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sexta-feira, novembro 11, 2022

Ceninhas do meu dia a dia
[E dois momentos do humor: o do Klebão e o do supositício ex banqueiro Carlos Costa]

 


Só para dizer que, há uns três anos, na empresa, mudaram de empresa de cartões de refeição. Fiquei com saldo de dois euros no cartão antigo(e sei porque me enviam o saldo). Em relação ao seguinte, como mudei eu de empresa, passei a ter um cartão novo e do velho não sabia o saldo. A última vez que tentei usar no supermercado (para quem não saiba, estes cartões tanto podem ser usados em restaurantes como em supermercados) não consegui pagar, saldo insuficiente. 

Em relação ao primeiro, ainda não usei pois nunca mais me apareceu uma conta de dois euros. Em relação ao segundo, fiquei também com ele em stand by até perceber como saber o saldo e tentar encaixar uma conta nele.

Até que, no outro dia, no supermercado, a pessoa à minha frente, por sinal uma brasileira anafada, extrovertida e com um cabelo num louro ostensivamente irreal, ao pagar decretou: 'É pa parcelá'. Fiquei sem perceber. Parcelá? Já estou como o Bolsonaro, sem perceber. Seria 'parcelar? Mas parcelar a conta do supermercado? Contudo, o rapaz da caixa não estranhou: 'Quanto no primeiro cartão? E ela: 'Dezassete e meio'. Passou o cartão. A seguir passou o segundo. Fiquei bege. Afinal dá para pagar a conta do supermercado com dois cartões!? Como é que nunca me tinha lembrado de tal? Como é que nunca me tinha apercebido disso?

Mas, assim sendo, problema resolvido. Só tinha que descobrir o saldo do segundo que, pelas minhas contas, ainda teria dinheiro que se veja.

Então, hoje ao ir ao supermercado, tive uma ideia peregrina: ir primeiro à máquina do multibanco e ver se me dava o saldo do cartão. 

Enfiei o cartão. Ainda mal tinha introduzido o código já aquilo me estava a mostrar opções. Mas uma coisa atípica. Apenas duas opções 'Outras Operações' e 'Mb way'. Tentei  'Outras operações'. Em vez de me aparecer a opção 'consulta de saldos', não senhor, fui parar ao ecrã anterior. Tentei o Mb way. E, aí, nem saldo nem dinheiro nem nada. Zero. A máquina disse-me que, por razões de segurança, me ia reter o cartão e que contacte eu o banco. 

Fiquei siderada. Sou avessa a situações destas, sinto-me impotente, indefesa, fico a temer que o mundo me sugue, que um meteorito me caia em cima e me esmague para todo o sempre.

Mas, pronto, a vida continua. Fui fazer as compras. Pouca coisa e, sem saber como, cinquenta e dois euros. Isto está bonito, está. Imagino o sufoco para quem tem miúdos em casa e um ordenado curto ou para quem tem uma reforma baixa e medicamentos e despesas inadiáveis. 

Quando fui pagar, ao procurar o cartão normal, vi na carteira o outro cartão de refeição e constatei que, na máquina, me tinha enganado. Usei o cartão dos dois euros. Foi esse que, afinal, foi engolido. Ou seja, coloquei o código do cartão mais recente. Não percebo porque não assinalou que o código estava errado. Só sei que agora tenho que ligar para o banco e depois hei-de ter que ir buscá-lo. Ou deixá-lo lá ficar pois não sei se vale a pena grandes maçadas por dois euros.

Quando cheguei a casa, peguei no outro, o dito mais recente, aquele de que não sabia o saldo, e pus-me a vê-lo com olhos de ver. Vi que tem números de telefone. Nunca tinha reparado. Liguei. E fui guiada pelo atendedor automático: introduza o código. Depois: se quiser saber o saldo, digite 1. Digitei e aquilo disse-me o saldo. 29€.

Mas isto para dizer que andei este tempo todo sem saber como descalçar a bota e, afinal, era de caras: bastou ligar e fiquei logo a saber o saldo. E ando há anos a ir ao supermercado e desconhecia que dá para parcelar e pagar com dois cartões.


Às vezes acredito mesmo que devo ser de outro planeta, que não vejo e não ouço o mesmo que a maioria dos terrestes pois ignoro o que a maioria das pessoas sabe de cor e salteado. Ou então sou uma terrestre altamente limitada. É o mais provável, acho eu.

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As fantásticas ilustrações são da autoria do fantástico Paweł Kuczyński e lá em cima os Ok Go que, talvez por serem tão doidos eu acho o máximo, interpretam Here it goes again. 

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E, por falar em cartões, em especial os que parece que não têm saldo ou de que não se sabe se a culpa é do cartão, da máquina, do cu ou das calças, aqui fica o Klebão.

Aproximação segundo a Porta dos Fundos

Nunca foi sobre crédito ou débito, é sobre conexão, sobre estar junto em todos os pratos, em cada acompanhamento. É aquele acalento na alma na hora de pedir a conta e o coração chega a errar as batidas até a maquininha chegar. Ame seu garçom em praça pública!


