Algumas pessoas da minha família, umas de forma directa, outras de forma menos directa, trabalham na área da Saúde. Quando assim é, sabe-se de casos, sabe-se de situações. A medicina não é ciência exacta. Longe, longe disso. É técnica, é saber. É inteligência, em especial a forma mais aguda de inteligência: a intuição. Ver para além do que se vê, ver antes de ver, ver sem precisar de ver. E é ter criatividade. E ter coragem. E ter capacidade de arriscar. É ter sangue frio no momento em que mais dele se precisa.
Para um doente muitas vezes a sorte está em acertar com o médico. E, para o médico, muitas vezes o mais importante é ter sorte (isto dito por um deles, pelo mais experiente e intuitivo de todos): sorte em reparar no pormenor, sorte em pedir o exame certo no momento certo, sorte em conseguir conjugar os exames com uma observação dita casualmente pelo doente. Sorte.
Comecei no outro dia a ver na Netflix a série The Good Doctor. Como cheguei tarde à Netflix e como chego às coisas por acaso e não porque siga recomendações (presumo que as recomendações de séries apareçam nos Faces e Instas desta vida, coisa que, sabido é, não frequento), se calhar já toda a gente conhece esta série.
Seja. Nesse caso não estarei a dar novidade. Apenas o meu testemunho. Acho The Good Doctor das séries mais extraordinárias que tenho visto. Estou agarrada. Os meus posts têm sido mais pequenos pois começo a ver The Good Doctor e custa-me a parar. Volta e meia dou por mim a chorar. Outras a sorrir. Outras aflita. Outras a torcer para que corra bem.
Os argumentos são óptimos, os personagens óptimos, o desempenho e a realização óptimos. Shaun Murphy, o interno de cirurgia, autista e savant, é um personagem extraordinário interpretado por Freddie Highmore, actor de quem nunca tinha ouvido falar e que é extraordinário.
Se já conhecem a série, concordarão certamente comigo. Se não, digo-vos: do melhor que há.
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