quinta-feira, novembro 15, 2012

O processo de escrita, a criatividade, a disciplina, a solidão - a palavra ao escritor Ian McEwan. (E, já agora, Expiação - filme baseado numa obra sua)



Ian McEwan, escritor, inglês, nascido em 1948


Há uma passagem no livro Sábado que mostra o protagonista a trabalhar num estado a que os psicólogos chamariam ‘em fluxo’. Como consegue isso no seu trabalho?

Acontece apenas ocasionalmente e é acidental. Todas as barreiras caem, fico fora de mim próprio, preso no momento, e todo o sentido de tempo, até de emoção, desaparece. Geralmente tem a ver com o confrontar-me com alguma coisa de difícil, com a resolução de problemas. Fora outras situações mais óbvias, como o sexo ou fazer ski, penso que esta é uma das mais potentes formas de satisfação. Não tem a ver com o sentimento de posse ou de ser rico ou bem sucedido. Tem a ver com conseguir-se ser-se totalmente absorvido por qualquer coisa que nos interessa e nos desafia.

Como é o que o seu processo de escrita se inicia?

Tenho um grande caderno em cima da minha secretária no qual rabisco. A minha noção de começar uma novela tem a ver com sentir que há qualquer coisa a arreliar-me, ou várias coisas ao mesmo tempo.
(...)
Precisamos de silêncio e daquela divagação mental da qual as coisas nascem. Os caracteres vêm na nossa direcção como através de uma névoa. Algumas frases têm que ser desembrulhadas. Às vezes escrevo um parágrafo de abertura que sei que nunca completarei, mas saber isso liberta-me. Por isso eu engano-me a mim mesmo escrevendo mais. Nunca sinto que estou a escolher um assunto. Simplesmente tenho estas coisas na parte de trás da minha mente para as quais tenho que olhar e então, subitamente, atiro-me a isso: como que andando à deriva, fui dar com um trabalho que me vai levar dois ou três anos. Fico sempre encantado com isso.

Li, no entanto, que você é bastante disciplinado e preciso enquanto progride no trabalho.

Uma vez metido ao caminho, um dia bom é um dia se se situar entre 700 e 1.000 palavras. Acho que é importante na criatividade perceber o valor da hesitação, para não estar à pressa, para poder voltar atrás e fazer uma pausa – não porque esteja bloqueado, não porque não saiba o que fazer, mas apenas para deixar que as coisas se enriqueçam por si. Os momentos em que me afasto do que estou a fazer são frequentemente os momentos em que penso que sei exactamente o que fazer, mas não confio completamente nisso. Por isso, antes de me atirar de cabeça, eu resisto. Depois volto atrás.(...)

Disse que gosta de solidão.

Não preciso disso massivamente; apenas preciso durante o dia. Christopher Hitchens disse-me uma vez que a felicidade é escrever todo o dia sabendo que, ao fim do dia, se vai estar na companhia de um amigo. Eu penso isso. Se, das nove da manhã até às sete da tarde, o dia estiver inteiramente por minha conta, e a seguir for tomar um duche e, a seguir, for ter uma conversa estimulante acompanhada por comida e um bom vinho, estarei a cavalgar uma das maravilhosas ondas da civilização.

Como é que sabe que um livro está acabado?

Às vezes entrego-o ao meu editor e digo ‘Este é o penúltimo rascunho. Se tiveres algumas anotações, envia-mas’. E também o mostro à minha mulher e talvez a um ou dois amigos e depois ouço o que eles tiverem a dizer. Uma boa nota para edição é aquela que eu reconheço instantaneamente como correcta, como se fosse algo em que eu tinha pensado desde o início. Se alguém me diz alguma coisa que requer que eu agonize em volta disso, no fim acabo por perceber que devia deixar como estava.

...


A sua vida dava um filme, já para não dizer vários livros
(a começar pela descoberta, há 10 anos atrás,
de que tinha um meio irmão que desconhecia,
um irmão dado para adopção durante a Segunda Grande Guerra)


'Ian McEwan diz que se tornou escritor sendo um leitor. Os seus pais, que deixaram ambos a escola aos 14 anos, insistiam em visitas familiares todas as semanas à livraria enquanto ele foi criança e enviaram-no para um internato, onde ele descobriu Iris Murdoch e Graham Green.'

