral ao Sócrates que, por contraste, se derretia todo para as bandas do Passos Coelho & companhia, dava-lhes todos os créditos possíveis e imaginários. Mesmo perante toda a espécie de alarvidades, aí estava ele a desculpabilizá-los. E agora isto...? Saltou-lhe a tampa, foi?
Quem ouça e veja agora o Mário Crespo em acção dirá que se fartou do Passos, que já não aguenta, que se passou com esta tropa fandanga, que, para este peditório, já não dá mais.
O que ele gozou com o meu bruninho - e ao bruninho, meu rico menino, só lhe ocorriam infantilidades, um fiozinho de voz, e o outro irónico, gozão. Só faltou ao Crespo pegar numa pistolinha de água e esguinchar na cara do meu bruninho, tadinho, e depois desatar a rir-se à porco. A esta hora deve estar o meu bruninho a chorar, infeliz, snif, snif, um vexame destes deve dar cabo da alma sensível do pobrezinho do brunino piu-piu.
PS: Não é por nada, mas alguém acredita que o País esteja mesmo entregue a criançolas como este brunino? A mim ainda me custa a crer.
Chego aqui e estou com remorsos: nem respondo aos comentários nem escrevo sobre temas interessantes. Desagradável e uma seca, não é? A ver se amanhã tenho mais tempo para, a seguir a desabafos destes, falar de temas menos maçadores.
Para ver se me redimo, deixo-vos um vídeo com uma música que não me sai da cabeça, mesmo quando estou no meio de reuniões chaaaaaatas. Ainda hoje: enquanto desafiava o mundo, virava a mesa e partia a louça toda, num cantinho dentro de mim ia uma animação que nem vos digo nem vos conto.
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom
Mallu Magalhães interpretando Velha e Louca, uma graça.
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Relembro: se quer voltar às ervas daninhas e, depois do Maçães, seguir para bingo é descer um pouco mais. O PSD no seu melhor hoje aqui no
Um Jeito Manso.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira.