Mostrar mensagens com a etiqueta Andrea Pirlo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Andrea Pirlo. Mostrar todas as mensagens

domingo, junho 19, 2016

O que é que está a faltar a Portugal no Euro 2016?
Com vossa licença: em minha opinião, está a faltar testosterona!





Não percebo nada, eu sei. Ainda há bocado me vi aflita para que alguém me explicasse porque é que o golo não tinha valido, não me parecia nada que fosse fora de jogo. Acham que já explicaram vezes de mais. Mas pronto, lá vi na repetição enquanto ouvia a explicação e percebi. Mas, mesmo sendo uma naba nas regras daquilo, há coisa que eu sei reconhecer. Sei reconhecer quando há homens em campo.

Muito bem, eu sei que há futebol feminino mas eu disso também não sei nada. Futebol para mim é brincadeira de homens. 

E sei bem como os homens, os mesmo homens, se entregam à luta como se da vitória dependesse a vida deles.

Quando lá na empresa se organizavam torneios de futebol, eu via como alguns se transfiguravam, viravam umas feras, aquilo era matar ou morrer.

E lembro-me dos jogos de futebol nos quais o  meu pai, os meus tios, os primos do meu pai e da minha mãe, amigos e colegas, jogavam em torneios que organizavam entre empresas, e sei como se partiam todos como se aquilo fosse a sério. O meu pai partiu uma perna e ainda lá tem placas e parafusos, partiu um dedo, outra vez, na sequência de uma cabeçada, ficou amnésico, nem me reconhecia. E vibravam todos com aquilo, de uma forma limite, valia tudo para marcar golos, para vencer, era uma adrenalina inacreditável.

Ora isso não é compaginável com esgares de maria-amélia, com risinhos aturdidos, como se lhes tivessem pregado alguma partida, como se lhe tivessem escondido o apara-lápis, como se daí a nada fossem amuar ou fazer uma birrinha. A homens que estejam ali para se rasgarem todos para conseguirem o melhor resultado, não lhes ocorrerá fazer daqueles risinhos como se estivessem a ser injustiçadinhos ou sei lá o quê.

Talvez tenha havido pouca sorte, sei lá, acredito que sim, aquilo do penalti deve ter sido mesmo um mau momento. Mas houve falta de killing instinct, de bravura viril. Isso, santa paciência, mas faltou.

Estava a queixar-me que até o guarda-redes anda com uma luva de cada cor, um sapato de cada cor, só frescuras de menina pirosa que gosta de ganchinhos às cores. Ofensa cá em casa, que não, disparate, que o Rui Patrício não é maricas. Mas eu não estou a falar de orientações sexuais, quero cá saber dos gostos de cada um, eu gosto é de ver virilidade nos jogadores, não pintainhos vestidos de verde alface, com sapatinhos e luvinhas às cores. Ou trejeitinhos afectados ou risinhos de diva. Não gosto.


Estive até ao fim à espera que o Fernando Santos percebesse isso e mandasse entrar o Bruno Alves. Mas não, deve estar de castigo. Não há pachorra. A ver se não se sentia logo a diferença. A ele corre-lhe nas veias aquela febre que também corria a Zidane em que, às vezes, de forma involuntária o corpo pede uma agressividade sem razão. Deslizes que não se podem defender mas que eu, fazer o quê?, perdoo. 


E hoje, em campo, o tempo a correr e nem uma concretização, era de sangue guerreiro que ali se precisava.

Mas, claro, isto digo eu que de futebol não percebo mais do que isto que acabei de dizer. Seja como for, para quem não souber bem de que raça é que eu estou a falar, mostro alguns exemplares.

Figo: um portento, um homem feito e um senhor

Pirlo: um guerreiro, e, claro e não por acaso, um homem com muita pinta

Zidane: talvez uma pantera, não sei,
mas sei que, ainda por cima e não por acaso, um dos homens mais sexy do mundo

Bruno Alves: sarrafeiro, talvez, mas também um comboio
e, seguramente e também não por acaso, um homem também muito sexy

E pronto. É o que tenho a dizer e acho que era bom que o seleccionador me desse ouvidos.

Claro que sobre isto nenhum dos comentadores que se amontoam, em cachos, nos balcões das televisões fala. Divagam, enumeram lugares comuns, dizem tretas -- nível exibicional, graus de expectativas e trololó -- e não passam disso. Em testosterona ainda nenhum falou. Ou seja, ir ao cerne da questão cá para mim só mesmo aqui eu, a pobre coitada da UJMzinha que não percebe patavina de futebol.