*

A entrevista é de Alison Beard e está publicada na Harvard Business Review de Novembro, revista esta que, já agora, para a informação ser mais completa, tem como tema de capa ‘Change faster – How to build adaptive genius in your organization', por John P. Kotter.

A tradução da entrevista é minha e devo confessar que, desta vez, não me foi nada fácil: palavras pouco óbvias, de difícil tradução mantendo a integridade do raciocínio. Por isso, se algumas coisas não vos soarem muito bem, saibam que a mim também não.


(PS: Uma entrevista a um escritor numa revista de Gestão...?! Mas então os gestores não se interessam apenas por números...? - interrogar-se-ão, certamente, alguns fundamentalistas das letras)

*

Como gosto de ouvir os escritores de viva voz, fui à procura e encontrei várias entrevistas. Esta aborda, sensivelmente, o mesmo assunto mas dá gosto ouvi-lo, tem um sorriso muito agradável e tem charme e, sobretudo, tem aquele sotaque so british, so sexy.




*

Para quem não conhece os seus livros - e agora em Setembro saíu um, o Mel de que aqui vos mostrei a capa e um cheirinho no outro dia - deixo-vos o trailer de um filme muito bom, o Atonement, traduzido em Portugal para Expiação.

Gosto muito da escrita de Ian McEwan (se é que isso interessa a alguém).




*

Este já é o meu segundo post publicado agora, aqui no UJM. Mais abaixo poderão ler um 'escrito' sobre a Greve Geral, sobre a violência, sobre Passos Coelho (o putativo homem Sicasal) e, ainda, sobre o fantástico PR Cavaco Silva que, de vez em quando aparece, aparentemente, com o único intuito de nos confundir. Deslizem um pouco mais que já o encontram.

*

Vou ainda evidenciar um pouco mais do meu grande descaramento, convidando-vos a virem comigo até ali ao Ginjal e Lisboa, a love affair, o meu outro blogue. Hoje a conversa é de gataria e as minhas palavras deslizam felinamente em volta de um belo poema de Vasco Graça Moura. A música continua a ser de Rameau e escolhi uma peça pouco comum.

*

E, com isto, já é quinta feira. Anda a passar tão depressa, o tempo, não anda?

Um dia muito bem passado é o que vos desejo. E divirtam-se, está bem?

12 comentários:

Anónimo disse...

Olá,

Interessa-me a mim, querida Jeitinho, que também gosto muito do Ian McEwan!

O primeiro livro que li foi o Atonement/Expiação, em 2002, com uma bela capa a preto e branco, muito diferente da que tem agora.
Como sempre, quando gosto de um escritor, vou à procura dos outros livros dele e vou comprando os que vão saindo.

O filme não me desiludiu nada, antes pelo contrário, acho que a cabrinha não comeria esta bobine!

Dos livros dele destaco:

- Amsterdam: divertido e macabro, vencedor do Booker Prize em 1998.

- Na Praia de Chesil: sobre as dificuldades de dois jovens, ambos virgens, na noite de núpcias, no início dos anos 60, e não só...
Esteve na shortlist do Booker em 2007.

- Sábado: sobre como a vida pode mudar de repente, e não só...
Segundo alguns, terá influências do livro 'Mrs. Dalloway da Virginia Woolf, estruturalmente e não na história, uma vez que o livro se passa num único dia.

- Solar: E se puséssemos de lado os combustíveis fósseis e passássemos a depender da energia solar?
McEwan no seu melhor!

Para terminar, que isto já vai longo, a história do irmão, segundo li, é ainda mais incrível.

A mãe teve um caso extraconjugal, do qual nasceu uma criança que foi dada para adopção.

Quando o marido foi morto em combate, ela reencontrou o antigo amor, casaram, e nasceu o Ian, que é seis anos mais novo do que o seu irmão desconhecido.

Portanto são 100% irmãos!

Consta que o encontro de Ian e David Sharp, um simples bricklayer (pedreiro?) foi memorável e, como diria o outro, estas coisas só acontecem nos filmes!

