domingo, agosto 03, 2025

Vários
-- A palavra ao meu marido --

 

Escrever um texto sobre o que se passa em Portugal depois da publicação do post escrito pelo meu filho sobre o genocídio dos Palestinianos por parte de Israel parece ridículo. 

Sobre isso, em minha opinião, essas atrocidades resultam sobretudo da política e dos interesses do Bibi Netanyahu e da extrema direita israelita, apoiado pelo Trump, mas não estou seguro de que um grande número de israelitas não apoie, de forma mais ou menos fervorosa, estas ações.

É uma vergonha para todos os europeus que a Europa não tenha ainda tido uma posição frontal e sancionadora deste genocídio. 

Não sei se existe uma solução viável para este problema mas é absolutamente necessário que, com urgência, se acabe com aquela chacina. 

Mas, ainda que correndo o risco de que o tema pareça menor (e sem dúvida alguma que o é quando comparado com um drama como o que o meu filho tão bem referiu no texto que escreveu), vou voltar ao que se passa cá pelo burgo.

Foquemo-nos primeiro no tema da Habitação e depois nos Impostos. 

  • Os presidentes dos bancos portugueses vieram a público alertar que a crise da habitação vai agravar-se e que as medidas do governo contribuíram para o aumento  dos preços. Era tão óbvio que era o que ia acontecer que nem vale a pena comentar. Espero, com curiosidade, a reacção do governo. Só espero é que os comentadores habituais não venham dizer que os presidentes dos bancos são perigosos comunistas. 
  • A fuga aos impostos através das empresas unipessoais é bem conhecida e já várias vezes aqui comentada. Parece que a AT ficou surpreendida ao ter conhecimento de que remunerações variáveis e/ou prémios estão a ser pagos a alguns trabalhadores através das empresas de que são proprietários. Assim, fogem aos impostos e tornam complexo o cruzamento de informação pois, quando recebem através da empresa de que são donos, o que aparece é o NIF e o nome da empresa e não o seu próprio nome e NIF. Com o recurso ao subterfúgio destas pseudo-empresas, pagam menos IRS, deduzem IVA e não pagam IRC porque carregam as empresas com custos que nada têm a ver com a atividade profissional (férias da família, refeições, combustível, leasing de viaturas, ... ), o que lhes permite, no final do dia, pagar menos ou nenhuns impostos. O curioso é a AT ficar surpreendida com a descoberta que fez. Será que não tem conhecimento do que se passa no setor da saúde, por exemplo? Haverá médicos que não recebam simultaneamente por dois carrinhos, o do ordenado propriamente dito e o de tarefeiros (enquanto trabalhadores e sócios das ditas empresas)? Se calhar, os senhores da AT andam ocupados a ver se um tipo que trabalha por conta de outrem e ganha mil euros paga o IRS devido. 

Aliás, como já aqui foi questionado quer por mim quer pela minha mulher, será que a Spinunviva não serviria também para este tipo de 'optimizações'? Por exemplo, tenho ideia que o Montenegro chegou a admitir que a mulher teria recebido um ordenado como gestora. Não parecendo que a senhora tivesse conhecimentos para desenvolver atividades no seio daquela empresa, a ser verdade que o recebia, essa remuneração não seria uma forma de aumentar os custos da empresa e simultaneamente ter um proveito adicional indevido? 

Se a AT atuasse, auditando à lupa todo este tipo de situações, seriam cobrados muito mais impostos e a carga fiscal de quem não foge ao fisco seria menor. Mas para que isto aconteça tem que haver vontade política. E onde é que ela está...?

2 comentários:

Anónimo disse...

Diz um ditado popular que, O MUNDO É DOS ESPERTOS, donde se deduz que o zé povinho, na sua pseudo inocencia, tenta branquear ou desvalorizar, a maldade ou o crime de quem o prejudica, na esperança de um dia poder alcançar esse patamar.
OU como escreveu num trabalho designado O INDISFARÇAVEL CHARME DA DESIGUALDADE o economista Gabriel Leite Mota.
<Qualquer que seja o sistema económico vigente, a geografia ou a época, é a existência da desigualdade que faz com que uns sejam ricos e outros pobres, uns favorecidos e outros desfavorecidos. E, muitas pessoas, mesmo tendo nascido pobres, ou sendo prejudicadas pelas políticas que agravam as desigualdades, acabam por votar nos partidos que defendem essas políticas, na esperança de enriquecerem e passarem a beneficiar das vantagens de existirem essas desigualdades. Enquanto tanta gente se deixar enredar pelos encantos de estar no lado bom da desigualdade, não percebendo que as probabilidades de lá chegar são tão grandes como as de acertarem no Euromilhões, muito dificilmente construiremos sociedades menos desequilibradas.
Um fresco domingo, se puderem.
M. Linho

aamgvieira disse...

O mundo caminha para o descalabro organizacional das sociedades.....eram os deuses Astronautas ?!