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sexta-feira, junho 20, 2014

Alô, alô, Ministro Poiares Maduro! Olhe lá: vergonha na cara... sabe o que isso é? Depois de hoje os seus correlegionários lhe terem tirado o tapete de forma tão humilhante, não lhe passa pela cabeça meter a viola no saco e ir ver se engana outros? Aquela converseta do Tribunal Constitucional ser o culpado de desigualdades foi o quê? Patranha deliberada? Incompetência pura? Burrice da grossa? Uma coisinha má que lhe deu...? Olhe: poupe-nos e vá-se embora.


Prova provada de mais uma palhaçada:

Uma análise mais atenta à legislação levou o Governo a alterar a estratégia em menos de 24 horas: os funcionários públicos que já tenham recebido este ano a totalidade ou parte do subsídio de férias com o corte que estava previsto vão, afinal, receber o valor em falta. Excluídos desta correcção estarão, porém, os trabalhadores do sector empresarial do Estado que são regidos por normas de contratação colectiva de cada empresa.


O anúncio foi feito pelo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira. E vem contrariar as declarações de ontem do ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, segundo o qual quem já tinha recebido o subsídio de férias com cortes não teria direito a qualquer ajustamento depois da decisão do Tribunal Constitucional.


Poiares Maduro nem cantar sabe
mesmo quando se limita a música pimba,
 ai o constitucional e tal, ai a aclaração e tal.

Mau, muito mau.

(O blogue We Have Kaos in the Garden é que o topa)
Pasmo com tanta palhaçada. 

A poia madura não era dada como de uma esperteza académica de fazer pôr o joelho em terra a qualquer simples mortal? Não veio de lá longe para iluminar Portugal com a luz dos seus brilhantes conhecimentos...? 

Ora uma sumidade assim pode dizer tanto disparate? E aceita ser desmembrado em público desta maneira quando as asneiras que tinha proferido estavam ainda quentinhas, com menos de 24 horas?

Ou é um embuste de uma ponta a outra, um verdinho qualquer que por aí andava a mandar umas bocas e por quem o Láparo de deslumbrou?

Que palhaçada esta, caraças, que indigente palhaçada.

E isto, claro, sem ofensa para os palhaços a sério.

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quinta-feira, junho 20, 2013

Hugo Soares, deputado do PSD, presidente da JSD, quer saber quanto custam os sindicatos dos professores. Intrigada com a insolência do requerimento fui saber quem é o valentão. Ora bem: cá temos mais um gaiato de 30 anos. Experiência profissional, experiência de vida...? Fraquinhas, fraquinhas... Eu não vos disse já mil vezes que no PSD os escolhem a dedo? Quanto mais fraquinhos, mais trepam. (Não me admiro nada: eu se quisesse ter um bando de paus mandados a assinarem de cruz tudo o que eu dissesse também os escolhia assim) /// E, já que a conversa derrapou de novo para a mediocridade, fui buscar outra vez a Rosa Oliveira para que, por aqui, deite a sua Cinza (*) /// E, porque soube agora que morreu James Gandolfini, o Tony Soprano, a minha despedida a um homem cheio de vida



Ora aqui está ele, Hugo Alexandre Soares, o catraio (bem nutrido)
que quer saber se há-de mandar acabar com os sindicatos ou não
- para já só está a pensar nos sindicatos dos professores mas depois logo se verá o que vem a seguir



Retiro do site da Assembleia da República informação sobre a vasta e suculenta biografia do catraio Hugo Alexandre:

Em 2005, aos 22 anos, o Hugo Alexandre foi para Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Braga onde esteve até 2009. Nessa altura foi Vereador na Câmara Municipal de Braga em regime de substituição (ou seja, não sabemos se exerceu ou não, ou se isto consta do seu CV apenas para encher). Mas uma coisa é certa: o jeito que dá ser da JSD - mal lhes caem os dentes de leite já estão em deputados e vereadores disto e daquilo...


Enquanto isso, a partir de 2007, altura em que dá ideia que acabou o curso de advogado, e até 2009, foi formador em duas empresas, a Weform, empresa que não tem site, e da qual consegui perceber, salvo erro nas páginas amarelas, que dá formação em Cursos de Práticas Administrativas, Práticas Técnico-Comercias, e a Ldn - Formação Profissional, onde se ministram cursos financiados.

Entre 2010 e 2011, fruto certamente da bruta experiência que, entretanto tinha adquirido, foi para Consultor Jurídico na Associação Empresarial de Portugal  (programa Empreender no Feminino). Fazer o quê não se sabe pois entrei no site e não consegui perceber qual a intervenção da AEP no dito o programa para além de o divulgar, pelo que não se sabe que consultoria lá teria ele feito. Uma avençazita que lhe deu muito jeito, provavelmente.


Hugo Alexandre,
sabendo certamente muito da vida e da história política, económica e social do país,
não hesita em cagar sentenças como a que acima se vê
 (e vocês desculpem lá o léxico mas é que não dá para a gente manter a compostura perante anedotas destas:
é que uma coisa é ser alguém com tino e conhecimentos a fazer avaliações comparadas
e outra, bem diferente, é ser um jota qualquer desta vida a dar-se ao desplante de o fazer)


E daí, com 28 anos, ei-lo a saltar para representante do Povo, passando a ser Deputado na Assembleia da República na ilustre bancada do PSD (where else?). 



Ó pr'a ele, o Hugo Alexandre, tão importante, já deputado!, rico menino

Já deputado, com 29 anos, foi eleito Presidente da JSD. Vêmo-lo nas fotografias desse inesquecível dia, babado, ao lado desse outro grande estadista que dá pelo nome de Pedro Passos Coelho.


Pois bem, é este puto agora com 30 anos e que por aí tem andado, beneficiando da sua condição de Jota, que hoje resolveu encabeçar um grupo de deputados que mostraram uma vez mais qual a sua cepa.



