Mostrar mensagens com a etiqueta Rita Blanco. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rita Blanco. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, agosto 06, 2014

BES - dúvidas e perplexidades [O problema deve ser meu mas ainda não consegui perceber bem o que aconteceu. Por exemplo: será que Carlos Costa-o-Velho, depois de andar meses a negar o seu verdadeiro id, qual Tozé, agora se soltou e virou animal feroz...? O que é que se segue? Vai mandar dar um tareão às tias da Comporta?]


Que o BES, face à situação de fim de linha a que tinha chegado, tinha que ser intervencionado disso não tenho dúvidas. Isso, para mim, foi notório quando ainda andavam todos a gabar o Passos Coelho por dizer que não tinha a nada a ver com o BES, que o BES estava são como um pêro saloio, que o BES era assunto dos privados e não do Estado. Na altura, pedi prudência e alertei para a burrice que isso era já que a garantia de que nada de mal acontecerá a um banco é a garantia número um para que se mantenha a confiança - e o sistema bancário vive da confiança.

Que a intervenção devia contemplar uma injecção súbita de capital mas também uma intervenção intrusiva a nível da gestão (incluindo uma auditoria internacional que passasse tudo a pente fino, tudo, desde a intervenção dos supervisores), disso também não tenho dúvidas.

A este propósito, muito se saudaria que fosse pedida uma auditoria externa internacional aos procedimentos internos de supervisão. Verifique-se a evolução/promoções dos técnicos supervisores directos do BES nos últimos anos (em comparação com os seus pares). Verifique-se se estão de acordo com o que se está agora a verificar.
O que aconteceu na Bulgaria parece ser um exemplo a ter em consideração.
A não se olhar de frente para todos os mecanismos de supervisão, estar-se-á sempre na eventualidade de surgir um novo, BES (tal como aconteceu antes com o BPN ou BPP).

Mas muito me andou a espantar ver um vazio de gestão durante mais de um mês (enquanto se resolvia quem é que ia suceder a Ricardo Salgado e até que Vítor Bento entrasse em acção) que deu para tudo e mais alguma coisa, sendo que a maior parte delas foi aparentemente altamente lesiva para o banco (já que o valor do Banco parece ter-se esfumado durante esse mês).

O que aconteceu durante esse mês foi dramático. Levantamento de depósitos, depreciação em bolsa e sabe-se lá que mais que, num mês, estoiraram com o balanço do banco e secaram a sua liquidez.

Ora, um banco sem liquidez não existe. O BCE fechou a torneira e, in extremis, o BdP actuou. 


Onde andou o Governo durante este período dramático não percebo. Aliás percebo: como de costume, andou sem perceber nada do que estava a acontecer (isto na melhor das hipóteses)

Portanto, que agora, face ao estado depauperado a que o BES tinha chegado, se tenha tomado uma posição só posso achar normal, indispensável - e lamentar que tenha sido tão tardia.

De resto, do que sei da solução -  que é muito pouco - vejo que os depositantes foram poupados e que os créditos 'normais' também foram respeitados. Vejo também que a solução engendrada supostamente transfere para os outros bancos a responsabilidade pelo 'aguentar' do banco. 

Mas, a partir daí, pouco mais percebo.

Que o Estado tivesse tomado uma posição no BES e, tendo isso acontecido, tomasse a decisão, depois, em acto de gestão, de dividir o BES parecer-me-ia razoável. É normal, nestas situações, sanear, isolar as fontes de prejuízos e deixar respirar as actividades rentáveis.

Este é o Carlos Costa Costa bom ou o mau?
O Carlos Costa bom, ou o NOVO Carlos Costa
(O bad Carlos Costa,
que é como quem diz,
o velho-Carlos Costa está no BdP)

O que eu não percebo é que o BdP (friso: o Banco de Portugal e não o Governo), sem que se tenha assumido como dono do Banco, tenha resolvido agir como dono, cortando o BES em dois, deixando de um lado tudo o que é bom e deixando com os accionistas tudo o que é mau, isso já me custa a perceber.

