As suas motivações para escrever devem ter mudado com os anos.
Tornei-me cada vez mais curioso sobre a natureza humana, sobre as pessoas. penso que a minha urgência de escrever tem a ver, sobretudo, com a curiosidade. A curiosidade é uma virtude moral. Uma pessoa curiosa é melhor pessoa, melhor vizinho, melhor pai, até melhor amante do que alguém que o não é.
(...) para um escritor, o centro do universo é onde vivemos. Não é preciso conhecer o mundo, é preciso olhar para as pessoas que nos rodeiam.
Toda a história pessoal tem um lado universal.
O mundo está cheio de histórias. Ainda hoje, se tiver que esperar numa clínica ou num aeroporto, não leio os tablóides, ouço as conversas dos outros. Observo as expressões, as roupas, os sapatos - os sapatos contam sempre muitas histórias. tento adivinhar quem são, de onde vêm, que tipo de vida vivem...
[Entrevista de Luciana Leiderfarb a Amos Oz no Actual do Expresso de 23 de Novembro de 2013.]
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O problema é que anda tudo a dormir. As pessoas nunca dizem o que pensam. Ou então estão mortos e não sabem que estão mortos. (...) Nunca há escândalo.
O meu mundo é outro, preciso de estar sozinha, a desenhar, e é o que me dá prazer. Fazer o que quero, ser livre, não ter gente à volta. Ter a cabeça livre.
Ao mundo exterior vai buscar tudo o que lhe interessa, e interessa-lhe tudo. `
Às vezes, é uma pessoa que passa e diz uma frase. Por exemplo, 'Banhada em Lágrimas' eram duas mulheres que iam a falar: 'Ela anda banhada em lágrimas'. Ficou-me a trabalhar. Pode ser uma coisa vulgar, um vestido, uma pessoa, uma sombra nos objectos do meu ateliê... E por ali vai o resto'
[Excertos da excelente entrevista de Clara Ferreira Alves a Helena Almeida também no Actual do Expresso a pretexto da exposição 'Andar, Abraçar'. Em boa hora o Expresso vem voltando a dar mais palco a Clara Ferreira Alves, uma grande jornalista.]
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Se deslizarem até ao post seguinte, poderão saber o que David Nunes, congressista nos EUA, e Pedro Marques Lopes, no DN, pensam das privatizações levadas a cabo por Passos Coelho, esse modelo de patriotismo de faz de conta.
Descendo ainda um pouco mais, conto-vos sobre o filme que fui ver este domingo: Malavita. A não perder.
E ainda vos convidar a virem visitar o meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Por lá hoje tenho o violista Benjamin Schmid a interpretar Bach (ou jazz?). E a Maria do Rosário Pedreira aparece para me levar a confessar a minha solidão revoltada.
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E, por hoje, já chega.
Resta-me desejar-vos, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira.