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sexta-feira, setembro 12, 2025

O palerma dos hambúrgueres, a última sondagem, o brutal ataque à democracia a que se assiste nos Estados Unidos... e etc.

 

Depois de ter escrito o post de ontem sobre os atentados à racionalidade, à justiça, à ética, ao decoro, à verdade (e a tudo o mais que queiram juntar) por parte de muitos militantes do Chega, chegou a notícia de que um ex-dirigente do Chega quer pagar para evitar julgamento por prostituição infantil. Ou seja, quando se julga que é impossível piorar, piora mesmo. 

Depois veio o momento caricato do Ventura -- naquele seu tom indignado, superior --, a vir divulgar que o Chega tinha votado contra a ida de Marcelo ao Festival dos Hambúrgueres, até porque, diz ele, é inadmissível que os impostos dos portugueses sirvam para pagar tamanho disparate. Como já foi amplamente parodiado, confundiu a Festa dos Cidadão com um festival de hambúrgueres. 60 carneiros sentados no nosso Parlamento e que estão a ser pagos com o dinheiro dos nossos impostos votaram com as patas, sem saberem o que estavam a votar.

Tendo sido ridicularizado por todo o lado, o que fez Ventura? Pediu desculpa? Não, senhor. Disse que se tinha enganado mas que a culpa tinha sido do Marcelo por andar sempre a viajar... e atirou com um número absurdo de viagens, dez vezes superior à realidade. Porque diz tantas mentiras? Porque faz tantas acusações disparatadas? Má fé, impreparação, desapego da verdade? Seja o que for, é mau demais.

Mas se a reputação do Ventura e da escumalha que se juntou a ele no Chega deveriam merecer o mais frontal e inequívoco repúdio de toda a população, não entregando um único voto a tal agremiação de marginais, mentirosos, incompetentes, mal-formados... o que se verifica é que uma parte significativa da população votante é igual ou pior a eles pois, segundo a última sondagem, aponta-se para o Chega a liderar as intenções de voto, caso houvesse agora novas legislativas. 

Pasmo com isto. Como é possível? As pessoas estão parvas? Ou, pior que isso, são parvas?

Penso que é tempo de se encarar a realidade: para evitar o descalabro (como o que está a acontecer nos Estados Unidos, um descalabro aterrador), há que entender, por dentro, as razões de tanta gente se rever neste culto, no culto Ventura. Provavelmente há que perceber que maioritariamente é gente que não lê jornais (muito menos livros, claro), que não ouve notícias, que apenas consome o lixo veiculado pelas contas das redes sociais do Chega, gente muito ignorante a quem não vale a pena tentar convencer através de factos, de números ou de gráficos pois, com certeza, nem a tabuada sabe, muito menos sabe interpretar gráficos, gente sem bases morais ou culturais, gente que se sente integrada no meio de um partido de meliantes.

Tudo isto preocupa-me demais.

As redes sociais, no meu caso, o Instagram, tem tido um lado positivo: traz-me o acesso à opinião de muitos senadores e congressistas americanos, de muitos jornalistas, de governadores, de gente da Justiça (alguns dos quais varridos pelo Trump), e o que ouço e vejo é aterrador, como se, num par de meses, todos os checks and balances, tal com os freios e o sistema de emergência do Elevador da Glória, tivessem deixado de servir para o que quer que fosse. Dá ideia que se partiu ou desprendeu o cabo da democracia e, inesperadamente, toda a sociedade americana se vê virada do avesso. 

O impensável passou a ser o quotidiano. A ignorância, a incompetência, o revanchismo, as perseguições gratuitas, a prepotência, a rudeza, a malvadez, a subserviência, tudo o que enoja, tudo isso é o que agora impera. 

E tudo isto perante a incapacidade de reacção dos democratas. Parece que estão anestesiados, sem reação. Aliás, para dizer verdade, nem sei quem é o mais poderoso dos democratas: ainda será Biden? Aquele senhor da Câmara dos Representantes? o líder dos democratas no Senado? A Kamala ainda mexe? O que se passa para estarem tão entorpecidos? Parece que apenas Gavin Newsom estrebucha. Mas não é suficiente. Perante os tremendos riscos há que haver uma força que se levante e defenda a liberdade, a democracia, a ética, a moral.

Mas não há.