Se alguns dos accionistas são 'maus', supostamente os Espíritos Santos, já os outros foram pura e simplesmente espoliados sem terem percebido o que lhes aconteceu. Ficaram sem o dinheiro que lá tinham, sem terem direito a piar. E neste grupo estão muitos pequenos accionistas que investiram lá as suas economias convencidos pelas instituições oficiais (BdP, CMVM, Governo e até PR) que andaram a dizer que o BES estava sólido e com uma confortável almofada).

[Além disso, depois de ter percebido a gravidade das suspeitas que envolviam a gestão do BES, espantou-me muito que o aumento de capital tivesse sido permitido para o colocar nas mãos daqueles de quem se suspeitava. Acho isso muito estranho e intuo que daí muito venha a sobrar para nós, contribuintes (porque intuo que vão chover queixas e, se houver lugar a indemnizações, quem vai pagar é o Estado e o Estado somos nós)]. 

Mas, voltando, ao que o banco de Portugal fez no fim de semana, confesso que não tenho deixado de tentar perceber o que aconteceu - e não percebo. 

O Vice-Portas que,
substituindo o Primeiro Ministro que está a banhos na Manta Rota,
assinou à pressão um decreto
que dá poderes biónicos a Carlos Costa-o-Velho



Que poder é este? As pessoas investiram num banco que pensavam que era bom e de repente sacam-lhes o banco das mãos e deixam-nos com papel que não vale nada. Quem mais vai querer investir num banco em Portugal sabendo que, num fim de semana, o Governador do Banco de Portugal manda o governo e o PR assinarem um decreto para obter poderes para tudo e mais alguma coisa e que, tendo esse poder, faz uma destas...? Acho que ninguém em seu pleno juízo.


Ou seja, imagino que, para quem está de fora, isto aqui pareça uma república das bananas. Num mês aliciam as pessoas para um aumento de capital, ao longo do mês seguinte juram a pés juntos que o banco é um miminho e, de repente, num fim de semana, sacam de lá tudo o que é bom e dão-no de mão beijada a outro (para já um Fundo constituído por outros bancos e, a seguir, para quem der mais) e deixam-nos a eles, inocentes investidores, atafulhados em lixo e com as acções a valerem zero. Eu, pela parte que me toca, acho isto do além. 

A sensação com que fico é que Passos Coelho, naquela sua insustentável leveza da ignorância, deu um tiro na cabeça do capitalismo e nem vai perceber porque é que os capitalistas que sobreviveram vão fugir a sete pés de Portugal. 
Pode ser que eu esteja enganada ou que haja para aí alguma carta na manga de alguém - porque se o que há é só o que está à vista, isto pode ser mais uma argolada deste Governo e das grossas.

Há dias eu falei que o BdP deveria fazer um raide no BES. A minha ideia era que lá metessem dinheiro (empréstimo, posição accionista, o que fosse) e impusessem alguns administradores por parte do BdP, uma limpeza na equipa de gestão, nomeadamente na equipa que foi conivente com os maus actos de gestão, para suster uma sangria de dinheiros e para inspirar confiança juntos dos depositantes e, em simultâneo, uma auditoria internacional.

Agora isto? Jamais me passaria pela cabeça uma coisa destas. Ia dizer que nem sei se é legal mas se calhar é legal depois do decreto assinado na hora e por correspondência durante o fim de semana.

Não consegui ainda perceber qual a estrutura de balanço deste Novo Banco nem que coisa é que vai acontecer ao velho BES que, do que percebo, está para liquidação nas mãos de alguém escolhido pelo BdP. Mas foi declarada falência do BES para isto acontecer? Tendo agido atempadamente (e, segundo agora se sabe, desde Setembro do ano passado que havia sérias suspeitas de gestão danosa), não haveria maneira de sanear o BES sem saquear todos os accionistas?


A mim parece-me que talvez houvesse.

Ou seja... para mim, nada disto é claro.

Depois há as dúvidas relativas a inside information e sobre quem deixou escapar informação e não travou as consequências dessa fuga e que já levou a CMVM a pedir averiguações. A Goldman Sachs conseguiu vender o número suficiente de acções para não sair totalmente lesada e a PT levantou todos os depósitos. Quem mais o fez? Não sabemos.


Tudo coisas que, para mim, estão mal explicadas. E nem falo das questões operacionais (que sistema informático é que está a funcionar? ou seja: em que empresa, isto é, em que banco estão, de facto, a ser contabilizados os movimentos que estão a ser feitos? não estão, certamente, numa nova empresa nascida a a 4 de Agosto) já que essas me deixam ainda mais confundida.

