No título da notícia em francês leio que o conselho é desconcertante. Leio. De facto, fico a modos que desconcertada. Não é que não concorde. A bem dizer, não concordo nem deixo de concordar. Falta-me sapiência para me aventurar por aí. Talvez que, nessas matérias (tais como noutras) o conselheiro em causa tenha mais sabedoria que eu.
Refiro-me a Tom Ford. Tom Ford não é apenas um estilista (e um dos que se recusa a vestir Melania Trump) -- um estilista com marca própria mas que já trabalhou para a Gucci e para a YSL--, é também o realizador do filme de que se fala, Nocturnal Animals, depois de um surpreendente A Single Man.
Mas isso não vem ao caso. A questão é que Tom Ford, numa entrevista à GQ, repetiu a ideia que anos antes já tinha feito sensação: que, em algum momento das suas vidas, todos os homens devem experimentar a sensação da penetração. Leia-se: de serem penetrados.
Diz ele que nem é por motivos sexuais, que é mais para experimentarem a sensação de se ser invadido, a sensação da passividade, da vulnerabilidade, que é do conhecimento das mulheres mas não deles.
(Poderia tecer algumas observações a propósito disto mas vou abster-me e deixar o palco todo para ele. Adiante.)
Transcrevo da entrevista original -- and pardon my french --: (Tom Ford on Sex, Death, and Penetration):
So he says this next thing, and it doesn’t come off as lascivious, the way it might have years ago, but thoughtful and aware: Yes, he says, all men should be penetrated at some point. And not as in emotions. He means: All men should be fucked. “I think it would help them understand women,” he argues. “It’s such a vulnerable position to be in, and it’s such a passive position to be in. And there’s such an invasion, in a way, that even if it’s consensual, it’s just very personal. And I think there’s a psyche that happens because of it that makes you understand and appreciate what women go through their whole life, because it’s not just sexual, it’s a complete setup of the way the world works, that one sex has the ability to literally—and is expected to and is wanted to—but also there’s an invasion. And I think that that’s something most men do not understand at all.”
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Não me pronuncio.
Os meus Leitores homens que ainda apenas conhecem a sensação de ser invasores que decidam por si.
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E, já agora, mais conselhos. Para a menina e para o menino.
Tom Ford’s guide to being as suave as, well, Tom Ford
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E queiram agora, por favor, descer ao encontro da (im)perfeição do que é (in)acabado.
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