A palavra a Nicolau Santos, hoje no Expresso online,
Nicolau Santos, keynesiano, graças a Deus |
O aumento brutal de impostos contemplado no Orçamento do Estado para 2013 será o xeque-mate à esperança da recuperação da economia portuguesa por muitos anos.
Milhares de empresas serão lançadas na falência, o desemprego vai continuar a sua escalada, milhões de cidadãos deixarão de pagar ao fisco por falta de capacidade - e, contradição das contradições, a dívida externa será cada vez mais difícil de pagar e o défice orçamental continuará longissimo dos objetivos fixados.
Não acredita? Segundo dados da CMA DataVision, o risco de incumprimento da dívida nacional num horizonte de cinco anos continua a subir desde 19 de outubro e Portugal conserva o 5.º lugar no "clube" dos 10 países com mais alto risco de bancarrota.
A agência Bloomberg já coloca em causa a própria análise sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa realizada pelo Fundo Monetário Internacional na 5ª revisão regular do plano de ajustamento.
O agravamento do contexto externo, com a entrada oficial em recessão da zona euro no terceiro trimestre deste ano, também não abre perspetivas optimistas. E os mercados da dívida sinalizam cada vez mais que a sua perspetiva sobre o futuro da economia portuguesa e do próprio ajustamento é tudo menos otimista.
Ninguém acredita que a recessão fique apenas em 1% no próximo ano, base no qual está construído o OE/2013. E do FMI às Nações Unidas, passando pela União Europeia, adensam-se as dúvidas e as críticas a um ajustamento em 2013 que virá em 80% do aumento dos impostos.
Mas perante tudo isto, o que faz o Governo e o ministro das Finanças em particular? Como o sargento que confia cegamente no que está a fazer, manda os soldados continuar a marchar, apesar de ser evidente o precipício no qual todos vão cair.
Devem-se manter todos os cortes na despesa e ir mais além, onde for possível. Mas, por favor, deixem a economia respirar! Não aumentem a carga fiscal sobre os contribuintes individuais e coletivos!
O Orçamento do Estado para 2013 é, do ponto de vista fiscal, o precipício em que vão morrer milhões de contribuintes. Por isso, só há uma maneira de parar esta carnificina: é não aprovando o OE/2013. Porque depois da sua aprovação, não haverá recuo e a mortandade de empresas e contribuintes será uma realidade, que tornará o país por longos anos num cemitério da esperança de qualquer vida digna neste retângulo à beira-mar plantado.
6 comentários:
Desde que o "deles" esteja seguro, continue-se a matar o resto!
receberem os subsídios, bem como toda a restante ostentação em todos os campos, não é pouca vergonha, é gozar descaradamente com o povo e mostrar quem manda. Porque essa é a verdade: mandam, continuam a mandar e ninguém que assim não quer pode fazer nada!
De que valeram as manifestações, as greves, o que se escreve em jornais e afins o que se diz...?
Não vale de nada. Continuam a avançar directamente para o fim, sem ninguém poder impedir? Quem manda? Mandam "eles"!
Sinto-me revoltada, mas não quero tornar-me amarga.
Um beijinho
Assim que li a expressão xeque-mate , veio-me logo à ideia que o lugar desta gentalha é mesmo no xadrez.
:)
Isabel,
Sente-se a sua revolta em cada palavra que diz. E é compreensível. Estamos a ser desgovernados, empobrecidos para nada, o país está cada vez pior. Revoltante. Gente sem princípios.
Não sei como é que isto vai acabar. Mas tem que acabar!
Um beijinho, Isabel.
jrd,
Boa ideia. No xadrez. Ao lado do Duarte Lima. Estão bem uns para os outros. Ou com o Vale e Azevedo.
Um abraço, jrd!
Olá,
Estamos todos muito revoltados porque já quase perdemos o fio à meada com tantas taxas, sobretaxas, faz, desfaz, etc. É vergonhoso que estas criaturas (1.500) nomeadas pelo Governo tenham recebido subsídio de férias.
Uns são filhos e outros enteados! Este Governo não tem moral nenhuma, esperemos que isto termine rápido, antes que alguém perca a cabeça...
Um grande beijinho e vamos acreditar num mundo melhor!!!
ME
Olá Maria Eduardo,
O que mais choca é a falta de moral e de ética. e é também pensar que é gente com poucas qualificações já que grande parte dos assessores que contrataram é pouco mais que gaiatagem. e, por outro lado, sub aproveitam as pessoas que estão nos ministérios com pouco que fazer. Faz-me muita impressão isto.
Mas, enfim, adiante.
Um beijinho, Maria Eduardo!
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