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Já agora, o grande momento de humor do dia: o socialmente ainda respirante Carlos Costa parece estar a ver se ressuscita e, ao que consta, vai publicar um livro onde parece que faz de tudo a ver se se limpa. Está bem abelha. Aselha mais aselha não se conhece. Enquanto estava no posto armou-se em macaquinho tricéfalo: um não via, outro não ouvia, outro não falava. Os bancos a caírem como tordos, meio mundo a ficar a arder, e ele, tataranha, a fazer de conta que não sabia de nada e que, além disso, não era nada com ele. E agora, ao que parece, vai sair à pena com um livro em que parece que se põe a sacudir para cima de um e de outro. 

De gargalhada. Outra múmia paralítica que, volta e meia, quer fazer-se de viva. 

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Um dia bom
Saúde. Boa sorte. Paz.

terça-feira, maio 18, 2021

Os malefícios colaterais do coiseca

 



Leio por aí que os divórcios e separações estão prestes a rebentar. Pudera. Só quem nasceu um para o outro tolera o outro por perto a toda a hora. Mesmo esses é bom que tenham uma distância higiénica: não sempre por perto, não sempre a toda a hora. Agora para quem tem as suas diferenças e só as suporta quando devidamente espaçadas, condimentadas com situações que distraiam a atenção, imagine-se a pressão que vai crescendo dentro da panela. Não imagino sequer o que seria para mim a tortura se tivesse em casa não o homem da minha vida mas uma amélia, um zé cueca, alguém que, só de existir, estaria a pôr-se a jeito para me levar ao desespero. Ao contrário do que parece ser a tendência, em que o pessoal aguenta até que isto desconfine, acho que comigo a coisa acabaria mal muito antes disso. Não apenas faria o célebre número das malas à porta como não prescindiria também de lhe atirar as cuecas pela janela. E, antes que ele percebesse o que lhe estava a acontecer, já lá estariam os senhores das chaves a mudar a fechadura. E, se o encontrasse na rua, de certeza que já nem o reconheceria. Mas, se calhar, isto seria eu -- eu que sou impaciente. Parece que os pacientes conseguiram respirar fundo, dar um tempo, esperar que o corona dê tréguas. E agora, com a malta a ficar progressivamente mais vacinada e com o bom tempo a convidar à alegria, com cada um a regressar aos poucos à sua vidinha, com o intolerável 'novo normal' a cair em desuso, é que vai ser o adeus oh vai-te embora, bye-bye e chega pr'a lá, oh melga.

Mas, claro, estas provações têm consequências: li que nunca nasceram tão poucas crianças como agora. É que uma coisa é conseguirem tolerar-se, um em cada ponta da casa. Outra, bem diferente, é conseguir passar por cima da raiva contida e, numa de ser só sexo, bora lá, truca-truca. 

E isso, pelo que os números indiciam, é que nem pouco mais ou menos. A malta parece ter abrandado fortemente na coisa: não se suportam, não se desejam. Ou então não é isso, é simplesmente que, fartos de ter as crianças a bombar por perto todo o santo dia, nem pensar em deitar mais uma ao mundo. 

Mas isso já não sei. Que o pipeline está cheio de malta em vias de se separar e que quase não têm nascido crianças é um facto. O que vai no subconsciente, no consciente e no inconsciente de cada um isso já não posso dizer.

Mas estou curiosa.

Como estarão as estatísticas de anticoncepcionais? Alguém me diz? Camisinhas? Como será? Pelas ruas da amargura? Já eram? Pírulas, com a malta toda a dizer que causam mais enfarilhamentos que a astra-zeneca, imagino eu que também estejam em contagem decrescente. 

Sobra o quê? Já nem sei bem o que agora se usa.

Ah... espera aí. Copos menstruais... não é? 

Caraças. Sou muito ignorante. Li no outro dia que uma ex-PAN quer que os haja gratuitos nos centros de saúde e também em escolas, universidades e institutos politécnicos. E eu só pensei: olha a sorte que tenho de estar na menopausa, assim nem tenho que ir ver como é que os ditos funcionam. Bolas. Só de pensar. Serão de que tamanho? Enfiam-se assim sem mais, à papo-seco? E puxa-se e vem cheio? E não há o risco de se entornarem...? Caraças. 

Adiante. 


Mas, então, dizia eu que parece que a malta que, antes, já de si, não se gramava de alma e coração anda a evitar-se. Claro: foi dose, tantos meses de convívio forçado é para quem pode (com p e com ph).

Ora bem. Não sei se, justamente por isso ou por outra coisa qualquer, há outra: parece que nunca se consumiram tantos ansiolíticos e anti-depressivos. A malta anda pelos cabelos. Uns trepam às paredes, outros batem com a cabeça nas paredes. Tudo em ponto de rebuçado.

Percebe-se. 

A minha mãe contou-me que num daqueles programas que vê, creio que disse que era com a Tânia, foi uma médica dizer que há ainda outra: osteoporoses e que tais é a dar com um pau. Pudera. Sem exercício e sem sol, quem é que pode andar escorreitinho e com a ossada em bom estado?

Quem pense que o corona é bicho para só se acolitar nas ventas e por aí abaixo que tire o cavalinho da chuva: aquilo é bicho que vai de A a Z.

E, cá para mim, a coisa não fica pelo abecedário. Aliás, no outro dia, vi um anúncio na televisão de que a malta, com isto do confinamento, já nem anda a pôr a dentadura e, por isso, quando as forem pôr estão largas. Ou apertadas...? Não sei, não prestei muita atenção, só registei que o corona também dá cabo das dentaduras.