Vocês desculpem... mas digam-me lá se este Hugo Alexandre
não tem um je ne sais quoi que faz lembrar o Tino de Rans?


Transcrevo parte de uma notícia: num requerimento dirigido ao ministério da Educação e Ciência, hoje entregue no Parlamento, o deputado do PSD Hugo Soares perguntou "quantos sindicatos existem no sector da Educação", qual o "valor transferido para os sindicatos durante o ano de 2012 e orçamentado para 2013" e como são discriminados os gastos.


O deputado justificou a oportunidade da pergunta face aos "acontecimentos recentes que impossibilitaram milhares de jovens de realizarem os seus exames nacionais", referindo-se à greve dos professores da passada segunda-feira.

Questionado pelos jornalistas, no Parlamento, sobre se sugere a redução dos custos da actividade sindical para o erário público, Hugo Soares afirmou que antes de admitir essa possibilidade, quer saber quais são os encargos.

O deputado argumentou ainda que os custos devem ser conhecidos "numa altura em que é fundamental que todos os portugueses percebam a equidade dos sacrifícios que são pedidos e que ao mesmo tempo se exigem cortes na despesa do Estado com vista a uma redução da carga fiscal".



Cá estão eles. Estão de cabeça para baixo porque pensam com os pés,
porque, nas mãos desta gente, o país está de pernas para o ar


Assusta-me pensar que a Assembleia da República - lugar onde deveriam estar os nossos representantes, gente que deveria ser do melhor que a sociedade fosse capaz de gerar - está, ao invés, ocupada por uma seita de gente perigosa. Muito perigosa.

A ignorância e a estupidez, quando ligadas a uma ambição rasteira, são um perigo. 


Como poderemos esperar que gentinha desta, impreparada, deslumbrada, mal escolada, mal formada, sem cultura democrática, caída de pára-quedas em lugares de poder, tenha condições para legislar, para monitorizar a actuação do governo, para propor alternativas, para fazer o que quer que seja que exija bases sólidas, alguma tarimba, alguma cultura, algum mundo? Impossível.

Enquanto a Assembleia da República, o Governo, as Autarquias e sabe-se lá o que mais estiverem invadidos por esta praga, como pode o País avançar? Impossível. Impossível. Desgraçadamente impossível.


Mas não nos isentemos de responsabilidade perante um descalabro destes. Somos nós que deixamos que isto aconteça. Somos nós os responsáveis por esta pouca vergonha. Votamos neles sem cuidar de saber que competências têm para lá figurar, e continuamos a assistir, impávidos e serenos, a que toda a espécie de animais assuma o comando da nossa quinta.


[Já agora: não seria, ao menos, de dizermos ao Hugo Alexandre e demais amiguinhos que temos melhor destino para os nossos impostos do que pagar-lhes o ordenado? Que não estamos para estar a trabalhar para ele e outros criançolas andarem a dizer baboseiras?

Quer-me cá parecer que um dia destes ainda meto férias para ir para as galerias da Assembleia com cartazes dirigidos aos palermas que por ali pululam.

... Mas eu não digo que ninguém me poupa, senhores...?]


*


Em presença de todo este desastre (e, desde que este miserável desGoverno tomou posse, são só desastres, retrocessos, atentados, vexames, empobrecimentos, aviltamentos) fui buscar outra vez a Rosa Oliveira e a sua Cinza , teve mesmo que ser. E ela disse.



                                          como foi possível esta longa marcha para a mediania?
                                          o que significa viver dentro de um corpo
                                          de onde a consciência se retirou há muito
                                          esta embalagem vazia?

                                          rodeados de pensamento tóxico
                                          submersos em epifanias da normalidade
                                          estamos numa guerra invisível
                                          desconhecida até hoje da humanidade
                                          sitiados por armas virtuais em destruição imparável

                                          sufocamos sob camadas de managers
                                          designers, adidos, conselheiros, assessores
                                          pequenos soldados de chumbo
                                          reclinados nas dunas da abreviatura
                                          agasalhados na linguagem religiosa
                                          da performance a todo o custo

                                          como nas hordas de lepra medieval
                                          trazemos sinos que anunciam corpos contaminados
                                          lentos, pensativos
                                          suspensos numa mudança de vírgula
                                          reescrevendo sem horário

                                          confiando na oscilação do universo
                                          lançamos toda a fortuna
                                          no princípio da incerteza




---


(*) - Como é óbvio a mediocridade a que me refiro no título não tem nada, nada, nada a ver com a poesia de Rosa Oliveira. A mediocridade a que me referia era à dos medíocres a que ela se refere no poema que escolhi.

---

Soube agora que morreu James Gandolfini, um artista que eu adorava ver nos Sopranos. Fico com pena.

Para além do mais, quando não estava muito gordo, achava-o um homem muito sexy, peito amplo, todo ele sensual, divertido, malicioso, caloroso.

Assim é a vida, por vezes excessivamente breve. Seja como for, deve tê-la usado muito bem. 



James Gandolfini, aqui como Tony Soprano,
fotografado por Annie Leibovitz


*

Isto está outra vez uma coisa de um tamanho impróprio, bem sei que nos blogues não se deve escrever em extensão, textos longos tornam-se maçadores. Mas distraio-me, escrevo de gosto. Vocês desculpem-me, está bem?

Mas, ainda assim, permitam-me que vos convide a virem comigo até ao meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, a love affair. Hoje há uma certa rosa esquerda que salta das mãos de Herberto Helder para se vir acolher no meu ventre. A música é ainda de José Valente.

*

E tenham, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira. Aproveitem bem a vida, está bem?

