O meu dia trouxe-me inesperidades.
Depois de uma breve caminhada no jardim e do almoço, lá fui, nada de novo, tantas vezes. Pensando que ia para uma situação e, pelo local reservado, logo a perceber que a coisa não era normal. Depois a conversa, simpática mas uma incomunidade a pairar em nossa volta a cada palavra. Há tantos anos que nos conhecemos, tanto que já gritámos um com o outro, tanta disputa. Mas também confidências, confiança. Porquê, então, aquilo que me soava a algum nervosismo? Até que veio o desfecho. Surpresa.
Pensei: o meu horóscopo para o mês de Maio está a cumprir-se. Curioso. Porque é que os horóscopos às vezes fazem sentido?
Uma ou duas horas de pensamentos, dúvidas, hipóteses. Depois já era tarde e outros compromissos me esperavam e preparações para uma segunda-feira que se antevê complexa e na qual eu quero caminhar vitoriosa, sem dar hipóteses. Saí à pressa.
Ele: Segunda falamos.
Eu: Combinado.
Ele: Segunda falamos.
Eu: Combinado.
Ele: Pensa, enquanto ler o Expresso.
Eu: Deixei de ler.
Ele: Sério? Então?
Eu: Descurti. Muito pafianos para o meu gosto. Aquele mano Costa deu cabo do Expresso.
E ele: Ainda é plural, há alguns que ainda se conseguem ler.
E eu: Não eu. Cortei.
E ele: Pronto.
Já tarde. O que vale é que não havia muito trânsito. Combinámos: praia. O mar. Há quem corra para a serra. Ou para um bar. Ou para o sofá. Ou para qualquer outra coisa. Eu, em dias assim, é para o mar.
O frio, a maresia, a noite a avançar sobre o horizonte, a azáfama da xávega, os barcos a avançarem contra a maré.
Fotografar, sentir o frescor do anoitecer.
Os dias já grandes. Uma bênção.
O frio, a maresia, a noite a avançar sobre o horizonte, a azáfama da xávega, os barcos a avançarem contra a maré.
Fotografar, sentir o frescor do anoitecer.
Respirar a paz.
E depois, já de noite, tiropita, skanopita, eleopita, manuri, o queijo, o vinho doce. Tão bom.
Agora aqui, a ouvir música, já desligada. Fiz o quê de dia? Já nem sei. Para trás das costas. A cada hora um novo dia começa. E eu renasço. Vocês são testemunhas.
Agora aqui, a ouvir música, já desligada. Fiz o quê de dia? Já nem sei. Para trás das costas. A cada hora um novo dia começa. E eu renasço. Vocês são testemunhas.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um sábado bom, bom, bom.
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