domingo, julho 29, 2018

Demografia


A demografia é coisa que se lhe diga. A política tende a preferir cavalgar a onda da opinião pública mais imediata e a descurar questões de fundo. Por isso, em vez de estar na base das principais medidas de fundo, a demografia é coisa que passa ao lado da conversa política. Quebra de natalidade nuns sítios, população a crescer demais noutros, movimentos migratórios descontrolados, crises e guerras, etc e tal -- temas que apenas vêm à baila quando algo de mais dramático chama a atenção dos media. E, no entanto, são factores como estes que influenciam uma sociedade na sua matriz essencial.

Um país com uma baixa natalidade pode tentar evitar a quebra da população activa fomentando uma regulada e bem integrada política de imigração. Por outro lado, contrariar uma baixa natalidade não é oferecer chegues de mil euros por cada criança nascida ou apenas falar disso quando o rei faz anos. É preciso muito mais e não é coisa que se consiga rapida ou facilmente. Creches gratuitas, horários reduzidos e flexíveis durante os primeiros dois ou três anos dos filhos, possibilidade de os pais poderem dispor de uma bolsa de horas para idas ao médico ou a reuniões na escola, etc, etc, etc. Só com uma vida estável e facilitada é que os jovens decidirão ter mais filhos. Mas não só. A precaridade em algumas franjas do mundo laboral, os ordenados extremamente baixos e a ausência de perspectivas de progressão farão com que a decisão de ter filhos vá sendo protelada. Não são medidas isoladas que resolverão o que quer que seja: tem que haver uma compreensão global do que torna uma sociedade saudável, sustentada e feliz: tem que haver um programa amplo, transversal, com uma forte componente cultural a suportar a mudança sociológica que é indispensável.

O vídeo abaixo é interessante e mostra o crescimento ou decrescimento da população do mundo.


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