sexta-feira, março 14, 2014

Manuela Ferreira Leite, subscritora do 'Manifesto dos 70' a favor da Reestruturação da Dívida, diz que não deve nada a ninguém, não tem que agradecer nada a ninguém, nem nunca pediu nada a ninguém - e que, portanto, é uma mulher livre que pensa pela sua cabeça e se preocupa pelo destino do País. Ao ouvi-la, percebi que ela só não parte para a desgraça, dando um tareão no Passos Coelho, porque não deve estar para sujar as mãos. Estive a vê-la na TVI 24: a raiva que ela mostra por essa gentalha que não sabe o que é a democracia, os mercados, a soberania, a verdade, a gestão da dívida, etc, é tão forte que eu quase juraria que a ouvi a ranger os dentes de fúria. Percebo-a.


No post abaixo já me descontraí, já mergulhei um pouco, ao de leve, muito ao de leve, no mundo Chanel. Pela mão de Karl Lagerfeld e com Geraldine Chaplin, maravilhosa, percebemos a raça desta mulher magra e voluntariosa que trouxe glamour à moda e a transformou numa forma de negócio moderna e potencialmente lucrativa.

Uma coisa bonita de se ver. Abaixo.

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Aqui agora falo de uma outra mulher corajosa e, à sua maneira, elegante. Aliás, elegante mesmo, moderna. Manuela Ferreira Leite.


Manuela Ferrreira Leite subscritora do Manifesto dos 70
 fala do documento e dos que tão estupidamente o criticaram,
 alguns sem o terem lido, outros sem o terem percebido




Aqui há tempos via-a justamente no Mandarim do Estoril (de que falei aqui no outro dia) e constatei o seu lado afável, familiar. Mas adiante que isto é apenas uma pequena fofoca que não tem nada a ver.

Estive agora a vê-la com o Paulo Magalhães na TVI 24. Uma loba. Uma leoa.

Não teve medo de assinar e dar a cara por um Manifesto ao lado de Louçã, Carvalho da Silva e outros de quadrantes políticos bem diferentes do seu. Pessoas assim, que ultrapassam divergências em nome de mais altos interesses, os interesses nacionais, são pessoas que temos, forçosamente, que respeitar e ouvir. Não estamos a falar de pessoas à toa: estamos a falar de gente que foi ministra, que é culta e informada, empresários, professores universitários, deputados ou ex-deputados, ex-Secretários de Estado, ex-Governadores do Banco de Portugal, (ex)Assessores do Presidente da República, o Presidente da CIP, etc. A lista é variada e heterogénea. E deveria encher a todos de orgulho.

Falar destas pessoas e do documento que ontem aqui transcrevi na íntegra com um despudor estúpido, só revela uma estupidez primária.

Manuela Ferreira Leite, hoje na televisão, não podia ter sido mais directa.

Eu tantas vezes aqui já vos mostrei a minha raiva por ver tão impreparada e incompetente gente a destruir o meu País. Mas imagino o que sentirá, então, Manuela Ferreira Leite. Ela, sobre o que há de mais fundamental, pensa o mesmo que eu - mas ela já teve outras responsabilidades políticas, ela já foi ministra das Finanças, ela já foi líder do Partido que está a fazer isto. Por isso, a angústia dela deve ser ainda superior à minha.

O que ela mostrou sentir em relação a Passos Coelho e à sua vil reacção, bem como em relação a todos os pequenos papagaios, caniches amestrados, marionetas, vendidos e avençados, e demais cambada, ficou absolutamente explícito: ela despreza-os. E despreza-os muito bem. 

