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domingo, maio 30, 2021

100 anos de celebridade

 


Há uma coisa que sempre se ouve dizer: que o odor de um perfume depende da pele que o acolhe. Eu, por exemplo, não gosto de perfumes doces, parece que, em mim, o sinto enjoativo. Aliás, em mim e em toda a gente. Mas, lá esta, provavelmente o meu olfacto também difere do das outras pessoas pois não acredito que tanta gente use cheiros enjoativos sem que tal lhes agrade. 

Gosto de florais e cítricos. Sinto-os leves, frescos e agradáveis ao longo de todo o dia. Sou também muito sensível ao nome dos ingredientes e à poética da sua promoção. Por exemplo, se leio que contém tangerina de Marraquexe. lírios do deserto, bergamota colhida ao romper da aurora ou outras coisas assim (e estive a inventar porque não me apeteceu ir ler o descritivo dos perfumes de minha eleição) é certo que me deixaria tentar. Escrevo isto a pensar num tempo passado. Tenho perfumes que provavelmente durarão até ao fim dos meus dias (até porque em casa ou em ambiente informal não costumo perfumar-me), a menos que tenham prazo de validade inferior a cem anos.

A elegância dos frascos também não me deixa indiferente. Mas nâo é determinante: atrai-me mas é como os livros em que sentia, na outra vida, a necessidade de folhear antes de me decidir. Nos perfumes é idêntico, tenho que experimentar. 

Gosto de muitos perfumes e tenho uma certa hierarquia. Se, por exemplo, vou para reuniões no 'terreno', ambiente que me parece poder derrapar para a 'pesada', aí escolho um Lowe ou um Marc Jacobs, por exemplo. Parece uma coisa mais informal, menos comprometedora.

E isto em mim é recente. Recente de alguns anos. Até lá era sempre Chance para o dia a dia e Nº 5 para os momentos com o seu quê. Depois inverteu-se: Nº 5 para quase sempre e o Nº 19 ou o Cristalle ou o Chance para intercalar. Parece que, em mim, apenas os perfumes Chanel respeitavam a minha idiossincrasia. Até que comecei a experimentar e gostei. Tornei-me desleal na maior ligeireza. Talvez isto resulte de estar muito claro para mim que, por muitos que experimente, sempre voltarei ao Nº 5. Esse está num outro patamar. Intemporal, eterno.

E não é por mais nada: é que, em mim, ao longo do dia, o perfume se modifica e, na minha imodesta opinião, para melhor. Vai ficando subtil, íntimo, um cheirinho único que não identifico em mais ninguém mesmo se também o usam. 

Dizem que a principal característica do Nº 5 é que não se parece com nenhum outro nem fica parecido entre as mulheres que o usam.

Muitas vezes, quando o uso, chega-me um aroma tão especial, tão pessoal que me intriga como se transforma desde que o ponho até se tornar um perfume tão meu. Por vezes diziam-me que sabiam por onde eu andava porque ficava um suave perfume a flores no ar. Mas o Nº 5, ao longo do dia, não tem nada a ver com flores. Eu achava que tinha a ver comigo. Uma vez mais falo no passado pois, no último ano, nunca me pareceu que houvesse ocasião que o requeresse ou merecesse. Tenho destas coisas.

Um que trabalha na empresa de onde saí há cerca de um ano também usa um perfume característico, um Dior. Conheço-o há uns vinte anos e sempre o usou. Por vezes, eu chegava ao meu gabinete e parecia sentir o seu odor no átrio junto à entrada. Perguntava se ele lá tinha estado e diziam-me que sim, que tinha lá estado à minha procura.

O meu marido também usa o mesmo perfume desde que me lembro. Não quer outro. Põe muito pouco mas o seu cheiro é também inconfundível e muito bom. 

Pessoas que usam um mau perfume estão para mim ao mesmo nível das que dão pontapés na gramática ou das que não sabem estar à mesa. Sei que os bons perfumes são muito caros e ao alcance de não muitas bolsas. Mas um bom creme corporal ou um bom sabonete são preferíveis a perfumes vulgares que transmitem a sua vulgaridade a quem os usa.

Mantendo o glamour sofisticado da publicidade de sempre, em que se mistura romance, independência e um visão poética do mundo, a casa Chanel vem divulgando testemunhos pessoais, em que se sente aquela serenidade e respeito pela beleza, aquela quietude sofisticada, aquela simplicidade elegante que se tenta que seja também a imagem da marca, a imagem da obra de arte que veste uma mulher, revelando-a em todo o seu mistério.

