domingo, fevereiro 28, 2021

Um grito a tocar o infinito





 

- Oh, minha sobressaltada!

Disse ele a primeira
vez
que a tomou nos braços

dançando com
ela
em torno dos astros


Ela tinha
asas de anjo
e coração de alquimia

Voava quando sentia
andar na vida
invisível

tão lívida e desamada
que só
os pássaros a viam

perdida na sarça ardente
onde começa
a poesia

        

Quando chega
o fim da tarde
vejo a flor do dia

coroada pela saudade

por onde a luz se evade
mas ainda não termina
cerzida na sua arte

e o crepúsculo contamina
com a sua sensualidade
de uma beleza ambarina


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Tal como os do post abaixo também estes poema são de Maria Teresa Horta em Estranhezas (de onde igualmente voltei a extrair o título deste post).

Também as fotografias foram feitas aqui em casa durante a tarde deste sábado vagaroso, sereno, parado no tempo. Tão sereno, tão parado no tempo, que consegui descobrir e fotografar um passarinho numa árvore. Se fosse uma gata teria subido pelo tronco, ter-me-ia esgueirado pelos ramos, em silêncio, para o ver de perto, para o cativar. Talvez ele cantasse para mim e talvez eu, feita gata anarca-burguesa, quase morresse de emoção.

E é também Mari Samuelsen que interpreta Una Mattina 

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Queiram continuar a descer caso vos apeteça sentir o intenso e doce perfume do jasmim que me envolve quando por aqui passeio, em paz

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E tenham um belo dia de domingo

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