terça-feira, janeiro 06, 2015

Borgen - grande série na RTP 2 ---- ["Era prazer? Era. Mas era mais que prazer. Era alegria."]


Pois é, meus Caros. Como é que eu vou conseguir manter este meu hábito de aqui escrever todas as noites com mais esta tentação no meu caminho?

É que, quando são programas em português, brasileiro e, vá lá, em inglês, eu ainda consigo desancar no Passos Coelho enquanto me roo de inveja dos belos vestidos de Constança, a fantástica baronesa de Lado a Lado, ou me surpreendo com Manuela Ferreira Leite a dar cabo da fraca figura do outro ainda com mais força do que eu.

Agora uma série em dinamarquês...? Bolas. Tenho que me pôr ali em frente da televisão para ler as legendas. E acaba depois das 11 da noite. Bolas, bolas, bolas. Mas, caraças, que grande série!

Já tinha ouvido falar desta série de culto, imperdível para quem goste de séries sobre política - mas, de facto, que bela série!


Birgitte, a líder dos Moderados que arrasou  no último debate televisivo
antes das eleições ao falar de improviso usando palavras simples e normais
- com o único vestido que lhe servia
(o fato preto que lhe tinham recomendado já não lhe servia)


Ainda hoje a conheci e já estou fã de Birgitte Nyborg, a principal protagonista de Borgen que, inesperadamente e por uma improvável conjugação de factos, se vê Primeira-Ministra.


Birgitte chega ao Borgen na noite das eleições na companhia do marido e dos filhos
(e com um fato preto - debaixo do casacão encarnado - oferecido pelo marido)


Borgen (Danish pronunciation: [ˈb̥ɒːˀʋən]) is a Danish one-hour political drama television series. It tells the story of charismatic politician Birgitte Nyborg who unexpectedly becomes the first female Prime Minister of Denmark. "Borgen" ("the Castle") is the nickname of Christiansborg Palace, which houses all three of Denmark's branches of government: the Parliament, the Prime Minister's Office and the Supreme Court. The title translates roughly as "The Citadel" or "The Castle".
The series stars Sidse Babett Knudsen as Birgitte Nyborg Christensen. The other main actors are Pilou Asbæk as troubled spin doctor Kasper Juul, Birgitte Hjort Sørensen as ambitious news anchor Katrine Fønsmark, and Søren Malling as Torben Friis, editor-in-chief for TV1 News.

Birgitte com o marido e os filhos
(o marido sacrificou 5 anos da sua carreira profissional para a mulher poder ter uma vida política activa
mas, do que hoje se viu, está super orgulhoso da mulher)


Birgitte Nyborg é frontal, mantém uma noção ética da política, preza a família e os filhos, tem um maridão maravilhoso, tem preocupações tipicamente femininas, é sincera, simpática, corajosa. E isto foi o que eu vi no episódio de hoje. Provavelmente, agora que se vai ver à frente do Governo, vamos assistir a uma série de twists e ainda acaba macabramente tacticista ou impura e sacana como o líder dos Trabalhistas ou infeliz e como o dos Liberais.

Mas isso se verá, eu vibro episódio a episódio.

Interessante também o spin doctor, uma criatura que vive dos pontos nas sondagens que imagina que ela vai ganhar ou perder e para quem tudo vale. Ela, às tantas, para exemplificar a tal flexibilidade moral dele, tão característica deste tipo de criaturas, diz-lhe que, se lhe pedisse para ele escrever um discurso sobre a pena de morte, ele lhe perguntaria se queria que ele defendesse o sim ou não. Ou seja, uma criatura que, no fundo, não tem opinião própria (nem moral) e escreve, fala e traça estratégias consoante os dividendos que pensa colher.


Um correlegionário em primeiro plano e, atrás de Birgitte,
o ambicioso Kasper, o responsável pela comunicação (que foi despedido no fim do episódio)


Há também uma altura em que um dos personagens, talvez o líder dos trabalhistas, diz que quem manda num país são os empresários, os políticos e os agentes da comunicação.


E é verdade, na série como na vida real, pelos vistos na Dinamarca como em Portugal. Mas, se fosse em Portugal faltaria incluir os grandes escritórios de advogados.

Borgen - trailer (não arranjei com legendas em português)





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Depois do momento de agrado que tive ao ver esta série cheguei até aqui ao computador e li o comentário da Leitora Rosa Pinto. Sorri. Não podia ser mais a propósito:

Era prazer? Era.
Mas era mais que prazer. Era alegria.
A diferença? O prazer só existe no momento.
A alegria é aquilo que existe só pela lembrança.
O prazer é único, não se repete.
Aquele que foi, já foi. Outro será outro.
Mas a alegria se repete sempre.
Basta lembrar.
  
Rubem Alves

Boas alegrias! 
desejou-me ainda a Leitora - e eu, ao ler estas suas palavras e sentindo-me alegre, agradeci mentalmente os votos. E tomara que sempre ou quase sempre, por motivos simples, fúteis, intensos ou o que forem, eu possa sentir-me alegre e, falando aqui dos motivos das minhas alegrias, possa contagiar-vos um pouco.
.... 

3 comentários:

Vitor disse...

Que belíssima " série" , estimada UJM !
Com muito agrado, acabei de vêr o 1º Episódio.
Não fora a sua " chamada de atenção" , que muito agradeço, perderia este muito bom momento de Televisão e de Política .
Pena a Lingua ( com todo o respeito ) que desconheço e a que não estamos habituados.
Mas. . . está " lá" TUDO !
Melhores Cumprimentos
Vitor

Rosa Pinto disse...

Obrigada.
Contagia. Sorriso!!!!
E, mais uma vez, ALEGRIA.

Joaquim Castilho disse...

Olá UJM

A série é EXCELENTE! Já vi todos osvepisódios das duas temporadas na Net e recomendo-a vivamente!

Um abraço