Pronto, está bem. Agora vou portar-me normalmente e deixar de me armar em missionária, espalhando conhecimentos essenciais à vida humana.
Depois de ter escrito o post abaixo sobre parte da genitália feminina (e relativamente ao qual espero bem que os mais moralistas não tenham ficado chocados com as imagens de sexo explícito que tive que incluir para conseguir prestar um serviço público de qualidade), estava tentada a prosseguir na senda da divulgação da mais fina joalharia (e aqui refiro-me à anatómica e não à joelharia de Cesariny -- mas, porque já virei a página, não vale a pena pedirem que conte a história, até porque só isso dava outro capítulo.)
Agora, para agitar consciências e desafiar ortodoxias (lol) -- já que no post abaixo o tema não tem nenhuma heterodoxia, é meramente científico -- fico-me pela beleza, esse tema filosófico que tanto me mobiliza.
Olho-me ao espelho de manhã, quando me arranjo. Sempre à pressa, passo um lápis cinzento junto à linha de pestanas da pálpebra superior, depois uma leve sombra lilás, depois um rímel muito ligeiro. A seguir, ponho um blush ultra discreto em tom pêssego e, por vezes, passo um brilho rosado nos lábios. Depois solto o cabelo que prendi para tomar banho (nos dias em que não o lavo) e passo o pente. Se lavei o cabelo, nem o penteio, apenas o ajeito com a mão. Nesses dias, mesmo no inverno, saio com o cabelo molhado. Nunca uso secador. A seguir, revejo o conjunto, passo o dedo nas pálpebras para esbater a sombra, aperto os lábios um no outro para que o gloss fica mais neutro, sacudo o cabelo para que fique mais despenteado. E saio à pressa. Ah, não. Vou a correr ao quarto e ponho um esguinchinho de eau de toilette (geralmente o Nº5). Nos semáforos, ajeito o retrovisor para me ver ao espelho, passo a mão no rosto para que não se note o blush. Quando chego ao meu destino já nem me lembro destes cuidados pois sou logo tomada de assalto. Mas, às vezes, no carro, dou por que me esqueci de passar o brilho nos lábios e penso que, à chegada, devir ir à casa de banho tentar descobrir algum baton na carteira para tentar suprir a grave lacuna.
Olho-me ao espelho de manhã, quando me arranjo. Sempre à pressa, passo um lápis cinzento junto à linha de pestanas da pálpebra superior, depois uma leve sombra lilás, depois um rímel muito ligeiro. A seguir, ponho um blush ultra discreto em tom pêssego e, por vezes, passo um brilho rosado nos lábios. Depois solto o cabelo que prendi para tomar banho (nos dias em que não o lavo) e passo o pente. Se lavei o cabelo, nem o penteio, apenas o ajeito com a mão. Nesses dias, mesmo no inverno, saio com o cabelo molhado. Nunca uso secador. A seguir, revejo o conjunto, passo o dedo nas pálpebras para esbater a sombra, aperto os lábios um no outro para que o gloss fica mais neutro, sacudo o cabelo para que fique mais despenteado. E saio à pressa. Ah, não. Vou a correr ao quarto e ponho um esguinchinho de eau de toilette (geralmente o Nº5). Nos semáforos, ajeito o retrovisor para me ver ao espelho, passo a mão no rosto para que não se note o blush. Quando chego ao meu destino já nem me lembro destes cuidados pois sou logo tomada de assalto. Mas, às vezes, no carro, dou por que me esqueci de passar o brilho nos lábios e penso que, à chegada, devir ir à casa de banho tentar descobrir algum baton na carteira para tentar suprir a grave lacuna.
Para ficar mais bonita? Porque não me acho bonita e penso que só com umas cores suplementares é que lá vou?
Não sei. Desde pequena que gosto de me arranjar. Mas tem que ser coisa simples, ar natural.
É isso e usar brincos. Não consigo andar sem brincos. Se acontece esquecer-me, volto atrás. Ir sem brincos seria como ir sem cuecas. O pior é quando, por roçar com o cinto do carro ou qualquer outra coisa, fico sem um brinco e só dou por isso depois. Fico a sentir-me limtada o resto do dia.
Também não sei.
Tretas genéticas, se calhar. Ou muitos séculos disto, das mulheres gostarem de se aperaltar. Não faço ideia.
Acho o meu marido um homem bonito e gosto de nos ver aos dois juntos. No outro dia cruzámo-nos com um casal em que eram ambos feios de morrer. Mas feios, feios, feios. Não imaginam: feios de alto a baixo, mal jeitosos, sem remissão possível. E ali iam abraçados, conversando e sorrindo, apaixonados. Saíu-me, baixinho: 'Como é que é possível irem naquele enlevo, feios daquela boa maneira...?'. O meu marido chamou-me preconceituosa e disse que eu tinha acabado de proferir uma coisa completamente estúpida. E eu sabia que sim. Mas não consegui deixar de pensar isso ao vê-los.
No entanto, sei -- então não sei? -- que isto da beleza é um conceito completamente relativo. Tão relativo, meus lindos.
No entanto, sei -- então não sei? -- que isto da beleza é um conceito completamente relativo. Tão relativo, meus lindos.
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A beleza real toca o coração
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A beleza está no que vêem os olhos que amam
Sou feia?
Definam-me o que é a beleza.
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As fotografias mostram Kate Moss num trabalho de Peter Lindbergh para a Vogue italiana.
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E os Leitores homens queiram, por favor, confirmar se o meu é maior que o vosso.
E as Leitoras mulheres queiram, se faz favor, pôr-se do meu lado.
Não é cá hora de divisões.
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