Por estes dias, por estas bandas. têm havido muitas festas ou encontros. As ruas enchem-se de carros e vemos os donos das casas virem à porta cumprimentar os que chegam. Hoje, numa das casas aqui em frente, todos os que chegavam vinham carregados. Não sei se seria picnic, daqueles em que cada visitante traz comida, o que é muito prático. Vi isto pois, quando ainda estávamos só nós dois em casa e eu a ler no cadeirão junto à janela, o cãobeludo estava num desatino, só a ladrar. Espreitei para ver que irritação era a dele. Quando vê movimento aqui na rua, em especial perto de nós, fica logo em modo de alerta.
Hoje soube de um caso em que, porque se juntaram cerca de oitenta pessoas numa casa aqui perto, foi pedido a cada família que trouxesse mesa e cadeiras, daquelas desmontáveis de jardim, e uma toalha branca. Não tinha pensado nisso mas, na realidade, é ter sentido prático.
Também soube que contratam sempre serviços de catering, e que entregam tudo 'quentinho'. Um amigo meu também só funciona assim e, no caso deles, não apenas contrata o fornecimento de comida como contrata louça, talheres, mesas de apoio e cadeiras. E fica lá pessoal para ir recolhendo a louça e, no fim, levam tudo e ele fica com a casa arrumada. E sem trabalho nenhum.
Eu não consigo. Neste capítulo ainda sou completamente old school que é como quem diz, bota-de-elástico. Faço tudo (com alguma ajuda do meu marido). Ainda hoje comprei quilos de carne no talho e viemos do supermercado carregados com três grandes sacos. Como este domingo vai ser casa cheia e duplo festejo, já aqui estou a programar-me para, mal me levantar, pôr logo isto ao lume e mais aquilo e mais o outro e começar a preparar as saladas e mais a de frutas e arranjar a carne e trinta por uma linha.
Há pouco, quando voltámos a ficar só os dois, saímos para fazermos uma caminhada nocturna com o nosso cão de guarda. Por aqui, há muito mais vida nas casas no período de férias ou de fim de semanas.
Por exemplo, a casa de um conhecido actor hoje estava particularmente animada. Dezenas de carros à frente da casa dele e da dos vizinhos. Só de passar ao lado sentia-se o perfume de gente jovem, bronzeada e bem tratada. E, lá dentro, uma animação. Música, risos, conversa, muitas, muitas vozes, muito movimento. O jardim todo iluminado, muito bonito. Antes das redes sociais, quando ainda havia paparazzis, festas estivais assim deviam ser pitéu a não perder. Agora já não faz sentido pois o mais provável é que muitos dos presentes publiquem fotografias e façam a sua própria divulgação.
Quero ainda falar de outra coisa, uma que não tem nada a ver com isto. Estávamos num sítio a conversar com umas conhecidas. Nisto, vimos o nosso cão, agachado no chão, a olhar fixamente para qualquer coisa mais à sua frente. Eis senão quando uma delas viu que era um passarinho ultra bebé. Claro que foi um castigo para conseguir resgatar o passarinho pois a nossa fera já estava a achar que aquilo era coisa sua.
Mas, então, uma das nossas conhecidas pegou no passarinho com todo o cuidado e pôs-se a ver de onde ele tinha caído. No entanto, na árvore por cima, um chilreio aflito, ansioso. 'É a mãe', disse ela. E, como não se tivesse descoberto o ninho, uma delas foi arranjar uma caixa pequena de cartão e conseguiu prender a caixa entre ramos para que a mãe lá fosse buscá-lo ou alimentá-lo. Fiquei comovida, rendida. As pessoas que têm cuidado e amor aos animais são certamente boas pessoas.
E hoje pouco mais tenho para dizer.
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Mas tenho aqui um vídeo que me diz muito, um tema de que antes fugia a sete pés e sobre o qual agora finalmente começo a perceber que essa atitude é um disparate. Espero que o considerem tão interessante quanto eu o achei.
Beauty of Surrender
The one unifying and undeniable fact of life is that we will all experience loss - the death of loved ones, the end of relationships, the shattering of dreams. In a society that so often tells us to ‘stay positive’ and ‘move on’, it is easy to view grief as something shameful. But what if, instead of a weakness to be avoided or a burden to be carried, embracing grief is actually a sacred invitation to heal, to grow, and to transform?
When we have the courage to feel our grief, to surrender to its depths, something miraculous happens. We begin to heal. We reconnect with our own soul, with the love and support of those around us. We find meaning in our losses, discovering that our pain is fertile soil for new growth.
So let’s not be afraid of grief. It is a fierce and loving teacher, a guide to our deepest self. Embrace it, learn from it. As the Persian poet Rumi recommends, let it crack our hearts wide open. That’s how the light of love gets in. On the other side lies a life of greater meaning and connection.
Desejo-vos um belo dia de domingo
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