Mostrar mensagens com a etiqueta Elena Shichko. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Elena Shichko. Mostrar todas as mensagens

domingo, maio 16, 2021

Vasinhos azuis et al.

 



Por obra e graça de um dos big brothers que reinam sobre os humanos, neste caso aquele que dá pelo nome de google, reapareceu o post que na noite de sexta para sábado se tinha evaporado. Sem explicação dada sobre o sucedido ei, pois, que voltou a materializar-se. 

Com vossa licença, repesco-o, pois, para aqui. 

Conseguimos sair a horas razoáveis. Queríamos ir a uma loja longe de nós. Pusemos o gps e lá fomos. Nunca tinha andado por aquelas bandas e, como sempre, estava espantada não apenas com a paisagem como com o que para ali havia de pequena indústria, de armazéns, de comércio de revenda.

Cheirava bem por ali. Tínhamos prevenido que iríamos pelo que, se não chegássemos a tempo, teríamos quem nos atendesse. Mas chegámos a horas. O meu marido falou no aroma. Era uma torrefacção de café lá perto. Curioso. Pelos vistos, tal como há cerveja artesanal, feita fora das grandes fábricas, a mesma coisa acontece com o café. Lotes especiais. Negócio de nicho. Um cheirinho bom no ar.

A loja funciona numa moradia. Quando entrei vi umas suculentas num canteiro. Quando nos despachámos, perguntei ao senhor: 'Posso tirar um pé de uma daquelas plantas?'. O senhor sorriu, disse que sim. O meu marido não disse nada mas é o tipo de coisas que não faz exactamente o género Dele. Vi há pouco que não sou a única. Sorri ao ler.

Vínhamos com gps a sair de lá, passámos por uma grande loja, com grande parte ao ar livre: um recinto com vasos de toda a espécie e feitio. Pedi para irmos ver. Era do outro lado da estrada. Não queria, disse que não podia virar. Pedi. Lá me fez a vontade. Tantos vasos, de tantos materiais, de tantos tamanhos. Só que eu estava aflita para fazer chichi. Ainda pensei que talvez houvesse uma casa de banho. Mas não vi nenhuma. Estava já um bocado de frio, vento. Aquilo enorme. Eu aflita. Pensei que nem conseguia cirandar à vontade. Fiz-lhe a vontade: disse que era melhor irmos andando. Disse-me: pareces uma criança pequena

(Não sei se tem a ver com ser criança ou com esta coisa horrível de nunca haver casas de banho públicas quando a gente precisa delas.)

Gosto de vasos mas têm que ser bonitos e estar agrupados. Ou, então, se o espaço não pede ajuntamento de vasinhos, têm que estar em locais especiais e ser apenas um aqui, um ali, onde sejam um focal point.

Gosto muito dos de terracota escura, artesanal, com alguma imperfeição. Mas no outro dia vi no Leroy uns parecidos em plástico. Não trouxe. Mas nem parecem de plástico. Tenho andado a pensar que, se calhar, fiz mal. Agora, ao ver um dos vídeos da Linda Vater, concluí que, de facto, bem integrados, de permeio com genuínos, nem se tem aquela sensação de que são fake. E têm uma grande vantagem: são muito mais leves. Os de barro, pedra ou terracota são um pesadelo. Se quero mudá-los de sítio lá tenho que pedir ajuda o que nem sempre é fácil de obter. 

E é isto que aqui podem ver: quanto mais cheia de trabalho ando, mais me apetece plantar flores, arranjar vasos, pintar a casa, pintar móveis, rejuvenescer tudo à minha volta. 

Na horta há uma desconjuntada estufa de painéis plásticos. Está abandonada. Tenho vontade de lá pôr vasos e imagino-os pintados de azuis: azul alfazema, azul céu, azul chumbo, azul suavidade, azul água. Acho que um conjunto de vasinhos em diferentes de azul deve ser uma graça.

____________________________________

E agora conversa já de hoje:

Entretanto, este sábado estivemos in heaven e fartámo-nos de trabalhar. Com bibelots, quadros, molduras e grande parte dos espelhos retirados, com alguns móveis afastados das paredes, com tapetes dobrados num canto, a casa ficou com a necessidade de limpeza à vista. O meu marido achou disparate: com a casa quase a entrar em pinturas, acha que não vale a pena. Eu acho que vale. E a casa limpa por dentro, fui para a rua varrer folhas, areia e terra que se junta. Pelo meio, comi uma mão cheia de nêsperas. Love, love nêsperas. Começou por ser uma nespereira. Agora já há mais quatro. Fico feliz da vida com este milagre da multiplicação. No outro dia, o vizinho da ponta da rua, ao vê-las disse, com admiração: nascem na pedra e medram. De facto. 

