No caso de Kim, começou por ser conhecida por ser conhecida de Paris Hilton.
Depois tornou-se ainda mais conhecida pela polémica em torno da divulgação de uma gravação sexual amadora, gravada pelo parceiro, na qual aparecia em cenas de sexo explícito em várias modalidades.
A seguir à Kim Socialite, a Kim Pornostar. Mas uma porno star condimentada, ofendida, ressentida, arrependida. Santa Porno Kim. O tema deu que falar com processos judiciais e acordos milionaríssimos à mistura. Estava famosa.
Daí até ao reality show em que as câmaras a acompanhavam, a ela bem como à família, durante o dia inteiro, Keeping Up with the Kardashians, foi um ápice.
E um sucesso. A vida das socialites à vista de toda a gente. A facturação em crescendo.
E não mais parou. Mostrando o rabo, mostrando as mamas, mostrando as mudanças de cor de cabelo, mostrando as indumentárias dos filhos, mostrando o closet. Sempre mostrando alguma coisa.
Claro que, quando se chega a este patamar, vale tudo. E tudo é notícia.
E não há aqui grandes juízos de valor da minha parte. O mundo encaminhou-se neste sentido. É o que é. Poderia dizer que o mundo entrou por um caminho em que o que é valorizado é a superficialidade, a futilidade absoluta, o diz-que-diz-que, a felicidade tornada ficção. Mas não vale a pena dizer muito mais sobre isto. É assim. Nada a fazer. Já não há retorno.
E não é a Kim. São os e as milhares de Kims e os milhões de putativas Kims. Um mundo que vive de se expor. O mundo dos influencers. As redes sociais tornaram possível e potenciam esta exacerbação da auto-exposição, uma maneira de viver em que se vive para se mostrar como se vive. E, em cima disso, as televisões que mimetizam a estupidez que prolifera nas redes sociais. Convidam-se pessoas para programas apenas porque são parvas e burras e porque, como todas as pessoas parvas e, ao mesmo tempo, burras, dizem o que lhes vem à cabeça sem qualquer hesitação e pudor. E, provavelmente, é isso que dá audiências. Também essas pessoas devem ganhar bem, não os milhões de Kim mas certamente acima do salário mínimo ou, mesmo do salário médio. Aptidões para o que quer que seja no mundo real certamente zero. Mas neste mundo virtual são valorizadas e famosas e parece que é o que importa.
E, porque são famosas, dão entrevistas, são convidadas e expor-se ainda um pouco mais. São pagas para isso.
É o caso do vídeo que abaixo partilho. A Vogue filma a Kim Kardashian a mostrar a sua casa.
Uma casa enorme quase vazia. Décor a condizer com as cores da roupa que veste e com a maquilhagem que usa -- ou vice-versa. E, como objectos de estimação, meia dúzia de desenhos e pinturas feitos pelos filhos, as cartas que ela escreve aos filhos, uns postais que recebeu e... carros de luxo todos da mesma cor e da cor do décor. Dir-se-ia que uma monotonia proporcional à sua vacuidade. Mas talvez seja apenas excêntrico. Talvez meio mundo vá a correr imitá-la, pelo menos até onde a bolsa lhes permitir.
E, no fim das contas, talvez isto seja eu que não estou a captar a essência da coisa, eu fora de moda, eu fora deste mundo, eu que não percebo bem estas opções, estes estilos de vida.
Este é um mundo muito estranho. Pelo menos para mim é.
4 comentários:
Depois de ler este mundo kardashian, onde acho tudo muito obsceno, tem razão, É MESMO O TERMO
tive de voltar a reler o seu relato anterior.
Terão aquelas pessoas alguma vez sentido o cheiro da terra molhada, dos pinheiros, da alfazema, de tantos arbustos que enchem de perfumes um jardim?
Terão gasto tempo a ver o desabrochar das flores, a ouvir os passaros, a observar a faina de uma formiga, e toda a paz que isso nos transmite?
Terão noção do que é este mundo, realmente?
Pois, deve ser da minha idade, mas não deixo de sentir pena dessas pessoas quando um dia ACORDAREM da sua vida de plastico e já for tarde.
Um beijinho e um resto de boa semana.
Existem mulher que dizem ter com elas uma fábrica de fazer dinheiro. Depois ... é só abrir a porta da fábrica....
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Cumprimentos cordiais e poéticos
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Olá Pôr do Sol
Estas vidas de exposição e excesso, em que se pretende transmitir a ideia de perfeição, de felicidade, de riqueza, muitas vezes caem a pique quando os holofotes se afastam.
Não sei é como aguentam viver das aparências... Não acharão cansativo...?
Desconhecem a vida simples, a pureza dos momentos insignificantes.
Concordo muito consigo, Sol Nascente.
Beijinhos. Uma boa sexta-feira!
- R y k @ r d o -
Mulheres e homens...? Não seja sexista... :)
Um boa sexta-feira!
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