quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Ver o futuro nas cartas do Tarot --- [Esqueço o 'Paulo Macedo e quando a gestão de pacotilha tem como efeito colateral a morte'. Esqueço o 'BCE e quando o poder do dinheiro não respeita a cidadania' e, para me distrair, deito as cartas e, surpreendentemente, vejo a realidade ali descrita e o futuro antevisto de uma forma que me deixa perturbada]


No post abaixo falei de festas, convívios dançantes, malícias inocentes, Janis Joplin, Miss Dior e outros.

Mas isso é a seguir. Aqui, a conversa é completamente outra. 









Devo confessar que tinha escrito um outro post cujo título era 'Quantas mais mortes tem que haver por falta de cuidados para que Paulo Macedo se demita? Quantos mais mortes têm que pesar na consciência de Passos Coelho para que ele se demita?' mas depois apaguei. 


Há assuntos que me doem ao ponto de só me apetecer falar à bruta (mas mesmo muito à bruta). Contudo, a verdade é que acho que aquelas criaturas já só me merecem desprezo. Nem sequer raiva. Só desprezo.

Tenho um seguro de saúde que me permite recorrer à medicina privada e por isso não falo por mim. Quando me insurjo, falo por quem não tem seguro privado, não tem poupanças, não tem um bom ordenado, falo por quem morre por não ter dinheiro para pagar o tratamento, por quem está horas num corredor, ao frio, por vezes até à morte. Não falo sequer pelos meus pais que têm igualmente um seguro de saúde. Nem pelos meus filhos que felizmente também o têm. Falo por aqueles cujos pais ou filhos têm que se sujeitar ao tratamento desumano a que criaturas disfuncionais como Paulo Macedo, Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas, Passos Coelho os obrigam e a que Cavaco Silva fecha os olhos.



Depois li que o BCE está a tirar o tapete à Grécia. 


BCE deixa de aceitar dívida grega como garantia para financiar a banca do país

in Ironikamente

Há qualquer coisa de perverso nesta Europa. A UE e todos os seus organismos são uma criação das pessoas da Europa. O Banco Central Europeu é uma instituição que existe para defender a moeda e a saúde financeira dos países em que vivem pessoas. E, no entanto, as criaturas não se ensaiam nada para devorar os seus criadores, para aniquilar as pessoas para as quais deveriam trabalhar. Pode ser que isto seja uma medida de pressão, pode ser uma coisa que não seja para levar a sério e, sobretudo, pode não ter grande impacto directo, e não tem, mas tem efeito psicológico e é, de qualquer forma, uma pedrada na esperança e ofende o esforço hercúleo que os corajosos homens do Syriza estão a tentar levar a cabo para salvar o futuro da Grécia. Acredito que Varoufakis vai saber reagir em força e que Alexis vai saber suavizar o dislate mas, por coisas destas, se vê que esta Europa está a precisar de um abanão a valer.

Esta gente não se enxerga. As populações já não suportam esta forma mesquinha de tratar os povos. Têm sido estes estúpidos burocratas com as suas estúpidas reacções e aberrantes resoluções que têm trazido a instabilidade aos sacrossantos mercados e a fome e o retrocesso para os países abrindo a porta a movimentos xenófobos, racistas, perigosamente extremistas.

Não fosse o Um Jeito Manso um blogue de família e a ver se não rematava este assunto com uns palavrões a preceito. É que já só tenho vontade de os mandar para o raio que os parta mas com o valente vocabulário do Norte, caraças.




Mas também não quero falar nisto. Cansa-me e cansada já eu estou desta cambada toda. Já o disse aqui várias vezes. Não sou filiada em partido nenhum, nunca fui nem me vejo a seguir acefalamente o que quer que seja pois lealdade a princípios (que prezo) é uma coisa e fidelidade canina é outra e aí, santa paciência, mas não me apanham. A maior parte das vezes, nas legislativas, tenho votado no PS mas já votei de maneira diferente e assim o farei sempre que achar que há melhor alternativa. Seja como for, se agora apoio a luta das gentes do governo grego é porque me parecem mais do que justas e legítimas as suas pretensões e porque acredito que não é sangrando uma população até à penúria mais humilhante que se vai conseguir fazer alguma coisa por aquela gente. Por isso, não é por estarem significativamente à esquerda do partido no qual mais vezes votei que os vejo como uma ameaça. Têm mostrado patriotismo, argúcia, pragmatismo e coragem. E tomara que não verguem. Muitos Duartes Marques, Passos Coelhos e outras fracas figuras encontrarão certamente pelo caminho e o que desejo é que estes bravos gregos que agora por aí andam a tentar convencer os seus parceiros de que merecem ser ajudados não desmereçam quando encontrarem inesperados escolhos no seu caminho.

