Há pessoas que se acham melhores que outras. Acham que são mais jovens, mais inteligentes, mais cultas, mais fortes. Devem esquecer-se que não são eternas, que a vida não ficará estacionada para que possam manter-se no altar reservado aos seres superiores. Por isso, acham que podem desdenhar ou maltratar outras.
Pessoas assim parece que se esquecem que são perecíveis e, de alguma forma, descartáveis. Algures no tempo, perceberão que a sua juventude se foi, que estão a ficar flácidas, enrugadas, frágeis como aquelas que, em tempos, foram por si desprezadas ou, mesmo, insultadas.
Pessoas assim acabam solitárias, amargas, tristes. Aos poucos vão sendo abandonadas por todos. Não foram criados laços de generosidade ou afecto que sobrevivam à passagem do tempo e que sejam a seiva da vontade de viver. Pessoas assim acabam por perceber que, cegas pela sua vaidade ou intransigência, desbarataram todos os seus talentos, afugentaram todos os amigos e amores, ignoraram a finitude da vida.
Quando acordam é tarde demais.
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Frank Sinatra interpreta As Time Goes By para Ingrid Bergman
Aqui, Ingrid Bergman e Frank Sinatra tinham ambos 64 anos. Aqueles que em tempos tiveram toda a beleza e sucesso do mundo, à altura do vídeo, já estavam na fase dos tributos, o tempo já tinha passado por eles. Ingrid morreria apenas 3 anos depois. Ele um bom par de anos depois. E agora já não estão entre nós e, dentro de algum tempo, já pouca gente se lembrará deles.
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