No post abaixo falei do assédio que o Um Jeito Manso anda a sofrer por parte de um tal Bruno Maçães e de um tal Marques Guedes; e, por isso, lancei um lancinante apelo a que alguém o venha socorrer senão ainda corro o risco de inconseguir continuar manter-me longe dos níveis frustacionais - e que venha a primeira Sãozinha Esteves e me atire a primeira pedra.
Mas que é lá isso: uma conversa sem soft power e sem mística, perguntam vocês? Temos pena.
Mas isso é a seguir. Agora, aqui, a conversa é outra.
*
Li sem espanto mais uma das maravilhosas crónicas do grande analista Henrique Monteiro no Expresso online. Calibrar - não há como fugir, diz ele.
Seja o que for que os inteligentes do Governo de Passos Coelho & Paulo Portas façam, lá vem ele, armado em tia, dizer que é mau mas que haveremos nós de fazer?, não há volta a dar, era bom que houvesse mas não há, e antes isto que uma coisa pior e, em conclusão, vamos lá a fazer o que eles dizem. E depois enfeita o texto com umas auto-citações, uns raciocínios pretensamente elaborados mas sempre errados do ponto de vista aritmético (mas sabe lá ele o que é aritmética) e, todo contente com a sua própria graça, invariavelmente termina concluindo que é isto e que vá lá que é isto, porque a alternativa seria pior.
Há meses que, mais coisa, menos coisa, anda a martelar neste mesmo registo.
O Governo vai falhando em tudo, vai ficando provado à saciedade que todas as medidas que põem em prática dão resultado contrário ao pretendido - mas nada disso faz soar uma campainha na inteligente cabecinha do Henrique Monteiro.
Parva és tu que ainda lês o que ele escreve, diz-me o meu marido. Pois.
Mesmo sobre esta parvoíce do Governo se vingar do último chumbo do Constitucional (chumbo por uns humilhantes 13-0) com uma provocação descarada, carregando uma vez mais à força toda sobre os funcionários públicos e pensionistas, o Henrique Monteiro vem dizer que tinha que ser e que é melhor isto que qualquer outra alternativa.
Há indivíduos que são assim: parece que gostam de ver sofrer e, até, de sofrer.
Mas, enfim, cada um é como é e nada a fazer. Chato é que gente assim ande a pregar tão fraca doutrina pelos meios de comunicação social mais lidos e vistos do país. Ele é no Expresso online, ele é no Expresso escrito, ele é na SIC. Um perigo, estes arautos do empobrecimento e do retrocesso. Ajudam uma população a mentalizar-se que não outro caminho senão agachar-se e, de preferência, de bico calado.
Adiante.
A ideia agora é outra. Dado que o Henrique Monteiro é pessoa das palavras (e zero de números) daqui lhe lanço uma adivinha: na novilíngua passista o que significará recalibrar um analista?
Se eu fosse a ele, protegia-me.
É que, pelo rumo que isto leva, não tarda que o Governo decrete que, para tapar o buraco (e com estas suas políticas, haverá sempre muitos buracos por tapar), vai ter que recalibrar mais umas medidas.
E vai chegar ao ponto em que já esmifrou até ao tutano os funcionários públicos e os pensionistas e vai começar a virar-se para outros lados, de forma mais selectiva.
E, já viu o Henrique Monteiro, quando o Governo apontar aos analistas?
E vai chegar ao ponto em que já esmifrou até ao tutano os funcionários públicos e os pensionistas e vai começar a virar-se para outros lados, de forma mais selectiva.
E, já viu o Henrique Monteiro, quando o Governo apontar aos analistas?
É que é preciso ter cuidado com a limitação de vocabulário daquela gente. Analista são eles capazes de pensar que tem a ver com o anal dos jornalistas e, nisto de anal e de buracos para tapar e com esta moda de calibrar e mais não sei o quê, já viu o Henrique Monteiro o tremendo risco que corre se eles resolverem recalibrar os analistas?
E, interrogo-me eu: se esse dia chegar, será que vai o Henrique Monteiro também dizer que não há como fugir? Que tem que ser e que podia ser pior...? Não sei. Pergunto.
Por isso, não será de analisar primeiro as alternativas, aconselhar-se junto de quem sabe de números, antes de decretar que sim, vamos lá a isso porque não há como fugir? Ai, Henrique Monteiro, se V. soubesse alguma coisa de matemática saberia que, quando a tendência é decrescente, a derivada é negativa e, quando isso acontece, muitas vezes difícil é saber quando pára. A via para resolver o problema da dívida pública passa pelo estímulo à economia e não por sugar a liquidez circulante através de cortes e mais cortes e mais cortes.
Até a mais maria das marias-vão-com-as-outras tem que chegar a um ponto em que tem que ser capaz de dizer NÃO. Ou não?
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As duas primeiras imagens são as que encimam (ou encimaram) as crónicas do analista Henrique Monteiro e a última acabei eu de a obter fotografando uma imagem do Expresso de hoje.
2 comentários:
O Monteiro é um reles. Uma porcaria de gente. Um provocador. Um asco.
P.Rufino
como ele tem noção disso, daí o , "chamem-me o que quiserem", só por isso já respeito o man.
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