Marion Cottillard é o rosto do Nº 5 para os atípicos dias de hoje. E eu gosto bastante de a ver nesse papel.

N°5, 100 Years of Celebrity


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Desejo-vos um feliz dia de domingo.
Saúde. Ânimo.

quarta-feira, dezembro 09, 2020

Ela, a mais bela, talvez não tenha companhia pelo Natal

 




Talvez haja quem pense que se escolhe. Não, não se escolhe. Os grandes, grandes amores não se escolhem. Os grandes amores não aparecem quando se procura. Nem aparecem quando se precisa. Não. Os grandes, grandes amores aparecem quando não se espera, sem aviso prévio. Aparecem muitos vezes quando e como não devem. Não obedecem a um cahier des charges

Se eu pudesse ter escolhido, nem pensar em escolhê-lo a ele. Não vale a pena atirarem-me pedras porque sou a primeira a achar que não devia, sobretudo porque, nisto, sou quem mais perde, quem mais sofre.

Depois de ter passado pelo que já passei, tantos sonhos frustrados, tanta indiferença sentida na pele, tanto abandono quando mais sentia necessidade de um abraço, tudo o que não precisava era dele.

Nos últimos anos, tantas ilusões caídas por terra, tantas noites de solidão e intranquilidade. Eu e a gata, duas tristes, ela rondando pela casa ou dormindo horas a fio no cadeirão aqui em frente, eu rondando pelo mundo em busca de uma possibilidade. Tantas horas, tantos dias, tantos meses. Tanto tempo que parece uma eternidade

Amigos e amigos. Centenas. Visto-me e arranjo-me e estico o braço e fotografo-me e, de volta, recebo sorrisos, corações, likes, elogios. Que estou linda, que as cores são lindas, que o cabelo está óptimo, que a gata é uma fofa, que não sabem qual a felina mais misteriosa, se eu, se ela, brincadeiras, trocadilhos e fúteis agrados. E quantas noites passadas nos chats desta vida, tantas vezes em que parece haver um caminho, almas gémeas, tantos gostos coincidentes, tantas vezes em que exclamamos que o mundo é pequeno, promissoras afinidades -- tantas ilusões que se alimentam de palavras, de equívocos, de meias verdades. E tantos blind dates, tantos jantares com homens aborrecidos, vazios, cheios de si próprios, inúteis. Tantas situações desagradáveis. Tantas vezes em que tentei, em que me esforcei por acreditar, em que me forcei a iludir-me, forjando um entusiasmo que, por dentro, não sentia. Tantas frustrações. 

Sempre a correr para o ginásio, sempre a correr para arranjar cabelo, mãos e unhas, sempre à procura do vestido mais elegante, dos sapatos que melhor definem a silhueta, sempre a ver ao espelho qual o melhor ângulo, a melhor pose, e sempre a combinar jantares, bares, copos, tretas. E tantas noites em casa, em silêncio, a ver o tempo a passar. 

A gata vem, percebe-me os humores, olha-me com aqueles olhos que sentem antes de verem e eu desvio o olhar para que ela não testemunhe o que quero esconder.

Está a chegar o natal, esse dia horrível. Pode ser bom para quem tem famílias grandes, crianças. Mas é um horror para quem quase não tem família e, pior, para quem não se dá com os poucos que sobraram. Enquanto isso, ele lá vai estar numa casa cheia de enfeites de natal, bacalhau com todos, a trinchar um peru fumegante, e todos em volta da mesa, mulher, filhos, pais. Tinha-me dito que, por causa disto, não iam estar os irmãos, só eles e os pais. Um dos irmãos e família ficariam com a véspera e o outro com a noite do dia. Mas tinha-me garantido que na véspera à tarde viria cá a casa. Isto já há mais de um mês. Parece impossível mas há já mais de um mês que não o vejo. Estúpido. Mil vezes estúpido. Todos os dias a aguardar que haja tempo para uma visita, um telefonema, um gesto. 

Não se escolhe, é o que tantas vezes digo. 

Se, naquele dia, a minha mãe não tivesse tido que ir às urgências, se uma semana depois também não, se não tivesse sido ele das duas vezes, se não o tivesse visto uns dias depois na livraria, se... se... se aquele blusão de cabedal não lhe ficasse a matar, se aquela barba não o tornasse ainda mais irresistível, se o livro que tinha na mão não fosse tão inesperado que me tivesse impelido a dirigir-lhe a palavra... se... se... o café que logo ali tomámos, ele porque estava mesmo a precisar e eu porque parecia tomada por um absurdo coup de foudre, se... E se eu, tão louca, não tivesse dado o meu número e se ele não me tivesse ligado logo a seguir e se eu, sempre tão carente, não tivesse caído de quatro, caída, caída, feita parva, apaixonada, cheia de esperança... e se... e se.... 

