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terça-feira, abril 25, 2023

O 25 a caminho dos 50

 

Não me apetece agora contar onde é que estava no 25 de Abril. Já o contei. Está contado. 

Se fosse hoje, curti-lo-ia com uma emoção bem mais acentuada. Mas, se fosse hoje significaria que teria passado grande parte da minha vida em ditadura e isso é daqueles pesadelos que ninguém merece. 

Devia haver nas escolas aulas de teatro em que se encenasse o que é a ditadura para que as crianças e os adolescentes percebessem bem o que é a ausência de liberdade. 

Seja de esquerda ou de direita, uma ditadura é uma ditadura é uma ditadura -- e qualquer ditadura deve ser abolida.

Não vou festejar este 25 na rua. Festejá-lo-ei em círculo mais restrito. 

Não vou ver pela televisão os discursos pois estarei ocupada com outras coisas. 

Mas espero que Marcelo puxe a conversa para o que interessa. 

  • Uma democracia saudável tem que ser vivida no respeito pelas regras e pelas instituições. Não se dissolvem assembleias nem se apeiam governos por dá cá esta palha nem isso deve ser banalizado como se fossem tremoços ao lado dos copos da cerveja. As coisas sérias não devem ser vulgarizadas, nem se deve falar disso como se fosse uma piadola sem consequências.
  • Também não é saudável que, para que as televisões e as rádios tenham matéria picante para comentar, discutir, polemizar, guerrear e, em suma, animar a malta e, de passagem, aumentar o share, se empole tudo o que é minudência e se transformem os governantes em sacos de pancada.
  • Não deve ser subestimado o perigo do populismo nem deve ser relevada a propaganda gratuita e permanente exposição que os meios de comunicação social proporcionam  a pessoas sem escrúpulos como o Ventura e seus apaniguados.

Em contrapartida, como fonte de motivação, inspiração e orgulho, deverá passar a ser dado realce permanente a:

  • A trabalhos de investigação, 
  • a conquistas tecnológicas, 
  • ao desenvolvimento de novos produtos e serviços, 
  • a novas metodologias de aprendizagem,
  • à criação artística
  • às belezas naturais e à história e hábitos de cada recanto do nosso país.

tal como deve prestada séria e urgente atenção a questões críticas como 

  • a necessidade de inverter a tendência demográfica do país
  • a necessidade de identificar profissões em que há falta de recursos, verificando ASAP como colmatá-las
  • a necessidade de regular e enquadrar a Inteligência Artificial
Identicamente deve ser dada grande atenção ao desenvolvimento do interior do país, criando focos de atração e fixação de pessoas, seja por:
  • acarinhar o teletrabalho, nacional e internacional,
  • por dinamizar o turismo cultural ou gastronómico, 
  • seja por criar novos modelos de negócio sustentável e de âmbito regional, que, por sua vez, suscitarão a criação de empregos nos domínios dos serviços. 

Resumindo: se o discurso de Marcelo se elevar e se situar num patamar de defesa do superior interesse do país numa lógica não apenas de curto mas também de médio e longo prazo talvez eu depois veja o discurso à noite.

Senão, não vale a pena. 

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Pinturas de Alfredo Luz

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E viva o 25 de Abril. 

Sempre.

sábado, janeiro 28, 2023

Uma inesperada capa em rosa chique, uns saudosos pastéis de massa tenra, palcos para todos os gostos e, para se ver o que é bom, a casa de um mafioso viciado em sexo (salvo seja, claro)

 


O dia não foi fácil, cheio de imprevistos e stresses. Mas, a bem da verdade, o que tenho a dizer é que se lixem as dificuldades quando o desfecho é feliz. 

A saber: apesar de já noitar, andando ali para as bandas da Avenida da Igreja da boa memória, ei-la feliz da vida a flausinar pelas montras, a velha graça de espreitar as oportunidades e os bons preços e, esquecida do seu firme propósito de que mais roupa jamais (leia-se: jamé), a entrar numa loja, a adrenalina já a embalar-lhe as intenções, e, depois, toda cheia de boas emoções... a ir provar uma bela capa em rosa glamour...  Ao ver-se ao espelho, a pecadora, nem quis cá saber de misérias: gostou de se ver e isso bastou. Pecou que deu gosto.

Ah, que ninguém duvide: mulher que tem um gostinho por coquetterie jamais (jamé) se recupera. 

Depois, não lhe bastando ser vaidosa, recaiu numa outra perdição: pastéis de massa tenra, eterna saudade, eterna rendição. E se bem o pensou melhor o decidiu. E aí vai ela, pernas para que te quero, a caminho da Frutalmeidas. 

Ali chegada, ah cheirinho bom, aguinha na boca mais promissora, jantarinho mais belo em perspectiva.

[Reparem: dissociei-me de mim e estou a falar na terceira pessoa. E isto porque amanhã, quando me passar a alegria do retrocesso, voltarei a mim e baterei no peito a jurar que vaidosices e gulodices jamé.]

Chegada a casa, já nada cedo, resolvi que bom bom era um arrozinho de legumes (coisa simples: cebola, feijão verde, talo de brócolos, cenoura, tomate e salsa). Foi servido, fumegante, com os gostosinhos pastéis de massa tenra aquecidos e salada de alface. Ah, souberam-me pela vida. 

E, se querem que vos diga, tudo o que me maçou durante o dia já se evaporou porque já estamos no fim de semana e porque para a semana logo se pensa em coisas maçadoras.

No meio disto só tenho pena de estar tanto frio. Senão, amanhã vestiria calças brancas, blusinha de malha rosa com a capa nova por cima. Nem sei é se não terei mesmo que cortar um bocado o cabelo e pô-lo, à frente, com uma madeixa cor de rosa para toda eu ficar pink fashion. Assim, com tanto frio, tenho que pôr o glamour em stand buy.

Sobre o tema dos malfadados palcos papais que tilintam moedas (pun intended) e demais desvarios o que tenho a dizer é que se é para estar a funcionar no início de Agosto e requer construção de espaços e envolventes, nomeadamente acessibilidades e demais infraestruturas de apoio, diria eu que já devia estar a caminho de estar tudo pronto para passar à fase da instalação de equipamentos, testes de bom funcionamento, inspecções técnicas, procedimentos de segurança e etc. 

Portanto, tal como ontem referi, não consigo perceber nada do que se está a passar. Não apenas não percebo quem é o dono da obra, figura crucial neste tipo de projectos, como também não consigo perceber como é que nesta fase ainda se estão a discutir conceitos, projectos, orçamentos, etc. Claro que, na brincadeira, dá vontade de dizer que, com tanta omni-intervenção e tanta omni-boca, o dono da obra, a partir daqui, só pode ser o omni-Marcelo. Mas, num projecto globalmente orçado em 80 milhões e com a repercussão internacional e a responsabilidade que representa, não se deveria brincar com coisas sérias.

Para não ser uma monumental barracada e não se transformar na gargalhada geral, é bom que atinem e se organizem. Senão, daqui por um bocado está aí o Papa e mais os magotes e magotes de devotos e ainda o Moedas por aí anda feito betinho sonso apanhado em falso e a fingir que é valentão, o Marcelo a atirar tiros à esquerda e à direita, o Auxiliar Américo a fazer de conta que a bem dizer não é nada muito com ele e os comentadores já sem saberem o que mais dizer. E ainda o Papa tem que ficar em cima de um atrelado e a malta estendida pelo chão, numa de Zambujeira peace ando love. Ámen.

Tirando isso, não tenho mais a dizer a não ser que amanhã tenho que me levantar cedo e, para encarar isso na desportiva, tenho que ter uma certa dose de optimismo. 

E, para não sair daqui directinha para a cama (que o sono já está a fazer-me trocar os dedos) sem dar um arzinho da minha graça, partilho um vídeo com uma casa extraordinária. Não é coisa que eu esperasse dele, não. Visualizo-o nos Sopranos e agora no White Lotus, todo ele quase low profile mas com muito carisma e sensualidade mal contida. E agora uma casa assim... incrível, fantástica, coisa do além.

Na casa cheia de história de Michael Imperioli em New York 
| Open Door | Architectural Digest

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'Olhai o mundo' é da autoria de Alfredo Luz. Vanessa Wagner interpreta Before 6 de Ezio Bosso

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Um bom sábado

Saúde. Gostinhos bons. Paz.

terça-feira, dezembro 27, 2022

Sobre um dia de ressaca, na companhia de Alfredo Luz e de Yiruma

 



Este meu dia foi a modos que de ressaca. Parte do dia foi passado a garimpar a casa. Depois de dias assim, tudo se encontra: peças de lego, bocadinhos de papel, etiquetas, uma tesoura, num lugar remoto um prato, um guardanapo e uma garrafa de água das pedras, papelinhos de after-eights, restos das hastes de rena, e, certamente porque não é verão, não apareceram meias ou outras peças de vestuário. 

Também passei a pente fino os sacos de papéis e envelopes sobrantes para assegurar que, se houvesse alguma coisa relevante para aparecer, aparecesse antes de ir tudo para a reciclagem.

