segunda-feira, julho 07, 2025

Sócrates & Montenegro
-- De novo, a palavra ao meu marido --
o

 

No seguimento do último post que escrevi sobre os insucessos do governo do Montenegro, e não fui exaustivo porque o post já ia longo, fui brindado com vários comentários que, em vez de rebaterem o que escrevi mencionando os "sucessos" do Montenegro nas áreas que abordei, o que era manifestamente impossível porque aos erros iniciais seguiram-se outros erros e os sucessos foram zero, vieram comentar com a velha e estafada história do Sócrates. Como por acaso andava com vontade de escrever um post sobre as evidentes semelhanças entre a postura do Sócrates e a postura do Montenegro, vou aproveitar a deixa.

Devo referir que o Sócrates até ser condenado é inocente e que, obviamente, no caso do Montenegro, as más práticas e/ou a violação de lei só poderão ser consideradas factuais quando provadas.

Parece-me evidente que existem semelhanças na forma como têm actuado para desviarem a atenção das situações em que estão metidos. Em ambos os casos, fazendo fé nas notícias, ambos escondem, numa primeira fase, uma parte dos factos, fazem comunicações formais que depois são desmentidas e usam expedientes legais para que a verdade não seja conhecida (suponho que os comentadores de serviço sabem dos pedidos do Montenegro ao TC e também do comunicado do gabinete do PM que foi desmentido pela Entidade da Transparência). E nestes três aspectos estranho que os comentadores sempre prontos a zurzir o Sócrates nada digam sobre o Montenegro. 

Existe uma diferença clara entre ambos: o Montenegro recusa-se a falar sobre o caso (será que a explicação seria pior que a percepção?), esquecendo-se que o escrutínio faz parte da democracia. O Sócrates, pelo contrário, faz tudo para ter tempo de antena. Existirão certamente outras diferenças -- e uma delas é que o Sócrates tinha uma visão para o país e o Montenegro não. 

Talvez seja razoável os ditos comentadores terem um olhar mais sereno e fazerem uma análise mais desapaixonada sobre o Sócrates reconhecendo que, enquanto governou, o país se desenvolveu. 

Se o julgamento provar que é culpado, obviamente deve ser condenado e cumprir a pena respectiva -- o que, aliás, se aplica a qualquer político, seja ele qual for.

18 comentários:

Anónimo disse...

Sócrates não desenvolveu nem modernizou o país.Promessas com as energias alternativas pagas por quem nem lhes sente o cheiro, com as linhas férreas e os aeroportos desenhados vezes sem fim sem nunca saírem das toneladas de papel dos projectistas e por aí fora. Políticas erráticas que nunca soube corrigir. crescimento económico que só conseguiu fazer regredir ano após ano.
Sem modernização e sem desenvolvimento, Sócrates afundou Portugal em dívidas que nunca pararam de crescer até correr com as fontes de financiamento e o país caiu na bancarrota. Os socialistas ainda não perceberam o que de facto lhes aconteceu,vivem num mundo à parte, pensam apenas em tratar das suas vidinhas . O futuro do país não é coisa que os apoquente.

Anónimo disse...

--- vieram comentar com a velha e estafada história do Sócrates. ---
Pois claro que vieram, alguns, estão a replicar, por arrasto equivocado, a cassete que lhes tolda o discernimento. Outros, estão simplesmente na fazer o seu trabalho. Ou seja.
Aplicar a primeira das 10 estratégias de manipulação mediática,--- ou DESinformativa--- que CHOMSKI denunciou.

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Ccastanho disse...

Sobre Sócrates há anos que digo a mesma coisa. Enquanto primeiro-ministro , depois de Soares, foi o mais impolsionador no desenvolvimento científico, no parque escolar, dando condições para a actividade educativa, no caminho começado no tecnológico, nas energias alternativas , solar heolicas e outras, na rodovia e ferrovia para já não falar do tão "estudado" TGV que foi tão boicotado quando Sócrates estava a dar a derradeira desisão de avançar, etc, etc, etc.

Quanto ao processo judicial, antes de receber a sentença qualquer que seja, já foi julgado, triturado, amassado, espezinhado e sei lá que mais por poderes corporativos de capelinhas ( ou será,catedrais?! ) neste país onde metade o elege como grande líder político , e a outra metade como o corrupto, vigarista, aldrabão, e outra adjectivação.

