terça-feira, junho 19, 2018

François Hollande, o saudoso macho alfa da política francesa


Juro que há coisas que não consigo entender. Mesmo que passem anos, eu continuo a não perceber.

Quando se vê um casal em que não se aproveita nem um nem outro, a minha mãe comentava: há sempre uma meia rota para um pé coxo. Portanto, até aí tudo bem. Por exemplo, se o François Hollande se tivesse tomado de amores por uma matrafona ou por uma zinha qualquer eu não teria nada a dizer.

Assim, não é que tenha -- porque não tenho -- mas não consigo deixar de comentar que não entendo. Do que lhe conheço politicamente, não me parece alguém capaz nem de vender uma coca-cola no deserto quanto mais convencer um céptico a votar no Partido Socialista. 

Portanto, por elán intelectual, arroubo mental, ou entusiasmo partidário não é. E, do que salta à vista, enquanto homem, acho que nem um piropo ele seria capaz de arrancar às profissionais dos ditos, como, por exemplo, às vendedoras do Bolhão, quanto mais a mulheres normais. E mesmo que estivessem em estado de carência total, naquele estado de que se diz que estão capazes de matar cachorro a grito, nem assim eu consigo antever que alguém normal resolva suprir lacunas com um coisola como este pobre
coitado do Hollande.

Conta anedotas, dizem. Tem sempre uma adequada a cada circunstância. Ok, boa. Humor é fundamental. Mas, caneco, não basta. 

Um homem sem sentido de humor é tão grave como ter maozinhas de boneca como o Trump ou outras coisas igualmente grave. Mas se o humor é necessário, uma coisa garanto: não é suficiente. Se, tirando as anedotas, for um chato, se tiver a inteligência de uma galinha desmiolada e se fisicamente não passa de um galarucho emproado, então esqueçam.


E, no entanto, três mulheres inteligentes, bem informadas, independentes, giras, com tudo em cima -- Ségolène Royal, Valérie Trierweiler, Julie Gayet -- apaixonaram-se perdidamente por François Hollande.

E eu não percebo. Não per-ce-bo. Não mes-mo.


Na entrevista Thé ou Café, ele diz que as separações são dolorosas e faz o número do tadinho mas, que eu saiba, foi sempre ele que causou o rompimento por já andar enamorado por outra, causando cenas de ciúmes que me fazem pasmar. Não sou de fazer jura, de fazer aposta ou de me atravessar com afirmações que, mais tarde, me possam condenar mas caraças se não posso afirmar a pés juntos que nem que ele me aparecesse nu (ah, nu ainda deve ser pior), revestido a ouro (havia de ser lindo) ou habilitado a dar massagens dia e noite intercalando-as com recitais de poesia do mais fino recorte, nem assim eu me sentiria tentada a retirá-lo dos braços da agora Julie Gayet. 


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