Até ao dia em que me disse que queria ser sincero e eu já a tremer de medo, a adivinhar o que ele ia dizer, e depois a querer desistir de tudo, um homem casado não, tudo menos isso. E os dois abraçados, abraçados, com medo do que estava a passar-se, sem saber bem como lidar com isso. E depois a vir cá para termos onde estar, sempre escondidos, ele sempre com pressa, um amor que não podia existir. E a minha família ofendida, a cortar relações, a rejeitar-me como se fosse uma perdida, uma destruidora de lares, alguém que ainda irá meter-se em trabalhos, tu vais ver as vergonhas por que vais passar, deixa a mulher dele descobrir... 

Mas ele sempre tão carinhoso: quando eu lhe dizia que eu era a outra, a sem nome, a ela, a dizer-me que não, que eu não era a ela, era, sim, a mais bela. Era assim que me tratava, a mais bela. Fotografava-me e eu gostava que ele me fotografasse. Entregava-me à sua lente, ao seu olhar, ao seu corpo.

Até que isto começou, porcaria do corona, raios partam o corona, e aí tudo começou a complicar-se. Não tinha tempo, sempre ocupado, sempre a trabalhar, sempre a receber e a fazer chamadas, sempre em stress, sempre a fugir. Agora já nem sei o que existe, se é que ainda existe. Tento compreender, claro que sim, não sou estúpida. Mas, bolas, nunca como agora fui tanto a outra, a descartável, a que se sente um estorvo.

Ah... não se escolhe. 

E agora, se ele está doente, em casa, como falar com ele...? Impossível. Nem para saber se está bem. Sei lá se a mulher está ao pé, sei lá. 

Vai chegar o natal e vai ser o mais triste de todos. Não tenho dúvidas. Nem dúvidas, nem presentes, nem companhia, nem nada, nada. Nem ninguém para ver como a mais bela está elegante, bem penteada, cheirosa. Ah, se se pudesse escolher...


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Marion Cotillard foi fotografada por Mikael Jansson e vem ao som de If you love me por Melody Gardot

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Um dia feliz.
Saúde.

quarta-feira, outubro 28, 2020

Nem Trump, nem manas Mortágua, nem OE 2021, nem covid --- apenas o espírito do novo natal encarnado em frasco de Nº 5
['encarnado' do verbo encarnar, bem entendido]

 


Agora, aqui, não vou falar do Trump. Já o fiz no post abaixo e, ao ver o pequeno vídeo que ali partilho tal como de cada vez que observo aquele psicopata, fico irritada. Portanto, por hoje já chega. Quanto muito vou acender uma velinha a ver se todos os santinhos intercedem junto da Suprema Autoridade Divina no sentido de os americanos darem uma valente corrida em osso ao palhaço Donald.

Também não vou falar do modo de actuar do BE nesta coisa da votação do OE2021. Não me apetece. É mais do mesmo. São, uma vez mais, iguais a elas próprias. Por petulância, vendem a alma ao diabo se necessário for. Não digo que por vezes não tenham razão. Mal fora se nunca a tivessem. Digo é que não olham a meios para atingir os fins e, nessa demanda, esquecem-se dos interesses do País para defenderem os interesses do partido. Como meninas birrentas, metem uma na cabeça e ficam a fazer finca-pé enquanto não lhes fazem a vontade. Agarram-se com unhas e dentes a uma árvore sem quererem saber se o resto da floresta está a arder. Querendo fazer-nos crer que têm uma visão moralmente superior aos comuns mortais, a verdade é que passam a vida a mostrar à saciedade que têm uma visão pequenina e medíocre do que é a política. 
O que elas defendem parece simpático? Claro que parece. Céu azul todos os dias? Claro que quero, é bom, levanta a moral, toda a gente deve ter direito a isso. Ir à praia todos os dias? Claro que é bom, claro que todos devem ter direito a isso. Pôr o carteiro a deixar um envelope com mil euros todas as semanas na caixa do correio de toda a gente? Claro que é bom, claro que toda a gente deveria ser contemplada. Mas, se não conseguirem isso, faz sentido fazerem birra? Ah... não me parece. Mas sei lá. E do que não sei não falo. Nem me apetece falar das manas Mortágua, em especial da arrogante Mariana, nem da artista encartada Catarina. São apenas, em permanência, um desnecessário e desagradável déjà-vu.