Seja verdade ou mentira (eu gostava que fosse mentira ), há explicações que eu gostava de lhe ouvir dadas sobre situações menos claras e até, porque não, perversas. A questão dos empréstimos para vida faustosa, tenho enorme dificuldade no argumento de defesa dele. Os dinheiros "viajantes", também são difíceis de explicar, o que não quer dizer que não tenha explicação, não sei, vamos ver, mas se o defendo enquanto primeiro-ministro, não me atravesso nestas questões pertinentes embora o não condene porque estou para ser convencido do que ainda não estou.

Anónimo disse...

como dizia o moço de massa má "isso é mito urbano" toda a gente sabe incluindo eles (direitoscos) que sempre foram protegidos pela dita justiça e a ralé a que chamam media. foi portas desde a nova, casa pia, os underwater, os negocios na america latina logo após o irrevogavel, foi o cavaquistão todo o reinado incluindo bpn, dava uma biblia. eles tem o maior assassino de sempre como vice da AR.

Anónimo disse...

O q afirma não e de todo verdade. E desonestos intelectuais como você não deveriam frequentar este espaço.

Anónimo disse...

Sempre fui de esquerda. Nunca tinha votado PSD até às últimas eleições. Ao contrário do autor do post, acho que Montenegro tem visão para o país - algo que Costa, afinal e para minha estupefação, não tinha, finalizada a reversão do corte de rendimentos da Troika. Acho-o, a Montenegro, "fazedor", acho que muitas das medidas propostas, quer a nível fiscal, quer a nível de investimento público são algo que já devia ter sido feito há muito. Acho-o ainda o politico que consegue debater melhor com Ventura, ganhando-lhe sem ficar mal na fotografia como acontece ate a um Rui Tavares (que prezo... Não fosse o comunismo entranhado que ainda faz destoar das ideias de Europa progressista). Queremos liberdade para trabalhar e ganhar bem. Não queremos centros comerciais fechados ao fim de semana para agradar a beatas de esquerda, por exemplo, que nunca tiveram de ter um part time ao domingo para pagar contas ou a universidade. Ah e tal excesso de horário, horas extraordinárias não pagas...? Mas isso é questão de fiscalização! A esquerda ainda confundida há muito. O PS agora tem lá o Seguro 2 para ser deposto quando se aproximarem umas eleições que acham vão ganhar e virá outro garanhão tipo o bronco Pedro Nuno. Que bandalheira.

Anónimo disse...

Doeu? a vaselina talvez ainda seja a solução

Anónimo disse...

Soares & Socrates! Imbatíveis no caminho da bancarrota

Um Jeito Manso disse...

Comentador da vaselina
Penso que está um pouco deslocado aqui. Não é costume andarem grunhos por aqui. Não é melhor procurar a sua turma?

Anónimo disse...

Touché?

Um Jeito Manso disse...

Não meu Caro, não me toca quem quer, toca-me quem eu deixo.

Anónimo disse...

Mas tocou !!!!

José Monteiro disse...

Teve sorte com alguns ministros como Mariano Gago, e mesmo Luís Amado, este substituído pelo académico assim assim Severiano Teixeira. Ambicioso e visionário, iniciativas ousadas mas pouco preparadas, tipo Magalhães. A Parque Escolar, uma festa deixando o liceu Camões em bolandas. Já quanto a amigos e tarefas, o portentoso Vara, além do Manuel Pinho, ambos depois dentro! Quanto a críticos ou não, estamos presos das nossas inclinações e ou simpatias. Que esperar?

Um Jeito Manso disse...

Anónimo dos toques,
Apenas o adverti que me parecia que estava aqui um bocado deslocado, gentilmente aconselhando-o a que procurasse a sua turma, pessoas que apreciem um certo tipo de linguajar.
Consegue perceber?

Anónimo disse...

Touché, sendo um termo da esgrima não consentido e além disso evitado, faz aqui todo o sentido!

Anónimo disse...

“linguajar” !!!?? onde é que isso nos levava!?

Anónimo disse...