___


Espreitei agora o Público e vejo num artigo de Cristina Ferreira (uma jornalista que desconhecia e que é das melhores que tenho visto) que isto do aumento de capital é castanha quente que já está a estalar nas mãos por onde passou: 

BESI e bancos internacionais ligados ao aumento de capital do BES podem ser responsabilizados por perdas de investidores. 


Banco de Portugal e CMVM travam braço-de-ferro sobre a responsabilidade de cada instituição na autorização do último aumento de capital do BES que gerou elevados prejuízos aos investidores, nomeadamente aos clientes de retalho da instituição.


CMVM diz que defendeu investidores do BES e que aprovação de aumentos de capital cabe ao BdP.


Esta operação está a ser alvo de um braço-de-ferro entre o Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Para Carlos Costa a responsabilidade da autorização do aumento de capital do antigo BES e do conteúdo do prospecto é da CMVM, mas Carlos Tavares, através de um comunicado emitido segunda-feira à noite, veio esclarecer que "a CMVM não dispõe de qualquer poder relativamente às decisões sobre aumento de capital de qualquer sociedade".

___


De um Leitor a quem muito agradeço, recebi ainda o seguinte excerto que fala por si:

Analysis: Alison Roberts, BBC News, Lisbon


The Banco Espirito Santo (BES) rescue marks a significant shift in banking supervision in the eurozone, in that shareholders are to shoulder a larger proportion of losses than was the case in previous bank bailouts.

Still, it is ultimately Portugal's taxpayers who are underwriting the loan to the newly created bank that is to take over BES's viable commercial activities, since the funds are coming from a part of Portugal's eurozone bailout that the country had not so far needed to draw on, but which it will have to pay back.

There are also questions about the Portuguese authorities' handling of the situation.

Barely a month ago, they waved through a capital increase in which BES raised 1bn euros - money that all but vanished as the share price plummeted.

Such doubts could make it harder for Portuguese companies to raise money in future - while the Portuguese state is already facing higher financing costs.


Claro.

Bem, claro, claro é que isto não é nada... (mas pode ser que isto seja defeito meu que sou míope)

____


Moreira Rato da Administração do NOVO BANCO
- Mr. Rato, a former Lehman Brothers trader


A propósito de isto não ser lá muito claro, permito-me ainda transcrever na íntegra um post de Eduardo Pitta no seu blogue Da Literatura:


RATO NO RADAR DO WSJ


João Moreira Rato no WSJ  —  «[...] Eurofin also has an indirect connection to Banco Espírito Santo, whose ultimate parent is Espírito Santo International, through the bank’s new chief financial officer, João Moreira Rato. Mr. Rato is part of a management team brought in last month to try to stabilize the lender. Mr. Rato, a former Lehman Brothers trader, previously helped run a small London hedge fund called Nau Capital LLP, according to regulatory records. Nau originally was seeded with a roughly €200 million investment from Banco Espírito Santo, according to public statements at the time. Mr. Rato’s partner at Nau Capital was João Poppe. Mr. Poppe is the nephew of Ricardo Espírito Santo Salgado, who last month resigned as Banco Espírito Santo’s chief executive and then was detained in a Portuguese money-laundering investigation. In a statement last month, Mr. Salgado said he would cooperate with the investigation and that he “believes truth and justice will prevail.” Mr. Rato left Nau Capital in 2010, according to U.K. records. The next year, Eurofin bought Nau Capital. Mr. Poppe is now a managing director at Eurofin. A Banco Espírito Santo spokeswoman said Mr. Rato wasn’t available for comment. Mr. Poppe didn’t respond to requests for comment. [...]»


Nem digo mais nada.


___


Mas mostro este vídeo giríssimo que Leitor generoso aqui deixou


Como ficou a Dona Inércia -  um vídeo da Rádio Comercial






___


(Gostava de saber o autor das imagens e fotografias que ilustram este post e que obtive por aí mas não sei. Mas estão todos de parabéns).

.

domingo, agosto 04, 2013

O tempo passou na janela, só Carolina não viu. Mas há pessoas por quem o tempo passa muito bem.


