sábado, maio 23, 2020

Na volta, está na altura de eu fazer um post a dizer que é 'porque hoje é sábado'





O que se passa é que nos pomos a ver a Grace e Frankie -- e quase começo a perceber aquela pancada de quem se põe a ver séries e papa às dúzias de episódios por dia -- e depois, quando vão para os respectivos aposentos, já eu estou mais lá do que cá e hoje adormeci de vez e, quando comecei a acordar, fui ler os comentários e os mails e ver se o mundo estava no mesmo sítio e, entre adormecer e querer acordar e querer ganhar energia para responder capazmente aos comentários, o tempo foi passando e agora já são quase três da manhã e estou com a cabeça vazia, sem argumentos, sem convicções, sem memórias, sem vestígios de opiniões, incapaz de dizer o que quer que seja.


Gostava de falar da fauna que nos aparece e nos surpreende mas também não consigo que os dedos se abalancem a tanto animal. Hoje até um misto de lagarto e criatura pré-histórica apareceu, e isto viu a minha filha que, para o atestar, tirou uma fotografia. Não sei. E ouvimos distintamente os burros a zurrar não se sabe onde, algures na serra ou no vale ou os mugidos das vacas que pareciam vindos logo dali. Qualquer dia, quando dermos por ela, estamos com uma vaca ao lado.

Ontem, enquanto estava na espreguiçadeira, chegou um cão e, enquanto fixava a minha filha, alçou a pata e urinou no portão que separa a casa do telheiro. E não sei se já vos falei do ratinho que por ali andou a saltitar, no meio da lenha, também debaixo do telheiro, nos degraus que vão do jardim para a zona das laranjeiras, completamente desorientado por se ver no meio de gente aos gritos. Acabou por fugir para o campo e ainda deve estar a processar o que lhe aconteceu. Dos pássaros nem vale a pena falar. Há-os de todas as cores e cantam de dar gosto. E borboletas? tantas. Belíssimas. Hoje veio uma amarela ao meu lado, de um amarelo vivíssimo, escandalosa de tão bela.


Não sei como vou conseguir viver na cidade depois desta experiência imersiva no campo profundo, dias inteiros sem se ver vivalma que não nós, os da casa. 

E é isto. Queria falar das virtudes do teletrabalho e de como seria bom para o país, em especial para o interior, se as pessoas pudessem trabalhar a partir de onde quisessem (isto no caso em que as funções o permitem, claro) mas a verdade é que ainda não aprendi a dosear a forma como deixo que o trabalho me absorva e, talvez por isso, chego ao fim do dia a precisar de descanso. Apesar disso, voto a favor até porque o mal deve estar em mim que sou de excessos.

E pronto, é isto. Espero que, já que daqui, do que escrevo, hoje não dá para mais do que isto, gostem da boa onda das músicas que me apetece partilhar convosco.


_____________________________________________________

As fotografias mostram as esculturinhas que Salavat Fidai esculpe na ponta dos lápis. Há malucos para tudo e este é dos criativos.
_____________________________________________________


E um belo e caloroso sábado!

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá bom dia UJM
...e já experimentou ver, também na Netflix, a nova série "White Lines", com o nosso grande Nuno Lopes e também, embora num papel mais secundário, com o nosso Paulo Pires? Também prende a atenção e o Nuno Lopes está a revelar-se um bom ator a nível internacional. Há umas semanas atrás, vi uma entrevista que ele deu a um dos canais de televisão e não me apercebi do protagonismo que teria na série, pois falou sem qualquer tique de vedeta e sem sombra de vaidade. E, de facto, é um dos atores principais.

Um sábado muito bom.

Filo

Paulo B disse...

Vi o título e pensei que vinha aí o "Porque hoje é sábado":
https://youtu.be/jpfymRLaPaA

Abraço!