No post abaixo já me insurgi contra o trafulha-mor que nos engana com um descaramento que ultrapassa os limites da decência e também contra os palermas dos jornalistas que lhe dão cobertura; e depois, para ver se me me purificava, já clamei por um silêncio branco, mergulhando na pedra limpa e fria, nessa alvura macia que é como um ventre puro ao qual me acolho quando estou muito incomodada.
Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
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Música, por favor
A Leitora JV, num comentário a um post mais abaixo e do qual me permito aqui transcrever uma parte abreviando parte do nome ali referido (mas, lendo o comentário, poderão perceber a que deus adormecido ela se refere), escreveu belas palavras sobre o não-amor.
Mas a que porta veio ela bater, logo à minha que sou toda de amores, amores com todas as letras, amores que começam e acabam ou que duram uma vida, amores de todas as qualidades e feitios.
Eis então as palavras de JV:
O A. é um querido, um homem a sério, romântico até à 5ª casa, só que não mente a si próprio e, como é um tipo decente, também não engana os outros. Não ama, diz que não ama, pronto, aliás o que ele diz é que não há amor. É o que toda a gente pensa e ninguém admite, e depois vêm, a esses sim, as depressões, a procura de um estado de felicidade que não existe e os suicídios, ao que ele responde: amigo, isso é uma parvoíce, puseram-te no mundo para agora te suicidares? Vai à luta, seja ela qual for!
Oh, sim, ele é romântico e apaixonado, agora amor...
Agora depois de ler o corcunda de notre dame, acho que toda a gente fica a saber que essa coisa do amor não existe. O padre coitado tem falta de sexo, a rapariga convence-se de que um tipo reles, mas bonitito, é um herói de contos de fadas (amor? Não, pura ilusão de mulher que enfia as qualidades que quer ver num homem no primeiro que lhe aparece), o amigo poeta ou dramaturgo, ou lá ou que ele é, gosta mais da cabrinha do que da rapariga, o corcunda também tem falta de sexo e de afeto maternal...
Um encantamento, um deslumbramentozito, uns calores, uma ternura especial, tudo em graus diferentes consoante as pessoas... Agora amor...
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Ó deâmbula alma inquieta,
A Delphica Nº1 acabadinha de pousar no meu sofá
porque te moves às cegas
nesse ermo que se enovela
entre o que és e o que pareces?
Por que te pões tão secreta,
se debaixo de teus véus
todos logo te percebem
nos mil papéis que interpretas?
Por que temes, alma inquieta,
esse dia em que, perplexa,
souberes que não te hospedem
o paraíso ou o inferno?
(...)
Sê mais sábia, ó alma inquieta,
se concede que te levem
as águas em que navegas
sem bússula ou planisfério.
Sê mais sábia - e não espera
que te curem das mazelas
esses deuses a quem rezas
e que, surdos, te desprezam.
*
O amor em dias de chuva
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- A música é Baby, I'm a fool de Melody Gardot
- O poema é Ó deâmbula alma inquieta de Ivan Junqueira in Delphica, letras & artes nº 1 (publicação a quem desejo a melhor sorte: tomara que vingue!)
- As imagens mostram a luxuriante cor de 2014, o Orquídea Radiante, um maravilhoso quase lilás de que eu gosto até mais não poder
- O vídeo mostra um excerto de um dos meus filmes de eleição, o Lady Chatterley
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Relembro: No post abaixo há fúrias e arte em branco.
Convido-vos ainda a irem até ao meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, onde hoje tenho Al Berto dito por Guilherme Gomes e palavras minhas que confessam a minha vida dupla.
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E, com isto e perdida, mas ó senhores, perdida mesmo de sono, incapaz de reler o que quer que seja, e, por isso, desde já me penitenciando por mais do que prováveis gralhas, por agora me despeço.
Tenham, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira!
E, assim como assim... cherchez l'amour.
Tenham, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira!
1 comentário:
Lady Chatelley foi dos primeiros romances que li, tinha para ai 4 anos escondida debaixo do lençol com uma lanterna a pilhas e foi só o começo. Quando li o Primo Basilio adorei, mas só mais tarde percebi a cena. Basilio levou a Luizinha a uma casa, ainda existente na Rua de Santa Bárbara. findo o acto, Basilio cofiando o bigode tirou um pelo da púbis.Só mais tarde relendo, percebi que fizeram sexo oral. Lindas recordações para uma criança irreverente que nada nem ninguém dominava, mas sempre com muito boa educação.
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