E à medida que vou lendo, que vou ouvindo, que vou cruzando informação, mais aterrada fico. Sou radicalmente contra teorias da conspiração. Nada disso faz minimamente o meu género. Sou pela objectividade, não pelas suposições infundadas, pelo diz que diz. Só que, nestes domínios, em especial quando há muita patifaria, muito narcisismo, muita psicopatia e muito poder envolvidos, há um mundo paralelo, subterrâneo, do qual apenas nos vamos apercebendo à medida que alguém repara numa ponta solta, outro alguém a agarra e a puxa, outro se esgueira para ver de onde vem... E, portanto, a única coisa que, em concreto, sei é que, nos Estados Unidos, pouco ou nada sei sobre os mais recentes escândalos, atentados, suicídios, homicídios com contornos políticos. Volta e meia dou por mim a querer estabelecer ligações, relações causais. Mas detenho-me. Não sei o suficiente sobre o que se passa para poder, sequer, raciocinar.

Neste tema do jovem que foi assassinado, Charlie Kirk -- alguém que pregava a favor da violência, do porte de armas, alguém que defendia que era aceitável que todos os anos morressem pessoas assassinadas pois isso justificaria o tema da permissão do uso generalizado das armas, alguém abertamente xenófobo, racista, misógino, alguém que mobilizava fortemente a camada jovem do movimento MAGA, mas que, apesar disso, obviamente merecia viver --, estou em crer, a partir do que tenho lido e ouvido, ao constatar que há quem formule algumas dúvidas sobre alguns factos anómalos que envolvem todo o crime, que muito do que não se sabe talvez possa ser mais importante do que o que se sabe. E essa nebulosa que agora parece envolver tantas coisas naquele imenso país ainda torna tudo mais assustador.

Por isso, por tudo o que se vai sabendo sobre o que está a acontecer nos Estados Unidos (já para não falar de casos mais antigos como a Rússia), penso que deveríamos excomungar todo o populismo, todos os que dividem para reinar, todos os que instilam ódio na sociedade, todos os que não respeitam escrupulosamente a democracia, a liberdade, o respeito pela lei e pelas instituições democráticas. A dúvida é: mas como fazê-lo de forma eficaz? 

Aceitam-se sugestões.

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Nota

Claro que leio todos os vossos comentários, claro que os agradeço, os comentários enriquecem o blog, muitos leitores se calhar têm mais curiosidade em ler os comentários do que o que eu ou o meu marido escrevemos. Mas tenho andado com pouco tempo. E continuo a ter este hábito peregrino de só escrever no blog às quinhentas da noite o que faz com que, quando acabo, esteja com sono. Por exemplo, agora que já passa, e bem, da uma e meia da manhã, ainda quero ver os mails (... e já perdi a conta aos que também não agradeço e a que não respondo...) e ainda quero ir espreitar uma notícia cujo título me intrigou. Por isso, mais uma vez não vou responder ou agradecer os comentários. Por isso, peço as minhas desculpas.

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Desejo-vos uma feliz sexta-feira

sábado, agosto 30, 2025

Trump está a apodrecer? Epstein, o pedófilo compulsivo, tomava testosterona? Ghislaine apenas tinha por missão arranjar massagistas para Epstein, de preferência bem novinhas? Trump vai conceder perdão a uma traficante sexual de menores?
Isso e muito mais no saboroso podcast do The Daily Beast com a encantadora Joanna Coles e o fantástico Michael Wolff

 

Tenho andado bastante ocupada, já contei, mas, sempre que posso, e agora posso, intervalo. Ou seja, como agora parece que as coisas estão a encarrilar, fico logo a sentir-me de férias, com vontade de vadiar, de preguiçar. 

Para a semana vou ter mais um daqueles episódios numa repartição pública para os quais vou em modo panela de pressão, como se só estivesse à espera que me ofereçam o pretexto para lhes cair em cima a pés juntos. Mas, ao mesmo tempo, forço-me a enfaixar-me numa camisa de forças de humildade e resiliência pois sei que dependo da boa vontade de burocratas que já provaram à saciedade que são quadrados, retrógrados, embirrantes, quezilentos, prepotentes, daqueles que parece que também estão à espera que a gente lhes dê pretexto para pedirem mais cinquenta papéis, um dos quais, inevitavelmente não temos ali connosco. Portanto, forço-me a assimilar que tenho é que ir em modo bolinha baixa. E isso, só por si, encanita-me e não é pouco. Portanto, tento não pensar no assunto.

E, assim sendo, neste ínterim, rego, varro, fotografo, faço videozinhos para o instagram que deixam o meu marido a navegar na ambiguidade, entre o sorridente e o resignado, como se não percebesse o objectivo mas também já não estranhasse e até achasse graça ao absurdo. E, à noite, vejo alguns vídeos sobre temas que me interessam. E há muitos. 

A minha insaciável curiosidade deveria fazer dilatar o tempo para que eu conseguisse ver tudo o que me interessa. E, se calhar, deveria ir partilhando aqui, convosco, os vídeos que despertam o meu interesse. Mas não sei se faz sentido isso. Tenho que pensar. No outro dia vi um vídeo sobre um tema de física que me deixou a salivar e que me tem levado a ver outros, tão misteriosos e poéticos que nem parecem lidar com partículas elementares e com as leis que regem os seus movimentos. Ora não sei se é tema que desperte interesse por aí além a quem ande ocupado com temas mais concretos e emergentes...

