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sexta-feira, junho 23, 2017

Os olhinhos ofuscados do ministro Pedro Marques perante o generoso decote da Ana Lourenço



Também quero aproveitar para dizer outra coisa. Estávamos a jantar e a vermos a RTP 3. Por indolência fomos ficando. Gosto do Ministro Pedro Marques. Gosto desde que foi Secretário de Estado. É um fulano sóbrio. Não atira foguetes, não tenta agradar, fala do que sabe e, se não sabe, diz que não sabe. E, do que sabe, fala com determinação. Gosto. Não há cá rodriguinhos, bolas de efeito, jeitos à esquerda e à direita. E dá ideia que tem os pés assentes na terra, não parece ser fulano para se deixar deslumbrar.


Mas, então, lá estava ele, tentando manter uma linha de rumo racional face a perguntas da Ana Lourenço que o interpelava numa lógica de imediatismo, como se, agora que o fogo foi apagado, já se estivesse em condições de começar a trabalhar. Que ainda não haja levantamento de estragos, que, por conseguinte, muito menos se tenha podido avaliar a forma mais expedita e económica de fazer face a todos os estragos ou se há seguros que cubram parte dos danos ou condições efectivas para se pedir o recurso a fundos, isso, para ela não interessa nada. Para aquela cabecinha (que antes me parecia mais ou menos atilada e que, com o tempo, tenho visto a tender para a desmiolice) seria normal que, não se sabendo ainda nada disso, o Ministro estivesse em condições de responder com números exactos a quanto vai custar ou quando vai estar tudo pronto.

Como é que eu poderia alguma vez ocupar cargos em que tivesse que aturar perguntas assim...? Jamais! (ler em francês de Alcochete, se faz favor). Se numa situação destas, no dia em que fosse nomeada para coordenar a reconstrução de uma coisa com a amplitude de toda a zona ardida nos diabólicos incêndios de Pedrógão e Góis, e sem se saber ainda o exacto âmbito e a real dimensão dos estragos, me aparecesse uma Ana Lourenço a fazer perguntas destas, acho que responderia com ar sério: 

            Com certeza, Ana. Eu digo-lhe. Vai demorar três meses e duas semanas e meia e vai custar quatro milhões, quinhentos e vinte e sete mil duzentos e setenta e seis euros e vinte e três cêntimos. 
A ver se ela percebia a ironia... Na volta, não.
         Para os jornalistas qualquer asneira dita com ar convicto é letra de forma, coisa equivalente ao que antes era atestado em papel azul de vinte e cinco linhas com selo branco e escriturado por notário. E quatro ou quarenta, milhões ou milhares de milhões para os jornalistas é tudo igual ao litro. Vão por mim: ainda pior que cliteracia de alguns australopitecos é a confrangedora iletracia matemática dos jornalistas. Mas, enfim, acho que, quanto a isso, não há nada a fazer. Temos que sofrer em silêncio (ou, então, seguir o avisado conselho da Mãe Preocupada).
Continuando. Na volta, a dita Ana Lourenço (e aqui leia-se Ana Lourenço em sentido lato) achava que eu estava a falar a sério e ainda me perguntava a seguir: E quantas pessoas vão estar envolvidas nessas operações? E eu, na mesma linha, responderia, com convicção: 
Ainda bem que fez essa pergunta, Ana. Vão estar envolvidos catorze engenheiros civis, dois mecânicos, quatro electrotécnicos, dez biógofos, dois astrofísicos, um astronauta, sete arquitectos, duzentos e trinta e sete pedreiros, treze electricistas, doze canalizadores, a equipa do Querido, Mudei a Casa, cinco silvicultores, dois deputados do PSD Ribatejo, trinta e três motoristas, vinte e nove agricultores, a ex-ministra Cristas, cinco jardineiros, dois fotógrafos, rédeas curtas para dez meios jornalistas, milho para meia dúzia de galinhas sem cabeça (bem, talvez essas não precisem de milho), uma gaiola para cinco papagaios e uma jaula para seis abutres.
Enfim.

Mas adiante que não era sobre isto que eu ia falar.

A cena é que a Ana Lourenço -- que hoje não se apresentava com o habitual cabelo em asa de corvo mas, sim, numa rutilante cor de cobre -- estava com um generoso decote que deixava antever parte dos seios. Acresce que dá ideia que os pousava sobre a bancada, empolando os volumes que se acomodavam dos lados do vale que se formava entre eles. 


