Este é o terceiro post desta noite. Aliás já estava a escrever o quarto quando ouvi esta notícia.
Eu sei que, quando foram ministros, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix não foram impolutos e, na altura, muitas vezes o critiquei. Não tinha blogue nessa altura nem sei se já os havia nessa altura. Mas, nos meus círculos, sempre fui opinativa e, do que me lembro, sempre tive um pé atrás em relação a eles. No entanto, meus Caros, entre Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix e esta gente impreparada, ignorante, sem moral, gente que não sabe o que é a pátria ou que desconhece conceitos como solidariedade, justiça social ou ética, vai um mundo de diferença. Não há comparação possível entre eles e Passos Coelho, Paulo Portas, Albuquerque, Gaspar. É outra gente.
E, admitindo que todas as pessoas erram e todas as pessoas de bem merecem que as perdoemos e lhes concedamos uma segunda oportunidade, o que tenho a dizer-vos é que me vejo a concordar com muita frequência com as posições que têm defendido e devo, mesmo, confessar que os acho corajosos e patriotas. Sabendo que os iriam acusar de tudo e mais alguma coisa, eis que ambos se levantam e, sem medo, dizem o que pensam, batendo-se como uns leões pelo País e pelos seus concidadãos.
Claro que há 74 pessoas e estou a falar apenas em Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix. Mas, enfim, pelo inesperado que é, dado virem exactamente dos dois partidos da coligação governamental e dado terem sido ambos Ministros das Finanças, acho que merecem um louvor especial.
Pois bem. Já não são apenas 74 personalidades nacionais que defendem que a dívida é impagável nos moldes em que as coisas estão a decorrer e que a única solução é que se invertam as políticas e se proceda à sua reestruturação. Agora há mais 74. Vêm de vários países e têm diferentes profissões.
São mais de 70 nomes prestigiados e este apoio internacional é importantíssimo.
Transcrevo o início do artigo do Público:
São 74 economistas estrangeiros que agora se vêm juntar às 74 personalidades portuguesas que, na semana passada, publicaram um manifesto a defender a reestruturação da dívida pública nacional. São economistas, muitos com cargos de relevo em instituições internacionais como o FMI, editores de revistas científicas de economia e autores de livros e ensaios de referência na área.
Estes economistas assinam um documento – com um conteúdo muito semelhante ao manifesto promovido por João Cravinho – intitulado “Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade”, no qual manifestam total concordância com o documento subscrito por vários políticos portugueses (de Manuela Ferreira Leite a Francisco Louçã), empresários, sindicalistas, académicos e constitucionalistas.
Neste novo manifesto, os 74 economistas estrangeiros dizem apoiar “os esforços dos que em Portugal propõem a reestruturação da dívida pública global, no sentido de se obterem menores taxas de juro e prazos mais amplos, de modo a que o esforço de pagamento seja compatível com uma estratégia de crescimento, de investimento e de criação de emprego”.
Subscrevem este manifesto, a que o PÚBLICO teve acesso, académicos de várias correntes de pensamento económico e de muitas nacionalidades: dos EUA, Canadá, México, Brasil, Argentina, África do Sul, Austrália, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Grécia, Estónia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Polónia e Suíça.
Tomara que apareçam mais 74 e mais 74 e mais 74 e mais 74 e mais. E que o País acorde e que a Europa acorde. Tomara.
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Relembro: indo aí abaixo podem continuar a ler os posts de hoje.
1 comentário:
Subscrevo este seu Post! Nunca é tarde de mais para defender o país, para o ajudar, seja de que forma for. Como disse noutro blogue. E muito bem.
P.Rufino
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