A propósito, o Ian McEwan é caranguejo de 21 de Junho. Será que é também o dia daquela pessoa que nós sabemos? Hum, aposto que não nos vai dizer!

Beijinho.

Antonieta

Anónimo disse...

Olá jeitinho,
Adorei a nova foto.Transmite alegria, divertimento.
Beijinhos Ana

jrd disse...

Bastante interessante o pensamento do Ian McEwan.
Digo eu que não faço sky, nem sou escritor...
:) :)

Anónimo disse...

Primo: gostei – bastante – do novo “Look”. Refrescante. Alegre. Bonito. Dispõe bem.
Secundo: gostei da entrevista a este Escritor – de que, confesso, não li nenhuma obra.
Tertio: para além da leitura (entre outros prazeres simples da vida, como a gastronomia, um bom vinho, arte, desfrutar os amigos, a família claro! - ...seguir um bom Blogue, etc), também gosto de escrever. Uma pequena confissão que aqui deixo. Mas...para mim, ou seja, sem ousar sequer mais do que isso.
Coisa curtas, contos breves. E depois “arquivo-os”e aqui ficam, a apanhar pó. E ficam bem. Um pó a cheirar a mar. Mas também a campo (com a Serra de Sintra “on the backyard”).
Se observarmos, muitas das vezes certas coisas simples, casuais, da vida, que presenciamos, ou tivemos conhecimento, podem servir para nos inspirar a contar/escrever uma (pequena) história. “Jogo de Espelhos”, um jogo de sedução num restaurante quando dois olhares se cruzam, encontram, por acaso, e... “Um dia de Chuva” quando se assiste a tanto azar num dia daqueles e se interfere para ajudar..., “O Quadro”, quando se surpreende alguém a admirar um quadro que se pintou..., etc.
A vida, sendo cada vez mais angustiante, compreensivelmente, tem igualmente, se a soubermos observar, muitos outros encantos.
Enfim, deu-me para isto hoje. Talvez por estar (estarmos) bem disposto(s), com toda a família por cá. Filhos, nora e neto (um pequeno encanto)!
E ainda hoje, cada vez mais perto de um dia me reformar, faço planos de vida! E vou, parcialmente, imaginando-os. E acredito que alguns deles os concretizarei. Sou um tipo de convicções. Não me ponho sentado a ver a vida a passar.
E com isto já se vai fazendo tarde. Ainda vou dar um “giro” com o meu “whippet”(com o vento a zumbir e o frio do mar a entrar-me nos ossos) e depois ler um pouco.
E temos, ainda, a lareira (grande) a crepitar. É verdade. Pus lá um tronco e peras que ainda se mantém a queimar.
Uma boa e descansada noite!
P.Rufino




Um Jeito Manso disse...

Olá Antonieta,

Temos gostos muito parecidos - pelo menos do que se tem visto até agora. Mas pode acontecer que um dia destes apareça por aqui a gabar os livros do José Rodrigues dos Santos ou da Fátima Lopes e ainda a deixe de boca aberta...

Mas, no que se refere ao Ian McEwan, gosto também muito dele. Tem um toque de irreverência, é ligeiramente blasé, não sei bem, mas esse je ne sais quoi dá-lhe uma graça que me agrada. E, como se isso não bastasse, escreve bem. A coisa vai indo, parece uma coisa simples, uma história sem grandes dramas existencialistas, e nós ali presos, página a página. Veja o livro da Praia de Chesil. Coisa mais simples parece não haver, vão para a praia, conversam, voltam, e nós presos a eles, ao que dizem, ao que não dizem, ao que escondem.

Vou ter que voltar ao Sábado para ver se detecto influências da Mrs Dalloway (não estou a ver)
.
Fiquei espantada com o que diz do irmão, tinha ideia de que, já homem maduro, lhe tinha aparecido um meio irmão. Afinal é um irmão inteiro! Que história interessante também a da mãe, então.

Quanto a ele, se nasceu em 21 de Junho não é caranguejo, é gémeos. Eu não, eu sou carangueja a sério, completamente carangueja, toda, ascendente e tudo.

Obrigada pelas suas palavras que dão sempre boas sugestões aos leitores que por aqui passam.

Um beijinho, Antonieta!