Portanto, já sabem.

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Fotografias de Anna Devís e Daniel Rueda na companhia de OK Go Sandbox - Art Together Now

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E o que eu estimo é o que eu desejo.

Tudo de bom. 

Saúde. 

Paz e Amor.

quarta-feira, setembro 25, 2019

Paradoxos, contradições, cenas, coisas que não são o que parecem.
E, claro, bolos.





Nesta era de fake news, de bruah-ah-ahs virais, de inflamados estados de alma e de funfuns e gaitinhas para todos os gostos parece que já não se pode ser politicamente incorrecto e dizer, tout court, o que verdadeiramente se pensa.

E isso é que era bom. Era, era. Era o que faltava.

Por exemplo.

E é mesmo só exemplo. Porque quem diz isto que vou dizer podia dizer outra coisa qualquer.

Por exemplo, se acho que o Ronaldo é o melhor jogador do mundo vou votar no Zé da Gatinha porque já não posso com o rabo da Georgina sempre espetado para a fotografia? Ora abóbora.

Ou.

Se acho que a Ana Gomes é a melhor comediante da televisão portuguesa, vou votar no Batatinha para o Globo de Ouro? Porquê?

Ou se acho que o Louçã é que tinha mesmo pinta de Cardeal, ia votar no poeta Tolentino para fazer turma com o Manuel Clemente et al.? Eu não. Está bem que aí não risco. Mas isto é um exemplo, ok?

Ou, se acho que o cão é o melhor animal para guardar a casa, vou mas é arranjar um canário fofinho só para o cão não ficar a achar-se? Sou maluca ou quê? (Quero dizer, ser se calhar até sou mas não sou parva, olhem lá)

Ou, se sou encalorada, vou vestir um casacão com gola de pele só para os encalorados não ficarem em maioria? isso é que era bom.

Ou, se quero fazer uma casa à maneira, vou contratar não um arquitecto mas um alfaiate só porque acho que os arquitectos acham que sabem desenhar casas e já não tenho pachorra para isso?

Ou se o chá de lúcia-lima me sabe bem e me faz bem vou beber um panaché de coca-cola só porque não gosto de facilitar a vida ao chá de lúcia-lima? Vou, vou...

Ou, se gosto de me perfumar antes de sair de casa, vou mas é pulverizar-me de alto a baixo com detergente para a louça só porque gosto de dar tiros nos pés?

Ora.

E, em vez de dizer o que me vai na alma a propósito do que vejo à minha volta, vou antes falar de equinócios dourados, outonos românticos, céus brancos e névoas macias como tule só para ninguém se sentir maçado com as minhas opiniões?

Ora. Era o que me faltava. Era mesmo.

Ou.

Só por exemplo.

Por exemplo, se gosto de chocolate preto e, ao mesmo tempo, de meter na boca um ou dois cubos de gengibre cristalizado, quero lá saber de mais ninguém gostar disso e de ninguém perceber que raio de gosto é o meu. Eu gosto, digo que gosto. Que é que hei-de eu fazer se sou de gostos inconsensuais? Fazer de conta que não? Em vez de chocolate preto à mistura com gengibre vou comer caramelos de Badajoz? Vou, vou. Havia de ter graça.

E se faço um esforço do pior que há para não me desatar a rir que nem uma perdida quando tenho pela frente um ga-ga-go muito ga-ga-ga-go a disfarçar que é ga-ga-go muito ga-ga-go porque hei-de eu dizer que não, que não me dá nenhuma vontade de rir? 
[E isto apesar de ter um na família e de eu própria, em miúda, durante algum tempo, ter sido ga-ga-ga. Aliás, o meu familiar acha que ser ga-ga-go é muito sexy, diz que tem muita saída junto das mulheres à conta disso.]
E se já estou a rir só a antecipar o que vai ser amanhã a entrevista da Joacine Katar Moreira com o Ricardo Araújo Pereira vou dizer que não? Vou, vou, esperem por essa. 

E vem esta conversa toda a propósito de quê? -- perguntarão vocês.

   Ora, a propósito disto tudo -- confessarei eu sem perceber a vossa dúvida.

Mas o que é 'isto tudo'? -- perguntarão vocês, ligeiramente atónitos.

     Ora, 'isto tudo' é o infinito que nos cerca -- responder-vos-ei eu do alto da minha perplexidade.

E aí vocês olharão à volta e, em silêncio, espantar-se-ão: Oh pá, mas esta gaja pirou de vez ou quê?

      E aí, lamento, não poderei esclarecer-vos porque resolver paradoxos abertos é coisa que não é para mim. Eu é mais bolos.

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E estes bolos -- que parecem feitos de propósito para adoçarem a nossa mente durante este nosso simpático período eleitoral -- foram confeccionados pelo pasteleiro Luke Vincentini que, qual J. Pinto Fernandes, não tem nada a ver com esta história.

E agora, para terminar, se não se importam, vão buscar uma flute de champanhe e preparem-se para delicadamente depositar este moranguinho na minha boca, ok?


Nham-nham

terça-feira, setembro 25, 2018

Vou mas é arranjar um bichinho de estimação a ver se esqueço as minhas ralações...