Fiz uma máquina de roupa com as toalhas de mesa e as das casas de banho e panos de cozinha e das mãos. Não choveu mas não esteve bom para secar. A partir das quatro e tal começou a cair a humidade e, por isso, nessa altura a roupa veio para dentro, para o estendal desmontável que transportámos cá dentro. Talvez amanhã de manhã esteja quase sequinha. 

Aproveitei ser um dia desimpedido para tentar convencer o meu marido que, tal como eu, também esteve de tolerância, a fazer uma coisa a que até aqui se tinha recusado: ajustar a altura de dois quadros. Com o pretexto de não gostar de fazer buracos nas paredes, temos este tema entre nós: se um quadro fica bem à primeira é uma maravilha, se não fica posso levar um ano ou mais a conseguir que se disponha a mudá-lo. Claro que poderia mudá-lo eu mas há duas razões para não o fazer: um dos quadros é muito pesado, tem vidro, moldura pesada, não tenho força para pegar nele, e, para além disso, nunca aprendi a trabalhar com o berbequim, tenho medo que a broca se solte em plena acção e voe, rodopiando, perfurando tudo em pleno voo.

Claro que não tive que cozinhar: apesar das marmitas que levaram, ainda sobrou o qb para ambas as refeições.

A seguir ao almoço, instalei-me num cadeirão junto à janela lá de cima. 

Quando cheguei à escada, já o dog estava a meia altura, a olhar para baixo à minha espera. Não sei como é que este animal adivinha as minhas intenções mas a verdade é que adivinha. Levei o computador e fui ver a Emily in Paris, uma coisa boa para pré-adolescentes mas que me distraio a ver sobretudo pelas vestimentas das mulheres da série e por Paris. Só que passado um bocado, ficou sem bateria. 

Não quis saber, adormeci. 

Depois estive a ler um pouco dos Aforismos da Agustina. Tinha comprado para oferecer a uma pessoa que me pareceu que iria gostar. Contudo, dias depois, fiquei com mixed feelings. Por um lado, não tinha a certeza de que gostaria (o meu marido achava uma oferta algo arriscada) e, por outro, estava com vontade de lhe mexer. Portanto, ficou pra mim e para ele foi um outro que acho que é uma aposta mais segura. 

Também tenho a dizer, embora sem atirar foguetes, que a noite passada tomei um paracetamol e dormi lindamente, tendo acordado praticamente sem torcicolo.

Mas estou molengona, sem acção, e, ao mesmo tempo, cheia de ideias, com vontades de mudanças, mesmo que pequenas mudanças. Só que não tenho vontade de pensar em como chegar lá. Por exemplo, está um catavento, um moinho de vento e um sino do lado de lá da horta e gostava de trazê-los para o lado de cá. Mas não sei para pôr onde nem sei se será fácil desmontar de onde está e montar do lado de cá. Já deitei uma alusão, assim como quem quer a coisa, mas o meu marido limitou-se a dizer: 'Não comeces'. Tenho que estudar melhor a situação.

E tenho algumas coisas mais a sério para tratar mas é tanta a preguiça que até para procrastinar sinto moleza. 

E continuo sem responder a comentários ou a mails. Sinto-me em falta mas, depois das trabalheiras, a lazeirice parece ter tomado conta de mim.

Tirando isso, sei que vai por aí alta baderna sobre uma Secretária de Estado que se demitiu da TAP, saindo com a carteira bem recheada. Não percebo bem o que se passou mas não me cheira lá muito bem. Palpita-me que a coisa não vai acabar bem. 

Também é curioso que mais um oligarca descontente com o psicopata assassino tenha caído da varanda. Caem das varandas que nem tordos, os ex-amigos do diabo em forma de gente que o mundo não consegue travar. 

O frio do caraças em algumas zonas dos States também é um tema. 

O planeta anda instável e alguns humanos parece que se estão a ressentir de forma muito profunda.

Mas ando desinformada, desinteressada, necessitada de uma cura de sono, de um livre trânsito para um spa, de coisa em forma de assim. Por isso, por hoje nada mais.

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As pinturas são da autoria de Alfredo Luz, pintor cuja obra só conheci há dias e que foi verdadeiro coup de foudre. Amo, amo, amo. Como foi possível nunca antes ter ouvido falar dele eu não sei, não encontro explicação. 

 Yiruma acompanha a obra de Alfredo Luz, interpretando Kiss the Rain

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Desejo-vos um dia bom
Saúde. Tranquilidade, Paz.