Depois de no post abaixo ter relatado a proeza do cherne que foi meter-se com o urso e que, por pouco, não ficou logo ali esmagado debaixo da patorra do big bear (o que lhe valeu é que a conversa foi por telefone), aqui, agora, falo de um outro assunto.
Ou melhor, não falo, pergunto.
Será normal que grande parte dos órgãos de comunicação social caiam, uns após outros, nas mãos de empresas angolanas?
Depois do Sol, agora é o I. E quem é o dono? Pois, nem mais: a Newshold, empresa da família de Álvaro Sobrinho, antigo presidente do BESA. Gente fina, portanto, gente acima de qualquer suspeita.
De um lado o tal Sobrinho, de outro o tal Mosquito (DN, Jornal de Notícias, TSF, etc). Um a um os jornais e rádios vão passando para sob a alçada de tão ilustres figuras ligadas ao capital angolano. Não sei de onde lhes veio esta apetência pela comunicação social portuguesa e pela cultura, sempre os tive por ligados a outras actividades. [Não os conheço de lado nenhum, note-se, falo só pelo que se diz por aí].
Será isto normal? Se calhar é.
Para quem não saiba quais os interesses dos dois homens fortes dos media portugueses, aqui fica uma breve resenha:
Do Jornal de Negócios, um apontamento já com um ano:
António Mosquito, o empresário que terá comprado 51% da Controlinveste através de um fundo de capital de risco, tem negócios ligados aos sectores do automóvel, construção civil e petróleos.
Em Angola, é importador das marcas Volkswagen e Audi, sendo também conhecidas as suas ligações à Odebrecht e Teixeira Duarte. Além disso, integra a estrutura accionista da Falcon Oil, uma empresa que possui 10% do Bloco 33.
Do Expresso, um artigo já ultrapassado pelos factos:
Em Portugal, Álvaro Sobrinho está sobretudo ligado aos media e ao desporto, como acionista do Sporting. A entrada no clube de Alvalade ocorreu em 2013, através da conversão de créditos da empresa Holdimo - onde Sobrinho é investidor - em mais de 20% do capital da Sporting SAD.
Na área dos media, Álvaro Sobrinho detém indiretamente - através da família, acionista da Newshold - uma participação de 96% no semanário "Sol". O grupo explora ainda a área comercial do diário "i" e tem um acordo para a sua eventual compra no futuro. O interesse na RTP foi publicamente assumido pela empresa - durante o rocambolesco processo de possível privatização de um dos canais da empresa, entretanto abandonado pelo Governo - com o objetivo de criar um grande grupo de media para o mercado lusófono.
A editora Babel, de Paulo Teixeira Pinto, foi outro investimento recente de Álvaro Sobrinho, que comprou uma participação de 66% através da empresa de capital angolano Seapart, com ligações a Álvaro Sobrinho e à família Madaleno. A operação foi concretizada em 2012, após a saída da Ongoing do capital da editora.
Sobre as cegadas ligadas ao BESA, aos créditos concedidos não se sabe a quem e coisa e tal, nem é bom falar.
O que se vai seguir? Comprarem a RTP? E a Antena 2? E mais? Exigirem ter uma quota de ministros angolanos? E mais uma quota de comentadores angolanos em substituição de alguns desalinhados (sim, porque os papagaios avençados terão sempre lugar em qualquer canal ou jornal)?
Pelo descaminho que isto leva, não me admiraria nada.
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Relembro: sobre o chega para lá que o Putin deu ao Durão, é já a seguir.
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1 comentário:
O TRIO,Mosquito,Sobrinho e Montez,ltda. JORNALISTAS VERTEBRADOS,CUIDADO COM A PICADA dos mosquitos;o É BOLA,PODE ENTRAR...
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