E muito menos vou falar dos merdinhas dos totós cor-de-rosa que por aí andam em vara, destravados, escoiceando, empinados, indomáveis. Apesar de invisíveis, conseguem fazer ajoelhar o mundo. Pelo andar da carruagem, talvez o verão do ano que vem não traga o pesadelo que este trouxe. Pode ser que, até ao próximo outono, haja vacina para todos (mas quem vai pagá-la? a segurança social, cada vez mais a tender para a descapitalização...? -- melhor nem pensar nisso), quiçá tratamento. Isto se passado algum tempo não aparecer outro corona e a história voltar a repetir-se. O futuro não será radioso. Se não forem os coronas, será a falta de insectos, a falta de polinização. Se não for isso, será o degelo. Se não for o degelo serão os microplásticos. Se não for...

Portanto, afigura-se-me que é muito bem capaz que o melhor que temos a fazer seja manter esses pensamentos racionais bem sossegados atrás de uma cortina que, de vez em quando, corremos. Olhos que não vêem, coração que não sente. Portanto, com os assuntos reais e concretos bem escondidos, a gente pode divagar e alienar-se à vontade como se o mundo fosse perfeito, céu azul todos os dias, praia ao dispor para todos, gaivotas dançando e inspirando lindas canções, velhinhos saudáveis e eternos, crianças felizes e sempre com boas notas, casais sempre amantíssimos até ao fim dos tempos. E perfumes maravilhosos. E, de entre eles, o meu preferido: o Nº5, claro. Está a fazer 100 anos e é como se ainda fosse um jovem. 

O Natal -- que provavelmente este ano também vai ser o novo Natal (para rimar com o novo-normal) -- está a aproximar-se e, com ele, os bons sentimentos transformados em cadeaux. E, portanto, já aí está na calha a publicidade de qualidade. Perfumes, claro. Chanel, obviamente. 

Marion Cotillard é a diva que dá corpo ao que se idealiza como sendo o espírito Nº 5. Vejamos. E deixai-nos sonhar, Senhor.



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As fotografias são da autoria de Annie Leibovitz e a fotografada é Cate Blanchett

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E tenham, meus Caros, um dia feliz.

domingo, agosto 27, 2017

Mergulhos de chapa, caminhar sobre as águas e outras peripécias:
enter the game


A casa parece-me bem. Gosto de casas amplas e luminosas entre pinheiros. Também gosto de piscinas com zonas de luz e sombra, onde cheira a campo. Portanto, por aí, tudo bem.

Também gosto dos sapatos. Já a carteira me parece de gosto algo duvidoso. Nem percebeo se aquilo tem um ar prateado, se plastificado. Mas não queria para mim.

Quanto ao primeiro movimento que parece ir resultar num mergulho de chapa, percebo-a. Não sei porquê, nunca fui dada a mergulhos encarpados. Vejo os que me rodeiam, pimentinhas incluídos, tudo a chegar à beira e, braços à frente, aí vão eles, mergulho bem desenhado. Eu não. cho que, se me atirar assim, o mais certo seria parecer um gato espalmado na água. Nem tento. Sempre fui mais na base de entrar suavemente ou, quanto muito, de pé, de salto, dedos a tapar o nariz. Mas, enfim, a ela afinal não lhe sai um chapão pois o que se vê é que, biblicamente, ela caminha sobre as águas.

Também gosto do gesto dela de sacudir os sapatos para bem longe para, de seguida, desafiar as leis da gravidade. Isso gosto de ver mas nem me ocorreria fazer: cairia redonda no meio do chão (e que os puristas que pluvuiometricamente esquadrinham o mal-falar e pior-escrever que por aí há que me desculpem tanto nonsense numa só afirmação mas é o que se me soa.)