A esta hora já não tenho cabeça para coisas que me façam puxar pelo intelecto. Por isso, depois de afazeres múltiplos sentei-me aqui a ouvir música. Escolhi a Carolina de Chico Buarque com a Carminho, uma maravilha. Quis colocá-la no Um Jeito Manso mas não é possível incorporá-la no blogue. Por isso, desisti.

Lembrei-me, então, que, no outro dia, no Público, vi como algumas figuras públicas ganhavam em beleza com a idade (essencialmente artistas de cinema, se bem me lembro). Hoje tentei rever isso mas não encontrei. Nabice minha, certamente. O sono tira-me a inteligência.

A inteligência e a paciência: também não tive paciência para andar à procura.

Resolvi, então, encontrar eu imagens de pessoas que mantivessem a beleza ou o carisma com o passar do tempo. Difícil é escolher mas a esta hora também não tenho pedalada para superar dificuldades. Por isso, vou aqui colocar apenas o que me vier à cabeça em primeiro lugar, três homens e três mulheres.

E é isso que vos vou mostrar e não me perguntem a que propósito vem isto hoje porque não faço ideia. Tenho é pena de não ser capaz de pôr as fotografias do antes e do agora, ao lado uma da outra. Se calhar, se me esforçasse, conseguiria. Mas a verdade é que também não tenho paciência para investigações nestas matérias.


Homens (especiais)





Chico Buarque, um senhor, um sedutor, um homem com uma grande pinta e a quem o tempo não retira uma pitada de charme. 


A voz parece que foi feita para nos prender. Um fiozinho de voz que nos enleia.


(Chico Buarque nasceu em 1944)



António Fagundes, encantou-me pela primeira vez como Cacá já lá vão uns mil anos. Gozão, folgazão, lindão.


E o tempo só tem feito maravilhas com ele. Tem um charme, uma voz e um corpo que até fazem impressão.


(António Fagundes nasceu em 1949)

  

José Mourinho é um desafiador, um insubmisso, um homem com uma enorme auto-confiança. Por vezes arrelia ver o que parece ser arrogância. Mas a verdade é que consegue bons resultados por onde passa (com uma ou outra excepçãozita que não vale a pena trazer para aqui). Mas, independentemente disso, tem charme, tem carisma e é bonito - e parece que cada vez mais.


(José Mourinho nasceu em 1963)

[Não faço ideia de como é que às vezes consigo pôr duas fotografias ao lado uma da outra, nem porque é que umas vezes consigo escrever o texto ao lado ou ao meio e outras vezes nem pouco mais ou menos. Calha. E já estou maçada com isto porque fica sem uma linha gráfica coerente mas, paciência, fica mesmo assim]


Mulheres (especiais)
























Jodie Foster (aliás, Alicia Foster) nasceu bonita e cresceu sob a luz dos holofotes. Muito talentosa, uma actriz ímpar, com uma personalidade extraordinária, continua bela e, por onde passa, irradia luz e carisma. A idade não a perturba nem lhe retira elegância e graça.



(Jodie Foster nasceu em 1962)





Carolina de Mónaco foi famosa desde que nasceu filha de pais famosos, príncipes de um prinicipado que mais parece de brincadeira. Um rochedo, um mar azul, barcos, casinos, beautiful people. tem tido uma vida de paixões, desamores, infelicidades. Tudo sob exposição pública. Nasceu muito bonita, uma princesa simpática. O tempo não lhe tem retirado a elegância, a dignidade, a beleza.


É mãe de filhos lindos, uma das quais, Charlotte, a faz lembrar quando jovem. Carolina já é avó (mas avozinha só se for para despertar maus instintos aos lobos maus que por aí andam...)


(Carolina Grimaldi nasceu em 1957)




Rita Blanco é uma das nossas maiores artistas. Não se leva a sério, é uma mulher livre, tem uma personalidade forte, tem um sentido de humor desconcertante. 


À primeira vista pode parecer que não liga muito à sua imagem mas a verdade é que é elegante, moderna e, na sua simplicidade, tem charme e carácter.


(Rita Blanco nasceu em 1963)


***

Não é a Carminho com o Chico. Nem a Carolina. Esses só aqui.

É Chico Buarque com Bebel Gilberto: A mais bonita. 




***

E tenham, meus Caros Leitores, um belo dia de domingo!