Se há actor por quem nutro grande admiração, ele é Anthony Hopkins. Há mais, claro, mas é dele que quero aqui falar. Todos os filmes em que o vi me deixaram uma forte impressão. Parece que há qualquer coisa de muito íntimo entre ele e os personagens que desempenha.
Contudo, se há papel em que se transcendeu de forma absoluta e que para sempre lhe ficará associado é o de Hannibal Lecter, o criminoso em série, canibal, sem remorsos, sem consciência.
A sua voz que modelava a ameaça velada e ciciada através do silêncio, a sua perspicácia cortante, tudo ali assustava. Estar perante alguém tão demoníaco deve ser aterrador e nós, no conforto da sala de silêncio, sentíamos o medo que aquele coração gelado e aquela mente perversa destilava.
Colbert apresenta uma entrevista que lhe fez, e é um prazer vê-los à conversa.
Anthony Hopkins revela como a sua intuição, o seu conhecimento intrínseco dos meandros mais primitivos da mente (os mecanismos do medo, por exemplo) e algumas fontes de inspiração serviram para compor o personagem. E é um prazer assistir a isso.
Sir Anthony Hopkins, As Hannibal Lecter, Can Make Any Classic Movie Line Sound Terrifying
O vencedor de um Óscar, Sir Anthony Hopkins, revela que personagens de filmes influenciaram a sua interpretação de Hannibal Lecter em "O Silêncio dos Inocentes" e aceita o desafio de Stephen de ler algumas frases famosas do filme como o célebre assassino em série fictício.
Não vou aqui partilhar todos os vídeos dessa entrevista mas não posso deixar de aqui colocar o seguinte. O tema não é apenas o do 'grande segredo' mas essa parte, o da finitude, é muito interessante. Diz ele que já viveu muito, nunca esperou chegar até aqui, que está tudo bem, já não tem medo. E ninguém escapa. Por isso, quando o momento chegar, que chegue. Tema complexo para toda a gente mas é agradável ver alguém a falar disso a rir, sem drama.
"One Day I Will Learn The Big Secret" - Sir Anthony Hopkins Says He's Too Old To Fear Death
A entrevista de Stephen Colbert à lenda de Hollywood, Sir Anthony Hopkins, dividida em quatro partes, termina com uma conversa sobre ser o ator mais velho a ganhar um Óscar e porque é que, aos 88 anos, superou qualquer medo da morte. As suas memórias, "We Did OK, Kid", estão disponíveis.
