Se fosse hoje, curti-lo-ia com uma emoção bem mais acentuada. Mas, se fosse hoje significaria que teria passado grande parte da minha vida em ditadura e isso é daqueles pesadelos que ninguém merece.
Devia haver nas escolas aulas de teatro em que se encenasse o que é a ditadura para que as crianças e os adolescentes percebessem bem o que é a ausência de liberdade.
Seja de esquerda ou de direita, uma ditadura é uma ditadura é uma ditadura -- e qualquer ditadura deve ser abolida.
Não vou festejar este 25 na rua. Festejá-lo-ei em círculo mais restrito.
Não vou ver pela televisão os discursos pois estarei ocupada com outras coisas.
Mas espero que Marcelo puxe a conversa para o que interessa.
- Uma democracia saudável tem que ser vivida no respeito pelas regras e pelas instituições. Não se dissolvem assembleias nem se apeiam governos por dá cá esta palha nem isso deve ser banalizado como se fossem tremoços ao lado dos copos da cerveja. As coisas sérias não devem ser vulgarizadas, nem se deve falar disso como se fosse uma piadola sem consequências.
- Também não é saudável que, para que as televisões e as rádios tenham matéria picante para comentar, discutir, polemizar, guerrear e, em suma, animar a malta e, de passagem, aumentar o share, se empole tudo o que é minudência e se transformem os governantes em sacos de pancada.
- Não deve ser subestimado o perigo do populismo nem deve ser relevada a propaganda gratuita e permanente exposição que os meios de comunicação social proporcionam a pessoas sem escrúpulos como o Ventura e seus apaniguados.
- A trabalhos de investigação,
- a conquistas tecnológicas,
- ao desenvolvimento de novos produtos e serviços,
- a novas metodologias de aprendizagem,
- à criação artística
- às belezas naturais e à história e hábitos de cada recanto do nosso país.
tal como deve prestada séria e urgente atenção a questões críticas como
- a necessidade de inverter a tendência demográfica do país
- a necessidade de identificar profissões em que há falta de recursos, verificando ASAP como colmatá-las
- a necessidade de regular e enquadrar a Inteligência Artificial
- acarinhar o teletrabalho, nacional e internacional,
- por dinamizar o turismo cultural ou gastronómico,
- seja por criar novos modelos de negócio sustentável e de âmbito regional, que, por sua vez, suscitarão a criação de empregos nos domínios dos serviços.
Resumindo: se o discurso de Marcelo se elevar e se situar num patamar de defesa do superior interesse do país numa lógica não apenas de curto mas também de médio e longo prazo talvez eu depois veja o discurso à noite.
Senão, não vale a pena.
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Pinturas de Alfredo Luz
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E viva o 25 de Abril.
Sempre.