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Outro dos que assinou o manifesto e se bate por ele, é alguém que admiro especialmente e de quem aqui já outras vezes falei. A sua crónica no DN desta quarta-feira merece atenção:


Os homens não são todos iguais por Viriato Soromenho Marques


O manifesto propondo a reestruturação da dívida foi conhecido no mesmo dia em que o INE revelava os resultados da política levada a cabo pela troika com a cumplicidade entusiástica deste governo. Como se fosse uma lista de baixas numa guerra, ficámos a saber que o PIB do país recuou ao nível do ano 2000 e o emprego tombou até ao ano de 1996. Em dois anos e meio foram destruídos 328 mil empregos. Tudo isto para combater uma dívida pública bruta excessiva, que, no mesmo período, subiu de 94% para quase 130% (ultrapassando em 15% as precisões da troika)! Este manifesto limita-se a olhar a realidade de frente: o País caminha para o suicídio, e é preciso mudar o rumo. No quadro europeu. Pesando o interesse de Portugal, mas também o interesse comum do projecto europeu, de que muita gente, em Bruxelas e Berlim, parece ter-se esquecido. Perante isso, o primeiro-ministro, e uma escassa legião de escribas auxiliares, acusam os subscritores do manifesto de "pôr em causa o financiamento do país", de "inoportunidade", e, até, de falta de patriotismo. No século xix, dois grandes europeus, Antero de Quental e Nietzsche escreveram, ao mesmo tempo, quase a mesma coisa: o que separa os homens é a maior ou menor capacidade que têm de "suportar" a verdade de que depende a dignidade da vida. A verdade dói, mas a mentira mata. Tenho muito orgulho em ter assinado este manifesto ao lado de Manuela Ferreira Leite, ou Bagão Félix, pois a diferença crucial não é entre esquerda e direita, mas entre a verdade e a mentira. O que une este governo, e o atual diretório europeu, é a ligação umbilical entre o seu poder e a mentira organizada. O país e a Europa só poderão sobreviver se forem resgatados de líderes medíocres, com fobia da verdade.


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Acabo de ouvir, também na TVI 24, o pequeno caniche descabelado a gritar, histérico, contra a reestruturação da dívida porque, diz o caniche, reestruturar a dívida, significa perdão da dívida. Os outros explicam-lhe que não, que não é sinónimo. Mas ele não atinge tal coisa. 

Digo eu: dizer reestruturar a dívida é como dizer arrumar a casa. Claro que uma pessoa para arrumar a casa pode pegar no que está fora do sítio e deitar tudo janela fora. Ou selar as divisões que estão bagunçadas. Pode.

Mas geralmente não é isso que se faz: limpa-se, varre-se, aspira-se, põe-se no sítio. Pode até acontecer que se deite fora algum lixo (se declaradamente o houver). Mas entre isso e dizer que arrumar a casa é selar a casa ou deitar-lhe fogo vai uma grande diferença. Só gente estúpida ou de má fé pode pensar isso.

Alguém explica isso ao caniche histérico?

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Sentida, daqui agradeço ao Viriato, à Drª Manuela Ferreira Leite, ao Dr. Bagão Félix, ao António Saraiva (a quem ontem gabei a pachorra de aturar o destituído Gomes Ferreira), e todas as pessoas inteligentes, patriotas, livres, corajosas que escreveram, assinaram e defenderam o Manifesto a Favor da Reestruturação da Dívida. Tomara que o seu esforço valha a pena. Tomara.


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A quem precise agora de espairecer e queira penetrar no ambiente íntimo do atelier de Miss Coco Chanel, convido a descer um pouco mais. Karl Lagerfeld estará lá para vos receber. Geraldine Chaplin está fantástica, é o que vou já avisando.


3 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo este seu Post! De acordo! Nem mais!
P.Rufino

lino disse...

Manuela Ferreira Leite é farelo do mesmo saco. Porque é que não investiga a negociata que ela permitiu autorizando a CDG a comprar a Império Bonança ao BCP e não apura qual foi o valor roubado aos contribuintes?
Abraço

Anónimo disse...

Há que dar razão a Lino. Fui ver. Já me ía esquecendo. É certo que MFL tem tido uma postura, ultimamente, com a qual concordo e boa parte. Mas, o passado, como aqui nos recorda Lino, não deve ser esquecido. Mas, seja como for, as maldades que MFL particou ao tempo, não se comparam com a devastação inacreditável que este governo de patifes tem vindo a praticar. Digamos que MFL se estará a redimir. Será? Oxalá! Apesar de tudo e do muito que poderia apontar a MFL, e há matéria q.b, dormiria melhor, mais descansado - hoje - se ela fosse PM, do que este cabotino do Passos (na manhã seguinte já tenho menos uns tostes no bolso, por certo).
P.Rufino