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana,

Se não me tem dito isto, ia eu atrás de si, por mail, para lhe perguntar se agora estava bem.

Ontem apeteceu-me mudar de imagem e lembrei-me da nossa conversa sobre a menina mazona que não lhe tinha agradado. Por isso, andei aqui à procura de alguém com ar de boa pessoa, com ar mais arranjadinho, para ver se desta vez não vinha aqui protestar...

(No entanto, esta, se reparar bem, também dá ares de ser capaz de uma boa traquinice. Mas, enfim, não é como a outra que era, de facto, uma mal comportada e uma mal vestida)

Um beijinho, Ana, e obrigada. :)

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Mas sabe que eu, que também não faço ski nem sou escritora, percebo muito bem o que ele diz?

Tem dias em que escrevo sem pensar, como se as palavras saíssem sem ser comandadas por mim, sem que eu saiba o que vai sair dali? Saem como se fosse uma torrente, um fluxo. E é um prazer incrível que eu tento não interromper. Escrevo sem parar, às vezes coisas completamente malucas mas isso nem me interessa.

Mas, no meu caso, não sendo eu escritora, é capaz de ser porque sou capaz de ter alguma pancada. Há quem diga que sim, que tenho. Eu, como também não sou médica, não dou palpites.

Um abraço, jrd!

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,


Claro que deve escrever e claro que deve escrever bem e coisas bem interessantes. Vê-se pelo que aqui nos vai deixando. São sempre textos interessantes, que se lêem com gosto, bem escritos e que contêm sempre 'uma história'.

E o local onde vive também ajuda. A natureza inspira. E os seus conhecimentos e a sua vivência também ajudam.

Quando li que escreveu sobre alguém que olha um quadro, ocorreu-me uma coisa que me acontece muitas vezes e que, ainda hoje, me aconteceu.

Como sabe, sou addicted to books e, por isso, sempre que posso ando enfiada em livrarias. Folheio, leio, e, se me agrada, trago, senão deixo ficar. Mas quando vejo alguém a olhar para o que eu estou a ver penso sempre que tomara que não seja o autor, senão iria perceber que folheei e deixei ficar. Hoje lia um pequeno livro de poesia e estava ali mais ou menos ao lado um homem também a vaguear. Talvez estivesse à espera que eu saísse daquela estante para ir ele a seguir. O livro era uma treta e pousei-o mas e depois que fiquei a pensar que seria desanimador para o autor se percebesse que eu tinha achado uma treta. Então, voltei a pegar, como se me tivesse despertado atenção e, só depois, como se estivesse a hesitar, é que o voltei a pôr lá de novo.
Maluquices minhas.

Mas agora fiquei foi cheia de curiosidade nos seus contos. Talvez um dia destes se encha de coragem e os deixe respirar nas mãos de outros leitores.

Fico muito contente que esteja a família toda junta. é uma alegria, e um calorzinho tão bom, o calor do afecto. E, quando há uma criança, já a fazer gracinhas, então a alegria é ainda maior.

Há ainda muitas coisas boas, sim. Apesar do que esta gente anda a fazer ao país, ainda há muitas coisas que nos fazem sentir bem.

Espero que o seu passeio tenha sido agradável. O frio à noite, quando se passeia com um cão amigo, é uma das coisas que sabe muito bem. Escrevo isto e fico cheia de saudades da minha boxer que era uma companhia tão terna.

Uma boa noite e dias felizes com a sua família toda!

Anónimo disse...

Olá,

Acabei de ler a sua resposta e não resisto a dizer-lhe que da Fátima Lopes nunca li nada, mas do 'Zé pisca o olho' li a Fórmula de Deus e até nem desgostei.

Marcou-me por uma razão triste, tinha acabado de perder uma pessoa muito chegada com cancro do pulmão, e o livro descreve alguns factos muito reais.

Requisitei-o na biblioteca (não quis arriscar a compra)
e fiquei a conhecer mais um autor.

Relativamente ao Sábado/Mrs. Dalloway a única semelhança é que em ambos os romances tudo acontece num só dia, não em semanas, meses ou anos como na maioria dos livros.
É uma semelhança na estrutura da narrativa e não no conteúdo da história.

E parece que a Virginia Woolf foi das primeiras a fazer isto, daí a influência.