Mas um dos podcasts que gosto sempre de ouvir/ver é um sobre esse buraco negro e putrefacto que é a cabeça do Trump: Inside Trump's Head, do Daily Beast.

Partilho o episódio que vi hoje. É longuito e creio que não dá para legendar. Mas para quem esteja familiarizado com o inglês, dá para acompanhar muito bem pois falam a um ritmo educado e têm uma boa dicção. É todo um outro mundo, um mundo em que ninguém fala verdade e em que as relações entre uns e outros são suspeitas, estranhas, indecifráveis. E em que um dos intervenientes é talvez o homem mais ridiculamente poderoso (e perigoso) do mundo.

White House Raging at Trump's Health Crisis: Michael Wolff | Inside Trump's Head

Joanna Coles and Michael Wolff dig into the explosive Trump DOJ transcripts of Ghislaine Maxwell’s meeting with Todd Blanche and what they reveal about Jeffrey Epstein’s finances, Donald Trump’s anxieties, and more. From the talk in the White House of Trump “keeling over” and the President’s obsession with Ghislaine Maxwell, the conversation unpacks Trump’s paranoia, monied moves, and lingering ties to Epstein’s world. With fresh Epstein details overlooked by the mainstream media found within Maxwell’s proffer, Wolff explains how Trump’s past scandals keep colliding with his present.


Desejo-vos um belo sábado

sexta-feira, agosto 22, 2025

Repulsa, repugnância, estupefacção, indignação. E etc.

 

Por todo o lado onde há grunhos, e há-os em todo o lado, há um, tão ou mais grunho que todos os outros, que se apresenta como o salvador dos grunhos. Anuncia-se como sendo o líder, o grande líder, o que vai salvar os outros dos 'poderosos',  o que troça dos que 'têm a mania que são superiores', o que despreza os que falam 'coisas complicadas', o que diz 'as verdades'.

Os grunhos não compreendem nada do que os mais eruditos, os mais informados, os mais cultos e competentes dizem. Por isso, odeiam-nos. Sentem-se inferiores perante os que falam 'caro'. Em contrapartida, percebem tudo o que dizem os grunhocos, os grunhescos, os brutamontes: as palavras grunhescas, as ameaças, as promessa de vingança são fáceis de perceber.

Os grunhos -- gente ressabiada, invejosa, bruta, abestalhada -- vão na conversa dos que se propõem dar cabo dos outros, rebentar com o regime, acabar com isto tudo. Não percebem que, no dia em que o líder dos grunhos tenha poder, os maiores prejudicados serão eles, os grunhocas que o elegeram. Não percebem que os grunhos-chefes, porque são inseguros e trogloditas, para se aguentarem no poder, vão cortar liberdades, vão fazer de tudo para se imporem, são autoritários, incapazes de perceberem a democracia.

E o drama é que, sempre que um grunho vence umas eleições, todos os grunhos, em todo o lado, se sentem inspirados e animados a conseguirem o mesmo. O populismo cresce facilmente. Como ervas daninhas, os populistas vão invadindo o terreno fértil e bondoso da democracia. 

O cúmulo dos cúmulos aconteceu com a eleição de Trump.

O descaramento, a vigarice, o comportamento misógino, errático, o narcisismo absoluto, a estupidez, a falta de noção, a patetice, o absurdo... tudo seria razão mais do que suficiente para ninguém ter votado nele. Mas votaram e ele aí está. E supera-se. 

Este vídeo é abaixo de tudo o que se poderia imaginar. Vê-se e não se acredita. Parece uma brincadeira, uma palhaçada, uma coisa do além de tão grotesco e parvo e estúpido. Mas é verdade. Ver para crer.

quinta-feira, agosto 21, 2025

Read my lips: Gavin Newsom

 

Finalmente. 

Provavelmente, o próximo presidente dos Estados Unidos. 

Está a lutar com as armas de Trump, no território de Trump. Está a gozar com Trump. À grande. Com a vantagem de ter muita pinta, muita, muita mesmo, enquanto o mentiroso compulsivo, o narcisista doentio Trump é um trapalhão que volta e meia já se mostra meio gagá, só diz parvoíces, todo cor de laranja, todo caneja a andar, todo mãozinhas pequeninas (e, dizem, com outra coisa também muito diminutinha). E com a vantagem de este ter cadastro limpo enquanto Trump é um sujeito condenado, com um historial manchado, enlameado.