(Uma vez mais rumo a norte e por lá fico para o dia seguinte.
A ver se, à noite, apesar do jantar certamente prolongado e da cabeça certamente em água, ainda consigo vir aqui dar dois dedos de prosa convosco.)

quarta-feira, junho 19, 2013

'Sérgio Azevedo, deputado do PSD, que assina o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito sobre as Parcerias Público-Privadas (PPP) rodoviárias, destaca a importância do envio do documento para o Ministério Público, embora não especifique os crimes que poderão ter sido cometidos.'. Vi o catraio na televisão e tive curiosidade em perceber que curriculum poderia ter o garoto para andar aqui a cantar de galo. 'Curriculum...? O que é isso?', perguntaria o jovem jota de 31 anos ///// Poeira, poeira. É como o que se passa com os SWAPs e com as verbas astronómicas que, à pála disso, estão a ir limpinhas, direitinhas, para os bancos! //// Face a isto, o que me resta esperar? Olhem, eu e a Rosa Oliveira, nestes dias de cinzas, "esperamos ver finalmente os fontanários públicos a mijar na cara dos passantes". Calma... ela disse 'fontanários públicos', não disse 'os ministros do governo de Passos Coelho'



Gaiato armado em importante


Como não sou um cão, não vou atrás de qualquer osso que atirem para a rua. Um maduro qualquer deve ter tido a brilhante ideia de enviar o relatório das PPPs para os media e ei-los: os jornais, rádios e televisões não falam de outra coisa. E, claro está, todos os canais ficaram enxameados de comentadores e papagaios de toda a cor e feitio. Mata, esfola, enterra, pisa em cima. Veio mesmo a calhar para toda a gente se esquecer da vergonha da actuação do Crato (que de outras vergonhas me custa um pouco falar, porque cada um saberá de si).

Já aqui falei algumas vezes sobre as PPPs. Investimentos que são feitos têm que ser pagos e um investimento que é usável ao longo de muitos anos é amortizado ao longo de muitos anos.

A Ponte Vasco da Gama custou milhões e é natural que seja paga. Que seja paga directamente aos bancos ou a empresas vai dar ao mesmo.

Dizer que para o ano há x milhões para pagar e para o ano seguinte outros tantos e por aí fora, em si, não é mal nenhum. É o normal.



Catraio convencido que é importante


Pode ser questionado se a Ponte fazia falta ou se o contrato com a Lusoponte está bem feito. Mas são duas questões distintas. E quem diz a Vasco da Gama diz qualquer outra obra. 

Mas, agora que está feita, tem que ser paga. Portanto, sobre a primeira questão não vale a pena agora dissertar, já é leite derramado. Que se questione publicamente e de forma responsável, pode ser uma lição a tirar para o futuro. 

Resta saber se o contrato está bem feito. Tendo que se pagar a obra, haverá que ver se o reembolso é justo. Se assegura uma margem de lucro superior ao que é normal, então poderá ser revisto.

Há muitas PPP's e foram feitas ao longo de vários governos. Se não estou em erro a opção de subcontratar a exploração do investimento desde a sua génese até à sua posterior manutenção e pagamento começou com Cavaco Silva, e não sei se a Ponte Vasco da Gama não foi, justamente, o primeiro ou um dos primeiros casos. Todos os governos desde então recorreram a esta modalidade. Não tem mal em si, desde que a coisa seja feita de forma bem delineada, justa e seja, posteriormente, controlada (como presumo que seja, pois, do que acompanho nos media, parece-me que tem sido sucessivamente revista). 


Repito: com esta modalidade, o Estado, em vez de se endividar directamente para fazer as obras, adjudicou a terceiros - nada de mais, a menos que haja dolo ou má fé que leve a benefício desequilibrado para uma das partes. Quando isso acontece pode haver matéria para revisão contratual - o que também não é um feito épico mas, sim, um acto normal de gestão.


No entanto, que eu saiba, todos os contratos foram validados pelo Tribunal de Contas. E não é o Tribunal de Contas um órgão idóneo? Creio que sim. Ou seja, custa-me um bocado a acreditar que, depois de algumas renegociações que já aconteceram (algumas no tempo de José Sócrates) e depois do crivo do Tribunal de Contas, ainda haja para ali matéria especialmente escabrosa. 



Garoto armado em importante


Ainda assim, como acima referi acho normal que se analisem contratos em vigor, quem os gere deve estar sempre atento à sua execução - mas que se analisem com isenção técnica, com rigor, com conhecimento de causa. Há matéria complexa de ordem jurídica e financeira, já para não dizer operacional. Não é qualquer gaiato, sem conhecimentos ou experiência, que pode pegar em assuntos desta natureza.

Pois bem.

Hoje vinha no carro e já ouvia a voz de um gaiato a dizer que matava e esfolava. O que dizia eram lugares comuns. Qualquer coisa ali me fez soar as campainhas. Chego a casa, vejo a televisão e o que vejo? O dito Sérgio Azevedo, todo pimpão, todo moralista, a matar, esfolar, trazendo para a opinião pública suspeições a torto e a direito.


Intrigada com a precocidade do gaiato, fui investigar.



O grande especialista em contratos, finanças, gestão, economia e obras públicas,
Sérgio Azevedo do PSD de seu nome


E cá está. Sérgio Azevedo, 31 anos, escolado na JSD, frequência de Direito (não diz por quanto tempo mas admito que tenha constatado que era areia a mais para a camioneta dele pelo que rapidamente deve ter saltado fora), curso de Ciências da Comunicação (obtida onde?), e, tendo, como único trabalho, o de trabalhar na EMEL (durante quanto tempo? a fazer o quê? a passar multas ou o quê?).


E é um gaiato destes, sem formação em Direito, sem formação em Gestão, Economia ou Finanças, sem sequer formação em Engenharia (o que o ajudaria a perceber os projectos), que se põe a escrever sobre contratos financeiros complexos e se sente à vontade para lançar suspeições sobre gente adulta, com anos de carreira académica e profissional como, por exemplo (e refiro apenas um), António Mendonça, doutorado, professor, com larga experiência universitária cá e lá fora?

Volto a dizer: para mim não há tabus pelo que me parece razoável que, com seriedade, isenção, honradez, se analise tudo o que há a analisar. 

Mas, ó senhores!, que se faça com competência, conhecimento de causa e seriedade.



