Mostrar mensagens com a etiqueta Paula Costa Simões. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Paula Costa Simões. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Eu na minha casa. Coisas de decoração e assim. E a Constança Cunha e Sá e a Paula Costa Simões. E o Berg em dia de Chuva.


Como diz o Leitor jrd em comentário ao post abaixo, há coisas que de surreais passam a kafkianas. E eu do nojo passo à agonia, e depois ao medo. Em países civilizados acontecem coisas de uma barbaridade que assusta. Há uma frieza que parece vir dos confins do mundo até ao coração das pessoas. Da austeridade que empobrece a população para entregar parte dos rendimentos roubados aos que, com a sua ganância, causaram toda esta crise, à manipulação grotesca da informação para que os mais prejudicados ainda se sintam agradecidos, acontece de tudo. Do escorraçamento dos mais jovens e válidos ao aliciamento para atrair gente que vem com dinheiro em malas e que por cá continuará a fugir ao fisco, a tudo assistimos incrédulos.

Mas quando pensamos que estamos a assistir ao fim dos tempos, somos confrontados com actos insanos, inesperadamente violentos, como a morte do inocente Marius e o seu estraçalhamento à frente dos visitantes do parque para o dar a comer às feras. E aí ficamos de rastos. A loucura parece estar a apoderar-se dos humanos. 

Chego tarde a casa e ligo a televisão para ver se me distraio um pouco e só ouço mentiras, deturpações, desgraças. E as águas a subirem e a quererem afogar tudo e todos. 

No post abaixo acabei com um vídeo que quase me fez rir. Mas a verdade é que ou é do cansaço ou começo mesmo a ficar cansada de toda esta destruição e hoje pouca vontade tenho de rir.

Por isso, viro-me para o lado soft das coisas. Alieno-me. 

Entretenho-me a tirar fotografias à televisão. 

A Constança Cunha e Sá fala como uma metralhadora, traz traz traz (do verbo trazer - pois só traz acusações, cada uma mais forte que a outra), chama tudo e mais alguma coisa a esta gentinha. E ainda chama pouco face ao que eles são. 


Mas canso-me de a ouvir. Fala demais.


Bem mais comedida mas não menos acutilante é Paula Costa Simões. 


Caladinha, atenta, não perde uma oportunidade para acrescentar uma certeira alfinetada. 

E está mais bonita. Tem as olheiras mais disfarçadas e o cabelo assim fica-lhe bem. Esta maquilhagem chama a atenção para os seus olhos que são muito bonitos, muito azuis. E ontem estava com uma roupa que lhe ia bem com o rosto.

Anula-se para dar palco à Constança mas, na sua contenção, acaba por se destacar ainda mais.

Também tiro fotografias à casa.

Comprei à hora de almoço uma colcha nos saldos do Gato Preto. 


Pu-la em cima do sofá novo. O sofá é de camurcina cor de pérola e, se ficar sem nada por cima, as crianças sujam-no no primeiro instante. A colcha protege-o. É de um veludo azul profundo com bordados. Na fotografia parece ser de um azul mais aberto do que é na realidade, é por causa do flash. Aquela almofada também não é de encarnado benfica (aqui não seria bem vinda) mas sim de uma seda cor de vinho. Agora poderia ir fotografar outra vez para as cores ficarem mais fiéis mas já tenho sono demais para isso.

Custou 50 euros (e teve um desconto de 70%, imagine-se a margem que têm para poderem fazer descontos destes).

Gosto muito de a ver e é fofa e macia, o sofá fica ainda mais aconchegante. Há bocado fui experimentá-la e adormeci instantaneamente.

O Gato Preto para mim é uma tentação. Sou carangueja - já o disse mil vezes - e os caranguejos gostam da casa, de decoração (e de proteger os outros e de fazer comida e de alimentar os outros e muitas outras coisas). Por isso, gosto de tornar a minha casa um lugar agradável.

Gosto muito de galos, acho um bicho altaneiro na sua simplicidade. E colorido e com porte orgulhoso. Por isso tenho alguns galos (aqui e in heaven). 