Gavin Newsom está a levantar os ânimos dos democratas. Está a resistir contra o autoritarismo, contra o rumo errático, prepotente, desempático e vigarista de Trump. 

Gavin Newsom  está a ganhar um espaço crescente na comunicação social. Com a vantagem que o que faz vem alavancado pelo humor, pelo bom humor, pelo puro gozo. Imita Trump. Imita à cara podre. Imit... e é de gargalhada. 

As pessoas falam nele e sorriem. Ou riem. Ficam bem dispostas. E, geralmente, isso dá vontade de sentir esperança.

Ouço, olho-o e penso: temos homem.

Salve Gavin Newsom .

'Talk about snowflakes': The right-wing meltdown over Newsom's new social media style

Democratic Congressman Eric Swalwell of California, MSNBC Senior Political Analyst Matt Dowd, and MSNBC Senior Political Analyst Alex Wagner join Nicolle Wallace to react to some of Governor Gavin Newsom's most outrageous social media impressions of Donald Trump.

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Gavin Newsom

Só tenho pena de não poder votar lá, essa é que é essa

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Desejo-vos uma boa semana a começar nesta segunda feira.

sábado, julho 26, 2025

Uma história chocante cujo perímetro não se conhece

 

Volto ao tema. Toda a história é tão rocambolesca, tão fora de tudo, tão grave, tão fora de órbita que fico sem saber como digerir o que se vai sabendo. Sinto uma grande curiosidade, uma grande estupefacção, e, a todo o momento, uma profunda repulsa. 

Para começar, causa-me um espanto total que não tenham seguido o dinheiro. Geralmente o caminho do dinheiro aponta a direcção para onde se deve olhar. Milhares de transações a perfazer milhares de milhões e, aparentemente, ninguém se preocupou em saber quem é que pagava a Epstein e porque lhe pagavam verbas milionárias. 

Depois, perante a dimensão do escândalo, perante a incompreensão sobre as origens da estratosférica fortuna de Epstein, perante o número de jovens usadas e abusadas (já ouvi falar em mais de mil; aliás até já ouvi falar em mais de duas mil) e perante as revelações que algumas fizeram, também não compreendo porque é que o caso foi analisado como o caso de um pedófilo e de uma cúmplice -- bizarra criatura, sempre agarrada a ele, sempre derretida como uma namorada in love, e que, afinal, era quem lhe arranjava as meninas, explicando-lhes o que haviam de fazer para lhe agradarem --, e não como uma rede constituída por uma cambada de pedófilos alimentada por aquela dupla. 

Uma das jovens, entretanto uma mulher triste e revoltada que entretanto se suicidou, falou em políticos, empresários, académicos e realezas. Se calhar é mesmo verdade que meio mundo frequentou aquela pouca vergonha, ex-presidentes e futuros presidentes, reitores, CEOs e príncipes. Se calhar por isso é que esconderam tantas verdades difíceis.

Ouvi que chegavam à ilha aviões com meninas vindas dos países de leste. Vi também vídeos antigos de Trump a gabar-se de que gostava de jovenzinhas. Punha como limite os 12 anos. Hoje vi um vídeo em que se sabe que Steve Bannon tem 15 horas de gravações. Bannon? A que propósito também o Bannon? Tanta gente envolvida.

Agora ofereceram imunidade parcial a Ghislaine Maxwell para ela falar. Mais uma verdade chocante. Mas para ela dizer o quê? O que for conveniente a Trump? Para incriminar uns e limpar a barra a outros? E colocam até a hipótese de a ilibar completamente. Escândalos atrás de escândalos, lixo e mais lixo (onde antes havia luxo).

Tudo inacreditável. 

Como é possível que num país supostamente civilizado aconteçam coisas assim? Alguma vez o saberemos?

Quem mais soçobrará antes que se saiba tudo?

Mas, como já no outro dia disse, por mais pedófilos que apareçam mortos, as verdadeiras vítimas são e sempre serão as mulheres que um dia, quando eram meninas, foram usadas e abusadas por gente que não presta.

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Epstein's brother wants to see Bannon's unseen footage of his brother

The New York Times is reporting that an accuser of Jeffrey Epstein spoke with the FBI twice to report sexual assault by Epstein and to alert them of his connections to powerful men including Donald Trump. Also, Epstein's brother wants to see Steven Bannon's alleged 15 hours of unseen footage of his brother. NBC News White House Correspondent Vaughn Hillyard, MSNBC Legal Correspondent Lisa Rubin and New York Times National Reporter Mike Baker, join Katy Tur with the latest details.


Ghislaine Maxwell has been granted limited immunity to talk to Department of Justice

Jeffrey Epstein accomplice Ghislaine Maxwell was granted limited immunity to talk to Deputy Attorney General Todd Blanche in two days of meetings this week, according to a source familiar with the arrangement.

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Um sábado feliz

domingo, julho 20, 2025

Colbert, Stephen Colbert

 

Poderia dizer que sou sua admiradora incondicional, assídua espectadora, mas que tem isso de especial? Como eu, tanta e tanta gente. A sua graça, a sua contundência, a sua inteligência, o seu sentido de humor e a forma divertida com que diz o que diz, tornam-no o melhor dos melhores. Como muito bem sabe quem o acompanha, Trump é uma permanente fonte de inspiração para Colbert. Imita-o, repete o que ele diz evidenciando o ridículo de tudo aquilo, desmonta as aldrabices, ridiculariza as fanfarronices, expõe os narcisismos, diverte-se e diverte-nos. 

Implacável, irreverente. E corajoso.

Muitas vezes eu pensava: enfim, do mal o menos, pelo menos pode falar à vontade, pode expôr a fraude que é Trump.

Até agora. Transcrevo:

CBS cancela “The Late Show” de Stephen Colbert em 2026 - Um programa líder de audiências, mas crítico do Presidente norte-americano, chega ao fim depois de dez anos no ar

Mas pode ser que o tiro lhes saia pela culatra: pode acontecer que Trump caia antes dele (aposto nesta hipótese) ou, se isso não se verificar, pode acontecer que a partir de 2026 Colbert esteja ainda mais livre, mais desencabrestado, mais acutilante (se é que isso é possível pois ele já é superlativo a todos os níveis) num qualquer outro lugar.

Trump está em acelerada trajectória descendente. À medida que o cerco aperta, vai-se tornando mais errático, mais destrambelhado (ie, destrumpelhado), mais alucinado. Também mais autoritário, mais vingativo, mais imprevisível. As aldrabices, completamente aleatórias, descabidas, desnecessárias, vão acabar por por enterrá-lo. E o tema Epstein ameaça submergi-lo.

Não faço ideia de quantas vezes aqui partilhei vídeos do Colbert, quer das entrevistas, quer do sempre fantástico monólogo inicial. Hoje transcrevo um, recentíssimo, que mostra bem do que é capaz (extraordinário no conteúdo, quer na forma).

Trump To MAGA: Don’t Talk About Jeffrey Epstein | Three Missing Minutes | The Unabomber’s Professor

President Trump lashed out at supporters who want him to release Jeffrey Epstein’s client list, Stephen digs deeper into the mystery surrounding Epstein’s death, and the president continues telling a weird lie about his uncle John Trump and Ted Kaczynski. 


Também transcrevo:
Stephen Colbert brings his signature satire and comedy to THE LATE SHOW with STEPHEN COLBERT, the #1 show in late night, where he talks with an eclectic mix of guests about what is new and relevant in the worlds of politics, entertainment, business, music, technology and more. Featuring bandleader Louis Cato and “THE LATE SHOW band,” the Peabody Award-winning and Emmy Award-nominated show is broadcast from the historic Ed Sullivan Theater. Stephen Colbert took over as host, executive producer and writer of THE LATE SHOW on Sept. 8, 2015.

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Claro que o anúncio do fim do programa caiu como uma bomba. Mais do que uma injustiça, parece ser o prenúncio de um futuro que ameaça ser sombrio.

Trump, Late Night Hosts React To Colbert Cancellation

 

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Com tudo isto, daqui até Maio esperam-se hilariantes e demolidores monólogos. Trump deve ir aos arames, deve espumar, deve ranger os dentes, deve arrancar as unhas, rebolar no chão.

Too Hot For Booze? | Trump’s Hand | Epstein Intrigue Continues | The Coca-Cola Distraction

A heat wave is baking most of the continental U.S., President Trump has a mysterious wound on his hand, and the MAGA world is not ready to forget about Jeffrey Epstein’s client list despite the president’s effort to distract them with a big announcement about Coca-Cola. 


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Desejo-vos um belo dia de domingo

domingo, junho 08, 2025

Vá, força, make my day -- desafia Musk, dirigindo-se a Trump

 

É com perplexidade, mas uma perplexidade existencial, que assisto ao expectável: a zanga entre Trump e Musk. E pode parecer um paradoxo (e é) mas o facto de eu (eu e creio que toda a gente) antever que aqueles dois não iriam conseguir aturar-se durante muito tempo não significa que imaginasse a violência, a intensidade e a exposição pública do desentendimento.

-  Ter um fulano que é um narcisista extremo, um mentiroso compulsivo, com um poder quase ilimitado, a ser contestado, publicamente desafiado, publicamente humilhado não pode ter boas consequências.

-  E ter o fulano mais rico do mundo, com um poder também brutal, um fulano assumidamente com a síndrome de Asperger e que condimenta o seu comportamento com um cocktail de drogas que conflituam entre si, a sentir-se atacado, prejudicado e ameaçado pelo outro também não pode ter boas consequências.

Pensar que o país mais poderoso do mundo está entregue a pessoas de tal forma perturbadas, mentalmente nada sãs, assusta. Tem que assustar.

Até um certo ponto, a estupidez, o disfuncionamento, a aberração, o permanente disparate conseguem prestar-se à paródia. É tudo tão ridículo e impensável que os criativos se sentem inspirados: há anedotas, memes, vídeos humorísticos, tudo em catadupa. É raro o dia em que os meus amigos não partilham piadas sobre esta dupla. Mas tudo deixa de ter graça quando a linha vermelha da decência é pisada. Aí, as ameaças explodem è vista desarmada deixando que todo o mundo perceba a fragilidade do mundo. Milhões de pessoas à mercê da vontade de doidos varridos. 

Havia casos delirantes como o Kim Jong-un, um caso com o seu quê de pândego. Depois ficou claro o delírio imperialista e psicopata de Putin. Já conhecíamos o narcisismo de Trump durante o seu primeiro mandato. Mas o delírio de que o seu narcisismo agora se reveste, o espírito revanchista, também imperialista, o desprezo absoluto pelos outros e pela verdade e o apoio a assassinos  são assustadores. Já não há um único maluco capaz de pôr o mundo em risco. Agora há vários.

Musk, sob o efeito de drogas, destravado, sem ter quem o segure, a desafiar Trump, sabendo-se o poder da sua rede social, o X, o imenso poder aeroespacial, a sua imensa fortuna, tudo deixa perceber como todos somos frágeis, indefesos, sem mecanismos para nos defendermos quando o país em que se vive está à mercê de pessoas assim e quando o mundo, todo ele, de uma maneira ou de outra, pode depender de decisões de qualquer dos malucos com um poder tão imenso como Trump ou Musk detêm.

Há uns anos eu acharia que tudo isto seria impossível. Não acreditava que Trump voltasse a ser eleito. Não acreditava que um qualquer Musk pudesse pagar eleições, e pagar a quem votasse como ele queria, nem acreditava que a um qualquer Musk fosse concedido um poder tão total e tão descontrolado como o que Trump lhe atribuiu. Da mesma maneira, não acreditava que a Rússia invadisse à bomba um país livre e independente e muito menos acreditava que ninguém conseguisse detê-lo. Nem acreditava que um fulano tão incredível como Netanyahu pudesse continuar à frente de Israel depois de tudo o que tem acontecido, uma insegurança vergonhosa em toda a região e um genocídio tão brutal que envergonha qualquer ser humano.

Julgava eu, até há não muito tempo, que o mundo caminhava para melhor, para ser um lugar de paz, de desenvolvimento e sabedoria, um lugar inclusivo e feliz. Afinal o que vejo é que parece que estamos a andar para trás, para o tempo das trevas.

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Partilho alguns vídeos que ilustram o momento absurdo que atravessamos.

Lawrence: Trump humiliated globally while Musk live-tweets Trump's Oval Office 'stupidity festival'

MSNBC’s Lawrence O’Donnell details how the escalating battle between Donald Trump and Elon Musk over the Republican budget bill now turning personal is the “world's two craziest and most dangerous rich people each trying to find the way to destroy the other.”


Musk-Trump Feud Goes Nuclear | DHS's 22-Year-Old Terrorism Chief


‘It never ends well for anybody’: Michael Cohen on Trump and Musk’s fallout

President Trump told NBC News Saturday his relationship with Elon Musk is over after the two had a public disagreement over Trump’s domestic agenda. Michael Cohen, who had his own falling out with Trump, says Trump is motivated only by self-interest. “It's the lean in by Trump, the whisper, and then that gaze into your eyes where you think that he's looking at you. No.” He continued, “What he's looking at is his own reflection in your pupils.”



Trump used Musk 'magnificently': Kara Swisher makes a prediction on friendship fallout

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Apesar de tudo, desejo-vos um feliz dia de domingo

sábado, junho 07, 2025

O meu dolce fare niente, o meu pequeno almoço, a overdose biográfica de Herberto Helder servida por João Pedro George e etc.

 

A minha cabeça parece que entrou em férias. O corpo já tinha dado sinais que era o que queria mas a cabeça teimava em meter-se em trabalhos. Mas agora, para além de festejar a ausência de horários, apetece-me não ter maçadas de qualquer espécie. 

Claro que elas aparecem e não há como não enfrentá-las: uma coisa que se avaria e que custa a encontrar quem a arranje, um outro estore elétrico que não funciona, agora este problema da infecção na perna do nosso amicão, afazeres que aguardam que alguém se ocupe deles. Isso acontece independentemente da nossa vontade e, se não formos nós a resolvê-los, não haverá quem mais o faça. Mas depois havia aquilo em que eu sempre fui pródiga: arranjava sempre ocupações com objectivos apertados que me obrigavam a uma disciplina que se sobrepunha à minha vontade (ou necessidade) de descansar.

Agora não. Agora sabe-me bem, cada vez melhor, poder passar a tarde a ler, ao sol ou à sombra, a fotografar, a olhar para a copa das árvores. 

Claro que antes disso fiz uma máquina de roupa, estendi-a, fui ao ginásio, estive a varrer o terraço, a regar os vasos, fiz o almoço, recebi e estive à conversa com uma pessoa que cá veio a casa, etc. Mas, a seguir, por mim está feito! e deixo-me levar pelo prazer de estar na boa, sem mais nada que fazer. Claro também que a seguir aparece o meu marido a dizer que está na hora de irmos fazer a nossa caminhada da tarde e vou e sabe-me lindamente e, uma vez regressada, vou fazer o jantar e depois vamos fazer o tratamento ao nosso fofo, que reage mal e o meu marido tem que o agarrar com força para ele não se virar, e depois vamos todos fazer um passeio nocturno, passeio mais curto, coisa para não mais que meia-hora e que também me soube bem. 

Ou seja, não é que não faça nada. Faço. Mas, pelo meio, permito-me estar descansada sem sentir que estou a ser improdutiva. Quase desde que me conheço que tinha a pancada de fazer coisas que se vissem, que fossem úteis, que ficassem. Agora não. Estou uma ou duas ou três horas na boa e não me sinto mal por isso.

O meu marido também está muito diferente. Está um jardineiro exímio. Anda sempre com a máquina da relva ou com o corta-sebes ou com a roçadora. Antes não tinha o mínimo dos mínimos de apetência para a jardinagem. Zero, zero. Agora, nem tenho que lhe pedir. Pelo contrário, tenho é que pedir que não corte tanto. 

E, como se isso não bastasse, hoje, quando entrei em casa vinda de estar a ler, cheirou-me a bolo. Pasmei. Tinha feito um daqueles simples que se fazem numa tigela, no micro-ondas. Diz que pediu ao chatgpt a receita de um bolo saudável, rápido e simples, que se fizesse no microondas. Fez de alperce com iogurte grego, ovo, mel, uma colher de azeite e flocos de aveia. Estava bom mas com pouco sabor, talvez por estar pouco doce. Então pôs-lhe uma colher de compota por cima, levou-o mais uns segundos ao microondas. Ficou melhor. Depois fez um que improvisou, com cacau em pó, mas deixou-o cozer de mais, ficou rijo, uma bolacha dura. Mas sou de boa boca, como de tudo de bom gosto. Só que não quero alargar-me nos doces. Como nunca faço doces, a cozinha nunca cheira a bolos. Por isso, gostei imenso de sentir aquele cheirinho. O mais parecido que faço são papas de aveia . E ficam boas. O meu marido agora, ao pequeno-almoço, para além de comer uma banana, come uma taça dessas papas.

Já contei como faço mas agora introduzo uma pequena variante: num tachinho ponho água a ferver com uma pitada de sal, um pouco de canela, casca de laranja (ou de limão) e agora tenho juntado também umas três ou quatro tâmaras. E, claro, flocos finos de aveia. Vou mexendo. Quando começa a fazer bolhinhas, mexo bem e deixo estar ali em ebulição controlada durante uns dois ou três minutos. E já está. Solidifica com uma textura de que gostamos. A aveia é muito saudável. Não faço com leite nem ponho açúcar. 

Eu, ao pequeno almoço, como uma laranja e depois preparo um copo de kefir ao qual junto uma colher de sopa cheia dessas papas de aveia, um pouco de mistura de sementes e um pouco de pó de latte dourado que compro no Celeiro (curcuma, gengibre, pimenta, noz moscada). Mexo tudo bem. Adoro. Começo sempre o dia com o prazer de ter um pequeno almoço que me sabe mesmo bem. Remato com café expresso, longo, sem açúcar. O cheirinho bom do café e o prazer de o beber ajudam a que o dia seja inaugurado a preceito. Agora só bebo esse café por dia. 

Quanto à leitura: continuo (e continuarei, nem que seja intercaladamente) com a biografia do Herberto Helder. É daqueles que leio saltando frases de quando em quando. É uma overdose. É como se ele tivesse juntado referências, opiniões, recordações de outras pessoas, documentos, recortes de jornais relacionados, correlacionados e nem por isso e, no fim, tivesse vertido tudo para o livro, tudo, sem edição. Mas ouvi que, no original, era quase o dobro. Uma loucura, portanto. Mas, o que mais me chateia nem é isso: o que mais me incomoda é quando ele, o João Pedro George, volta e meia se pôe a inventar pensamentos para o Herberto Helder, admitindo que é provável que, naquelas circunstâncias, ele tenha pensado aquilo. Ora isso parece-me não apenas estulto como desnecessário, até descabido.