O vídeo não é recente e, depois do que aqui se vê, já muita intriga e bons auspícios aconteceram na vida de Marion Cotillard mas o algoritmo do YouTube é sábio. Sabendo que estes dias têm sido puxados e que estou mais para lá de bagdad do que fresca e mimosa, propõe-me cenas dizendo que acha que vou gostar ou, descaradamente, diz que escolheu para mim e pimba, uns quantos vídeos. E acerta, caraças. Geralmente acerta. Eu, de fizesse um algoritmo destes, escolheria alguns índices: elegância, bom gosto, humor, irreverência, boa música, dança, arte, moda. Coisas nessa base. E talvez também aparecesse coisa de meu agrado. Mas assim é bom, nem tenho que pensar num assunto. O YouTube serve-mo de mão beijada. 
Eu explico. Estou a milhas da actualidade. Não saberia de que falar. Agora a casa está tranquila e as tropas recolheram às suas guarnições depois de dois dias de aquartelamento. Nem energia para passar as fotografias para o computador eu tenho. Quando há pouco me preparava para aterrar aqui no sofá, já o meu marido estava estendido no dele. Passava o Passos Coelho a dizer disparates nem sei onde. Perguntei, admirada: 'Estás a ouvir isso...?'. Com o comando sem pilhas e quase incapaz de se mexer, respondeu que o láparo estava a dizer os mesmos disparates pela segunda vez, a repetir o que tinha acabado de dizer e que os jornalistas não lhe tiravam o microfone da frente. Perguntei-lhe o que é que o outro estava a dizer. Respondeu: 'Sei lá. Achas que presto atenção?!?'. Pronto, nem referi a aparente incongruência. Limitei-me a ir eu mudar de canal à mão.
Tirando isso, nada. Não sei de nada. 

Portanto, não faz mal que o vídeo não seja de agora porque é bom na mesma e agradeço que mo sirvam de bandeja.

Marion Cotillard - Enter The Game



Engraçado também é o making of. E o engraçado também é que parece que já estou com fome. Acabei de jantar há umas duas horas e já estou como se nem tivesse comido nada. Nos dias de barafunda, acho que o meu cérebro não processa que estou a refeiçoar e, portanto, dá sinal de que está na hora. Cérebro mais desapassarado, o meu. Mas adiante.

Behind The Scene "Enter the game"


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E talvez até já.

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sábado, dezembro 03, 2016

Quando os Aliados estão em lados opostos da barricada
- Ou quando os 'inimigos' não conseguem deixar de se amar
[Ou, ainda, como o Brad Pitt nunca desilude]
(E ainda vou ver se fale do CR7, do Mourinho e do Jorge Mendes e do que se diz para aí que fogem ao fisco como gente grande)


Há atracções fatais. Só quem nunca as viveu não acredita na sua veracidade. Há atracções mais irresistíveis do que atraentes abismos. Há amores que não se explicam, que não conseguem evitar-se, que não aceitam qualquer tipo de racionalidade. Só quem nunca experimentou o fogo da paixão pode pensar que os grandes amores impossíveis não passam de fraquezas ou de construções literárias.

Há amores assim, que pedem a pele do outro, o cheiro, o calor do corpo, a febre do olhar, a cumplicidade do abraço, a ternura das palavras, a intensidade dos silêncios.

E imagino que tudo isto seja ainda mais urgente quando o contexto seja de risco iminente, de fim da linha, de fim do mundo que se conhece. Os bombardeamentos, a tempestade de areia no deserto, o matar ou morrer. O perigo pode ser afrodisíaco. 

E depois há o jogo da duplicidade, o ter que fingir muito bem para que a missão seja perfeita, o fingir por dever, por brio. E depois a desconfiança. E depois o amor ocupando todos os espaços. Até que a morte nos separe. Até que a morte os separe.

Guerra, espionagem, amor. Brad Pitt e Marion Cotillard muito bem. Ele, como sempre, magnético. Ela perturbantemente alegre e cativante.


Não sou crítica de cinema. Não sei dizer muito mais do que isto. Talvez apenas que gostei e que o filme nos mantém presos da primeira à última cena. E que se recomenda.

Aliados



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E eu que, não sei se já perceberam, ando a ver se me candidato a ser a versão feminina do Marcelo, apesar de mais um dia de trabalheiras e guerras, em vez de vir para casa sossegar, responder a mails e comentários, e ir deitar-me a horas decentes, fui curtir a night (curtição ligeira) e, portanto, só agora que já passa das 2 da manhã é que estou neste ponto deste post. 

football leaks  millions offshores

Não sei se ainda vá falar do CR7, do Special One e do seu agente Jorge Mendes, o cujo casou com uma Madonna with the Big Boobies e recebeu de presente de casamento do Cristiano uma ilha grega de €50m e que agora andam os três nas bocas do mundo por praticarem activamente a optimização fiscal, usando offshores, declarando menos do que devem e deitando a mão a toda a espécie de práticas pouco beneméritas. Leio que os visados dizem que é tudo mentira mas leio também que as provas ameaçam submergi-los como uma avalancha. Não sei. Só sei que que esta gente que ganha verbas obscenas e que quer sempre mais e mais me incomoda muito, cada vez mais. Dizem que são as leis do mercado. Ora, eu estou-me nas tintas para as leis do mercado quando o mercado, está mais do que provado, é a pocilga onde chafurda toda a espécie de psicopatas e quando essas leis foram escritas a mando desses mesmos seres cuja gula é insaciável.


