No post abaixo já mostrei uma deliciosa prova de roupas em que um grupo de amigas prova modelitos, uma escolha difícil porque são todos bonitos, originais, muito diferentes uns dos outros. Mais uma das cenas da Porta dos Fundos, uma rapaziada que é muito cá de casa e que conhece bem o género humano.
Mas isso é a seguir. Aqui a cena é outra.
Agora é chegada a vez de Manuela Ferreira Leite: directa, clara, lúcida na TVI perante um rendido Paulo Magalhães.
Manuela Ferreira Leite, no seu imperdível comentário semanal às 22:30 na TVI 24, não as perdoa.
O meu marido só dizia: Mas não há um gajo da oposição que consiga dizer o que ela diz? Um único?!
Não. Existem no PSD ou no CDS mas nenhum com a clareza e acutilância de Manuela Ferreira Leite. Tirando isso, nada.
Ainda ontem António Costa se queixou disso, ao criticar a frouxésima oposição de Seguro. O PS consumido nesta absurda campanha para a qual o Tozé fez a habilidade de remeter o Partido, não olha para fora. Seguro apenas tem olhos para ele próprio e apenas se foca em fugir da própria sombra.
Do PC e BE nem vale a pena falar. Efectivamente fazem o jogo de Passos Coelho e Paulo Portas. Sempre o fizeram, em especial o PCP. Os meus amigos e familiares simpatizantes do PCP que me perdoem mas contra factos não há argumentos. Bem podem teorizar em volta de uma qualquer utopia porque, na prática, as suas atitudes beneficiam sempre o PSD e o CDS. Uma lástima.
Mas, enfim, não há outros mas há a Manuela e, verdade seja dita, chega bem para todos.
Zás, trás, pás, e vai na Maria Luís Albuquerque que ainda bem que se agora se quer juntar ao Grupo do Manifesto dos 70 para renegociar a dívida.
Zás, pás trás, e vai no Passos Coelho que podia ter acedido à vontade de Juncker em ter na Comissão europeia o Silva Peneda a quem estava destinada a importantíssima pasta do Emprego e que, em vez disso, vá lá saber-se porquê, mandou o porta Moedas. (Esta do porta é de minha autoria, claro, que a Manuela mantém a classe enquanto distribuí as bofetadas)
E zás, trás, pás vai no troika-Moedas que, ó ironia..., vai agora gerir os dinheiros para a área mais lesada com os cortes do Governo do qual fez parte, a Investigação e Ciência.
Já antes disso, tinha apontado ao Seguro e zás, pás, trás, que ideia é essa de traição, deslealdade? E só faltou chamar palerma a quem tão infantilmente não conhece as mais elementares regras do jogo democrático.
Ó mulher arretada, que não as perdoa. Vai à esquerda e à direita, mantendo-se leal é à sua consciência e não a impreparados e conjunturais chefes da banda. Admiro esta mulher, juro que a admiro. Tantas vezes devo ter sido injusta com ela no passado. Ou então foi ela que também evoluíu, não sei. Ou fomos as tuas: o tempo passa e traz maior clarividência.
Acho que na próxima vez que esteja sentada ao lado dela no restaurante, me vou levantar e pedir que me autografe o guardanapo.
Bem, estou a exagerar, não sou disso. Mas, se a apanhar a jeito, acho que vou ganhar coragem para lhe agradecer a frontalidade e a coragem como expõe o seu desagrado e desacordo face às políticas deste Coelho que nos desgoverna.
Quando a elogio ao pé dos meus reaccionaríssimos amigos e colegas, quase me fuzilam: E o que é que ela fez quando estava no governo? Ou, intimidadores, Ela devia era estar calada, não tem vergonha em estar a atacar o próprio partido. Rebato-os mas sem sucesso. Mas rebato-os porque tenho que afirmar a minha admiração pelas suas análises sempre tão lúcidas e isentas.
Enquanto Manuela Ferreira Leite falava - e o Paulo Magalhães a olhava com um sorriso compreensivelmente embevecido - e até ao fim, eu ouvia o meu marido a lastimar: Mas porque é que mais ninguém diz isto que é tão óbvio? Que raio anda a oposição a fazer que nunca diz nada disto?
De facto. Que frustração. A diferença que faz uma pessoa inteligente.
Salve Manuela. Que a voz nunca lhe doa.
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Recordo: a Porta dos Fundos, desta vez numa cabine de provas femininas, é já aqui abaixo.
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