Chego a sexta feira à noite com vontade de virar do avesso a semana que acabei de viver. Há coisas que são tão tenebrosas que só me dão vontade de rir. Outras tão parvas que só me apetece fazer parvoíces ainda maiores.
Para acabar o dia em beleza, jantámos num restaurante simpático. De um lado estava um grupo de professoras que não fizeram outra coisa durante todo o santo jantar senão dizer mal de outras, mas mal a sério, uma coisa espantosa tal a quantidade de raiva acumulada. Do outro lado, uma família em que uma mulher falava enervadamente do mal que amigos fingidos lhe faziam no facebook fazendo-se passar por amigos de verdade. E o resto da família dava-lhe estranhíssimos conselhos sobre a forma de desmascarar os hipócritas e vingar-se dos cruéis, ao que ela rebatia com revelações ainda mais parvas que as anteriores mas que desencadeavam, nos outros, curiosas reacções de solidariedade.
E nós no meio, incapazes de dizer mal de quem quer que seja a não ser um do outro. Só que a nós o mau feitio passou mal veio a comida porque, na verdade, o nosso mal era fome.
E, no rescaldo, concluímos que éramos mais felizes por não andarmos metidos no Facebook. E eu falei naquela coisa esperta que o Facebook anunciou: quem não quiser correr o risco de ter a circular fotos ou vídeos comprometedores deve... enviá-los para lá. Dizem que traçam o ADN de cada coisa dessas e, a partir daí, mapeiam essa informação contra o que lá cair, conseguindo identificar se algum meliante ou zinha vingativa lá os quiser pôr.
Mas eu pasmo: será preciso ser-se ainda mais desesperado mental do que os incautos que usam o Facebook para entregar justamente ao Facebook aquilo que se quer esconder. Mas vai haver quem se sinta completamente seguro ao fazê-lo. São os mesmos que acreditam no Pai Natal. Que os há.
Bem.
E nós no meio, incapazes de dizer mal de quem quer que seja a não ser um do outro. Só que a nós o mau feitio passou mal veio a comida porque, na verdade, o nosso mal era fome.
E, no rescaldo, concluímos que éramos mais felizes por não andarmos metidos no Facebook. E eu falei naquela coisa esperta que o Facebook anunciou: quem não quiser correr o risco de ter a circular fotos ou vídeos comprometedores deve... enviá-los para lá. Dizem que traçam o ADN de cada coisa dessas e, a partir daí, mapeiam essa informação contra o que lá cair, conseguindo identificar se algum meliante ou zinha vingativa lá os quiser pôr.
Mas eu pasmo: será preciso ser-se ainda mais desesperado mental do que os incautos que usam o Facebook para entregar justamente ao Facebook aquilo que se quer esconder. Mas vai haver quem se sinta completamente seguro ao fazê-lo. São os mesmos que acreditam no Pai Natal. Que os há.
Bem.
E, na política nacional, a coisa também anda frouxa.
Sem eles, o panorama mediático acinzenta-se. É certo que os números da economia estão mais para o côr-de-rosa mas isso dá é para sorrir de gosto. É que sem totós de jeito, a gente vai rir-se de gozo de quê? Dos moços-candidatos, o Rui e o Pedro, que agora deram em ser mais laparianos que o Láparo? Não posso, não é? Não quero passar por parva. Senão isso, então, de quê? De uma lagarta passeando por entre uma salada comprovadamente biológica? Não dá, não é? Ia defender que pusessem pesticida na salada da escola? Não, não é...? Ou vou falar de quem, na escola, achou que o vídeo não tinha qualidade artística e critica agora a aluna? Não... parece-me motivo meio pífio. Seria bater no fundo: chegar ao ponto de que o único motivo de conversa já não passasse disto.
Entretanto, já cá tenho outra vez na sala o porta-voz de todos os ramos da sociedade portuguesa, seja qual for o ramo e o tema: o ubíquo e omnisciente Marcelo (a quem o E. trata por Marcelo-afilhado), aquele nosso bem conhecido santo padroeiro que dá conta de tudo. Nem sei de que é que agora fala mas reparei que fala com ar de quem sabe de tudo. Para além de ter muito amor para dar, está sempre pronto para dar uma lição ao povo. Mas, enfim, isso já nada tem de novo.
Salva-se, pela graça, a notícia de que alguns gays maléficos andaram a influenciar alguns leões quenianos e de tal forma que já apanharam alguns a reproduzir o que viram. Upa-la-la em cima um do outro. Se isto dá em tudo o que é cão e gato vai ser um ver se te avias a sair do armário
E é isto. E se houver aí alguém que tenha registo de alguma coisa mais importante, que se levante e diga. Senão, ficamos assim.