Já falei muitas vezes: passei de ter medo de ter cão a, na hora, ficar rendida a uma cachorrinha fofa, cor de mel, que alguém nos apresentou. Tinha um ou dois meses, um latidinho de bebé traquinas. E eu ainda tinha medo de pegar. Os meus filhos andavam com ela ao colo e eu, nos primeiros dias, com medo. Ela dava saltinho brincalhão e eu encolhia-me, com medo, achava que ela ia atacar e morder. Os miúdos riam, o meu marido nem ligava, não havia compreensão que abarcasse tanta infantilidade e medriquice minha.

Depois o medo passou. Com ela eu era apaixonada, maternal, amiga, admiradora, inseparável. Foram quase treze anos e passaram a correr. Dela ficou uma saudade eterna. Saudade maior. Cãzinha mais meiga, mais amiga.

Jurei que nunca mais. Não suportaria outro amor assim, outra dor tamanha. 


De gato nunca quis proximidade. Tenho medo de tanta superioridade, de tanta altivez.  A minha mãe sempre teve medo de gatos, contava que se assanhavam. Falava no eriçamento deles, em como se arrepiava de medo. Pegou-me.

A namorada do meu filho tinha um gato que o atacava. Quando ele estava no sofá com a namorada, saltava-lhe para cima, por trás, o gato. Eu morria de medo do que o bicho traiçoeiro pudesse fazer ao meu menino.

Acho gato um bicho lindo, gosto de fotografar aquela inteligência, aquela subtileza. Mas não sou capaz de passar a mão, de fazer festa. Respeito a superioridade alheia.


E cavalo. Gosto de cavalo. Se, naqueles inquéritos armados em espertos, me perguntam que animal eu poderia ser, logo a resposta me sai pronta: cavalo. Aquela elegância, aquele sentido de liberdade, aquela beleza, aquele olhar doce e inteligente, aquele andar veloz e feliz. Ah. Quem me dera. Mas andar em cima, nunca fui capaz. 


Passarinho também não. Pássaro é bicho cantor, das alturas, das folhagens cheirosas.Não é bicho que aprisione em gaiolinha, em marquise. 

Peixe também não. Quando os meninos eram pequenos, tínhamos aquário bonito. Peixinhos lindos, coloridos, franjas douradas e ondulantes. Tinham nomes especiais mas só me lembro do nome dos menos bonitos: os limpa-fundos. Nadavam nas águas aquecidas onde havia algas, uma luz coada. Mas morriam. Eram ausentes em relação a nós, só acorriam quando levávamos a comida. Afecto interesseiro. Afecto desse não gosto.

Claro que há o bicho-homem mas esse não encaixa bem aqui. Não é bem de estimação. É outra coisa que não sei dizer bem. 

A minha filha sempre foi sossegadinha. Falo nela não porque alguma vez tivesse sido bichinho de estimação mas por outra coisa que já verão qual. Usava chucha. Gostava muito de bonecas. Queria-as para as despir e vestir. A minha mãe fazia vestidos e casaquinhos para as bonecas. Punha-as a dormir, levantava-as e as roupinhas como peça fundamental na ficção que criava. As bonecas que ficaram para a posteridade estão todas nuas. 

O meu filho sempre foi irrequieto. E nunca usou chucha. Arranjámos-lhe um coelhinho branco, de peluche, com umas calças. Chamei-lhe Chicão e desassossegado como era (o meu filho), aquietava-se se fosse fazer ó-ó com o Chicão. Sempre foi mais de carros, construções, jogos de bola mas o Chicão por ali andou até ele ter uns quatro ou cinco anos. E nunca se perdeu. Agora os meninos, quando aqui vêm, vão buscar o Chicão e o Chicão por aí anda. O cúmulo dos cúmulos é onde está agora. A senhora que cá vem uma vez por semana, ao arrumar a sala, resolver pôr o Chicão a meio do sofá que está junto à estante ondulada, em frente de umas almofadas, e pô-lo de perna traçada. Tem mais de trinta anos e ainda ali está todo pimpão. Só visto. tenho que fotografar aquele dispautério. Talvez seja o animalzinho de estimação que me está destinado.

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As fotografias com animais de estimação são de Arthur Mebius. Esta aqui abaixo também é dele e mostra um bebé que parece estar doido com as mamocas de estimação da passageira do banco de trás.


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A fotografia do chefe afectuoso e do empregado todo incomodado que está no post abaixo é também do dito Arthur

quinta-feira, julho 19, 2018

Palavras com sentido


Tenho ideia de que foi em Amesterdão que vi mais lojas e galerias de design. Objectos interessantíssimos, úteis ou simplesmente curiosos, ideias que não lembravam ao careca e que ali estavam vertidas em coisas surpreendentes. Por vezes quase arte, por vezes pura diversão.

Tenho uma prima que é designer de profissão. Campanhas publicitárias, cartazes, logótipos, fontes para um lettering inventado -- de tudo saem daquelas mãos. Ou melhor: daquela cabecinha. Desde miúda se percebeu aquele sentido criativo e artístico, aquela capacidade de aparecer com ideias inteligentes que reflectiam conceitos, aquele espírito moderno e prático. 