Viemos tarde e ainda andei em arrumações aqui e a tratar da lavagem da roupa. Trabalho que me farto e o bizarro é que parece que assim é que estou bem. Não nasci para dondoca. E, se me ponho a pensar, não me dá para me imaginar de férias, de papo para o ar mas, sim, a fazer coisas: a plantar flores, a pintar vasos, a pintar móveis, a tratar das mil coisas que me ocorrem.

E agora vou ficar-me por aqui porque quero ir à procura de florzinhas azuis ou em lilás para plantar em vasinhos azuis. Não deve ficar lindo? Se calhar, flores cor-de-rosa em vasinhos azuis também fica bonito. Vou à procura. Com licença.


____________________________________________________________________

E este é o vídeo da Linda Vater que acima referi e no qual ela fala de vasos



___________________________________________________________

Fotografias de Elena Shichko (e foi pena ter usado as fotografias em tons azuis no post anterior mas, paciência, já está, já está). E estive a ouvir Ain’t no sunshine por Mel Semé

___________________________________________________________

Desejo-vos um belo dia de domingo

sábado, maio 15, 2021

O que é que aconteceu ontem à noite?

 


Ontem à noite, escrevi um post descrevendo umas certas peripécias  pelas quais tinha passado durante o dia e, quando ia inserir fotografias, não me deixou, disse que havia um problema de segurança. Por via das dúvidas, guardei o que tinha escrito e fui tentar perceber o que se passava. Por cada passo que dava aparecia-me um ecrã encarnado a dizer que o site era fraudulento. Pensei: o caraças é que é. Fui e publiquei o que tinha escrito. Tinha visto uns comentários a que queria mesmo responder mas também não conseguia: dizia para só prosseguir  se estivesse ciente dos riscos que ia correr. Ao tentar ver o próprio blog na versão pública (e não no editor) não consegui. 

Fui ao Explorer da Microsoft e nada de avisos encarnados, tudo normal. Mas do que tinha publicado nem vestígios. Voltei ao mundo google, chrome e o escambau e fui verificar outros blogs: tudo a encarnado, tudo com aviso de atacantes, fraudes e roubo de tudo e mais alguma coisa. Um por um, fui vendo todos os blogs (blogspot) de que me lembrava. Tudo na mesma: tudo interditado. Entretanto, uma mensagem da minha filha, outra noctívaga. Se eu já tinha visto como estava o blog. Expliquei: nada a fazer. Não consigo sequer entrar ou fazer o que quer que seja. 

Fui dormir. Talvez a coisa se recompusesse durante a noite.

Hoje, de manhã, tudo normal, desapareceram as fobias, os drama, os alertas de perigo ao rubro. Das fraudes de ontem à noite nada sobrou. Só o meu post nocturno é que desapareceu.

Portanto, ou o blogger (para quem não saiba, o editor de blogs da Google) esteve com uma valente travadinha ou foi ele próprio atacado. 

Cada vez mais dependentes de tecnologias que não dominamos nem sobre as quais temos o mínimo de controlo, é isto: acontece uma e nada podemos fazer. Neste caso foi apenas não se conseguir aceder a blogs. Mas poderia ter sido coisa coisa pior.

Se isto é grave? Não digo que forçosamente o seja. Mas poderia sê-lo se, por exemplo, fosse o gmail e houvesse correspondência relevante a que não se conseguisse chegar. Ou outras situações de quem nem vale agora falar. O que digo é que temos que ter a consciência de que isto pode acontecer e que, apesar disso, não temos que ser psicologicamente dependentes daquilo a que estamos cada vez mais habituados. Se um dia acordar e o blog tiver desaparecido (horas e horas da minha vida aqui vertidas) não será o fim do mundo. Temos é que, por via das dúvidas, pelo sim, pelo não, ir guardando alguma documentação relevante em suporte analógico, vulgo papel. We never know.

Mas, seja como for, uma coisa é certa: pode haver casos de phishing, bugs, cortes de redes ou outras situações que afectem as plataformas onde hoje depositamos a nossa vida que continuará a haver flores, pássaros, sorrisos e, espero que em breve, abraços.


_________________________________

Fotografias de Elena Shichko

[Hoje já consigo colocar fotografias!]

____________________________________

Um sábado feliz