Gaiato já crescidinho, com idade para ser vice-presidente que,
pelo cabelo cor de laranja,
até é capaz de ser  deputado do PSD


Agora entregarem a condução de trabalhos sérios e complexos e a redacção das conclusões a um aprendiz de politiquice já me deixa arrepiada. Eu disse arrepiada? Disse mal. Encanitada. Brava. Enjoada. 

Por estas e por outras é que eu não me meto na actividade política.

Imagine-se se eu tinha paciência para dar troco a um gaiato destes? Eu que trabalho há tantos anos (que nem digo aqui para não acharem que tenho ideia para ser tetravó do garoto), eu que toda a vida vi o meu trabalho ser respeitado, imagine-se se tinha 'saco' para aturar um fedelho qualquer a aparecer-me pela frente, sem saber do que está a falar, achando-se importante por ser vice-presidente da JSD, e começar a questionar a minha honorabilidade...? Havia de ter graça. É que, antes de dar meia volta, o mandava calar a boca, crescer e só me voltar a aparecer pela frente quando a mãezinha lhe tivesse tirado os cueiros (... lá está: cueiros. Conversa de velha. Agora já ninguém sabe o que são cueiros. Nem eu sei. Melhor trocar por 'fraldas').

Raios partam isto tudo.

É como o escarcéu à volta dos SWAPs...! Mais umas centenas ou mais, nem sei bem, acho que é mais de mil milhões, direitinhos para os bancos, sem piar. Já. Não é em Novembro, não é em duodécimos. Não. Todos. Uma coisa que podia até nunca vir a dar lugar a qualquer pagamento já foi direitinho, à cabeça, para os bancos. Fico de boca a aberta, escandalizada. E, como já vem sendo hábito, tudo envelopado numa conversa moralista, com julgamentos sumários na praça pública, despedimentos. De arrepiar de medo. Esta gente é perigosa, bem vos tenho dito.


Note-se que não conheço nenhum dos contratos em causa, falo em abstracto. Uma vez mais, um contrato swap não é mau em si. Pode estar mal feito, pode ter havido incompetência, pode a conjuntura se ter alterado. Não sei. Uma vez mais, como todos os contratos, a sua execução deve ser monitorizada e, se for caso, disso, renegociada. É o normal.

Mas o que sei, pelo pouco que se consegue perceber( porque o relatório técnico não foi divulgado e vivemos atolados no meio de 'bocas' de uma indigência técnica confrangedora) é que, pelos vistos, haveria ali um risco implícito (pelo menos foi o que uma empresa que levou quase meio milhão de euros para o estudar, concluíu - e claro, para pagar esse estudo pago a peso de ouro também houve dinheiro, há sempre dinheiro para estas coisas). Mas um risco é um risco. Pode ocorrer ou pode não. E, claro, pode ser mitigado. Mas, ó senhores!, mitigar não significa passar para os bancos o pagamento de grande parte do risco.

É a mesma coisa que eu, como seguradora, poder ter que pagar 150.000 euros de indemnização caso haja um incêndio numa habitação e, para não correr o risco de ter que pagar tanto dinheiro, armada em esperta, desfazer-me dessa responsabilidade e pagar já, à cabeça, 100.000 ao dono da habitação. Linda coisa... A casa poderia nunca arder e nem haver lugar, algum dia, à necessidade de pagar. A ser feita uma maluquice destas, com esta linda medida a seguradora iria desembolsar uma verba que, se calhar, nunca iria gastar.

Mas algum puto palerma, lá metido como gestor, ainda poderia aparecer todo ufano a gabar-se de ter poupado 50.000 - e como se a estupidez ainda fosse pouca, vir dizer que quem antes tinha assinado a apólice de seguro era incompetente e deveria ir para a rua.

Francamente.

Isto é tudo mau demais para ser verdade.

Onde é que param os economistas do PS que não vêm denunciar isto?! A falta que o Louçã faz na Assembleia, é o que eu digo. (E quem haveria de dizer que eu ia ter saudades dele. Ó senhores, ninguém me poupa...)

«««»»»

Face a isto só me resta ir buscar a Rosa Oliveira para dizer umas palavrinhas a propósito.




                                                                 atordoados
                                                                 diante do arroz de favas
                                                                 nós
                                                                 pobres criaturas flaubertianas
                                                                 um pouco imbecis
                                                                 olhando o prato fumegante
                                                                 sedentos de prosa alcoólica
                                                                 e de religião demarcada
                                                                 esperamos ver finalmente
                                                                 os fontanários públicos
                                                                 a mijar na cara dos passantes


                                                                ['pós-preditivo' de Rosa Oliveira in 'cinza']





«««»»»

Bem. Convido-vos ainda a irem de passeio até um certo mosteiro em ruínas no meu Ginjal e Lisboa, a love affair. As minhas palavras foram em oração junto às palavras de uma outra agradável descoberta, Abel Neves. A música que se lhes segue é outra vez um espanto. Ando admirada e agradada com o José Valente. Porque é que eu nunca tinha ouvido falar nele? É fantástico.

«««»»»

E, por hoje, é isto. 
Tenham, meus Caros Leitores, uma bela quarta feira. 

E, já agora um conselho: cuidado com os fontanários públicos. Nunca se sabe. 
O mesmo conselho em relação aos ministros, caso passem perto de algum. Fujam para bem longe. Há que temer o pior!!!!

sexta-feira, junho 14, 2013

O pseudo-leão, ministro Nuno Crato, resolveu interpor recurso no tribunal para mudar a decisão do colégio arbitral de não fixar serviços mínimos para o dia das provas de Português e Latim do Secundário. Hoje soube-se que 'O recurso do Ministério da Educação que contestava a decisão do Colégio "carece de ser aperfeiçoado". Hoje, o juiz decidiu dar dez dias para que sejam cumpridos todos os requisitos, entre os quais juntar "cópia da decisão" do colégio arbitral. Ainda, segundo a agência de informação nacional, o juiz considerou o recurso do ministério "não urgente". Seria antecipando isso que o Passos Coelho teve uma crise de nervos no Parlamento e desatou a rir à gargalhada, descontroladamente? Ou estava apenas a gozar que nem um perdido, por se ir manter à margem da lei, não pagando o subsídio de férias no mês devido? Ou terá sido na altura em que lhe ocorreu dizer que ia mudar a lei para não ter que se sujeitar à lei? Confuso, não...? Das razões dele, eu não sei. Mas sei das minhas. Tão incompetentes, senhores, que nem um simples recursos sabem fazer. O que eu me tenho rido... Estou aqui agarrada à barriga, rio, rio, rio, e isto depois de nos andarmos todos a rebolar de riso pelo chão.