____

A banda sonora do Braveheart tem a ver com a espécie ilustrada nas quatro últimas fotografias.

..

quinta-feira, junho 18, 2015

Receita de homem - para que os senhores que têm os chamados 'blogs de homem' saibam um bocadinho do que as mulheres* apreciam neles


No post abaixo já manifestei a minha alegria pelo justo Prémio Camões que foi atribuído a Hélia Correia. Uma mulher completa, feita de palavras e de amor à liberdade e à língua portuguesa.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.

Vejo os blogs de homens debruçados sobre o que interessa ou não numa mulher, se é a beleza exterior ou a interior, se o nirvana está aqui ou acolá e se o que interessa mais é que ela saiba estar ou esforçar-se por ser o que já foi ou sobre amores, desamores, pequenos nadas que tanto importam, e outros apontamentos soltos do mesmo género.

Pensam que são eles que escolhem as mulheres, os pobres homens. Não são. Pensam que serão melhor sucedidos se souberem muita teoria sobre mulheres, os pobres homens. Não serão. O papel deles pouco mais é do que mostrarem-se para que as mulheres possam fazer a sua escolha.

O que importa é que agradem às mulheres -- e eu vou explicar quais os pârametros que ajudam a compor esse agrado.


* Nota: A bem do rigor, o que aqui vai ser dito não resulta de um estudo científico. Vou falar apenas por mim e por umas e outras que conheço pelo que não garanto que a amostra seja representativa. Mas é cá um feeling que tenho que, mais coisa, menos coisa, é isto que as mulheres querem.






Tantas vezes que já aqui dissertei e exemplifiquei com alguns casos práticos em que, só de olhar para eles, já a gente vê o que vem lá dentro -- mas, com vossa licença, vou repetir-me.

Antes de me atirar de novo aos ensinamentos, começo por mostrar alguns exemplares que me parecem muito bem.


António Fagundes, um clássico: quanto mais velho, mais interessante (como acontece com quase todos os homens)

Clive Owen - Belo, bad guy, bela voz. Irresistível. Daqui por uns anos estará, certamente, ainda melhor

Andre Pirlo: Forte, belo, e capaz de chorar face a um desabar, num pico de emoção (aqui depois de perder para o Barcelona). A vontade que dá de consolar um homem destes.
Mas, note-se, um homem chorão por tudo e por nada, por favor, também não.