Não sei se fale disso ou se me deixe estar quieta. Já vejo. Para já, vou espreitar as notícias, que estão por todo o lado, para perceber que regabofe de milhões é este de que estão a falar.

Jorge Mendes (que tem o toque de Midas?), Cristiano Ronaldo e José Mourinho
os neo-caga-milhões portugueses
--- agora sob os holofotes do mundo por presumível fuga ao fisco em grande escala
mas, calma, até ver, inocentes até prova em contrário



Investigação Football Leaks: Ronaldo não declarou mais de €60 milhões, Mourinho ocultou ganhos publicitários em offshores


Ronaldo et Mourinho pris dans la tourmente des "Football Leaks"



Só espero é que, se isto é coisa que também vá ser investigada por cá (alguns patrocínios e publicidade forem feitas cá, acho eu, o Ronaldo com o MEO, o Mourinho agora não me lembro mas também já deve ter recebido dinheiro português), não entreguem o caso às múmias paralíticas que entopem completamente a justiça em Portugal, aquelas araras que andam séculos ensarilhados nas pernas dos que caem nas suas malhas, os desinfelizes Alex & Rosy que não dançam nem saem da pista. Seja como for. isto também vai ser bom para comparar a celeridade da justiça espanhola com o empastelanço da portuguesa. 


Mas agora vou informar-me melhor. Ou dormir. 

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terça-feira, fevereiro 24, 2015

Toilettes e estilos para todas as idades nas festas que se seguiram aos Oscares 2015. Vestidos, penteados, maquilhagens. Uma inspiração. Cá por mim já escolhi: no próximo encontro de empresa visto-me de Irina (é que com um vestidinho preto nunca me comprometo). E, vá lá, uma mesa redonda especial com uma rapaziada deveras talentosa e divertida.


No post abaixo já vos mostrei como é fácil deslocar um edifício enormérrimo e pesado para burro e já lancei um apelo aos engenheiros civis do meu país, a ver se aplicam a mesma técnica para mover um certo edifício e depois mais outro e outro e outro: tudo de carrinho para longe da nossa vista. Xô!

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, vou dar largas ao meu lado de gaja, de pipoca (doce ou salgada), de palmier (encoberto ou descoberto), de uva (passa ou passada), de princesa (a dias ou a termo), de mãe de quatro (com ou sem cocó na fralda), de tirititi, de linda porcalhota. Oscares: vestidos, toilettes, maquilhagens, looks, whatever. Também sou filha de deus, ora essa. 


Podia escolher mais uns quantos outfits mas isto ficaria um lençol comprido até mais não e, portanto, vou comedir-me.


Cate Blanchett, sempre requintada. Vestido preto liso (John Galliano para a Maison Margiela) com colar de turquesas.
Também gosto de me vestir assim embora as minhas vestimentas não sejam Margiela e os meus colares sejam da Parfois


Mr Moustafa: da banda sonora de The Grand Budapest Hotel 



Marion Cotillard, elegante em branco. Dior. O vestido era invulgar e perfeito de tão inesperado.
Não necessita de se descascar para ser uma mulher sexy
Maquilhagem perfeita (ou não fosse ela um rosto Dior). 


Meryl Streep, sempre com muito style. 
Não precisa de inventar vestidos com cauda, sem cauda, com transparência sou de gola alta: veste qualquer coisinha e fica sempre bem. 
Ia de Lanvin.


Jennifer Lopez no vestido after-oscar, a verdadeira sexy girl (com 45 anos). 
Transparente e sem nada na manga. 
Se eu um dia reencarnar, quero ter um corpinho e um descaramento que me permitam vestir uma transparência destas (Zuhair Murad Couture)


Gigi Hadid, que não sei quem seja, num vestido com muita pinta mas, claro, é do tipo de vestido que é para quem pode (com ou sem h, à escolha).


Irina Shayk, ex-Aveiro, apesar de não ser artista de cinema não perde uma festa destas.
Não sei se será pelos croquetes, se é porque faz presenças.
O que sei é que o vestido não devia proteger muito do frio e parece que ali em baixo, no pé, já tem uma malha. E na coxa parece que também já fez um pegão. Um problema.
Não percebo é que habilidades terá ela que fazer quando precisar de fazer chi-chi: terá que se despir de alto a baixo?
A D. Dolores, ao ver estas fotografias, até deve deitar as mãos ao alto: de perdições destas já o seu Ronaldo se livrou.