Em frente, o pobre ministro tentava manter o olhar acima da linha de água para que ele (ele, olhar) não se afundasse na regueira por onde talvez escorresse a putativa transpiração entre-seios da Ana Lourenço.

Contudo, o pobre, de vez em quando, quando ela falava e ele se via forçado a encará-la, fechava os olhinhos, tentando não ver o que ela tinha bem à vista. Olhinhos semi-cerrados. Franzidinho, franzidinho... Ou isso ou é míope e estava, o maroto, a focar a visão para melhor alcançar as poitrines da Lady in Red Hair.

E estava eu a pensar isto -- mas em silêncio, que eu os pensamentos íntimos gosto de os guardar só para mim -- e diz o meu marido: 'Não deve ser fácil um gajo manter-se concentrado... a Ana Lourenço hoje está com as mamas quase de fora'. 


Exagero dele, claro. Não estavam quase de fora coisa nenhuma, estavam apenas sofialorianamente bem insinuantes, digamos assim.

Esta dele (dele, meu marido) até me fez lembrar uma do marido de uma colega. Conta ela que ele, quando ela sai de casa mais decotada, lhe alarga o decote com um dedo, espreita bem de perto e lhe pergunta: 'Olha lá, achas que vais bem assim, as mamas todas à mostra?'. Conta ainda ela que, calmamente, o elucida: 'Olha lá tu. E tu achas que os meus colegas costumam meter o dedo no meu decote e espreitar lá para dentro?'

E sai de casa assim mesmo, orgulhosa nos seus bem fornecidos seios.

E faz ela muito bem. Desde pequena que ouço dizer que o que é bom é para se ver. Ora essa.

Enfim. 

Isto só para dizer que, por todas as supra aduzidas razões, aquele pobre ministro Pedro Marques deve ter suado as estopinhas para sair lúcido daquela entrevista com a Ana Lourenço.


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NB: Caso este converseio não seja bem a vossa praia e prefiram prosa mais literária, desçam, por favor, para ouvirem um escritor guapissimo com voz arraçada de Pipi a falar da Madame Bovary.

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[Não sei se ainda vou dedicar-me ao meu folhetim ou se vou mas é pregar para outra freguesia. Já vejo]

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sexta-feira, agosto 01, 2014

Pode um homem que temos por homem de bem portar-se como um vulgar bandido? Confesso: ainda me surpreendo com algumas situações. Mas não devia. É todo um ambiente malsão em que se aceita ser liderado por chernes ou láparos que atiram com uma 'pipa de massa', aconselhando a que, todo um povo, diga 'obrigadinho' aos senhores que tanta caridade demonstram


O que levou Ricardo Salgado, Joaquim Goes e outros a ignorar a deontologia, a desrespeitar a regulação, a lei, a ética, a moral, e, em última análise, a desprezar aqueles a quem estavam a tornar vítimas?

Não posso colocar no mesmo cesto Ricardo Salgado e pessoas como Joaquim Goes e outros que agora são todos postos no pelourinho como responsáveis por todas as pulhices feitas no Banco, pulhices que têm pesadas consequências para muita gente e para o País.

Ricardo Salgado era o dono e o representante supremo dos restantes donos. Joaquim Goes, António Souto e Rui da Silveira, sendo administradores, eram empregados. É certo que poderiam ter-se demitido para não violarem a sua consciência, poderiam ter-se demarcado. Claro.


Contudo, não o fizeram. A questão é que, quando se está dentro de uma equipa de gestão, fica-se quase automaticamente conivente. A consciência fica dividida entre o dever de lealdade à empresa e o dever de lealdade à própria consciência. Muitas vezes, no enleio das circunstâncias, sobrepõe-se o primeiro.

E o que acontece muitas vezes é que, de pacto em pacto, se chega a um ponto em que é difícil recuar. Já se pactuou demais, já houve demasiada co-responsabilidade e um passo em falso significa sarilhos e dos grandes, para todos, incluindo para o próprio. A partir daí é a fuga para a frente. Fuga tantas vezes cega.