Gosto de coisas assim. Sou sensível a tudo o que é novo, engraçado, inesperado.

Estas animações para ilustrarem o sentido das palavras, usando apenas as próprias palavras, são mesmo uma graça. São da autoria do designer da Lituânia Mindaugas Dudenas.







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E, para que não protestem por eu não vos dar música, que entrem os designers da música

Ok Go - Last leaf


sexta-feira, julho 06, 2018

O meu umbigo



Dantes enfaixava-se a barriga dos recém-nascidos para que o umbigo ficasse bonito. Salvo erro, durante um mês. A minha mãe sempre se gabou da obra de arte que fez do meu umbigo. E, se via criança desumbigada, logo ela dizia com ar de censura: 'Não querem saber, deixam as crianças a chorar, a fazer força, e sem terem o umbigo apertado... Depois fica aquele lindo serviço. Coisa mais feia'. Censurava as mães que não tinham tido aquele brio de que ela tanto se orgulhava. E tanto empenho ele pôs nisso que, quando nasceram os meus filhos, claro que lhe segui o ensinamento. Por acaso, têm ambos bonitos umbigos e nunca me passou pela cabeça não o fazer até porque nunca gostei de ver umbigos de fora, bolinhas de carne a rebentarem da barriga, e muito menos quereria que eles, mais tarde, viessem a acusar-me de não me ter esmerado. Não senhor: perfeitinhos. Mas, por notória influência da minha mãe, tal a minha preocupação que, mal os miúdos choravam mais, como quem não quer a coisa, eu ia depois dar uma espreitada ao umbigo a ver se a coisa não se tinha estragado.

Foi, portanto, com espanto que, há uns anos, constatei que isso era coisa que tinha passado de moda. As crianças, mal lhes cai a tripa murcha, podem logo andar de buraquinho ao léu. Dá ideia que aquilo do enfaixamento não tem nada a ver com a perfeição do produto final. Melhor assim. Poupa-se o incómodo das crianças e o trabalho das mães.

Há uns anos resolvi adoptar um piercing numa orelha. Fui à ourivesaria e pimbas: com um revólver equipado com uma pequena bala dourada, fui alvejada no devido sítio e saí de lá logo devidamente enfeitada. Uso sempre brincos mas, num dos lados, há um outro, mais acima, geralmente uma estrelinha, uma mini-mini bolinha dourada ou um little brilhantezinho. Houve alturas em que pensei fazer mais um furinho desse lado para ficar com três. Mas, como tenho orelhinhas pequeninas, não há muito espaço e ficaria muito à ponta. Portanto, nunca cheguei a fazer. Mas uma coisa é mais do que certa: se se pudesse fazer furos em casa já há muito tempo que tinha feito um outro, no umbigo. Mas assim não faço. Não ia para a ourivesaria pôr-me de barriga ao léu com um funcionário a pistolar-me a barriga. Posso não ser lá muito boa da cabeça mas barraquinhas dessas ainda não faço.

Mas gosto de ver um piercing no umbigo. Haveria de arranjar uma coisinha linda. Talvez uma estrelinha pequenina de brilhantes. Outra vez, uma luazinha em ouro branco. Ia trocando.

As jovens mais alternativas fazem-no, por vezes, nos mamilos. Eu aí nem pensar. E nem é só pelo que deve doer, é mesmo porque acho que é poluição estética num espaço que se quer límpido, impoluto. Agora no umbigo, acho que é tema que ainda tenho que resolver.


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Já aqui esteve mas agora está a apetecer-me vê-los outra vez. Acho uma graça.
E aquela diluição final em branco, então...

E lembrei-me disto porque, cá para mim, a Trish Sie tem um piercing no umbigo. Só pode.

[Ao som dos OK Go - Skyscrapers]


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As duas fotomontagens com umbigo são da autoria de Mónica Carvalho que é filha de portugueses, cresceu na Suiça e vive em Berlim.

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PS: Às vezes digo embigo mas aqui, não fossem vocês pensarem que era erro ortográfico, coibi-me.

sábado, maio 26, 2018

Gosto deles. E um dia que grave um vídeo vou querer tê-los comigo.
Eles e a equipa deles.


Não sei se eles são pop. Na volta, são. Mas, sejam o que forem, acho que há nos vídeos deles uma desconstrução criativa, uma graça na exploração de ilusões de óptica e um sentido de humor que me agradam. Claro que a música em si e a forma como interpretam as canções também não me desagradam. Mas, na verdade, parece-me mais o acompanhamento musical da diversão que são os vídeos do que o principal foco de interesse.

Acabei agora de ligar o computador e, como sempre, fui espreitar a selecção YouTube de hoje. Não estou com muito interesse no que passa na televisão. Pimeiro foi o futebol. Agora é a Quadratura do Círculo enitida a partir do congresso do PS.. António Costa aguenta-se no mano a mano com Pacheco Pereira, Lobo Xavier e, bem entendido, com Carlos Andrade. Pasmo com a capacidade desta gente que não se cansa, não se desgasta, não perde a verve, não se lhes gasta a pachorra. Se fosse eu já estava de língua de fora, desidratada, com tensão baixa,  incapaz de aturar quem quer que fosse. Pois António Costa,  quase à meia-noite, aqui está em grande forma, verbo fácil, números na cabeça, resposta pronta. Não sei como é possível. 