Mas não vou falar nisto.




Para verem do que me lembrei há bocado quando estava a tentar desviar a cabeça de tanta porcaria e miséria: fui à procura e encontrei o meu Tarot. É muito bonito este que aqui tenho, é o Tarô Da Vinci.

Sei que me repito mas, a quem veio aqui parar sem me conhecer, digo: sou dos números, dos modelos. Não vivo de fantasias nem me posso dar ao luxo de me deixar arrastar por rêveries. E sou agnóstica.

E, no entanto, a minha mente abre-se a toda a espécie de acasos, de inexplicações.

Agora andava esquecida do tarot mas sempre me pareceu tudo muito acertado. Como sou preguiçosa nunca me aperfeiçoei muito. Mas nem é por ser preguiçosa, é mais por achar que, sendo tanta coisa nesta vida um mero acaso e sendo a razoabilidade disto tão improvável, mais vale deixar estas coisas na base do improviso, do deixa lá ver.

Faço, pois, o mais simples.

Penso numa questão que gostava de ver esclarecida, mas penso mesmo concentrada, e depois parto o baralho, faço três montes, tiro a carta de cima de cada monte e disponho-as de uma certa maneira. Depois vou ao livro e interpreto.

Fiz isso a propósito de um certo assunto de índole pessoal (nada a ver com políticas). Concentrei-me mesmo enquanto pensava na dúvida, como se fizesse uma pergunta e a pergunta viesse do mais fundo de mim. Dispus as cartas e depois fui ler o significado delas naquelas posições - e, como sempre acontece, até me arrepiei, as coisas que aquilo me dizia, senhores. Estou a escrever isto e com vontade de parar para ir reler e prestar mais atenção porque, de tão incrível, li quase sobressaltada. 

Não me perguntem se eu acho que há alguma explicação ou se é tudo maluqueira, metafísica, coincidência ou anormalidade da minha parte porque não sei responder. Mas que eu faço isto e obtenho respostas que me deixam estupefacta e arrepiada lá isso é verdade.

E agora vou mesmo parar por aqui pois há ali algumas coisas que me deixaram francamente intrigada, tenho que reler e tentar interpretar com mais calma. Mas, só de pensar, já estou a sentir um certo nervosismo. A sério.

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As imagens talvez não tenham muito a ver com o texto mas apeteceu-me tê-las aqui. São fotografias de vários fotógrafos muito cá de casa (Tim Walker, Mario Testino) e que eu apenas porque estou cheia, cheia, de sono não identifico e mostram criações de um grande da moda precocemente desaparecido. Se eu pudesse não perderia a exposição Alexander McQueen: Savage Beauty exhibition at the Victoria & Albert Museum.

A música é Joan of Arc interpretada por Jennifer Warnes & Leonard Cohen

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Relembro que a Miss Dior que ouve Janis Joplin vem já a seguir

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quinta-feira 
(e fazem o favor de se agasalharem, sim?)

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7 comentários:

Anónimo disse...

"É que já só tenho vontade de os mandar para o raio que os parta mas com o valente vocabulário do Norte, caraças."

é verdade, quando estou mesmo fod.. tem que ser com esse vocabulário para desopilar, ou falar mansinho com opção de ir à tromba (ou levar), também tem o mesmo efeito

em relação ao tarot, agnosticismo, etc penso que se resume a isto - https://www.youtube.com/watch?v=vswc7xB0V6c


somos energia que interage com outras energias, e quando não há esse equilíbrio ou estamos mal humorados, ou doentes, Deus é onde vivemos e somos todos nós

vi no JN de domingo de relance (revista) um casal de arq, que explora essa nova flosofia na disposição dos móveis na casa, para que lado deve estar a cama, etc

Bob marley

Anónimo disse...

mas o mais kafkiano no caso da morte por hepatite c, é que o laboratório OFERECIA o medicamento, só não houve a encomenda.

não queria estar na pele daquele filho, deve ser uma PUTA de uma revolta, sem palavras


Bob Marley

Anónimo disse...

