Para que saibam. estou a pé desde muito cedo. Noite, noite. Quando estava a sair, estava o sol, provocantemente encarnado, a erguer-se do seu leito de água, deixando no rio um reflexo luxuoso. Se eu fosse outra, levantar-me-ia todos os dias a esta hora para assistir a tão deslumbrante visão. Se não estivesse com os segundos contados, tê-lo-ia fotografado com a minha mini-mini-máquina. Assim, só tenho a minha palavra.
Depois disso já fui e vim, uns seiscentos quilómetros a correrem sob os meus pés, mais reuniões e calor. E ainda tenho que ir ver um trabalho para uma reunião amanhã, depois de outra reunião que começa ao rebentar do dia. Portanto, o dia começa bem e assim irá até ao fim, tal como todos os abençoados dias desta semana magana.
Portanto, estou assim como talvez consigam imaginar. Sem vontade de ainda ir trabalhar a estas lindas horas, com preguiça e a inventar pretextos para aqui estar. Enquanto isso, estou a ouvir a Norah Jones, que, sinceramente, não suporto grande movimentação -- e, feita cabeça de vento, a deliciar-me com chapéus. Quem por aqui me acompanha sabe que I love, love, love chapéus e só tenho pena de não conseguir ocasiões para poder apresentar-me com altas produções como as que aqui vos mostro
Quando Portugal ainda não tinha sido tocado pela febre das grandes superfícies comerciais, se calhava ir a uma cidade mais 'avançada' (e antes ia com assaz frequência), não resistia a dar uma circulada no Printemps, nos grandes armazéns Lafayette, no Selfridge ou, mesmo, no El Corte Ingles. Queria trazer sempre coisas para os meus filhos e ali encontrava sempre. Tinham roupinhas lindas da Mothercare quando por cá não havia nada que se comparasse. Agora até estou a lembrar-me de uma vez que trouxe coisas fantásticas de Londres para a minha filha. Perdi a cabeça. Pois, conservadora como era e na idade em que as miúdas querem andar iguais umas às outras, para meu super desgosto e absoluta incompreensão, odiou aquilo tudo e acho que nunca vestiu nada. O meu filho não ligava patavina e vestia o que calhava. Mas, para rapaz, as coisas eram sempre mais normais.
Onde eu inevitavelmente encalhava, quando ia a esses grandes arnazéns, era nos chapéus. Caraças, que loucura. Adorava. Se o meu marido estava comigo, ficava desatinado, já queria que eu trouxesse um qualquer e saísse dali para fora. Mas eu não estava ali para comprar mas sim para me ver com eles. Experimentava os mais espampanantes, a grandes capelines, os discretos com púdica rede.
E, quando chega esta altura, não podendo estar em pessoa naquele sagrado lugar onde todas as ousadias são bem aceites, desloco-me até às fotografias dos mais espectaculares chapéus do mundo, os de Ascot.
E, quando chega esta altura, não podendo estar em pessoa naquele sagrado lugar onde todas as ousadias são bem aceites, desloco-me até às fotografias dos mais espectaculares chapéus do mundo, os de Ascot.
E este ano, depois de muito escolher, optaria por este aqui abaixo. Mas, lá está, nem sei dizer se seria por achá-lo o mais lindo de todos ou, apenas, por achar que ficaria lindamente com uma expressão desafiadora como a desta lady que tão bem o sabe usar. Até porque, para quem o não saiba, uma expressão humilde atrofia qualquer chapéu.
..........................
E agora vou trabalhar e a ver se ainda cá volto com um tema muito escaldante
............................................
Sem comentários:
Enviar um comentário