Claro que a conclusão não é minha, li algures, espero não estar a induzir ninguém em erro.

Também lhe quero dizer que gosto muito da menina com os pássaros no chapéu, é muito fresquinha e tem um ar malandreco q.b.!

Tive que mudar para a versão web para a ver, ainda não tinha dado pela mudança.

Beijinho

Antonieta

Um Jeito Manso disse...

Olá Antonieta,

Com essa é que me apanhou...! A sério que gostou? Estarei eu a ser preconceituosa...?

Só li um livro dele, um no qual ele entrevistava escritores. Mas achei que não estava bem escrito, não estava bem pontuado, não sei, e as perguntas eram um bocado vulgares. Não sei. O que sei é que depois de ler aquilo não consegui motivar-me nem para mais um.

Depois parece que escreve livros a granel. Não sei. Se calhar sou uma insuportável elitista.

Já não é a primeira vez que fala da 'biblioteca'. Acho isso muito interessante porque sempre gostei de bibliotecas mas já não é comum haver bibliotecas públicas. Ou, então, sou eu que ando arredada.

Quando andava no liceu devorei muitos livros da biblioteca de lá mas acho que foi a primeira e a única biblioteca pública a que recorri.

Fico contente que tenha gostado do look. Gosto, sobretudo, de mudar e não gosto de coisas muito convencionais. Esta agora corresponde à fase em que estou (peace end love - embora não resista a uma dentada ou uma canelada quando tal se impõe).

Um beijinho, Antonieta.

Isabel disse...

A leitura deste post e dos comentários, suscita-me imensos comentários, a ver se não deixo escapar nada.

- Sou fã do Ian McEwan. Tenho vários livros dele e gosto muito. Ainda não comprei o Mel. Mas vou comprar.
Tenho o Expiação e o filme também. Já o vi e gostei.

- Do José Rodrigues dos Santos li e gostei bastante do "A vida num sopro". Li-o há bastante tempo e como gostei, na altura comprei mais que ainda não tive tempo de ler. Também tenho o de entrevistas, mas ainda não o li.

- Da Fátima Lopes nunca li nada. Já sou menos preconceituosa. Já li livros de autores que esperava muito e desiludiram-me. Outros foi o contrário.
Não há como ler para ver!

- Comecei as minhas leituras na Biblioteca Municipal, quando na primeira classe com 6 anitos me fui inscrever. A biblioteca era perto da minha cas e naquele tempo, mesmo com seis anos podiamos andar na rua. Depois quando comecei a trabalhar comecei a comprar mais livros e deixei de frequentar a biblioteca. Agora voltei, à procura de livros esgotados e encontrei-os lá.

- O P. Rufino não vai ler este comentário, mas digo-lhe que gostava de ler o que escreve. Quem sabe se dentro dos projectos de que fala não está a criação de um blogue, que de certeza seria muito interessante e cultura para o fazer não lhe falta de certeza. Tenho lido os comentários do P.Rufino desde os primeiros tempos do Blogue da HSC, ainda eu não tinha o meu blogue. Sempre gostei de ler os comentários que deixava e aqui também.

- Achei imensa piada à sua história do livro de poesia e do autor, na livraria. Maluquices! Senti-me identificada. Já fiz maluquices parecidas.

-Acho que é tudo!

- Um beijinho e bom sábado.

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Gostei de ler o que disse. Lê-la é como conversar consigo.

Sobre a Biblioteca: tem a sorte de viver na mesma cidade onde trabalha. Eu vivo num local e trabalho noutro e é frequente levar uma hora para cá e outra para lá. E como saio tarde do trabalho e, muitas vezes ainda vou a casa dos meus filhos, ou caminhar ou, agora, à fisioterapia, só estou em casa já à noite. Ou seja, saio de manhã cedo e chego tarde, à noite. Não consigo usufruir dos equipamentos das cidades. Nem biblioteca, nem nada. Tenho muita pena mas não há nada a fazer. Mas a Isabel saiba que é uma felizarda.

Quanto ao P. Rufino concordo plenamente consigo. Dá gosto ler o que ele escreve e era bom que ele nos desse a conhecer o que escreve.

Um beijinho, Isabel!