Tantas vezes que eu já aqui escrevi sobre qual a minha receita de homem mas é de gosto que volto a dizer quais os requisitos mínimos. Qualquer dia junto tudo e publico um livro -- tudo descritinho: deve ser assim, assado, frito e assado, inteligente e bom carácter, claro, consistente e equilibrado, meiguinho mas não lamechas, muito menos melga, moreno**, bem moreno, mãos grandes, passada franca, de preferência alto, claro que o tamanho não é tudo mas, para mim, prefiro os altos, e deve saber dar um bom abraço, um abraço nem forte demais que nos deixe escaqueiradas, nem a medo, que até parece um enjoadinho, deve saber olhar nos olhos mas não abusadamente ou, se o for, que seja para valer, e deve ter sentido de humor, sentido de humor é do mais fundamental que há, achar graça ao que a gente diz, e fazer-nos rir, e ser irreverente mas não armado em parvo, surpreendente mas não feito esperto, e bem vestido mas nada de fatinho de riscas, botãozinho de punho também é melhor que não, que não há paciência para um arturzinho assim, e deve ser descontraído mas não desleixado e deve ter aprumo mas não muitas nove horas na cabeça, e deve ser educado mas não uma alicinha, e deve ser sensível mas não uma maria amélia, e deve ler que se farte mas deve poupar-nos a cinquenta mil citações por hora e deve ser pragmático, terra a terra, prosaico e gostar de futebol mas sem ser tarado pelo dito mas, ao mesmo tempo, deve ser capaz de nos surpreender dizendo um poema (ou, vá lá, um bocado de poema) e deve estar ao corrente com o que se passa no mundo e na política nacional e deixar-nos de boca aberta por mostrar que aprecia a natureza ou até as flores dos jacarandás mas deve ser contido na apreciação, nada de exclamaçõezinhas próprias de mariazinhas, porque a todo o momento deve mostrar que é muito homem, mas nada de se dar ares de marialva ou machista, isso nunca, embora uma ou outra piada só para fazer género e fazer convergir sobre si uma raivinha inocente não faça mal nenhum, e era bom que soubesse dançar mas, enfim, se não der para tanto, então que goste de nos ver dançar, que mal há em sermos uma private dancer, e que gastronomicamente esteja sintonizado connosco que isto de um gostar de sushi e o outro abominar, e um gostar de ir a tascas alambazar-se com feijoada e o outro gostar de saladinhas gourmet é coisa condenada ao desastre, e que, oh please, não seja um fundamentalista em coisa alguma e que, por exemplo, experimente provar gin com pepino que sabe tão bem, e encare como natural colaborar de igual para igual nas tarefas domésticas e que se enterneça com os risos das crianças e que fale a mesma linguagem -- que isto de um dizer tomato e outro perceber potato é outro desastre pela certa -- e que saiba perceber a ternura e amor que há nos cães, que são gente como nós, e que goste de ouvir uma boa música e puxe por nós para que possamos encostar-nos no seu peito enquanto ouvimos uma bela ária, uma boa pianada de jazz, ou violino, ou mesmo a Melody Gardot ou o Leonard Cohen, tanto faz, boa música é boa música, que durma longe de nós na cama quando está muito calor mas que se ponha em posição de conchinha quando nos apetece um calorzinho humano, e que aceite uma crítica com bonomia e tolerância e que também nos critique se for caso disso mas não como retaliação e que, se o pedirmos, nos dê a sua opinião sincera sobre a roupa que vestimos ou a maquilhagem que usamos e que, tirando isso, demonstre que aprecia o que vê, e demonstre que percebe o felizardo que é por poder chegar tão perto de nós e que saiba, mas saiba mesmo, que para as mulheres ele não é um dado adquirido, a todo o momento o podemos dispensar e que, portanto, é bom que se esforce, nos conquiste, nos conquiste a sério, em cada pequeno gesto, em cada palavra, em cada sorriso, em cada olhar.

E isto é só para começar.


** - Gostos não se discutem: eu gosto de morenos mas, cá para mim, o texto aplica-se muito bem também a louros.

___


Permitam que, de novo, o refira: no post abaixo dou os parabéns a uma pessoa de quem gosto muito e que acho que muita justamente recebeu um grande prémio: o Prémio Camões para Hélia Correia.

____

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira. 
E, para homens e mulheres, os meus votos de bué de felicidades.

...

sexta-feira, junho 28, 2013

Andrea Pirlo, jogador de futebol no Juventus, considerado um dos melhores jogadores italianos de todos os tempos, produtor de vinhos, conhecido por 'o arquitecto': um homem com muita pinta, um verdadeiro sexy man, essa é que é essa. [E era para vos falar da minha tia mas não consigo; a ver se fica para amanhã]


Como expliquei abaixo, estive em jejum a ver se acabava o jogo de futebol Itália-Espanha.Vá lá saber-se porquê, aqui em casa os jogos de futebol têm que ser vistos com concentração, não se aprecia jantar enquanto se vê o jogo.


Contudo, como a coisa foi para prolongamento, lá se abriu uma condescendente excepção.

Ou seja, jantei enquanto decorria a primeira parte do prolongamento (ou a segunda? ou as duas?). Como a coisa também não se desenvencilhou por ali, voltámos à sala enquanto decorriam os penaltis.

E o que me ficou da parte do jogo que vi?

Andrea Pirlo.



Andrea Pirlo
 nascido em 1979,
joga no Juventus
e é considerado um dos melhores jogadores italianos de sempre




Todo suadão, em esforço, todo ele entregue à luta - chamou-me a atenção. 

A cara não me era estranha. 'Quem é aquele?'. Resposta: 'Já no outro dia perguntaste a mesma coisa. Pirlo. Produz vinhos'.

Bem me queria parecer que não era a primeira vez que o via. Não faço a mínima ideia de quando foi mas é verdade, sou pessoa de gostos constantes. E de fidelidades, como se vê.

Fui agora conferir o seu CV na wikipedia não vá acontecer-me como quando disse que achava o Bruno Alves o máximo. O meu filho olhou-me com ar de censura e perplexidade 'O Bruno Alves?! O maior sarrafeiro!'. Não sabia que o Bruno Alves era um sarrafeiro mas devo confessar que isso ainda o elevou mais (secretamente, claro...) aos meus olhos. E se ele se elevava bem, senhores.



