No post abaixo recusei-me a falar do cherne que por aí anda de porta em porta a ver se alguém o compra. É o compras.
Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
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Afterwards
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Se eu não estivesse já servida, diria que, se fosse coisa que a gente pudesse escolher e depois carregar num botão e sair o produto pretendido, para mim o homem ideal poderia ser uma composição a partir dos seguintes (e atenção que são duas e tal da manhã e eu não tenho tempo para pensar, vou dizer a primeira coisa que me venha à cabeça; se o output não me agradar ponho-o à venda e escolho outro):
- a energia e o sorriso poderia ser o do António Fagundes (aliás, até podia ser o Fagundão todão)
- a voz poderia ser a do Jeremy Irons
- o corpo poderia ser o do Clive Owens ou então o do Zidane
- a perversidade (ou, vá lá, para não parecer tão mal: a malícia) poderia ser a do Malkovich
- o olhar e a suavidade (a até podia vir também a voz, para quando a do Jeremy estivesse cansada de tanto me dizer poesia ao ouvido) poderia ser o do Ralph Fiennes
- a maneira de beijar poderia ser a do Richard Gere
e não falo de outros atributos (não menos importantes) para isto não ficar comprido e chato demais.
Se eu fosse habilidosa fazia aqui uma fotomontagem e avaliaria a qualidade do resultado e se, de facto, valia a pena ficar com o produto da minha imaginação. Como não sou, paciência, fico-me pelas palavras.
Se eu fosse habilidosa fazia aqui uma fotomontagem e avaliaria a qualidade do resultado e se, de facto, valia a pena ficar com o produto da minha imaginação. Como não sou, paciência, fico-me pelas palavras.
E vem isto a propósito de quê?
Eu conto. A marca de lingerie Bluebella pediu a um grupo de mulheres que dissesse o que para si era a mulher perfeita.
Depois foi pedido o mesmo a um grupo de homens.
Pois bem: enquanto as mulheres acham que a mulher perfeita é alta, magra, esguia, cabelos fortes e quase lisos, os homens idealizam uma mulher com curvas, ancas largas, seios fartos, cabelo desordenado e até, imagine-se, um pouco de barriga. Os homens não se sentem atraídos pela suposta perfeição.
Boas notícias, portanto.
Boas notícias, portanto.
Depois a experiência foi a inversa: o homem ideal para ela e para ele. Os resultados provam que os homens acham que o homem ideal tem uns bíceps brutais, uma carinha perfeita, enquanto as mulheres preferem alguma imperfeição no rosto, no cabelo, nada de músculos à bruta.
Bate certo.
Bate certo.
No entanto, a mim nenhum destes me conquistaria. Têm músculo a mais e patine a menos. Provavelmente as mulheres inquiridas seriam pouco mais do que adolescentes, ainda não tinham o gosto apurado.
E por aqui me fico - e cada um agora que se compare com a imagem ideal.
E por aqui me fico - e cada um agora que se compare com a imagem ideal.
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A voz lá de cima é, claro, a de Jeremy Irons lendo Afterwards de Thomas Hardy:
When the Present has latched its postern behind my tremulous stay,
And the May month flaps its glad green leaves like wings,
Delicate-filmed as new-spun silk, will the neighbours say,
'He was a man who used to notice such things'?
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NB: Não queira descer até ao post seguinte. Depois destes homens decentes e apetecíveis, para quê ver um cherne malcheiroso?
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Desejo-lhe, meu Caro Leitor, um belo domingo!
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4 comentários:
Sim, ficaria uma composição interessante,tirando um ou outro aspecto.
Além da forma de beijar juntaria o cabelo de Richard Gere. Mas e o interior?
Por mim dou-me por satisfeita com o exemplar cá de casa, tem boa figura, a tal patine que a idade traz, humor qb. Mas se lhe pudesse tirar um pouco da teimosia, do prefeccionismo, do refilar, dos dias em que acorda zangado com o mundo, ficaria o homem ideal.
Ujm
Ri-me a bom rir.
Comprava o seu robot, dado que preenchia os meus requisitos. E perdia para si, claro, gira e cheia de genica!
Acrescentava, contudo, um pouco da França. E ficava perfeito.
Olá Pôr do Sol,
Tem razão. O interior também é importante e eu dia destes vou preencher o invólucro.
Mas terei que pensar bem. Ontem quando escrevi isto já passava das 2 e já não deu para grandes reflexões.
Eu também me considero bem servida mas, claro, se pudesse faria uma ou outra modificação mas tinha que a fazer com muito cuidadinho não fosse desconjuntar o conjunto. A paciência que ele tem comigo merece bem que eu não arrisque e o deixe ficar com algumas imperfeições...
Beijinhos, Sol Nascente!
Helena, sabe lá se perdia para mim...! Eu não me sentiria nada tranquila consigo por perto, teria que trazer o meu robozinho pela trela não fosse ele pôr-se a catrapiscá-la.
Terei que o aperfeiçoar. Tem razão. Um toque de França é essencial nem que fosse para me levar a comer umas ostras au naturel com um belo vinho branco bem gelado e para, no fim, me dizer, em voz já com um leve grão, 'mon amour'. Mas um toque de italiano também não faria mal nenhum. Um italiano de tipo Al Pacino e agora que falo nele, penso que seria essencial que me levasse a sucumbir-lhe nos braços enlevada por um belo tango.
Acho que me vou dedicar a fabricar robots masculinos, uma coisa de tipo homens insuflados mas em versão sofisticada. Ideias de negócio não me faltam.
Um dia que avance, convido-a para sócia. Boa?
Um abraço, Helena.
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