Quando estava a comprar a colcha deitei o olho a um galo que estava com a sua galinha, em metal pintado, uma graça. Hesitei, pô-lo onde?. Mas nisto a gente não deve fugir àquilo de que gosta. Como também faço estas compras quase de esticão, tenho que andar sempre a correr, em Lisboa é um tempo para tudo, andar de carro para aqui e para ali, não tive tempo para muitas equações mentais. Resolvi comprá-lo e depois logo via o que fazer com ele.

O casal galináceo já está no sítio certo. Coloquei-o na copa, a divisão junto à cozinha onde tomamos as refeições. Tem uma inscrição, deseja as boas vindas em francês. Está sobre um galo hiper-colorido que eu pintei e enfentei com purpurinas brilhantes (pintei vários quadros deste género, com galos, cada um de sua cor e paladar) e junto a uma espécie de natureza morta mexicana e junto a um sino com um galo em cima e que eu toco para chamar as tropas para a mesa.

Enquanto ando nisto, esqueço-me da gente maldosa que parece estar a tomar o mundo de assalto e esqueço-me deste mal estar que volta e meia parece querer instalar-se dentro de mim.

Talvez seja também de tanta chuva.





*

No entanto, como diz o Leitor Bob Marley num comentário abaixo, ainda há quem os tenha no sítio e de quem se pode dizer que, quem fala assim não é gago: GODFREY BLOOM numa intervenção no Parlamento Europeu. Independentemente das suas convicções políticas, o que ele diz é bem uma pedrada no charco em que a Europa se tem transformado, em grande parte pela actuação de Durão Barroso. A não perder.





*

A música é Chuva interpretada por Berg, uma grande voz, o vencedor do Factor X.


Relembro: abaixo há outro post que inclui mais um fantástico vídeo da Porta dos Fundos, desta vez com um político de pacotilha a anunciar o seu Programa Político. A não perder, digo eu.

*

E, por hoje, por aqui me fico e já é outra vez tarde demais. Não tenho emenda, bolas.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira. 

quinta-feira, agosto 29, 2013

Manuela Moura Guedes volta à televisão, à RTP, agora como apresentadora do "Quem quer ser milionário". Faz-me lembrar aqueles jogadores de futebol que andam pelos principais clubes para depois irem acabar em decadentes clubes da 5ª divisão. Foram rosas, agora são cardos. [Nem sei porque, então, falo nisto quando há tanto assunto sério para se falar (o Governo que forneceu dados incompletos ao FMI e com base nos quais o FMI acha que se deve baixar ainda mais os ordenados; a intervenção militar na Síria não se sabe ao certo porquê nem para quê mas relativamente à qual já se ouve o rufo dos tambores; os alemães que acham que os gregos devem entregar património já que não podem pagar a dívida). Mas são assuntos sérios, tristes, e eu ando com dificuldade em carpir. Prefiro pairar como se não desse pelas coisas más. Vocês desculpem lá.]


Cheguei a casa há pouco. Mais uma noite de laré. Enquanto os dias ainda estão granditos e as noites amenas há que aproveitar. Tirei umas fotografias e agora poderia falar no que andei a fazer e mostrar-vos em que param as modas - mas o facto é cheguei a casa tão cansada e tão perdida de sono (isto vai-se acumulando, sabem; a ver se este fim de semana consigo recarregar as baterias) que agora não tenho energia para as passar para o computador, escolhê-las, reformatar as que quiser colocar no blogue, etc, não tenho mesmo (e não faço outra coisa senão bocejar, credo). Fica para amanhã ou depois. 

Além disso, já estou como ontem. Por um lado acho que deveria falar de coisas sérias mas, por outro, apetece-me é pairar com ligeireza sobre coisas que não interessam para nada.