Tirando isso, como é bom de ver não faço ideia do que se passou no Congresso do PS. Ouço falar no ministro Siza Vieira, na desbocada Ana Gomes e sei lá que mais. Se calhar são temas interessantes mas, a esta hora e depois das semanas que tenho vivido, acho que já não arrebito as orelhas com nada.

A esta hora só a rapaziada dos Ok Go. Eles trepam pelas paredes, eles andam de cabeça para baixo, eles pintam a manta.

Acho que isto deve ser um anúncio a qualquer coisa mas não faz mal, é giro na mesma.



terça-feira, setembro 26, 2017

Tatuagens muito lindas
[E outras coisas do género]


Lá está. Pode ser que seja eu que esteja já fora de prazo. Não curto. fazer o quê? Não curto, não curto.

Quando ninguém usava tatuagens e não havia onde as fazer, queria eu ter um botão de rosa carmim sobre um seio. Depois, temendo que fosse complicado, já admitia que fosse mais acima, algures sobre o coração. Quiçá, até, entre o coração e o ombro. Depois, como já aqui o referi, temendo que, com o passar do tempo, a pele enrugasse e a rosa perdesse o viço, imaginei-a nas costas, sobre uma omoplata. Mas não sabia onde concretizar. O tempo foi passando. A minha filha ia perguntando pela rosa tatuada. O meu marido incentivava. O mais que me aventurei foi a pôr um piercing. Só um. Ainda o uso. Coisa feita em condições, tipo seringa à pressão, numa ourivesaria. Depois começaram a aparecer uns lugares para as tatuagens, uma espécie de lojecas, coisa que me parecia manhosa, pouco asseada. Agulhas, tintas... tudo aplicado por um cabeludo mal amanhado...? Ná... E o tempo sempre passando. Até que veio a moda. Tattoos para todos os gostos. Programas na televisão. Uma praga. E agora não há cão nem gato que não se pinte de alto a baixo, flausinas cheias de caveiras, letras chinesas, mensagens cifradas, malandrecos com carros de corrida, serpentes, bichos suspeitos. Ná... agora é que não é mesmo para mim.

No outro dia cruzei-me com uma mulher gorda, meia idade, vestida de garina, tshirt surreal, saia curta e justa, ténis de fantasia meio brilhantes, cabelos com madeixas cor de rosa e, claro, com uma hera com bicharada trepando-lhe pelo anafado pernão. Intuí que se achasse o máximo e, se calhar, até estava melhor assim do que antes. Tudo depende do ponto de partida. Enfim. E no outro dia descobri que um colaborador meu que costumo ver de camisa e casaco tem uns bíceps de impor respeito e, para alegrar, cobertos por artísticos desenhos. Ao deparar com tão insólita descoberta, ia comentar mas não consegui imaginar nada politicamente correcto para verbalizar. Depois ouvi outras a dizerem-lhe que tem que ir assim para o trabalho. Ele sorriu, orgulhoso do impacto que tinha causado. Pudera.

Esta imagem não tem nada a ver e eu, se tivesse juízo,
não a colocaria aqui.
(Mas hoje estou assim. Não me recomendo)

-- Um parêntesis: sigam o link porque é extraordinário --
Sobre um outro avisaram-me: 'quando estiver com ele, veja lá... controle-se...' Parece que anda apaixonado por uma colega e não se sabe se para lhe agradar ou se já é imposição dela, sendo ele careca de longa data, coisa que notoriamente lhe está no ADN, apareceu agora com um triângulo cabeludo, em preto, no alto da cabeça. Acontece que o de origem, que já está ralo, é grisalho. Parece que a coisa se faz por lotes. A urbanização, digamos assim, começa da testa para cima, e, ainda assim, deixando uns triângulos de lado. Parte da cabeça, em cima, ainda está a descoberto. A quem ficou de boca aberta a olhar para ele, consta que contou que os implantes são com cabelo dele. O meu marido, que não é bom da cabeça, quando lhe contei, disse que se calhar lhe tiram pelos do rabo e que o cuidado que ele tem que ter é que a cabeça não lhe passe a cheirar mal. Só visto. Disse-lhe 'cala-te, não digas parvoíces'. Respondeu perguntando-me: 'dizes que ele apareceu com um triângulo cabeludo no alto da cabeça e a mim é que acusas de ser parvo?'. Pois a verdade é que venho engarrafada no trânsito e perdida de riso, a rir à gargalhada, sozinha, só de pensar nisto. Se me vejo de frente para ele, não conseguirei suster o riso. Vai ser bonito.

Mas, enfim, não era sobre plantações capilares que estava a falar. Tatuagens. Tatuagens artísticas.

Estas que aqui vos mostro apareceram no 13º International London Tattoo Convention.





Muito lindos, sim senhor.

Mas eu, mal por mal, antes os das pinturas corporais que, mal tomem banho, voltam ao normal. Vide, por exemplo, estes aqui abaixo que usam o corpo como uma tela para reproduzir pinturas célebres. Também em Londres, of course.