No post abaixo dou conta de duas portuguesas donas de grandes vozes, capazes de emocionar quem as ouve: Susana Gaspar que, por estes dias, disputa o título da melhor cantora do mundo, e Ângela Silva, uma também jovem e dotadíssima cantora que me emociona.

Mas aqui, agora, a conversa é outra. A bem dizer nem consigo dizer nada... Isto é mau demais para ser verdade. São tão incompetentes, tão, tão incompetentes. 



Ri de quê, este pedaço de asno?



Querem ser autoritários, querem ser ameaçadores, querem ser liberais. Mas são de uma mediocridade tal que fazem tudo ao contrário. Em vez de liberais são do mais cabotino-estadistas que já se viu. Em vez de autoritários o que provocam é a gargalhada generalizada. Em vez de ameaçadores são, de facto, manipulados por tudo o que é gato sapato. 

Claro que, pelo meio, vão causando danos irreparáveis. 

Mas, em tudo o que fazem, fazem asneira da grossa. Orçamentos todos inconstitucionais, as contas todas erradas, as previsões todas falhadas. E andam todos trocados, uma coisa que só vista: o ministro dos Negócios Estrangeiros arma-se em Ministro da Economia e aparece a anunciar investimentos, o Álvaro, em vez de se ocupar da Economia, anda a passear pela Feira da Agricultura. O mesmo Álvaro desata-se a rir à porco quando um deputado do PC goza com o Gaspar. E o dito Gaspar arranjou uma estrangeirinha com os subsídios que agora não há quem se entenda. 

Ao Passos Coelho, que não consegue ter uma ideia própria, vão-lhe colando argumentos com cuspo e, portanto, ele vai variando no que diz, ora dá umas justificações, ora dá outras, ora dá o contrário, e ora é para não desestabilizar o orçamento das famílias, ora é porque não há lei, ora é por causa do défice - e, no meio da baralhada, uns pagam, outros não sabem o que fazer, e toda a gente com dois dedos de testa diz que o Governo, uma vez mais, está a agir à margem da lei. O costume.

Como referi aqui há dias, com esta cena da greve dos professores o Crato resolveu armar-se em macho man e avançou à bruta, e todo ele bravatas, e  todo ele desafiador, manipulador, e que ia avançar com um recurso e agarrem-me senão eu mato-os.

E, perante tanta fanfarronada, a que foi que assistimos hoje? Ao maior bigode de que há memória, ao gozo mais acabado, o país inteiro a rir-se à gargalhada. Ainda não me recompus.

Transcrevo do Expresso:

O recurso do Ministério da Educação "carece de ser aperfeiçoado". Hoje, o juiz decidiu dar dez dias para que sejam cumpridos todos os requisitos, entre os quais juntar "cópia da decisão" do colégio arbitral.


Ainda segundo a agência de informação nacional, o juiz considerou o recurso do ministério "não urgente".



Face a isto, em todos os lares, em todas as ruas, aquém e além mar, assiste-se, mais coisa, menos coisa, a isto:




**

A ver se ainda cá volto....


quinta-feira, junho 13, 2013

Depois de chamar às escolas todos os professores, o que vai Nuno Crato fazer? Manda avançar as tropas? Incluindo a tropa a cavalo? E também os binómios cinotécnicos? E bombeiros também? E mais alguém?... E porque não fechar as escolas e pôr os professores na rua como aconteceu com a televisão pública grega...? Tudo serve menos ajustar as datas dos exames? Tudo serve até que os professores percebam que não valem nada, zero, bola, até que se convençam que valem menos, ah mas muito, muito menos do que um assessorzeco de 20 anos de um qualquer sub-sub-secretário de estado? Que percebam que deviam dar graças a Deus se vierem a trabalhar 60 horas por semana, ganhar um terço do que ganham, ter turmas com 100 miúdos ao colo uns dos outros, e estar colocados a 200 km de casa?


No post abaixo falo das gotas de veneno que o Governo vai ministrando aos portugueses, cicuta em forma de ameaças, mais cortes, menos reforma, mais despedimentos. Hoje mais decisões vieram a lume, desta vez, como fazendo parte do relatório do FMI mas no qual o FMI diz que não o FMI que impôs mas o Governo que quis. Face a este veneno que anda a pôr a sociedade doente de medo, interrogo-me o que dirá Cavaco Silva? Ou só fala lá fora?

Mas isso é no post a seguir. Aqui, falo do Crato, dessa viperina criatura.





Volto a dizer: quando há greve numa empresa, a equipa de gestão aceita-a democraticamente, mesmo que os prejuízos sejam enormes, mesmo que os transtornos sejam preocupantes. E, tendo recebido o pré-aviso de greve, encarrega-se de tentar minorar os danos, ajustando o que pode ser ajustado. A equipa de gestão junta-se, os seus membros organizam-se, praguejam, em surdina invectivam os trabalhadores, mas, de facto, compreendem as suas razões, respeitam-nos, e bola para a frente, amigos como dantes.

Nesta greve - e se os professores e funcionários públicos em geral têm razões de sobra para fazer greve...! - o que fez o Crato?




Sonso, sempre sonso, tentou baralhar, tentou esquivar-se, convencido que lhes ia dar a volta. Depois, quando perceber que não estava a lidar com moscas mortas, partiu para o braço de ferro.

