Isto de estar de férias quando os outros estão a trabalhar tem destas coisas. Uma pessoa sente-se tão bem, tão em paz, e depois vêm os mails e os assuntos a que não devemos fazer vista grossa e, sem querer, está o tempo todo a acompanhar remotamente o que lá se passa. Ontem um dos meus braços direitos enviou-me um mail a dizer que tinha que me dar uma má notícia. Tinha acontecido uma coisa a uma colega. Fiquei preocupada. Liguei a esta. Nada. Mandei mensagem. Nada. Finalmente ligou, estava a sair do hospital. Por fim, face à minha preocupação, já ela me dizia: 'não se preocupe connosco, desligue, aproveite as férias, não pense em nós'. Enterneci-me. Mas não consigo. Podia fazer como uma, no outro dia, me disse que fez: 'Desliguei os dados, não recebi mails, marimbei-me'. Não consigo. No outro dia estava eu aqui de roda disto, do blog, tarde e más horas, plim, um novo mail. Vou ver. Era uma a enviar um mail para outra com o meu conhecimento. Mandei-lhe, de imediato, um mail: 'Vá dormir, menina!', ao que ela me respondeu que ia ainda fazer só mais uma coisa, que estava com espertina, e que de dia não conseguia despachar assuntos mais de fundo, mas paar eu estar descansada, que estava tudo bem. Não quero que as pessoas que trabalham comigo vivam demais para o trabalho, gosto que tenham vida fora do trabalho, incentivo-as a sair cedo, a gozarem descansadas o fim de semana. Gosto que saibam que considero que uma vida feliz é a que consegue equilibrar a vida afectiva, a vida profissional, a vida social, a vida pessoal. E coloco a vida pessoal separada das restantes porque considero que, para além de uma pessoa ser mãe, filha, neta ou avó, profissional, militante ou amiga dos seus amigos, etc, deve sempre preservar um espaço para si própria, para as suas coisas, para aspectos da sua vida que são seus e só seus. Nenhuma componente da vida deve anular as outras. Penso assim e gosto que os que fazem parte das minhas equipas o saibam. Por isso lhes pergunto pelas famílias, pelo que lêem, por onde passeiam, etc.
Mas, com isto, a verdade é que, estando aqui sossegada em férias, não consigo desligar a ficha e deixá-los lá sem que sintam que estou orgulhosa pelo que fazem, ou que estou atenta a quando precisam de ajuda, ou que, mesmo à distância, não se vêem livres de levar uma traulitada quando percebo que estão de embirração uns com os outros em vez de trabalharem em equipa.
Por vezes, penso que esta poderia ser uma forma agradável de trabalhar: na praia, a secar de um banho de mar e a ver os mails ou a acordar de uma repousante sesta e a autorizar despesas, ou estar numa esplanada a comer um gelado de licor de ginja e a falar com eles.
Utopia, bem sei. Não tarda, lá terei que enfrentar o trânsito e adaptar-me aos terríveis hábitos de trabalho dito nornal.
Contudo, lembrei-me que o melhor seria adaptar o meu gabinete para que a transição não venha a ser dolorosa. Habituada como agora estou a descansar a mente depois de almoço, como vou rehabituar-me a ter que trabalhar logo após a breve refeição?
Contudo, lembrei-me que o melhor seria adaptar o meu gabinete para que a transição não venha a ser dolorosa. Habituada como agora estou a descansar a mente depois de almoço, como vou rehabituar-me a ter que trabalhar logo após a breve refeição?
E, portanto, é com gosto que partilho convosco as sugestões que vou enviar de seguida para a minha empresa para que os meus colegas comecem a tratar do assunto a tempo de, aquando do meu regresso, eu já ter as condições mínimas para uma suave readaptação ao ambiente de trabalho.
Espero que considerem que estas minhas sugestões são úteis. Caso pretendam sugestões para outro tipo de ambiente, digam. Connfiem, cá estou para encontrar uma solução criativa para cada caso.
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Ainda sobre o cinéfilo Saloio de Mação, sobre o ex-porta-voz do ex-Cavaco, o inteligente Lima, sobre uma promissora troika que inclui o inefável Láparo e, ainda, à mistura, sobre uma inspirada e talentosa doceira que faz bolos que parecem elegantes peças de design, queiram descer até ao post seguinte. 'Come-me....', (escrevi eu).
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2 comentários:
Ah, ah, ah.... o jeito manso fez-me rir. Bom, foi mais sorrir. Onde é que a sua mente vai buscar estas coisas?!
Olá bea,
Tenho uma mente fervilhante... Quando eu era pequena a minha mãe temia as férias: tinha tantas ideias que a deixava com a cabeça feita em água.
Agora, quando alguém me vê com um determinado ar, que não sei qual é, dizem, assustados, 'estás a ter uma ideia... o que será que aí vem...?'.
Aqui no blog tenho mais ideias do que tempo para as concretizar. Mas, enfim, lá vou gerindo a coisa especialmente para não pisar o risco porque, volta e meia, puxa-me a mão para a maluqueira. E depois lá vêm os leitores-diáconos-remédios dar-me puxões de orelhas.
Aproveito para comentar um seu comentário lá mais para baixo. Eu adoro jóias, ando sempre com pérolas, anéis de ouro com rubis ou safiras, colares de turquesas ou gargantilhas de esmeralda. Tudo by Parfois. Bem, tudo, tudo, não. No outro dia comprei um colar de pérolas-rosa que são um espanto. Já não me lembro onde mas sei que foi uma jóia cara, coisa para aí uns 12 euros.
Tranças. Quando era miúda usava-as com frequência, era a maneira de manter a juba contida. Agora, por acaso, não tenho feito mas está aí uma boa ideia. Aliás estão completamente na moda A menina está muito up to date, bea!
Um bom fim-de-semana!
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