terça-feira, janeiro 21, 2014

Depois do 'catavento mediático com opiniões erráticas' de seu nome Marcelo Rebelo de Sousa ter enfiado o barrete até aos tornozelos, assumindo que estas palavras de Passos Coelho se lhe destinavam e resolvendo que, portanto, não lhe restava outra hipótese que não a de desistir da ideia de se candidatar a Presidente da República, eis que chega o artista-mor e, com voz doce, diz que 'sinceramente ficou muito surpreendido com a reacção' do Professor. Um jogo de sombras, um teatro, uma farsa de 5ª categoria. Os portugueses assistem indiferentes a esta inesperada Vichyssoise - parte 2.


A voz ao estrafega-professores: Passos Coelho interpreta uma canção das Doce



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E, como se já não bastasse a Marcelo Rebelo de Sousa a humilhação de ler em todo o lado que Passos lhe tinha posto um par de patins na sua pretensa ida até Belém e de ter a comunicação social à perna a saber como ia reagir perante tal afronta, e depois de ter assumido na TVI perante a Judite Dartacão que, perante a deselegância de Passos Coelho, teria que abandonar o sonho tão longamente acalentado, eis que Passos, ainda não contente, resolveu espetar mais um ferro, desta vez bem direito ao coração do Professor Martelo.


Uma coisa de tipo risinho à porco: 'Ah ele próprio também se acha um catavento...? Olha, azarinho. Eu nem estava a pensar nele... Sinceramente que não... Mas se ele próprio veio a público assumir-se como alguém com ideias erráticas, e que já não quer ser o Manuel Alegre e mais não sei o quê, o que é que eu hei-de fazer?"

E até o imagino com um arzinho compungido, Oh que pena, e eu que curto tanto ele, tipo, podia lá eu querer outra coisa, tipo, mete o Cavaco num chinelo mas, tipo, se não quer, não quer, tipo.

E a entourage, tipo Maçães, Hugo Soares, Pedro do Lombinho, Poiares Verde, Aguiar Tinto e outros do cardápio passiano, com arzinho infeliz, a chorarem em coro, Ó que pena, ó que pena.

Transcrevo do Expresso:

Pedro Passos Coelho disse aos dirigentes locais do PSD com quem esteve domingo no âmbito da campanha interna para a liderança do partido que o que escreveu na sua moção de estratégia sobre presidenciais não se dirige a Marcelo Rebelo de Sousa. Hoje, em campanha em Tondela, repetiu aos jornalistas ter ficado "muito surpreendido" por Marcelo se ter revisto no perfil negativo por ele traçado como indesejável para Belém.

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E assim, com este episódio, se prova que, nesta política pimba, qualquer tipo básico com laivos de esperteza saloia bate aos pontos um crânio tipo Marcelo.

Topam, meus? 

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A imagem lá em cima, como é bom de ver, provém do blogue We Have Kaos in the Garden


2 comentários:

jrd disse...

Não subestimem o láparo porque daquela lura ainda vai sair muita..."surpresa"!

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Ainda hoje o Augusto Santos Silva também defendeu a teoria de que o láparo é perigoso. Por onde passa vai deixando vítimas.

Perigoso é: as pessoas como ele são perigosas.