Bruno Alves,
um sarrafeiro com muita pinta e que sempre achei que tinha ar de boa pessoa



E tinha um ar aciganado. E agigantava-se, e ia à luta. Um bravo. Praticamente só via os jogos da selecção para o ver a ele. Agora foi não sei para onde, nunca mais o vi. Os jogos da selecção perderam graça.

Adiante.

Volto ao Andrea. O Andrea tem atitude de senhor. Muita pinta. Estilo. Carisma. 



Andrea Pirlo, pinta dentro e - pelos vistos - fora do campo
(das quatro linhas, diriam os entendidos)


É assim que eu lhes tiro a pinta: basta-me vê-los um bocadinho em campo para perceber se têm presença, se fazem a diferença. Carisma. Já com aquele francês foi a mesma coisa. Como é que ele se chama? Aquele argelino? Já sei, o Zidane. Uma energia e uma focalização extraordinárias. 



Zinedine Zidane: francês mas com sangue argelino

(e a diferença que isso faz...)


Uma pantera em acção. O que eu torcia pela França por causa dele... Depois soube que, num inquérito internacional, as mulheres o elegeram como o homem mais sexy do mundo. Claro. Acho que também jogava bem futebol. Melhor ainda (para ele).

Uma vez desatinou, deu uma cabeçada noutro. Foi um escândalo. Mas eu gostei de ver. Quer dizer: percebo que o desporto não é isso, e tal. Mas aquilo não foi uma questão de desporto, aquilo foi um acesso agudo de testosterona. Desculpei-o, claro está.

Este Andrea também tem um estilo, um garbo... Uma masculinidade, não sei. Muita pinta.



Andrea Pirlo e Deborah Roversi, sua mulher

(havia de ser solteiro com uma pinta destas?)


Li na wikipedia que diziam que ele descende dos Sinti, ciganos. Ele diz que não. Mas tem ar disso. Lá está: gosto dos homens assim, aciganados, ou com uma certa pinta árabe, ar perigoso.

E pronto, não sei dizer mais nada sobre o tema. E, de qualquer forma, é prudente não dizer mesmo mais nada. (O que é que vocês agora vão ficar a pensar de mim...?)

O meu marido é que costuma dizer que as mulheres quando chegam a uma certa idade, ficam malucas. Não desminto mas, para ser sincera, acho que sempre fui assim.

STOP.

////\\\\

[PS: Se quiserem seguir para bingo é descerem um pouco mais, até ao post a seguir a este]

**


Era para vos contar hoje da minha alegria pela minha tia que hoje me disse por telefone que agora estava muito boa, uma boazona

[Mas estou verdadeiramente cheia de sono (tenho-me deitado sempre às 2 e tal e, como me levanto cedo, tenho dormido umas escassíssimas horas; além disso, este calor ainda me espapaça mais; e ando cheia, cheia de trabalho; estou aqui a escrever isto e a ouvir os mails a chegarem ali no meu smartphone e a resistir para não os ir ler e pôr-me a trabalhar).] 

A ver se fica para amanhã pois gosto muito desta minha tia e o que ela tem passado não é coisa pouca. Mas haviam de ouvi-la ou vê-la: sempre animada. Conheci-a quando ela ainda nem namorava o meu tio, já já vão milhares de anos, e era uma jovem alegre e namoradeira. Depois de tantas agruras que tem vivido, continua a mesma jovem, pronta para uma vida longa, cheia de alegria. Até eu, que sou como sou, me impressiono com a força animíca desta minha tia.

**

Convido-vos ainda a irem dar uma espreitadela ao meu Ginjal. Hoje estreia-se por lá um novo Poeta, Nuno Costa Santos e, de mão dada com ele, escrevi um pequeno texto. Escrevi, não: escreveu-se ele sozinho pois estava de olhos quase fechados, já mais a dormir que acordada, nem sei bem como é que a coisa se passou. A seguir há uma música em festa: Gustavo Dudamel dirige a Orquestra Juvenil Simón Bolívar.

**

E fico por aqui antes que caia aqui em cima do teclado e vocês, quando abrirem o Um Jeito Manso, dêem de caras comigo em carne e osso a dormir dentro do vosso computador. Imaginem o susto que apanhavam. 

Tenham, meus Caros Leitores, uma bela sexta feira! 
Posso sugerir-vos que apreciem muito bem cada pequeno instante da vossa vida?