Bem. Dormi que nem uma pedra. Sono e cansaço à mistura com um relaxante muscular é cocktail dos bons. Devo ter dormido oito horas e tal sem interrupção. Acordei com uma boa disposição de dar gosto. O dia foi bom, tranquilo, parte em casa da minha mãe com a minha filha e sua trupe. E, claro está, a pequena fera.
A minha mãe preparou o lanche do costume que faz com que os meninos, quaisquer que sejam, fiquem esfomeados mal poem o pé dentro de casa. Cheira a bolos, a crepes, a coisas boas. Tem uma vitalidade invejável a minha mãe. Faz um bolo de cenoura coberto de chocolate que é uma maravilha. E uns crepes que não lhe ficam atrás. Costuma fazer um creme de chocolate para barrar. Outras vezes faz também um doce de ovos que sabe a torta de Azeitão. Também me desforro. Um dia não são dias. Mas estou a comer aquelas gordices e a pensar como hei-de compensar. O pior é que tenho bom apetite, sou um bom garfo.
Anda sempre activa: aulas na univerdidade sénior, ginástica, fisioterapia, compras, tricots e crochet, leituras, tratar da casa, receber a família, fazer caminhadas. Queixa-se que não lhe sobra tempo para descansar. Por isso, está como está, jovem de espírito e, fisicamente, elegante e, salvo as coisecas da idade, de boa saúde.
Quando chegámos a casa, como seria de esperar, o little baby bear caiu a dormir. Ficou na sala da lareira que foi onde aterrou.
Quando acordou, largou a correr e entrou aqui na sala da televisão como um touro desembolado. O que ele para aqui fez nem sei explicar. Espalha-brasas, foguete canino. Hiperactivo.
Uma vez vi-os ao vivo. Tinha levado para o lanche dos filhos: pacotes de sumo, pacotes de bolachas e de guloseimas. Voltei a alertar para o elevado poder calórico de tudo aquilo. A resposta foi a mesma: que quer que eu faça? já não sei que lhes dê, não querem outra coisa.
Não sou entendida e, se calhar, o problema da hiperactividade dos miúdos é coisa deles e nada a ver com o exagero que ingerem.
Mas uma coisa é certa: não sei o que sentem os hiperactivos mas uma coisa deve ser certa: conviver com um ser hiperactivo é muito cansativa para os outros. Pelo menos nós dois, quando ao fim do dia o little baby bear desata a saltar, a querer atacar-nos, a pucxar almofadas, a fazer toda a espécie de disparates, ficamos a ponto de rifá-lo. Bem tento puxá-lo para o meu colo para ver se nos meus quentinhos se deixa contagiar pelo mimo. Mas é sol de pouca dura.
Mas ainda não consegui ser bem sucedida de forma sustentada. E, agora que ele já adormeceu, estou aqui só a cair para o lado. Portanto, assim sendo e nada mais havendo a acrescentar, o que eu estimo é o que eu desejo.
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E, já agora, por falar em hiperactividade, "Make 'Em Laugh" pelo hiperactivo Donald O'Connor
1 comentário:
“ … se existissem pedopsiquiatras quando nasceu ... estaria LIXADO.
Ter-lhe-iam diagnosticado enquanto criança como HIPERACTIVO,
enquanto adolescente como BORDERLINE
e como adulto seria seguramente um BIPOLAR …”
A partir do minuto 3,40
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/antonio-coimbra-de-matos/
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