E assuntos sérios é o que não falta. Um autêntico massacre:

  • O Governo, se facultou dados que espelhavam uma realidade incompleta e que percebia que, com isso, ia induzir o FMI em erro, dando-lhes a ideia de que ainda existe margem para mais cortes de ordenados, fez mal. Mas, se o fez (e é óbvio que o fez), não consigo ficar espantada. Acho que esta gente que nos governa é, no seu conjunto, um bando de feios, porcos e maus. Seja porque gostam de fazer sofrer a populaça, seja porque são desmazelados, seja porque a sua incompetência não dá para mais, o que se passa é que dali só espero mesmo que façam porcaria. Por isso já nem me apetece falar deles. É gente que lá não devia estar e ponto final. Por cada dia a mais que lá estão, de mais disparates se vai sabendo. Se o dono de um restaurante contratar um cão como empregado de mesa, alguém se pode espantar se o cão meter as patas dentro dos pratos? Estranho será o contrário. É como com estes: a gente espantar-se-á é no primeiro dia em que façam alguma obra asseada.

  • É como o iminente ataque à Síria. Sentimos que estamos em counting down e sabemos que muitas vidas se vão perder. Cirúrgica ou não, a intervenção vai sair cara em recursos de toda a espécie, incluindo os humanos. As consequências indirectas, neste caso, não serão inferiores às directas. Um perigo, esta brincadeira. E nem percebo quem é que vai financiar isto com os cofres americanos e europeus quase vazios. Tal como ontem referi, se houvesse alguma lógica nisto, dever-se-ia perceber em nome de quê e para quê se vai intervir militarmente num país - ainda por cima sabendo que isso vai perturbar o já de si instável equilíbrio de forças entre blocos de interesses económicos e geo-estratégicos antagónicos. Ninguém quer que se massacrem civis mas também ninguém quer que, sem provas (verídicas) e sem alternativas políticas conhecidas a priori, se avance à maluca. Mas parece que é isso que vai acontecer. Entretanto o governo sírio parece que entregou provas na ONU que demonstram que foram os rebeldes e não eles que usaram armas químicas. E, perante, divergências tão agudas e as inconsistências do costume por parte dos americanos, continua a assistir-se ao avanço, que quase parece irreversível, para uma guerra de consequências imprevisíveis. Não há dúvidas: o lobby do armamento e tudo o que tenha a ver com a indústria da guerra são vergonhosa e assustadoramente poderosos. É para isto que lhes dá jeito (a eles e ao sector financeiro) que nos governos dos países estejam zés-ninguéns sem miolos, joguetes fáceis, paus mandados sem moral. 

  • Também podia falar de uma notícia que me chocou (e devo mesmo ser muito parva para ainda me chocar com coisas destas). Transcrevo uma parte:

O presidente da Federação da Indústria Alemã (BDI), Ulrich Grillo, propõe como alternativa na resolução da crise grega que Atenas transfira parte do seu vasto património nacional para o fundo de resgate europeu, que poderá vendê-lo para se financiar. 

Acho isto asqueroso. Primeiro, para ter excedentes na balança de transacções, a Alemanha exporta ou força a que os outros países importem (por exemplo impondo regulamentos cujo cumprimento só é possível com recurso a equipamentos fabricados na Alemanha, como aconteceu, por exemplo, com os equipamentos de climatização obrigatórios para efeito de restauro escolar), depois, para que tenham dinheiro para o fazerem, emprestam dinheiro; a seguir, quando as contas dos outros começam a mostrar sérios desequilíbrios, fecham os olhos à maquilhagem das contas; a seguir fecham a torneira e exigem o pagamento da dívida; como não têm como pagar, impõem-lhes juros agiotas e, quando os pobres estão exauridos e na mais indigente míngua, pretendem sacar-lhes o património. É certo que isto é um déjà-vu mas o que é chocante é como décadas (ou séculos!) de história em cima de episódios vergonhosos como o que se volta a pretender levar a cabo não serviram para os povos se precaverem. É mesmo a lei do mais forte - porque, de facto, deixemo-nos de fantasias, isto é uma selva e o resto é conversa.
/\   /\   /\   /\   /\

Por isso, porque tudo isto me parece mau demais, previsível demais, inevitável demais, é compreensível que só me sinta bem com os pés na rebentação, naquele sítio em que não é água nem deixa de ser: uma espuma que vai e vem, não deixando rasto.

Ou seja, só me apetece falar de coisa nenhuma.




No outro dia, quando estava in heaven e meia a dormir, vi na RTP 2 a repetição do Lado B do Bruno Nogueira. Estava lá a Manuela Moura Guedes. 