E cada vez o braço de ferra é mais violento. 



Provavelmente os professores até estavam disponíveis para negociar, sempre os ouvi dizer isto. Mas perante a atitude ameaçadora do Crato, perante toda a forma como isto está a ser levado pelo Governo, o que estão a pedir é uma resposta à altura. 

Vamos ver se os professores se aguentam e se mantêm unidos. O ensino tem que ser dignificado e os professores têm que ser respeitados. 

Não podem sujeitar-se a uma humilhação e a serem tratados como se fossem amedrontadas baratas descartáveis  que o Crato pisa com a ponta do sapato. 




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As imagens provêm, uma vez mais do blogue We Have Kaos in the Garden.

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Relembro que, se quiserem seguir para bingo e saber das pérfidas notícias publicadas pela comunicação social neste 13 de junho, dia em que o nosso Santo Antoninho não teve força para travar a perversidade deste desGoverno malvado, é no post já aqui abaixo.

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Em princípio ainda cá volto com uma reportagem fotográfica sobre a maravilhosa tarde que hoje passei. Logo conto. Ainda tenho que ir escolher as fotografias e, a seguir, ainda quero ir jardinar ali ao meu Ginjal. Depois é que venho cá.


sábado, junho 01, 2013

Pedro Lomba vai ao lançamento de Miranda Calha, do PS, para as autárquicas... e só depois o percebe, faz beicinho e diz que foi por engano, fiu, fiu. Eu não disse que o rapaz Lomba é um erro de casting? De casting... e de tudo. Pode ter jeito para escrever mas daí até ter um mínimo de aptidões para ser governante vai um passo de gigante. Se se engana em coisas tão elementares, como será 'isto' a governar...? Oh valham-me todos os santinhos....


Eu já só me lembro que o coisinho Lomba (eu sei, eu sei... escusam os amigos de me vir dizer que ele é inteligente) é adjunto do adjunto maduro. Por isso não sei bem o que é suposto ele fazer. Se o que for, meter lidar com autarquias e outros locais onde imperam macacos de rabo pelado, imagino as praxadelas de que o coisinho Lomba vai ser alvo.



O patinho Lomba, cuá-cuá, foi a uma 'cena' do PS e agora vem dizer que foi ao engano
Todos os patinhos sabem bem nadar, cabeça para baixo, rabinho para o ar

Iria assim, de cabeça para baixo e rabinho para o ar... ?
Como é que não viu que estava a ir a um encontro do PS?
Ó menino pedrinho,
 veja se passa a estar com mais atenção para perceber os sítios onde vai...
Um dia destes ainda é apanhado no cabaret da coxa de calças na mão
e depois vem dizer que não é o que parece, que foi ao engano
Ui ui



Então vai a um encontro para lançar o Miranda Calha para as autárquicas e só depois é que percebe onde está...? Ai... que até me dói.

quinta-feira, maio 16, 2013

Joana Barata Lopes, uma deputada do PSD que, em vez de ir estudar, por aí anda a opinar sobre a sustentabilidade da segurança social como se soubesse alguma coisa de alguma coisa. E Rodrigo Moita de Deus, mais um PSD, que acha que 'o problema das reformas de estado são os reformados do estado' e que, pelo que consigo perceber, por aí anda a vender campanhas publicitárias nas autárquicas 2013 e outra banha da cobra


Nada que eu e muito boa gente não andemos a prever desde que estes ignorantes do desGoverno mostraram ao que iam mas, a cada trimestre, o terror passa a letra de forma.

Os dados oficiais comprovam o desastre a que este governo levou e continua a levar o País. A recessão agrava-se de dia para dia - agrava-se a alonga-se. A uma recessão cavada e prolongada chama-se depressão. E é grave. É que uma recessão assim, transformada em depressão, é um rolo compressor: à sua passagem destrói tudo - empresas, famílias, pessoas.

Perante este descalabro e nas mãos de um governo desunido, desnorteado e impreparado, multiplicam-se as vozes nas televisões, rádios, jornais. As interpretações são de toda a espécie e feitio e pasmo, mas pasmo mesmo, com a leviandade com que se dizem tantos disparates. Há pessoas que não têm a mínima ideia das reais razões do que se passa mas opinam como se o soubessem. Há gente que se vê que não percebe nada, mas nada mesmo de números, e falam de coisas sérias como se fossem opiniões sobre um jogo de futebol ou como de marcas de roupa.

Esta noite dei-me a algum trabalho.

Tentei perceber como é possível que tudo esteja tão enxameado por gente desqualificada que faz opinião, influenciando as opiniões dos que os ouvem ou lêem. Há criaturas que eu, mal as ouço, me dá vontade de as mandar estudar, tamanha a ignorância que demonstram.

E, neste curto espaço de tempo, agora aqui em casa, descobri coisas surpreendentes. Não que sejam novidades mas, oh céus, comprovam o que eu intuía e temia - embora, se tivesse estado mais atenta, já teria reparado melhor nos alertas.

O País foi tomado de ataque por uma gentinha desqualificada: gentinha que inundou a Assembleia da República, gentinha que inundou o Governo, que inunda a comunicação social e que, directa ou indirectamente, vive à babugem de um poder que está nas mãos da gente mais desqualificada que se aboletou no governo e nas autarquias.

Na maioria, somos nós, contribuintes, que sustentamos esta gentinha ignorante que fez de destruir o país o seu modo de vida.

Ontem já falei de uns quantos que por aí andam não se sabe a fazer o quê, já que não têm habilitações ou competências mínimas para os cargos que ocupam.

Hoje vou falar de dois outros que actuam em ramos diferentes mas em que, bem vistas as coisas, há uma certa convergência.