Duas charmosas num momento de ternura: Jennifer Aniston, toda maternal, a ver se pode com a Emma Stone


Amy Adams, Kylie Minogue e Sofia Vergara - as fabulosas mulheres de azul


Jane Fonda, elegantésima como sempre. 77 anos cheios de estilo e carisma


Bem...! E esta...? 81 anos e com um look de alface acabada de colher. 
Toda fresca e bem conservada. Nem dá para acreditar. Deve estar esticadinha por dentro e por fora, já nem deve conseguir abrir a boca. Mas não interessa, está giraça, essa é que é essa.


Em contrapartida, a Melanie Griffith, aos 57, parece mais velha que a outra, a Collins, que tem mais do que idade para ser mãe dela. 
Tanto se implantou (as poitrines, então, estão um exagero), tanto se enxertou e injectou de botox que acabou toda artificial. E, coitada, não se livrou das rugas. tanta mão de obra para isto.
Aqui com a sua filha Dakota Johnson, a menina que gosta de apanhar tau-tau nas 50 Sombras de Grey. 
A maquilhagem da Dakota foi considerada, muito justamente, a melhor dos Oscares 2015

.....

Dos homens não tenho grande coisa a dizer, não vi nenhum com toilette que me desse no olho. 

O outro pôs-se de cuecas mas, enfim, joga noutro campeonato e, de resto, não faz o meu género. Mas pronto, para não dizerem que, só a pôr aqui mulheres, às tantas também eu jogo noutro campeonato, cá vai elezinho.

Neil Patrick Harris, o apresentador dos Oscares 2015 - que falta de imaginação!
De cuecas? De cuecas... e meias? E sapatos...? Bahhhh!
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E o Oscar para melhor interpretação feminina foi para Julianne Moore, como seria de esperar.


Julianne Moore, 54 anos, dentro de uma obra prima - Chanel, claro

O meu nome é Alice


E um tema que temo.




....

E, já agora, uma mesa redonda com os nomeados masculinos, na qual Eddie Redmayne, o vencedor da melhor interpretação masculina, relata o seu encontro com Stephen Hawkins





Eddie Redmayne (The Theory of Everything) descreve o seu encontro com Stephen Hawking e o facto de ambos serem Capricórnios

Também Ethan Hawke (Boyhood), Timothy Spall (Mr. Turner), Benedict Cumberbatch (The Imitation Game), Channing Tatum (Foxcatcher) e Michael Keaton (Birdman)

....

Depois das artes, a ciência e a técnica: um extraordinário feito de engenharia civil vem já a seguir.

...

E hoje, com as vossas desculpas, fico-me por aqui porque tenho que me levantar com as galinhas e temo bem que tenha à minha espera um verdadeiro dia de cão.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.
Boa sorte para todos (e para mim também, se faz favor).
A ver se acabamos todos o dia a rir, na boa. Ok?

..

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Marion Cotillard , retrato de Mulher no verso e no reverso


No mail abaixo já mostrei a reencarnação de uma lenda: Sissi. Ainda é apenas um pequeno pitéu para abrir o apetite já que apenas na terça feira, dia 2, poderemos ajuizar: Cara Delevinghe pode ser a nova Romy Schneider?

Mas isso é abaixo. Aqui, agora, a conversa é outra embora continue no reino da fantasia, uma mais visionária, outra mais realista. Em qualquer delas, uma mulher especial.

Marion Cotillard é bela, inteligente, talentosa e muito versátil.

Está em cena nos cinemas portugueses um filme cujo título é 'Dois Dias e uma Noite' e em que Marion Cotillard é a mulher do povo que enfrenta o risco do desemprego, que luta, que desespera.


Transcrevo da apresentação do vídeo no Youtube:


Em "DOIS DIAS, UMA NOITE”de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, Marion Cotillard interpreta Sandra, uma trabalhadora cujo emprego é ameaçado quando os seus empregadores decidem oferecer um prémio aos restantes trabalhadores se eles votarem para que Sandra não regresse ao emprego.


Ajudada pelo marido, Sandra tem apenas o fim-de-semana para visitar os colegas e convencê-los a abdicarem dos seus prémios para que ela possa voltar ao emprego.




Mas versátil, eclética, Mario Cotillard é também a perfeita mulher sofisticada, um pouco louca, que podemos ver no vídeo abaixo. Mas sempre bela.

Snapshot in LA, um filme com Marion Cotillard que também canta

Lady Dior 'Enter the Game'



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Para duas mulheres igualmente belas e sobre a reencarnação de uma na outra, desçam, por favor até ao post já a seguir.

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terça-feira, novembro 20, 2012

O que tenho eu a dizer sobre a rabecada que o Relvas deu no Alberto da Ponte por este ter ousado defender dois canais de televisão? E o que digo por os hospitais da CGD, os HPP, irem parar às mãos dos brasileiros? E o que digo sobre o palavreado vazio do Gaspar acerca da sexta avaliação da troika? E sobre a conversa oca de Passos Coelho (que é igual à conversa oca do Paulo Portas)? Olhem, não digo nada. Apenas me pergunto: Catarina Portas e Marion Cotillard são gémeas separadas à nascença? (e, para quem não saiba a quem me refiro, aqui deixo a última quer como capa da Harper's Bazaar Dezembro 2012, quer como Lady Rouge quer, ainda como Lady Blue Shanghai, sempre pela Dior, e sempre pela lente de grandes fotógrafos; finalmente, como Piaf). E, para terminar 'a propos': Edit Piaff, a genuína, 'Non, je ne regrette rien'. Eu também não.


Não me apetece falar do Gaspar. Nem do Passos Coelho. Política de muito má qualidade. Muita incompetência. Muita, para além da conta. Verborreia oca. Não sabem do que falam, nem um nem outro. Cada um no seu estilo mas ambos perigosamente maus.

Não sei o que está Paulo Portas a fazer neste governo. A destruir o CDS? Só se for. Cada vez mais politiqueiro e inconsistente, inconsequente. Só conversa fiada. 

E o Relvas? Mau demais. O que andará ele agora a tramar? Ou limita-se a fazer aquilo em que é especialista: contactos? Aparece na televisão a dizer umas coisas e eu ouço aquela voz e vejo aquela cara e fico logo mal disposta. E já anda a dar rabecadas a Alberto da Ponte depois deste ter dito que só faz sentido um serviço público de televisão com dois canais. Havia de ter graça se este batesse com a porta. 

E hoje lá foram mais os HPP: os hospitais da CGD vão parar à mão mão de brasileiros. Tudo a desandar a grande velocidade.

E a troika a rever de novo em baixa as previsões de crescimento. 

Tudo tão desagradável.

Por isso, se me permitem, vou mudar de registo e passar para assuntos mais sofisticados; a saber: Catarina Portas e Marion Cotillard teriam sido separadas à nascença? Só pode!


Catarina Portas
Marion Cotillard




















Marion Cotillard
Catarina Portas



Parecidíssímas. Embora tenham nascido em anos diferentes e, creio, em países diferentes, são, certamente, gémeas univitelinas. Não quero lançar suspeições mas, olhando para elas, assoma-me ao espírito uma dúvida que não ouso aqui explicitar (mas, enfim, já que insistem, começa assim: Será que o Senhor Arquitecto Nuno Portas...?)


Entretanto, já agora, para quem não conheça muito bem a talentosa mana gémea da bela e não menos talentosa Catarina Portas, algumas evidências da graça de Marion, que, por estes dias, está a dar que falar no mundo da elegância e da sofisticação.


Mês de Dezembro de 2012, fotógrafo Ben Hassett - Marion Cotillard é capa da Harper's Bazaar UK-  e deslumbra





Annie Leibovitz fotografa Marion Cotillard para Lady Rouge, Dior.





David Lynch realiza, Steven Klein fotografa. Marion Cotillard em Lady Dior Blue Shanghai, ainda Galliano 
não se tinha portado mal.




Aqui Marion Cotillard é Edith Piaf, sob direcção de Olivier Dahan


*****

E, finalmente, porque nisto as palavras são como as cerejas, a imortal, eterna, frágil, imensa Edith Piaf
Non, je ne regrette rien


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Claro que ainda vos vou convidar a continuarem na minha companhia por mais uns minutinhos. Hoje, no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, recordo locais onde não voltarei, levada pelas palavras de Luís Filipe Castro Mendes, Poeta e Embaixador. A música esta semana vai estar a cargo de Henry Purcell e vão ver e ouvir e o que escolhi para a estreia..., uma maravilha.

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E nada mais que isto já vai mais que longo, não é? 
Mas não me vou embora sem antes vos desejar um belo dia. 
Contra a estupidez, incompetência e incultura: marchar, marchar. 
E viva a beleza, a boa disposição, a arte. 
E saúde e sorte para todos!