Ia agora fazer um comentário, sugerir uma pintura (até inspirada num post de um blog aqui da galeria lateral) mas abstenho-me. Estou com o meu nível de censura interna muito baixo, ainda ia ferir algumas susceptibilidades. Parecendo que não ainda há umas virgens putativamente ofendidas que por aqui resistem e que, volta e meia, quando alegadamente piso o risco, se zangam comigo e, bolas, bolas, bolas, eu isso não quero. Portanto, calo-me já.

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Só mais uma coisa:
uma musiquinha dos meus amigos OK Go que me está apetecer entra e sair de paredes

OK Go - The Writing's On the Wall



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E pronto. É isto. E agora vou pregar para outra freguesia. Vinha para falar dos edifícios que visitei no domingo naquilo do Open House mas pus-me a falar da Melania e do doido varrido do Trump e da mão misteriosa do ex-Dirty Harry desviei-me dos meus bons propósitos. Acontece. Mas desçam que também tem graça. Kind of.


sábado, março 18, 2017

Caso Sócrates. Digo: Caso Marquês -- as últimas!
A Procuradora-Geral Joana Marques Vidal fartou-se do Rosário Teixeira.
Fala-se que as suas preferências vão para a Sara Antunes de Oliveira e para Micael Pereira.
E mais surpreendente ainda: parece que Sócrates ficou louro!


Não quero ser cá apodada de viúva do Sócrates senão ainda me põem sob escuta e ainda descobrem que quem pagou o meu colar de pérolas da Parfois foi o Zeinal Bava por conta do Bataglia a mando do Mão de Ferro que, por sua vez, não era mão de ferro coisa nenhuma, o que ele era era o testa de ferro da Sofia Fava que, como é sabido, foi casada com o Sócrates. 

Ou seja, falo apenas na mera qualidade de espectadora do Expresso da Meia-Noite na Sic Notícias. 


E foi aí que fiquei a saber das últimas: que a anibaleira Joana Mana do Vidal está que não pode, farta até à raiz dos cabelos desse verdadeiro empata-cópulas que dá pelo nome de Rosário Teixeira, aquele tipo de pessoa que nem dança nem sai da pista. 

Tentando relembrar -- e fazendo um esforço para não deixar pistas de fora e respeitar a ordem cronológica (embora não seja fácil já que o Rosy Boy é o rei da confusão e atira em todas as direcções, incluindo para os próprios pés):

Rosário Teixeira começou a desconfiar dos negócios de Sócrates com a Venezuela, passou para Angola, fixou-se em Leiria, intercalou com os compradores dos livros, depois desandou para Vale de Lobo, a seguir passou para o BES, para a PT, para a CGD, pelo caminho foi deitando a mão a este, àquele e ao outro -- e a caldeirada está montada, já com vinte e tal arguidos, alguns dos quais, ao que parece, sem qualquer ligação ao marquês, e a coisa já vai em 91 volumes, 452 apensos e 13,5 milhões de ficheiros informáticos (13.500.500!). Nem cinquenta humanóides davam conta de tal profusão de peças para apreciação. 

E ao fim de quarenta e tal meses de investigação -- sem serem capazes de produzir uma acusação -- parece que vêm agora dizer que ainda lhes falta saber quem é que cochichou ao ouvido do Bava numa reunião em que estavam representantes de outros accionistas e mais uma carta de não sei o quê e mais a cor das meias que o motorista Perna usava num dia em que levou um envelope ao marquês e que o melhor era fazerem outra vez buscas à casa do Granadeiro e, por via das dúvidas, também aos balcões do BES que já fecharam e ao caixote do lixo da casa de campo do Zeinal, já para não dizer que, bom, bom mesmo, era investigarem um bocado melhor onde é que a mulher do amigo rico comprava os sapatos e se os pagava com dinheiro dela, do marido ou do primo do Sócrates que isso, isso sim, isso explicaria muita coisa.
(Não sei se foi exactamente isto que disseram porque, confesso, estava a escrever um post sobre a minha virilidade e com um olho no burro e outro no cigano e, portanto, posso ter percebido mal alguma coisa. Mas, se não foi exactamente isto, foi qualquer coisa nesta base o que, para o efeito, vai dar no mesmo já que o que não deve faltar, no meio daqueles milhões de documentos, é muita maluqueira do género.)


O que sei é que, ali no Expresso da Meia-Noite, fiquei a ver como deve ser mesmo verdade o que a rádio alcatifa anda a propagar: que a Procuradora Joana tem desabafado que, se em vez do Rosarinho Teixeira, a investigação estivesse nas mãos da Sara Antunes de Oliveira e do Micael Pereira a coisa já estava mais que resolvida.  E consta que alguns que por aí andam lhe dão toda a razão e vão até mais longe: que nem valia a pena perder-se tempo com julgamentos, recursos e essas frioleiras: era prisão directa para o Sócrates e era já -- e ponto final. 

E deixem que comente o que me foi dado observar. Que casal de falcões de aviário que ali está, sim senhora: Sara & Micael não têm dúvidas, sabem tudo, conhecem os meandros do processo, sabem o que este disse e o que o outro não disse, não há indício que lhes escape. Eram meninos para passarem por cima de toda a folha, sem darem trabalho nenhum nem ao Amadeu, nem ao super-judge Alex nem à mana Joana. 