Lembremo-nos. Há muitos advogados, assessores, auditores, gente que sabe como esmiuçar a lei a apoiar as decisões dos senhores do dinheiro (senhores do dinheiro, não: como tantas vezes aqui o tenho referido, são senhores da dívida porque, dinheiro, dinheiro, a bem dizer quase o não há). Gente que é contratada para dar apoio e que o dá. Gente que é paga para dizer o que os senhores querem ouvir. 

Soa-lhe mal isto, meu Caro Leitor? Não é caso para isso. Se o meu Caro Leitor tiver como ganha pão um trabalho que consiste em elaborar pareceres e se tiver como cliente um Grupo que se tinha como poderoso, vai virar as costas? Vai correr o risco de ficar sem trabalho, sem dinheiro ao fim do mês? Se calhar não.

E, escorados por vários pareceres, e habituados a ser poderosos, a tudo poder, a tudo manobrar, a escapar sempre, a empregar meio mundo, a pagar para ter descanso, quem se sente acossado vai em frente, convencido que sempre há-de conseguir escapar ileso.

Estou em crer que não pensam nas vítimas. Aliás: sei que não.

Um abutre que se alimenta de pequenos animais para poder sobreviver, terá pena dos animais que devora? Estou em crer que não. O abutre quer sobreviver e fará o que tiver que fazer para isso. Não faz o Caro Leitor o mesmo quando se alimenta de frangos que são criados e alimentados para lhe servirem de alimento a si? Sente pena dos frangos? Claro que não. Afinal, existem para serem o seu alimento.
Não digo que os banqueiros sob suspeição pensem dos clientes o que o meu Caro Leitor pensa dos frangos com que se alimenta. Aliás, sei que não pensa. Tal como o Caro Leitor nem lhe ocorre pensar na felicidade do frango antes deste lhe servir de alimento.

Ricardo Salgado desviou dinheiro dos bancos para financiar as empresas da família por ser má pessoa? É má pessoa no sentido de querer o mal das vítimas? Joaquim Goes, António Souto ou Rui Silveira sentiram desprezo pelas pessoas que foram ao aumento do capital e que agora se vêem praticamente sem nada? Creio que não. Creio que nem pensaram nisso. 


Do que sei, e nem em especial em relação a eles mas, enfim, do que sei da raça humana, estou em crer que queriam era salvar a situação, salvar a pele.

Gente que vive com centenas de milhares de euros de rendimentos, que recebe bónus escandalosos, que se habitua a um nível de vida estratosférico, gente que se afasta da realidade concreta, que não convive com os pequenos aforradores, que vive entre poderosos, a quem se pedem favores a todo o momento, que vivem entre negociações de linhas de crédito, papel comercial, colaterais, etc, e tudo envolvendo muitos milhões e que sabe que ou fecha os olhos a uma ou outra inconsistência ou a coisa vai começar a derrapar ainda mais, às tantas nem pensa nas consequências práticas da sua negligência ou conivência.

Para evitar situações assim, que podem ficar descontroladas, existem os auditores independentes (como a KPMG), os reguladores, as autoridades de supervisão. Deles se espera presciência, proactividade, rigor, sentido crítico, alta competência, isenção, sangue frio.


Fui ao google à procura de uma fotografia do Carlos Costa e apareceu-me este.
Fica aqui.

Assim como assim, aparentemente, e do que se vai sabendo a cada dia que passa, não fez muito menos pela supervisão do que o Carlos Costa do Banco de Portugal




O que causa espanto em toda esta miserável história é como é que falhou tudo. Tudo. Porquê? Incompetência? Cegueira? Submissão perante os que se pensa serem os donos disto tudo?

E, perante situações como estas, em que tudo falhou, o que é que o poder político vai fazer?

São deputados júniores, ou bimbos que nem educação têm, ou gente que é deputada em part-time e que, no resto do tempo, trabalha para escritórios de advogados que suportam juridicamente partes envolvidas em disputas, que vão saber pensar com elevação, isenção? São estes artistas que têm capacidade para pôr este País pequenino, de plástico, nos eixos? Não são...

E os organismos europeus e mundiais que enviam técnicos pagos a peso de ouro para efectuar testes, que têm gente para fazer estudos, análises de toda a espécie e feitio, auditorias cruzadas, porque é que também nunca dão por nada?