Joana Barata Lopes


No Diário de Notícias de ontem, este artigo que versa dos temas mais complexos da sociedade e que, para o abordar, se deve ter noções mínimas de demografia, economia, já para não dizer que deve ser analisado sob perspectivas humanas e sociais:

Reforma estrutural para o futuro das reformas, por Joana Barata Lopes, presidente da JSD/Lisboa

Não vou transcrever tudo, é arrazoado avulso. Transcrevo apenas um pequeno excerto:

Para ser clara, tem de ser absolutamente indiferente o dinheiro que esta reforma possa custar. Se a troika diz que precisamos cortar quatro mil milhões estruturais pela e para a sustentabilidade do Estado, então o que a minha geração tem de dizer é que se corte os milhões que forem precisos - porque se a troika define os mínimos do sustentável é obrigação dos jovens exigir um país que seja muito para lá dos "mínimos" da sustentabilidade.


Ou seja, a troika diz e a Joana Barata Lopes diz que se cumpra, custe a reforma o que custar.

A Joana não percebe que não é a troika que diz que são quatro mil milhões: quem o diz é o Gaspar e o Passos que, de mês para mês, vão agravando aquele montante com a recessão que estão a provocar no país, diminuindo o valor das receitas. A cada mês que passa, mais milhões se vão somando. E, então, acha a Joana que não se deve discutir, deve é ir-se buscar esse dinheiro às reformas e ponto final. Custe o que custar.

Ora, quem é esta Joana que acha que pode opinar tão dogmaticamnete sobre este complexo assunto? Para além de ser presidente da JSD/Lisboa, quem é esta criatura que aceita tudo de mão beijada e se lhe dizem que a troika diz mata, ela diz esfola, sem tentar perceber coisa nenhuma?

Vejamos.


Joana Barata Lopes: Deputada e presidente da JSD lisboa


Ora bem. Já viram na legenda da fotografia: trata-se de mais uma Deputada. 28 anos. Mais uma pessoa paga para nos representar. Vejamos o seu curriculum. Transcrevo do CV da Assembleia da República:

Nome Completo
Joana Catarina Barata Reis Lopes
Data de Nascimento
1985-03-16 
Habilitações Literárias
Frequência de Licenciatura em Direito
Profissão
Assistente Notarial


Mais nada. Frequência do Curso de Direito, não se sabe até que ano, se calhar ainda nem um ano completo tem. Vi que o pai é notário ou trabalha num notário e provavelmente daí o tê-la posto a trabalhar num notário, se calhar a tirar fotocópias nas férias (mas isto já sou eu a especular depois de ter lido o seu percurso).

Do que tem feito como deputada, a única coisa que descobri foi a falta de bom senso que levou a catraia a telefonar para o INEM com um falso telefonema, uma cena parva e inexplicável. Coisa de miúda sem tino.

Pois bem, com a formação escolar que se vê, sem experiência profissional ou de vida, lá está como deputada e aí anda a escrever artigos no Diário de Notícias sobre a sustentabilidade da Segurança Social.

Vejam bem nas mãos de quem estamos. É gente assim que faz leis, as aprova, que dá suporte ao Governo. é gente assim...! Até me dói a alma.

Mas há mais.


Rodrigo Moita de Deus


Há dias, li no Fio de Prumo a referência a um tal Rodrigo Moita de Deus que, no seu blogue, terá escrito mais uma pérola: «O grande obstáculo às reformas no estado são os reformados do estado.» E, escrevendo isso, apontava ele para Manuela Ferreira Leite. 

Fui ver quem é o sujeito que acha que o problema das reformas no estado são os reformados do estado, um pensamento lindo, construtivo, edificante.

Ingenuamente ainda admiti: é capaz de ser algum estudioso do sistema, alguém com conhecimentos. Provavelmente um faccioso, insensível, mas, ainda assim, com algum conhecimento de causa. Tentei confirmar.



Rodrigo Moita de Deus, se não vende banha da cobra não sei...


Pois bem. É membro da Comissão Política Nacional do PSD. Vejo na wikipedia: foi publicitário, jornalista e é autor de vários livros. É um dos fundadores do blog 31 da Armada e CEO da NextPower.

Aqui chegada, à Next Power, soaram-me algumas campainhas.

Habituada que estou a ir ver os sites das empresas para perceber a quem pertencem, o que fazem, como fazem, o que as distingue, etc, deparei-me com a ausência de site. Em vez de site descubro um vídeo no Youtube, vídeo esse que é o vazio absoluto. Vazio mais vazio é difícil. Espantada, leio na apresentação:

A empresa decidiu fazer um vídeo e não um site, para evitar que os clientes percam muito tempo. A Nextpower apresenta assim uma página minimalista, na qual encontramos apenas o essencial: os contactos explica Rodrigo Moita de Deus. "Se uma imagem vale mil palavras, uma imagem em movimento vale milhões, acrescenta o responsável."

Vejam com os vossos próprios olhos se contratariam esta empresa para fazer alguma coisa a sério. Eu não. É que nem consegui perceber se aquela miudagem faz ideia do que anda a fazer, se é que anda a fazer alguma coisa. Se bem percebi fazem likes e tweets como se fossem das empresas que as contratam. Mas vejam com os vossos próprios olhos se isto é apresentação decente que se faça de uma empresa.





Pois bem. Pasmem. Há quem os contrate.

Procurei melhor e lá me aparece a Next Power associada às autárquicas do Porto e Gaia e lá vejo o cartaz do Carlos Abreu Amorim e lá vejo no facebook aquele Secretário de Estado do Turismo, um gaiato qualquer, aparentemente a oferecer um prémio a uma iniciativa também ligada a esta gente toda.

E vi que esta criatura também por aí anda a fazer conferências e, do que vi, cada uma mais vazia de conteúdo do que a anterior. Se há gente que personifique o que significa viver sobre a espuma dos dias, é esta gente. Dizem banalidades, vacuidades, parvoíces e fazem disso um modo de vida.

É a esta nata que o actual governo vai contratar para assessores, para especialistas em comunicação e imagem. É também desta nata que saem deputados, adjuntos.