Ou, então, sou eu que ando com mais sono do que é costume. Tive que madrugar em dois dias e isso desestabiliza-me os humores. A verdade é que o que se passa não me dá pica.E é que nem Madame Teodora (a Cardoso, of course) já consegue entusiasmar-me. Senhora muito datada para o meu gosto. Não está a envelhecer bem. A nível mental, quero eu dizer -- porque, calma aí, a nível físico, está do melhor que há. Não desfazendo.
Faz-me falta o láparo, o Vai-estudar-ó-Relvas, o Ex-Vice-Irrevogável, a Lulu e o seu pit-bull, o Lombinha dos Briefings, o Maçães e as suas polacas. Até do totó do Gaspar e daquele Álvaro com um ar sempre saudável eu tenho saudades para me despertarem os maus instintos. Ou do Cavaco com a sua Cavaca, agora promovida a fada-madrinha do maravilhoso Reino Encantado de São Marcelo. Olha, agora por falar nisso, lembrei-me que, por esta altura, tadinhos (dos Cavacos), haveriam de estar a preparar a árvore de natal para servir de pano de fundo à sua imprescindível mensagem natalícia. Fofos. Eles e a Joana dos naperons e dos tampões. Toda essa gente faz falta para a gente ter com que se rir à séria.
Deveríamos tê-los ainda por aí, todos juntos numa espécie de portugal dos pequenitos, num reality show transmitido em directo, com uma Guilherma a atiçar ânimos e a fazer com que fossem para a cama uns com os outros.
Sem eles, o panorama mediático acinzenta-se. É certo que os números da economia estão mais para o côr-de-rosa mas isso dá é para sorrir de gosto. É que sem totós de jeito, a gente vai rir-se de gozo de quê? Dos moços-candidatos, o Rui e o Pedro, que agora deram em ser mais laparianos que o Láparo? Não posso, não é? Não quero passar por parva. Senão isso, então, de quê? De uma lagarta passeando por entre uma salada comprovadamente biológica? Não dá, não é? Ia defender que pusessem pesticida na salada da escola? Não, não é...? Ou vou falar de quem, na escola, achou que o vídeo não tinha qualidade artística e critica agora a aluna? Não... parece-me motivo meio pífio. Seria bater no fundo: chegar ao ponto de que o único motivo de conversa já não passasse disto.
Portanto, olhem, paciência, nada mais me resta senão tentar aliviar a maçadoria que se acumulou ao longo da semana, procurando cenas que, para mim, valham a pena. Portanto, aqui estão: rãs descaradamente verdes, pretas do além*, uma das quais branca, (e daqui a nada já verão a que propósito se puseram naqueles preparos), crianças metafísicas, majorettes d'après la lettre, uma Melania assombrada na muralha da China, um jordano bué de bacano, todo LGBT. É o género de coisa que me interessa.
Entretanto, já cá tenho outra vez na sala o porta-voz de todos os ramos da sociedade portuguesa, seja qual for o ramo e o tema: o ubíquo e omnisciente Marcelo (a quem o E. trata por Marcelo-afilhado), aquele nosso bem conhecido santo padroeiro que dá conta de tudo. Nem sei de que é que agora fala mas reparei que fala com ar de quem sabe de tudo. Para além de ter muito amor para dar, está sempre pronto para dar uma lição ao povo. Mas, enfim, isso já nada tem de novo.
Salva-se, pela graça, a notícia de que alguns gays maléficos andaram a influenciar alguns leões quenianos e de tal forma que já apanharam alguns a reproduzir o que viram. Upa-la-la em cima um do outro. Se isto dá em tudo o que é cão e gato vai ser um ver se te avias a sair do armário
E é isto. E se houver aí alguém que tenha registo de alguma coisa mais importante, que se levante e diga. Senão, ficamos assim.
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Fotografias quase todas vistas no The Guardian. A dos leões que são macacos de imitação não.
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* Ah, sim. É verdade. Salva-se ainda outra coisa. Oh lá se salva...!
Alice! Alicinha! Vem ver, Alicinha.
* Ah, sim. É verdade. Salva-se ainda outra coisa. Oh lá se salva...!
Alice! Alicinha! Vem ver, Alicinha.
Calendário Pirelli 2018 por Tim Walker
A beleza em negro em Alice no País das Maravilhas. Pura magia.
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E a história das wild roses vai ter que esperar.
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