Sobre a situação que a Grécia está a viver e a posição e chantagem de alguns Estados Europeus sobre a mesma, é interessante ouvira posição do economista inglês Stuart Holland.
A Europa há muito que deixou cair o projecto político que esteve na origem da criação daquilo que viria a ser hoje a UE, para se dedicar a um outro, de caracter economico-financeiro, onde impera a posição dos Mercados e do Capital Financeiro (o Presidente do BCE veio de lá). A atitude dos países do Norte europeu face aos do Sul fazem-me lembrar a Antiga Roma e a forma como tratava as suas Províncias, territórios que conquistara. A Grécia vai ser um "case study" e se as correrem mal, com atitudes radicais por parte da Europa, irá ter de encontrar outras soluções - que talvez desagradem mais à UE do que as que agora propõe.
P.Rufino

Anónimo disse...

Olá Jeitinho,
Acho que a jeitinho é uma mistica poderosa, que não se quer assumir.
Olhe que não há coincidências...
Beijinhos Ana

Rosa Pinto disse...

Fiz hoje uma consulta, usando cartas...não sei que espécie de Tarot...mas estava lá que brevemente visitaria a Grécia.
Como diria o outro: e esta, hem?

Ehehehe

Beijinho

Anónimo disse...

Permita-me só mais um comentário sobre a questão Grega:
1 – A impressão que fica, depois da decisão do BCE, é de que a União Europeia transferiu para o BCE o ónus da pressão sobre a Grécia, o que é lamentável (e cobarde). Como se não bastasse a pressão política, foi agora recorrer-se a uma forma de pressão mais acintosa e destabilizadora, como é a económica-financeira;
2 – O que ressalta do que se vai vendo e ouvindo é que esta “democrática” UE nos diz o seguinte: cada país e cada povo pode votar como bem entender e em quem quiser, mas, em última análise, os países não podem, nem será aceitável, desviar-se do que a UE, a Comissão, o BCE, o FMI e os Mercados – ou seja, o Capital Financeiro – entendem dever ser o caminhos a seguir (sobretudo em tempos de crise) para a economia e política de cada Estado Membro (!);
3 - A manifestação (silênciosa) de apoio de uns tantos milhares de gregos ao governo Syriza é reconfortante para o novo governo, mas também é uma mensagem de que esse mesmo povo espera que o novo PM e o seu governo não defraudem as expectativas que levaram o povo grego a eleger Tsipras e não verguem a chantagens do capital e da UE;
4 – A posição do PM no Parlamento grego foi nesse sentido, o que não só constitui uma boa notícia para o seu povo, como significa que o governo grego põe os interesses do seu povo à frente das pressões da UE e não tenciona capitular;
5 – Por fim, arrepiei-me de ver um pascôncio, na figura de Duarte Marques, a perorar sobre esta questão e dos supostos efeitos sobre Portugal (!) e a dizer ir enviar uma carta ao PM grego, Tsipras, a repreendê-lo! São declarações lamentáveis, perigosas, levianas do ponto de vista politico-diplomáticas e que só revela o desnorte deste governo PSD/CDS quanto ao que se está a passar na Grécia (e na UE), sem nada entender.
P.Rufino

Pôr do Sol disse...

Creio que é de Fernando Pessoa a frase "a ignorancia é a mãe da felicidade" ou "felizes os ignorantes, por eles não vem mal ao Mundo".

Normalmente não comungo destas ideias, mas hoje passeei-me pela livraria do meu bairro e encontrei mais um daqueles livros que me deixou entre a ficção e a realidade: O Clube de Bilderberg.

Não comprei, demasiada areia para a minha camionete e tambem porque comecei a ficar chocada com o que me pareceu mais uma associação de malfeitores para destruir a Europa e, certos factos encaixam perfeitamente na nossa realidade. Li nomes de portugueses que os tinha como decentes.

Já no que respeita ao Tarot,seria fascinante ter dicas para gerir o futuro.