Não me admira: salvo raras excepções, são burocratas ou gente que vai para a UE porque não tem lugar por cá ou porque é incómoda. E como esperar mais quando a grande barca é capitaneada por um cherne caracterizado de estadista que acha que, com um punhado de euros, deveríamos era ficar agradecidos? Manda que os portugueses se calem por terem recebido uma pipa de massa. Não tem vergonha. E o sorrisinho alarvemente paternalista? É maneira de tratar os portugueses? 


Durão Barroso, que vai ficar associado ao mais negro período da União Europeia, e Passos Coelho, que vai ficar associado ao mais negro período de Portugal no pós-25 de Abril: uma pipa de massa, e agora usem-no bem e que ninguém se venha agora queixar que é pouco e que os senhores não são bonzinhos.



26 mil milhões de euros em 7 anos, representa cerca de 3,7 mil milhões por ano. É muito? É alguma coisa. É melhor que nada. Mas não é uma chuva de dinheiro nem é caso para tratar os portugueses como pedintes que devam beijar o chão que os senhores da Europa pisam. E quanto pagámos nós em juros? Não foi bem mais que isso? Não é isto apenas um agrado pelo muito que temos pago, nós os pedintes, nós os desempregados a quem cortaram o subsídio, nós os reformados a quem cortaram a pensão, nós os funcionários públicos a quem cortaram o ordenado, nós os vencidos da vida a quem cortaram o subsídio de inserção?

Ah, como os vendilhões do templo continuam a manipular a opinião da arraia miúda... Ah como continuam a tratar-nos por mal agradecidos... Ah como se unem para nos fazer culpados por precisarmos das migalhas que nos atiram...

Com elites destas, como poderemos esperar estar defendidos de abutres esfomeados, nós pequenos e indefesos animais?

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N.B.


E, nas pobres elites, não me refiro apenas a Durão Barroso, a Passos Coelho, a Carlos Costa, a banqueiros como Ricardo Salgado, a deputados de aviário, a líderes partidários que não valem um caracol furado, a presidentes de universidades que ensinam o que está na moda e que, por aí, andam a difundir balelas. Refiro-me também a comentadores ou pseudo-jornalistas económicos - que papagueiam o que as agências de comunicação e imagem das empresas e dos gabinetes governamentais mandam para as redacções ou lhes contam em pequenos almoços ou almoços - que encharcam os media com tretas, palermices, frases ocas, mentiras, embustes, logros e que, com o que dizem, vão manipulando e entorpecendo a opinião pública. 


Não sei como venceremos um dia esta inércia em que nos deixámos cair. 

Mas, enfim, não vos maço mais. Digo apenas, como um desabafo, que este é mais um momento triste na vida do meu País. Custa-me, em especial, porque haverá muitas famílias destroçadas, umas directa e outras indirectamente e porque, dada a forma desajeitada e amadorística como este assunto tem estado a ser gerido, receio que a procissão ainda vá no adro.


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Para terminar: dizia-se que Jean-Claude Juncker tinha sugerido a Passos Coelho que o comissário português fosse uma mulher. Sabido é que convém que seja experiente nas lides políticas, conhecedor dos corredores europeus, ágil e hábil na negociação. Sabido é que Juncker anunciou que pretende focar-se mais nas políticas sociais e de desenvolvimento.


Face a esse caderno de encargos, pergunto: Carlos Moeda é a mulher que cumpre todos esses requisitos? Carlos Moedas, o braço da troika no Governo que mais defendeu a austeridade em toda a UE, é a Comissária de que Portugal precisava em Bruxelas? É a comissária de que a UE precisa na equipa que pretende relançar a Europa?



Ok, estamos conversados. Vou ali e já venho.

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Assim, vai pois este pobre Portugal, descendo degrau a degrau o buraco que se vai cavando a seus pés.

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sábado, maio 21, 2011

Sócrates e Passos Coelho no debate da RTP 1 - uma lástima, não é desta forma de fazer política que precisamos. Em contrapartida daqui vai um rasgado elogio para o jovem talentoso e muito promissor Dr. Pedro Marques, Secretário de Estado, que, no Expresso da Meia Noite, mostrou o que é uma forma competente de fazer política

Sócrates e Passos Coelho estão bem um para o outro. O primeiro luta para defender uma posição já adquirida; o outro luta para a alcançar.