Estão para a Justiça como o colega Gomes Ferreira está para a Economia: de jornalistas passaram directamente a especialistas-doutores em disciplinas que nunca estudaram e sobre as quais opinam com a segurança de sábios encartados.
Creio que foi o Nicolau Santos que tentou tirar a limpo: se agora fossem fazer uma acusação, fá-lo-iam com base em quê, em provas ou indícios? Sem hesitar, a Juíza-Procuradora-Falcoa Sara Antunes de Oliveira respondeu que apenas indícios, que nestas coisas não há provas, ninguém vai à Conservatória registar um acto de corrupção.
Nem mais. Não há provas mas o que não falta são suponhamos. No big deal. Sempre a abrir.
Já Micael me pareceu mais nervosinho. Onde Sara parece uma justiceira implacável, capaz de pôr atrás das grades, de vermelho directo, quem ela ache que possa ter pensamentos pecaminosos ou sonhos imorais, já o Micael estremece ao falar, parece querer ficar ofendido ao perceber que ninguém tem medo do tanto que ele sabe, parece irritadiço, à beira de uma crise de tipo PMS. Mas, pronto, acredito que, aos olhos da mana Vidal, até um Micael seja melhor que o ensarilhado Rosarinho.

[Quem destoou, para além do equilibrado Nicolau -- que deve ver-se e desejar-se no meio dos frangos justiceiros de que está rodeado -- foi o advogado João Nabais, uma voz lúcida no meio de tanta pangalhada. Investigações sem prazo, prisões preventivas com base em 'indícios sólidos' para, ao fim de anos, ainda não haver uma acusação, fugas de informação, jornalistas a saberem mais dos processos do que a Defesa, julgamentos na praça pública antes sequer de haver acusação formulada, e outras aberrações do género não incomodam? - perguntou, indignado. E perguntou bem.]


Mas, mais surpreendente do que tudo isto, é o que aconteceu ao próprio Sócrates. Parece que se auto-clonou, um clone siamês agarrado a ele pela barriga, e que deu em se apresentar louro de tipo platinado. Mais um bocado e avolumava a popa para ficar com um penteado à Trump. Pelo menos é o que eu vejo na fotografia do Expresso. Claro que o penteado pode ter mãozinha do Micael, já que vejo que é co-autor do artigo e, pensando bem, até pode acontecer que, tão versátil como parece ser, ele tenha uma certa vocação para cabeleireiro, Juíz-Procurador-Cabeleireiro Micael.



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E, portanto, para atalhar razões: ainda não foi desta que, depois de tanto chocarem, nasceu algum pinto. E aí temos mais uma voltinha, mas uma viagem -- prossegue o baile e, no fim de Abril, a Srª Drª Joana vai ver em que param as modas para ver se lhes dá mais uns meses para eles continuarem a brincar aos espiões zarolhos, se mais uns anos a ver se se tornam racionais ou se vai mas é para casa -- que aturar incompetentes destes deve dar cabo da paciência a qualquer um, até a ela que tem cara de santa. (Não tem? Não sejam mauzinhos. Eu acho que tem)

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Here it goes again

Ok Go


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E viva a Justiça em Portugal!

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quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Quanto mal pode o Presidente Donald Trump fazer numa semana?
- pergunta Stephen Colbert



Já saltou a procuradora: acusou-a de traição. E ameaça: quem alinhar pela mesma bitola já sabe qual o correctivo. E se um diz mata, há sempre outro que diz esfola: a amiga marada acha que o melhor que há a fazer é despedir jornalistas.

A cada dia que passa aparece mais uma e é sempre o mesmo: confusão, despotismo, disparates. Parece a versão americana apalhaçada do Kim Jong-un. 

A perplexidade é geral. Até os amigos conservadores já andam desnorteados com tamanha e perigosa maluqueira. Só passou uma semana e parece que já lá está há séculos.

Tenho para mim que isto não pode durar muito. De alguma maneira alguém o vai impedir  de continuar a desconchavar o país e a baratinar a vida dos que, de uma forma ou outra, se relacionam com ele.

Até lá as gentes do espectáculo e entretenimento terão muito por onde pegar. Não pode haver melhor fonte de diversão do que um maluco à solta. O pior são as vítimas que pode vir a fazer.

How Much Damage Could The President Do In One Week?


From healthcare to climate change to torture, President Trump has already moved the country back to 2004. If this keeps up, pretty soon Stephen's going to launch the Colbert Report.


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E, já agora, um mergulho na realidade

Trump Adviser Steve Bannon Tells Press to "Keep Its Mouth Shut"





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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quarta-feira.

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segunda-feira, janeiro 23, 2017

Obama cares, trump scares.
Think before you tweet.
It is 2017, not 1817.
History has its eyes on you.
Bridges, not walls.


Dizem as notícias que mais de um milhão de pessoas, maioritariamente mulheres, veio para a rua, nos States, para protestar contra as vis intenções de Trump.


Manifestações com iguais propósitos ocorrerram em cerca de 60 países. Não serve de nada...? Serve. Serve para que se veja que há um grupo de pessoas que não está disposta a encenar o número dos carneiros de Panurgo, afogando-se inutilmente no charco fétido em que Trump está em vias de transformar o espaço por si governado.

Na sequência deste meu outro post, aqui ficam imagens da manifestação e uma canção dos Ok Go devidamente adaptada aos tempos presentes.
































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