O meu marido também estava entre o sono e a difícil vigília. Tenho ideia que quando fez zapping e foi ali parar, disse qualquer coisa como ‘coitada, olha para ela…’. Tenho ideia que levantei os olhos do Expresso que estava a tentar ler a todo o custo e que também fiquei impressionada. Fico sempre quando a vejo mas desta vez fiquei mais. Deixo aqui a parte inicial da entrevista, que tenho ideia que nem é a mais significativa daquilo que estou a dizer mas agora não consigo estar a ver tudo para escolher a parte mais obnóxia.





Mas não foi apenas pelo rosto insuflado – lá está: maçãs do rosto enxertadas, subidas, redondas, boca a transbordar de botox, arrebitada, esbardalhada, a disformidade do costume que, vá lá saber-se porquê, atrai tantas mulheres -, foi sobretudo pelos trejeitos dengosos, pelas boquinhas, parece que se estava a armar em boa, volta e meia toda ela parecia esponjar-se no braço do sofá, toda ela revirava olhos, boca, língua. Um disparate. E dizia coisinhas, parecia uma adolescente palerma – olhem nem sei.

Por mais do que uma vez o meu marido tentou tirá-la do ar, dizia que não conseguia ver aquilo. Mas as alternativas deviam ser piores, ou então era o nosso sono que nos deixava sem acção, pelo que por ali foi ficando.

Cheia de requebros, meneios, sacudidelas de cabelo, olhares lânguidos, queixava-se que estava sem trabalho, em casa, que gostava de voltar à televisão (e tudo isto, claro, à mistura com mostrar que se acha uma fantástica jornalista, acutilante, incisiva, brava, do melhor que há – quando era, sobretudo, mal educada, exagerada, incomodativa; as entrevistas conduzidas por ela eram um stress que não acrescentava nada à qualidade do que as pessoas diziam, pelo contrário, tinha vezes de quase nem as deixar falar).




Se eu fosse responsável por um canal de televisão também não a contratava. É conflituosa, cria atritos com os próprios convidados. Não é isso que a gente quer ver. Eu, pelo menos, chego à noite e quero é calma. Quero ser informada, sim, ouvir opiniões, sim, mas com bons modos, nem gritos, nem vozes sobrepostas, nem gente com modos arrogantes ou intempestivos.


Pense-se, por exemplo, na diferença para uma impávida mas incisiva Ana Lourenço, para uma serena e atenta Carla Moita

 ... ou, continuando apenas nas mulheres:

para uma tranquila mas certeira Clara de Sousa, e ainda para uma suave mas intransigente Paula Costa Simões.




Mas eis que vejo agora que a RTP a repescou mas, ó vã glória de mandar, ó tristes rasteiras do destino, já não para nenhum cargo de chefia, já não sequer para jornalista mas, tão só, para entertainer. Em vez do Malato, a Bocas Moura Guedes a apresentar um concurso, o Quem quer ser milionário


Fico sem saber bem o que dizer. Não posso esconder que sinto uma certa pena. A vida dá voltas…

Percebo que ela se aborreça de estar em casa, diz que jardinava, que fazia ginástica, que tinha um personal trainer que a ajudava a manter a forma, coisas assim: de facto muito pouca adrenalina para quem se alimentava dela. Acredito que a ânsia por sair de casa e voltar à pica de ter as câmaras à frente devia ser muita. Talvez isso justifique a decisão de ir apresentar um concurso na RTP.

Mas será que justifica mesmo? Não será isso uma forma triste demais de nos voltar a aparecer pela casa dentro? Não sei. Não sei mesmo.

Às tantas perdeu-se mas foi uma artista da rádio, TV, disco e da cassete pirata.


Foram cardos, foram prosas. 



Ou foram rosas e agora são cardos? É isso, não é...? Agora é chegado o tempo dos campos de cardos.



***

A ver se amanhã escrevo sobre a nossa Avenue, nomeadamente sobre o que se pode ver por lá.

Hoje fico-me por aqui e a ver se consigo ir a pé até à cama.

Resta-me desejar-vos, meus Queridos Leitores, uma bela quinta-feira!!!!!