De facto, neste momento, acima de tudo, estão na política para ver quem se sai melhor na comunicação social. Tentam apanhar o outro em falso, esgrimem argumentos, trazem folhinhas, fazem trejeitos. Pessoalmente talvez preferisse que os pusessem numa piscina de lama a ver qual deles puxava mais os cabelos do outro.

Claro que acho o Passos Coelho um líder improvável. Olho para ele, ouço-o e tudo aquilo me parece um disparate pegado - como quando fazem aqueles programas maravilhosos na TVI em que mostram casos mal sucedidos (uma mama que ficou virada para cima e outra para baixo, ou a cara com uma bochecha ao pé do olho e outra ao pé da orelha). Assim está o Passos Coelho como líder do PSD, um implante mal sucedido.

Sorry, Manuela

Mas também acho que Sócrates, ao não sair de cena, prejudica o PS porque centra em si próprio toda a atenção, porque diga o que disser, todos vão olhar para ele e dizer que está cansado, que está desgastado, que se repete, que escamoteia, etc, e a discussão relativamente ao PS não passa disso. Não esteve mal mas é um déjà-vu e, sobretudo, a seguir, em todos os canais, os jornalistas que se travestem de comentadores, decretam que ele se repetiu, que não teve um discurso novo, que esteve assim, assado, e não descansam enquanto não levarem o outro, ao colo, para o 1º lugar. Uma tristeza. Mas, até por isso, o Sócrates deveria deixar de dar esse pretexto.

[Sobre o debate e embora até me dê pena referir, um elemento verdadeiramente confrangedor: aquele pobre Vitor Gonçalves não leva pitada de jeito para pivot de um debate político. Até dói ver o esforço sobre-humano que parece fazer para tentar interromper ou colocar uma questão. Coitado. Sofre ele e até me faz sofrer a mim de o ver naquela agonia.]


Em contrapartida, no Expresso da Meia-Noite, na SIC Notícias, tive uma agradável surpresa com um jovem Secretário de Estado, creio que da Segurança Social, o Dr. Pedro Marques.

Pedro Marques: Olho azul, ar de menino, mas, de facto, um leão

Seguro, incisivo, straight to the point, objectivo, frontal. Sabe do que fala e não se perde com assuntos miseravelmente irrelevantes. Um político a incentivar e que oxalá tenha a promissora carreira que merece.

E qual o point ao qual Pedro Marques apontou, certeiramente? Nem mais, nem menos que o PSD prevê, no seu programa eleitoral, aumentar isenções fiscais nas tributações aos lucros das grandes empresas e favorecer a zona franca da Madeira. Numa altura em que se exige esforço fiscal e esforço de toda a ordem a toda a gente, o PSD prevê o alívio fiscal nos lucros das grandes empresas e o estímulo a que se instalem no offshore da Madeira!? Extraordinário, não...?!

Foi sobre isto que Pedro Marques se indignou, se interrogou e questionou directamente os dois representantes do PSD ali presentes. Claro que, sobre isto, balbuciaram coisa nenhuma. Pena que Ricardo Costa e Nicolau Santos, dois competentes jornalistas, desconhecessem a matéria.

Anda meio mundo à volta de questões supérfluas ou mesmo de falsas questões como a de quantos pontos desce ou não desce a TSU e ninguém se lembra de fazer o trabalhinho de casa, lendo os programas eleitorais. (Ok, eu também não... mas nem eu sou jornalista, nem me passa pela cabeça ir votar naquele projecto falhado de líder que é o africano-cantor-pasteleiro PPC)

Pegasse o PS em meia dúzia de pessoas como Pedro Marques e outro galo cantaria. Não apenas a política saíria mais escorreita como poderíamos assistir a uma mudança de paradigma.

* Mas, a par do rasgado elogio, segue também um conselho: Caro Pedro Marques, não volte a usar aquela gravata. Apenas porque estou bem disposta é que estou a dizer bem de si apesar daquela gravata. Ouça: gravatas cor de rosa, ainda por cima de um rosa reluzente, jamais. Certo?)


(Escusado será dizer que o Ministro Augusto Santos Silva, que adora uma boa cena de traulitada, e este jovem altamente promissor Pedro Marques deram cabo do careto Miguel Macedo, encarregue da missão impossível de credibilizar o chefe, e do esganiçado engenheiro civil Carlos Moedas, o guru da fiscalidade do PSD que não passa de uma réplica pouco elaborada do mano gémeo Manuel Luís )