sábado, maio 14, 2016

Um dia com tudo dentro




O meu dia trouxe-me inesperidades. 

Depois de uma breve caminhada no jardim e do almoço, lá fui, nada de novo, tantas vezes. Pensando que ia para uma situação e, pelo local reservado, logo a perceber que a coisa não era normal. Depois a conversa, simpática mas uma incomunidade a pairar em nossa volta a cada palavra. Há tantos anos que nos conhecemos, tanto que já gritámos um com o outro, tanta disputa. Mas também confidências, confiança. Porquê, então, aquilo que me soava a algum nervosismo? Até que veio o desfecho. Surpresa.
Pensei: o meu horóscopo para o mês de Maio está a cumprir-se. Curioso. Porque é que os horóscopos às vezes fazem sentido? 

Uma ou duas horas de pensamentos, dúvidas, hipóteses. Depois já era tarde e outros compromissos me esperavam e preparações para uma segunda-feira que se antevê complexa e na qual eu quero caminhar vitoriosa, sem dar hipóteses. Saí à pressa.

Ele: Segunda falamos.
   Eu: Combinado.
      Ele: Pensa, enquanto ler o Expresso
         Eu: Deixei de ler
           Ele: Sério? Então? 
              Eu: Descurti. Muito pafianos para o meu gosto. Aquele mano Costa deu cabo do Expresso
                 E ele: Ainda é plural, há alguns que ainda se conseguem ler. 
                    E eu: Não eu. Cortei
                       E ele: Pronto.


Depois o costume. Pressa. Limites de velocidade. Autoestrada. Sempre a andar de um lado para o outro. Tudo longe umas coisas das outras. E depois mais trabalho. Mais contrariedades. Até que, adeusinho, por aqui me desbaldo. E uns que perca o benfica e outros que no domingo lá estarão a festejar no marquês e não quero saber disso para nada, adeus, que o que eu estimo é o que eu desejo.

Já tarde. O que vale é que não havia muito trânsito. Combinámos: praia. O mar. Há quem corra para a serra. Ou para um bar. Ou para o sofá. Ou para qualquer outra coisa. Eu, em dias assim, é para o mar.

Os dias já grandes. Uma bênção. 

O frio, a maresia, a noite a avançar sobre o horizonte, a azáfama da xávega, os barcos a avançarem contra a maré.

Fotografar, sentir o frescor do anoitecer. 
Respirar a paz.


E depois, já de noite, tiropita, skanopita, eleopita, manuri, o queijo, o vinho doce. Tão bom.

Agora aqui, a ouvir música, já desligada. Fiz o quê de dia? Já nem sei. Para trás das costas. A cada hora um novo dia começa. E eu renasço. Vocês são testemunhas.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um sábado bom, bom, bom.

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