E pouco mais tenho a dizer depois o ouvir o Eduardo Dâmaso a monopolizar (com a sua presciência, assertividade e auto-segurança) o Prós e Contras. Já calou a Fátima Campos Ferreira, já calou a Maria José Morgado. o Juíz, o Advogado e o Professor que ali estão -- e todos quantos na plateia pensem que têm uma palavra a dizer sobre o tema.
Arrasem o Ministério Público, arrasem os tribunais, arrasem o Parlamento, arrasem até a Presidência da República. Não fazem falta. Não acrescentam. Não têm a necessária coragem. Não sabem. Em representação de todos e acima de todos basta o Dâmaso.
O Dâmaso sabe que Pinto Monteiro não exerceu as suas funções ou exerceu-a de conluio com obscuros interesses. O Dâmaso sabe, no País, em cada ano, quem subornou, quem roubou, quem manipulou, quem escondeu. O Dâmaso sabe tudo.
O processo foi liquidado? O Dâmaso sabe que o foi a partir de cima. O Dâmaso sabe. O Dâmaso conta como foi.
Jornais à porta das casas onde vão decorrer buscas? -- Ora, ora, diz o Dâmaso, isso sempre aconteceu. Mesmo antes de elas acontecerem? -- Ora, ora, sorri o Dâmaso. E no seu sorriso a gente percebe a superioridade de quem sabe.
O silêncio segredo de justiça foi violado? O Dâmaso sabe por quem. O Dâmaso sabe porquê.
Alguns jornais nunca trazem algumas notícias nas primeiras páginas? -- Vão acabar, vaticina o Dâmaso. Ele sabe.
O Dâmaso conhece os podres e as intimidades do país. Quem, como, quande, onde. O Dâmaso sabe tudo.
O Dâmaso conhece os podres e as intimidades do país. Quem, como, quande, onde. O Dâmaso sabe tudo.
O Dâmaso não tem dúvidas. De nada. O Dâmaso não tem medo. De nada. O Dâmaso sabe muito. De tudo.