É esta gente que acha que o mal das reformas de estado são os reformados, é esta gente que parece achar bem que se mate à fome os reformados deste país. Uma gaiatagem que não estudou e que medrou nas jotas, nos blogues, que 'manda umas bocas', que se protegem uns aos outros. É esta gente que Passos Coelho e Portas escolhem para fazer parte das listas eleitorais ou que vai buscar para enxamear os ministérios, é esta gente que faz press releases para os órgãos de comunicação social.

Uma vergonha.

Muito do que é Portugal agora, um país deprimido, falido, numa triste deriva, a esta gente o deve.

Mas não nos ponhamos de fora: somos nós que os elegemos, somos nós que permitimos estas fantochadas inacreditáveis.

Fico-me por aqui. É tarde. Estou cansada de ter estado a ver parvoíces em catadupa, estou quase arrasada por ver por onde anda esta gente. Como é que é estes sujeitos podem ir parar a lugares de deputado ou secretários de estado, ou  por aí andarem a assessorar ministros, a conferenciar, a fazer opinião?!

Assustador.

***

Não vou reler pelo que, por favor, relevem se encontrarem letras ou vírgulas fora do sítio, está bem?

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A propósito desta crise horrível e do horror que é estarmos entregues a gente desta, fui buscar Jorge de Sena e, até, José Afonso. E, com ambos, caminhei pelo meu Ginjal e Lisboa, desfiando as minhas mágoas. A seguir surge um coro celestial que ajuda a lavar a alma. Gostava muito de que me fossem lá fazer uma visita.

***

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quinta feira muito feliz.

Gostava de ter disponibilidade mental para escrever histórias, coisas leves, agradáveis. A ver se o dia corre tranquilo, sem peripécias rocambolescas. Também gostava de vos falar sobre o relatório da OCDE que já li.

sábado, maio 11, 2013

Carlos Abreu Amorim, o inefável vice presidente da bancada parlamentar do PSD (e CANDIDATO AUTÁRQUICO À CÂMARA DE GAIA...) pede a demissão de Vítor Gaspar. A sério. É de pasmar mas é verdade. Diz que chegou a altura de Vítor Gaspar sair do Governo, que o tempo político de Gaspar chegou ao fim, só faltou dizer que o psicopata social, tecnocrata fundamentalista, devia ser enxotado, ser atirado borda fora, ser corrido de qualquer maneira, se for preciso, ao pontapé.


Já aqui o contei há tempo. Uma colaboradora minha, pessoa do mais zen que existe, presumo que seja pacifista militante, no outro dia disse, com ar sereno mas muito convicto, que achava que se calhar teríamos que correr com a gentinha deste governo à pedrada, que lhe parecia que não saíriam de lá de outra forma. 

Fiquei de boca aberta. À pedrada? Ela encolheu os ombros desolada e confirmou: Não vejo maneira de ser de outro jeito...

Hoje foi um colega meu, do mais conservador que há, mas ponham conservador nisso, que com ar furibundo, quase rangendo os dentes, disse, se eu me vejo ao pé de algum daqueles tipos, é à bofatada!!! - Assim mesmo: à bofatada! (Não é erro ortográfico meu, não: é mesmo a raiva dele).

Mas que toda a gente já só pense em violência física, uns à pedrada, outros à bofatada, outras à estalada, não me admira. Estes tipos têm um poder de destruição como nunca se viu, uns psicopatas, maus, mal formados, gente sem ética, sem moral, gente estúpida, inexperiente, gente sem formação de qualquer tipo, uma coisa como nunca se viu.

Também já se via tudo o que é gente com dois dedos de cabeça do próprio PSD a dizer alto e bom som que este governo não presta, que a gente do governo não presta.

Já não se ouve uma voz a defendê-los. Mas, ó senhores, até o deputado Amorim....?!?!



O deputado Amorim,
até há tão pouco tempo tão amiguinho e  tão palmadinhas do Relvas


Costuma dizer-se que, em caso de afundanço, os ratos são os primeiros a abandonar os navios. Tenho uma certa dificuldade em conotar a figura da inefável criatura com um ratito. Quiçá o veja mais como uma rotunda ratazana. Mas isso é pormenor, ratinho, ratão ou gorda ratazana, whatever.

Também se sabia que, prevendo a hecatombe do PSD nas próximas autárquicas, a maltinha da babugem iria demarcar-se, sacudir a peçonha, não, eu cá não tenho a ver com aquela gentinha. Lembram-se da Berta, agora Secretária de Estado, tudo gente com uma verticalidade muito às ondas, que dizia que não tinha nada a ver com o ex-doce quando andava numa de ganhar eleições?

Pois é. Sape gato! 



Depois do Menezes que rebentou com as contas de Gaia,
não se está mesmo a ver que do que Gaia precisa  é do deputado Amorim
que deve ter tanta queda para contas como eu para dar o dó de peito


Assim é o anafado Amorim (e, atenção, que não tenho nada com ele ser anafado, tenho é contra ele ser o Amorim lambe botas - ia dizer outra coisa mas como sou uma moça de boas maneiras, digo que ele se fica pelas botas).

Dão-nos conta hoje todas as notícias que o esponjoso Amorim diz que chegou o tempo de correr com o Gaspar, que o Gaspar já fez o que tinha a fazer, que xô, xô!, rua, que com o Gaspar no Governo não vamos a lado nenhum, que o Gaspar não dá esperança a ninguém, que já não se aguenta tecnocratas destes, uns fundamentalistas da treta, e coisa e tal.

Ora bem.



Eizio-o: o fantástico deputado Amorim,
aqui quando tinha alguma massa gorda a menos
 mas já com muito pezinho para  o eleitoralismo, um verdadeiro autarca-pimba


Confesso que, ao ouvir esta notícia fiquei espantada: não pensei que já tivéssemos chegado aqui. Quando um deputado Amorim se sai com uma destas é porque este governo bateu no fundo. Como dizem os brasileiros: sujou...