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quinta-feira, julho 25, 2013

Acho que o comentário do JCM me ajudou a desbloquear o dilema em que eu estava (e-books: sim ou não?). Claro que agora terei que perceber as diferenças entre isso dos Kindles, Kobos, mobi e epub e outros mistérios. Mas nada como percorrer novos caminhos, não é?


Hoje estava no carro quando li o comentário do JCM relativamente ao que eu tinha escrito sobre os livros electrónicos.

Gostei de ler o que ele escreveu [embora confesse que ainda não distingo conceitos ou marcas associadas aos e-books e e-readers: kindles, kobos, ficheiros mobi ou epub].




De facto, ao ver nas praias, na beira da piscina, nas esplanadas, tanta gente a ler usando aqueles pequenos aparelhos, gente nova, gente de todas as idades - gente que se vê que não é gente pretensiosa a armar-se ao pingarelho - tenho percebido que já aí está no terreno uma nova moda. Ou melhor: que talvez não seja uma moda mas, sim, uma nova era.

Tal como os telemóveis hoje parecem normais - e há uns anos (muitos!) em Paris, antes de existirem por cá, ao ver uma pessoa num carro a falar ao telefone, me pareceu uma excentricidade do outro mundo - também os e-readers me começam a parecer normais.




Práticos, leves, as pessoas a folhearem como se fosse um livro, e afinal estão ali carradas de livros que não pesam coisa nenhuma - já isso me estava a deixar a pensar.

No entanto, como disse no outro dia, faz-me impressão não ter o livro em papel e eu sou muito apegada a esses bichinhos, gosto de lhes sentir a textura (estes do Jorge Luis Borges, na Quetzal, por exemplo, têm uma capa com um toque que quase parece seda virgem), e gosto de os ter insurrectos à minha volta, ao lado do sofá, na mesa, no chão ao lado da cama, e gosto de fazer uma dobrazinha no canto da página quando leio alguma coisa que me agrada. 

Mas agora vem o JCM e diz que se pode sublinhar na mesma e diz que se lê muito bem e que há livros gratuitos e que se podem organizar textos num formato de livro e que é coisa que veio para ficar e que os miúdos deviam ter para usar na escola e eu fico a pensar. Aliás, ao pensar em voz alta, dizendo o que agora estou a escrever, e a imaginar-me já a usar um, o meu marido disse logo, 'pronto, já aí está mais uma...', pois sabe que, quando uma ideia se começa a formar com tanto entusiasmo, já não largo. Confirmei: 'Se calhar, está já encontrado o meu presente de natal'.




Claro que ainda estou cheia de dúvidas: todos os livros que saem em papel, saem também em formato e-book? Portugueses? Se em língua estrangeira, saem em tradução portuguesa? Pode usar-se o cartão FNAC ou isso deixa de fazer sentido? Aliás, deixa de fazer sentido ir às livrarias? E se os aparelhinhos se estragam: ficamos sem os livros? Não deve ser. Mas não sei como é. E, antes de se transportarem, deixam-se a carregar, certo? É que parece que têm uma grande autonomia pois vejo que estão a ler durante muito tempo.

E será necessário ter dois aparelhinhos, um para ficheiros de um formato e outro para outros? Não são compatíveis? Será como aquilo dos vídeos quando apareceram, os BETA e os VHS, que nunca percebi bem qual a diferença mas que me lembro de ouvir acaloradas discussões contra e a favor?




Não sei nada disso. Estou num nível de ignorância ainda muito básico. Vou ter que me informar e vou ter que perceber o que mudará na minha vida quando me render a isso.

Mas acho que é uma ideia que, sem dúvida, está a fazer o seu caminho dentro de mim.


segunda-feira, julho 22, 2013

Guia para não se ficar decepcionado com a Praia do Castelejo ----- [e, a despropósito, um dilema: adoptar ou não os kindles para ler livros sem ter que andar carregada com eles...?]


Chega-se lá vindo de Vila do Bispo por uma estrada pelo meio dos campos. A dada altura, num alto, a estrada bifurca para a direita, para a Praia da Cordoama que também é bem bonita.

Mas não se vá por aí. Desça-se pela esquerda, por uma estrada estreita que desce para o mar.

Há sítio para estacionar lá mais para baixo, bem perto do acesso ao areal. Contudo, por ser mais fácil a manobra, costumamos deixar o carro numa zona de parque cá mais em cima, à direita de quem desce. Depois são uns escassos metros a pé. À direita, num ponto com excelente vista, há um restaurante de praia com esplanada.

Chegamos, então, à praia. O areal distribui-se em concha, aconchegada entre as falésias rochosas. À direita, logo à entrada, juntam-se os surfistas. Depois, à esquerda e à direita distribuem-se os veraneantes, geralmente estrangeiros. Contudo não é essa a parte da praia de que mais gostamos nem é aqui que ficamos. Para nós, aqui não é o nosso Castelejo.

Ao Castelejo deve ir-se com a maré vazia e explico porquê. 