Esta narrativa de que Sócrates deixou o país na banca rota e de que foi culpado por a Troyka cá viesse “salvar-nos”, é típica de uma certa Direita. O vulgar cidadão desconhece os factos que nos trouxeram a Troyka. Já os políticos dessa mesma Direita, conhecem-nos, mas esconderam-nos da opinião pública para justificarem as suas políticas anti-sociais que vieram a optar e, deste modo, terem o apoio e compreensão dos cidadãos e contribuintes. A crise de que o governo de JS veio a ser vítima, deveu-se no seu todo (como consequência da crise financeira do Sub Prime/2008) à situação em que a nossa Banca privada se encontrava nessa altura. Ou seja, estando totalmente endividada a outros grandes Bancos privados, sobretudo europeus, mas também, num caso ou outro, norte-americanos, deixaram de poder financiar um bom número de empresas privadas, designadamente do sector da construção civil. Tendo deixado de poder conceder financiamentos a essas empresas e indústrias no nosso país, por estarem endividados a outros bancos, que lhes tinham cerceado crédito, essas empresas foram abrindo falência, ou simplesmente, noutros casos, desinvestindo, ou cancelando inúmeros investimentos e projectos, o que levou ao quase colapso da nossa economia. Ou seja, não foi o governo de Sócrates que foi culpado pelo cenário ou situação com que a nossa situação económica acabou por se encontrar. Foi a Banca privada portuguesa que, nos termos em que se articulava junto de outros bancos maiores e de referência internacionais, que levou, ou esteve na origem, do quase colapso da então nossa situação económica. E, nesse sentido, JS e o seu ministro das Finanças tiveram que optar por uns tantos pacotes de grande austeridade económico-financeiro, que aliás até iam tendo a compreensão e apoio de alguns importantes países europeus, como a Alemanha, bem como do BCE. Todavia, essa ínvia criatura, Passos Coelho (hoje uma espécie de Deus para uns tantos tolos de Direita), como o apoio do traste de Paulo Portas, e dos irresponsáveis do BE e PCP, todos juntos resolveram chumbar o então governo minoritário de JS, o que levou à sua queda e dos 4 anos de pesadelo do governo Neoliberal que veio a seguir e da Troyka, com medidas de austeridade inumanas que não só não resolveram o problema económico do enfraquecido tecido industrial, como criaram situações sociais muito complicadas. Safaram-se os tais bancos privados portugueses, que só de uma penada receberam mais de 12 mil milhões de euros e que até hoje já chegou a uns 30 mil milhões de euros. Ou seja, quem foi a causa da crise foi salvo, quem foi alvo e vítima da crise por eles causada foi penalizada - as famílias e muitas empresas.
A terminar, é-me indiferente JS como político. Mas, em política não vale tudo, há que saber julgar as coisas, com base nos conhecimento dos factos. No caso do julgamento de JS, convém perceber, e não nos deixarmos enredar pela forma como a comunicação social tem vindo a tratar e a seguir este assunto, que neste julgamento, para quem percebe alguma coisa de Direito, não é JS que está em causa, mas o MP. Ou seja, a profusão de acusações neste mega-processo que o MP ,legitimamente, faz, terão agora de ser provadas em sede de tribunal. A JS competirá defender-se, enquanto arguido e alvo dessas acusações, mas é o MP que terá de fazer prova em tribunal perante o colectivo de juízes, de tudo aquilo de que acusa JS. E, depois, se houver uma condenação, transitada em julgado, é que JS poderá então ser considerado culpado. Até ao momento está inocentado (embora sob suspeitas) como prevê a nossa legislação penal e processual penal. São estas as regras num Estado de Direito Democrático, que ainda é o nosso. Deste modo, dever-se-á olhar para tudo isto com a devida distância e sem grandes emoções políticas e esperar pelo seu desfecho. Admito que, com base num tão grande conjunto de acusações que o grande público seja levado a condená-lo desde já. Mas, é errado, pois viola o princípio da presunção da inocência – até prova em contrário.


Um Jeito Manso disse...

Mais uma anotação que deve levar em boa conta: já vi que quer a medalha mas, para isso, deveria ter sabido que 'touché', no caso em que se refere a uma mulher, dobra o 'e' (e, se quiser, até pode interpretar metaforicamente, ou seja, dobrar como quem dobra a língua -- ou o joelho). Ou seja, 'touchée'.