Abaixo já comentei o debate na SIC entre os Antónios, faena que correu muito bem a Costa, o qual, apenas por piedade, não completou a lide.
António José Seguro saíu de lá com sorriso amarelo e rabo entre as pernas, fazendo perguntas atrás de perguntas à jornalista que queria saber como lhe tinha corrido o debate, coisa que ele sempre faz quando não consegue articular qualquer raciocínio. Não foi 'Qual é a pressa?' mas foi qualquer coisa nessa base.
Costa saíu tranquilo e confiante: conseguiu encontrar o registo certo em que pode dizer o que pensa, usando de frontalidade mas evitando a flagelação que o outro lhe parece estar a pedir insistentemente.
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Agora estava a escrever isto da flagelação e lembrei-me de um episódio que se passou há uns anos no meu gabinete. Na altura, eu tinha um colega de quem os outros, apesar dele ser casado e pai de família, diziam que era abichanado. Na frente dele não davam a entender nada disso mas na sua ausência tratavam-no por Claudette, imitavam-no, contavam piadas ordinárias que metiam larilagem mas em que o personagem era ele e era uma gozação pegada, coisa de que ele nunca desconfiou dado o alto poder de dissimulação dos colegas, coisa de resto, característica do género masculino.
Um dia, estava eu no gabinete com esse meu colega, entrou um outro que andava em confronto com parte da administração e que, por isso mesmo, estava a ser, de certa forma, penalizado.
Começámos a comentar a situação, eu a aconselhar este segundo a que tivesse sangue frio, que tivesse calma, que não fosse tão preto ou branco, que tentasse contemporizar, e ele a contar-nos novos episódios, demonstrando que os outros eram estúpidos e que muito compreensivo estava ele a ser.
Então o outro colega, o tal de quem diziam coisas, partiu para um inesperado e violento ataque, dizendo que a culpa era dele, que se punha a jeito, que não sabia dizer as coisas, que parecia que estava mesmo a provocar, e que até era bem feito o que lhe estava a acontecer, que andava a portar-se como um puto e mais não sei o quê.
O outro ouvia calado, nem ai nem ui. Eu olhava para ele já com pena, tamanha a tareia que o primeiro lhe estava a dar embora temendo que se virasse e desse alguma resposta agressiva ou inconveniente. Mas não, manteve-se calado, inexpressivo, a olhar para o outro enquanto levava na cabeça.
Aí tocou o telefone ao que diziam ter piquinho a azedo e ele, para que eu e o outro pudéssemos continuar a conversar, foi atender para o corredor.
Mal ele saíu do gabinete, diz o que tinha levado a tareia em silêncio: 'Tu viste. Tu viste'.
E eu, muito admirada: 'Vi? Vi o quê?'
E ele, 'Então não percebeste o que é que ele está a querer...?'.
E eu cada vez mais admirada: 'Não. O que é?'
Responde ele: 'Que eu lhe vá ao cu!'
Levantou-se e foi-se embora todo danado.
Ainda eu estava a digerir e a rir sozinha, entra a Claudette. Não viu o colega e disse: 'Então ele já se foi embora...?'
Confirmei.
Pergunta-me ele, 'Viu?'
E eu muito admirada, 'Vi? Vi o quê?'
E ele, 'Então não viu como ele ficou caladinho...? Veja lá se ele disse alguma coisa... é o dizes... Ele sabe que eu tenho razão, fica caladinho, ai não...'
Devo ter ficado em silêncio, a conter-me para não desatar a rir à gargalhada.
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Bem. Nem sei a que propósito veio isto mas adiante.
Aliás sei, mas não digo até porque não quero que digam que estou a comparar o Seguro com a Claudette já que não tem nada a ver, esse meu ex-colega é inteligente e tem a sua graça.
Mas, portanto, dizia eu que, sobre o debate na SIC, é no post abaixo. Aqui, agora, vou ver se me ocorre alguma coisa mais interessante.
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Poderia claro falar do porta moedas, esse pequeno troikinhas a quem puseram a tomar conta do dinheiro para a ciência e inovação na UE. A ciência e a inovação são importantes, claro que são, mas nesta europa cinzenta, burocrática e retardada, gerir um assunto como este é essencialmente gerir os processos associados a candidaturas e fundos - e aí devem ter achado que o engenheiro civil (que em vez de fazer casas gosta mesmo é de se fazer passar por economista) era rapaz para saber fazer contas e, assim como assim, com esta pasta, não vão ter que o sentar à mesa das reuniões importantes como as que se referem a economia, comércio, defesa, finanças ou qualquer outra coisa mais crítica e, portanto, vêem-se livres de ter que o aturar com aquela vozinha de flautinha. Poderia mesmo falar disso, é certo. Mas não me apetece. O gaitinhas não mexe comigo. Uma questão de química, sei lá. E, até ver, a Comissão Europeia, desde que o cherne por lá deixou aquele cheiro a pexum, também não.
Se esta espécie de esquentador provar que é mais atinado do que o cherne, que tem coluna vertebral e que não se deixa sodomizar a torto e a direito pela Merkel, pode ser que eu, um dia destes, me deite a ver o que eles por lá andam a preparar. Até lá, tenho mais que fazer. Por isso, podia falar nisto, podia. Mas em vez de falatura, sai é uma nega.
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Por isso, vou antes partilhar convosco uma daquelas entrevistas que anda a fazer furor. Até não há muito tempo ninguém sabia quem era o puto. E, de repente, pela sua 'lata', pelo seu sentido de humor, Joe Sabia dá que falar.
Refiro-me à série de "73 Questions" para a Vogue em 2014 em que ousa entrevistar celebridades no seu habitat. Já no outro dia aqui mostrei a entrevista a Sarah Jessica Parker em casa dela. Hoje mostro a entrevista à pressão, divertida, a Anna Wintour, a celebérrima editora-chefe da Vogue americana (que inspirou o filme O Diabo veste Prada).
A que horas se levanta, o que é o mais importante no seu trabalho, prefere vintage ou novo, etc, etc.
A entrevista tem graça não tanto pela sucessão de perguntas e respostas mas, sobretudo, pelo que dá para ver do interior da Vogue (até a Karlie Kloss aparece). E a Anna Wintour tem pinta, usa sempre uns colares com pinta, vestidos com pinta, óculos com pinta e, caraças, mês após mês, dá à luz uma revista com muita pinta.
E tem um gabinete que me faz morrer de inveja!
A entrevista tem graça não tanto pela sucessão de perguntas e respostas mas, sobretudo, pelo que dá para ver do interior da Vogue (até a Karlie Kloss aparece). E a Anna Wintour tem pinta, usa sempre uns colares com pinta, vestidos com pinta, óculos com pinta e, caraças, mês após mês, dá à luz uma revista com muita pinta.
E tem um gabinete que me faz morrer de inveja!
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Bem. Fico-me por aqui enquanto isto está bem comportado, não vá dar-me para mais alguma inconveniência.
Relembro que sobre António Costa ao ataque e António José Seguro com sorrisinho amarelo é favor descerem até ao post já a seguir.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.
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