domingo, abril 13, 2014

Vou definir o meu homem ideal. Desafio-o, meu Caro/a Leitor/a, a fazer o mesmo. E depois veja as diferenças de escolhas consoante o seu sexo.


No post abaixo recusei-me a falar do cherne que por aí anda de porta em porta a ver se alguém o compra. É o compras.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.

________

Afterwards




________


Se eu não estivesse já servida, diria que, se fosse coisa que a gente pudesse escolher e depois carregar num botão e sair o produto pretendido, para mim o homem ideal poderia ser uma composição a partir dos seguintes (e atenção que são duas e tal da manhã e eu não tenho tempo para pensar, vou dizer a primeira coisa que me venha à cabeça; se o output não me agradar ponho-o à venda e escolho outro):


  • a energia e o sorriso poderia ser o do António Fagundes (aliás, até podia ser o Fagundão todão)

  • a voz poderia ser a do Jeremy Irons

  • o corpo poderia ser o do Clive Owens ou então o do Zidane
(mas não podendo vir só o corpo, poderia vir também a cabeça)








  • a perversidade (ou, vá lá, para não parecer tão mal: a malícia) poderia ser a do Malkovich
  • o olhar e a suavidade (a até podia vir também a voz, para quando a do Jeremy estivesse cansada de tanto me dizer poesia ao ouvido) poderia ser o do Ralph Fiennes





  • a maneira de beijar poderia ser a do Richard Gere 

e não falo de outros atributos (não menos importantes) para isto não ficar comprido e chato demais.

Se eu fosse habilidosa fazia aqui uma fotomontagem e avaliaria a qualidade do resultado e se, de facto, valia a pena ficar com o produto da minha imaginação. Como não sou, paciência, fico-me pelas palavras.

E vem isto a propósito de quê?

Eu conto. A marca de lingerie Bluebella pediu a um grupo de mulheres que dissesse o que para si era a mulher perfeita.

Depois foi pedido o mesmo a um grupo de homens.

Pois bem: enquanto as mulheres acham que a mulher perfeita é alta, magra, esguia, cabelos fortes e quase lisos, os homens idealizam uma mulher com curvas, ancas largas, seios fartos, cabelo desordenado e até, imagine-se, um pouco de barriga. Os homens não se sentem atraídos pela suposta perfeição.

Boas notícias, portanto.




Depois a experiência foi a inversa: o homem ideal para ela e para ele. Os resultados provam que os homens acham que o homem ideal tem uns bíceps brutais, uma carinha perfeita, enquanto as mulheres preferem alguma imperfeição no rosto, no cabelo, nada de músculos à bruta.

Bate certo.




No entanto, a mim nenhum destes me conquistaria. Têm músculo a mais e patine a menos. Provavelmente as mulheres inquiridas seriam pouco mais do que adolescentes, ainda não tinham o gosto apurado.

E por aqui me fico - e cada um agora que se compare com a imagem ideal.

____

A voz lá de cima é, claro, a de Jeremy Irons lendo Afterwards de Thomas Hardy:

When the Present has latched its postern behind my tremulous stay,
And the May month flaps its glad green leaves like wings,
Delicate-filmed as new-spun silk, will the neighbours say,
'He was a man who used to notice such things'?

_______________


NB: Não queira descer até ao post seguinte. Depois destes homens decentes e apetecíveis, para quê ver um cherne malcheiroso?

______________________


Desejo-lhe, meu Caro Leitor, um belo domingo!

______________________

4 comentários:

Pôr do Sol disse...

Sim, ficaria uma composição interessante,tirando um ou outro aspecto.
Além da forma de beijar juntaria o cabelo de Richard Gere. Mas e o interior?
Por mim dou-me por satisfeita com o exemplar cá de casa, tem boa figura, a tal patine que a idade traz, humor qb. Mas se lhe pudesse tirar um pouco da teimosia, do prefeccionismo, do refilar, dos dias em que acorda zangado com o mundo, ficaria o homem ideal.

Helena Sacadura Cabral disse...

Ujm
Ri-me a bom rir.
Comprava o seu robot, dado que preenchia os meus requisitos. E perdia para si, claro, gira e cheia de genica!
Acrescentava, contudo, um pouco da França. E ficava perfeito.

Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

Tem razão. O interior também é importante e eu dia destes vou preencher o invólucro.

Mas terei que pensar bem. Ontem quando escrevi isto já passava das 2 e já não deu para grandes reflexões.

Eu também me considero bem servida mas, claro, se pudesse faria uma ou outra modificação mas tinha que a fazer com muito cuidadinho não fosse desconjuntar o conjunto. A paciência que ele tem comigo merece bem que eu não arrisque e o deixe ficar com algumas imperfeições...

Beijinhos, Sol Nascente!


Um Jeito Manso disse...

Helena, sabe lá se perdia para mim...! Eu não me sentiria nada tranquila consigo por perto, teria que trazer o meu robozinho pela trela não fosse ele pôr-se a catrapiscá-la.

Terei que o aperfeiçoar. Tem razão. Um toque de França é essencial nem que fosse para me levar a comer umas ostras au naturel com um belo vinho branco bem gelado e para, no fim, me dizer, em voz já com um leve grão, 'mon amour'. Mas um toque de italiano também não faria mal nenhum. Um italiano de tipo Al Pacino e agora que falo nele, penso que seria essencial que me levasse a sucumbir-lhe nos braços enlevada por um belo tango.

Acho que me vou dedicar a fabricar robots masculinos, uma coisa de tipo homens insuflados mas em versão sofisticada. Ideias de negócio não me faltam.

Um dia que avance, convido-a para sócia. Boa?

Um abraço, Helena.