Andando para a direita (com o mar em frente) há uma rocha muito alta e umas quantas mais baixas. 




Quando a maré está alta, a praia acaba aí. Contudo, quando está maré baixa, passando para lá dessa rocha alta e dessas rochas mais baixas, entra-se então numa outra praia.




Mesmo que na parte principal e mais conhecida esteja vento (e isso é frequente), na parte de que falo, geralmente não há. Aí é o deslumbramento. Espaço, largueza, um imenso areal polvilhado de rochas - e quase ninguém.

Andando até ao fim dessa praia chegar-se-á ao ponto em que se passa para a Cordoama, mas apenas vamos até lá ao fazermos as nossas caminhadas. 

Não me perguntem porque é que as pessoas gostam de se amontoar na praia onde o acesso desagua e não andam mais uns metros para entrarem nesta praia paradisíaca da direita (sendo que, para mim, praia paradisíaca não é a praia de areal liso, mar chão e palmeiras à beira de água mas sim, como tenho dito, uma praia de mar batido, rochas onde o mar se enrola, limos, algas, cheiro a maresia, areal com conchas, pedrinhas).




De facto, se a maré está cheia não há outro remédio senão ficar pela praia da entrada. Por isso, só vamos com maré vazia para podermos passar para o lado de lá. 

Também nunca vamos carregados para podermos andar um pouco mais sem nos cansarmos e para podermos lá ficar até a maré estar quase cheia. 

Muitas vezes, ficamos lá até ao limite da maré e atravessarmos o estreito de que falei com água já pelas pernas, senão mesmo quase pelo peito .




Temos uma toalha grande daquelas muito fininhas da Decathlon (não sei se serão de camurcina; mas sei que não são de turco), que não ocupam espaço quando dobradas nem pesam. Temos uma pequena mochila térmica da Sportzone. Aí cabe tudo: essa toalha grande que dá para dois, uma garrafa de água, fruta, iogurte líquido, protector solar, os documentos, os telemóveis, a máquina fotográfica, um livrito*, e cabe a roupa que despimos e que também é leve e facilmente dobrável. Se calha ser de tarde ou não estar muito sol, não levamos mais nada. Se calhasse ser hora de sol, levávamos um pequeno chapéu de sol, muito leve. Mas agora há uma solução bem melhor, uma espécie de mini tenda que se atira para o chão e fica instantaneamente montada, leve como uma pluma, misto de chapéu de sol e abrigo do vento. Fechada, fica um círculo espalmado que se transporta ao ombro (há também na Decathlon, a baixo preço). 

Quando caminhamos e somos só os dois, toda a bagagem vai na mochila. De qualquer forma, se o Leitor ou a Leitora gosta de ir de chapéu de sol grande e tradicional, cadeiras, geleiras, grandes toalhas turcas, raquetes, barbatanas, etc, mesmo assim lhe digo que a distância a percorrer não é grande e que não chegará cansado à zona da praia de que falo.




Esta praia tem um senão: porque o mar é batido e há muitas rochas, nunca me aventuro em grandes natações. Mergulho, dou umas braçadas e pouco mais. Claro que para intrépidos aventureiros ou surfistas impenitentes isto é um desafio. E, para os mais timoratos, há sempre as pequenas piscinas naturais que se formam junto às rochas e que dão para se estar de molho (...estar de molho, é como quem diz, que a água nunca é especialmente quente...).

De qualquer forma, não é como, por exemplo, a Meia-Praia que, essa sim, é óptima para nadar.

Mas é uma praia de uma beleza natural extraordinária. Se ainda nunca foi ao Castelejo, sugiro que não deixe de a conhecer.


/\


* Asterisquei lá em cima a palavra livrito para vos falar de uma coisa que, até ao ano passado, era uma excepção e que este ano foi recorrente.

É frequente nestas praias frequentadas por muitos estrangeiros (como é o caso de todas as da zona de Sagres e Lagos) que quase toda a gente esteja na praia a ler. E se, até aqui, quase todos liam livros de bolso (paperback), este ano fui surpreendida com a invasão de kindles. 




Nas praias ou na piscina do hotel ou nas esplanadas vi kindles por todo o lado. Folheando como se se tratasse de um livro, ali estava meio mundo a ler os e-books. 





Não há dúvida que é prático, leve. Eu que vou sempre carregada de livros e que acabo por apenas ler metade dos que levo, escusava de levar aquele carrego e de ouvir o meu marido sempre a protestar pela minha falta de sentido prático. 

Fiquei a pensar que, quando se viaja, é de facto muito prático. Claro que, pensando nisso e pensando na possibilidade de me vir a render a esta tendência (que, pelo que vejo, já é mais do que uma tendência: já é uma realidade), sinto uma angústia: e depois deixava de ter livros em papel? Deixava de ter a mesa cheia de livros? Deixava de ter aqueles problemas - tão gostosos - de tê-los desarrumados e precisar de mais estantes?

Não sei, não.

^^

Ainda cá volto.