Bem. Isto está uma bela mescla de assuntos... É que estou a ver notícias enquanto escrevo. A macacada entre Trump e Musk é daquelas que há de dar filmes, séries, paródias, dramas, tratados de política, de psicologia, sei lá. Como só me dá para ligar o computador às quinhentas e me ponho a escrever às tantas, já perdida de sono, chego aqui e já me falta o pedal para desarrincar todo o muito que haveria a dizer. A ver se um dia destes tenho a pachorra suficiente para escrever o no blog a meio da tarde para me pronunciar sobre esta desconformidade. Entretanto, partilho um vídeo:

Donald And Elon Attend Couples Therapy


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Os meus limões andam a cair, estão pesados, maduros. Não apenas os aproveito para temperos e etc. como para servirem de modelos fotográficos. As rosas, já se sabe, estão sempre disponíveis para serem amadas, adoram pôr-se a jeito para uma sessão fotográfica
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Olhem, é isto.

Desejo-vos um belo sábado

sábado, maio 31, 2025

Elon Musk, drogas e poder: uma combinação explosiva no coração da política norte-americana?

 

Quando o tema é o consumo de drogas vou com pés de lã. É mais que sabido que uma pessoa, quando ultrapassa a barreira do consumo terapêutico para passar a ingerir por vício, se torna dependente e, muitas vezes, fica incapaz de reagir normalmente. Um viciado é um doente. Não é, pois, caso para se falar com ligeireza. Um drogado estraga a sua própria vida e, na maior parte das vezes, contamina o ambiente entre os seus próximos, aflige os que o amam -- e não consegue evitá-lo. 

Elon Musk já tinha admitido que passa por períodos de depressão e que é medicado para isso. E já se falava que ele andava a abusar fortemente e já circulavam notícias de que os investidores andavam apreensivos com os seus comportamentos erráticos.

Mas a recente revelação de que Elon Musk pode estar a consumir até 20 comprimidos por dia, incluindo cetamina, Adderall, ecstasy e cogumelos psicadélicos, levantou sérias preocupações éticas e institucionais. Estas informações, reveladas por fontes que lhe são próximas e relatadas pelo The Guardian e outras publicações, apontam para um cenário alarmante: um dos homens mais influentes do mundo, com acesso a informações sensíveis e com influência direta na economia global e nas decisões políticas norte-americanas, pode estar a funcionar sob o efeito constante de drogas psicoactivas.

Perguntei ao ChatGPT para que servem os medicamentos que supostamente ele toma e quais os riscos. Eis as respostas:

  • Cetamina: originalmente um anestésico, tem uso off-label no tratamento da depressão resistente. Em doses moderadas, pode causar dissociação, alucinações e perda de coordenação. Em doses frequentes e altas, está associada a danos na bexiga, além de alterações cognitivas e dependência.
  • Adderall: medicamento composto por anfetaminas, usado para TDAH. Melhora foco e energia, mas o uso recreativo ou excessivo pode levar à insónia, ansiedade, agressividade, paranoia e psicoses induzidas por estimulantes.
  • MDMA (ecstasy): estimula uma intensa libertação de serotonina. Pode gerar euforia e empatia, mas também confusão, hipertermia e, a longo prazo, dano neurológico.
  • Cogumelos psicadélicos: causam alucinações visuais e auditivas, alterações na perceção do tempo e da realidade. O uso frequente pode desencadear episódios psicóticos, ansiedade severa e despersonalização.

Perguntei ainda qual o perigo das misturas. Eis a explicação:

A combinação destas substâncias, sobretudo em regime crónico, é particularmente preocupante. Misturar cetamina (um dissociativo), Adderall (um estimulante forte) e MDMA (um entactógeno) altera profundamente o funcionamento neuroquímico do cérebro. Pode comprometer:

  • Tomada de decisões
  • Capacidade de julgamento moral
  • Controle emocional
  • Lucidez e coordenação cognitiva

Em termos clínicos, uma pessoa sob este cocktail medicamentoso pode apresentar lucidez parcial, mas com graves prejuízos em áreas como a empatia, raciocínio crítico e autocontrolo.

O mais alarmante é que, durante este período, Musk terá desempenhado um papel activo na estratégia política de Donald Trump. Fontes referem que foi sob o efeito destas substâncias que Musk ajudou a articular ideias e decisões do chamado "gabinete Doge", um grupo informal de conselheiros com impacto na retórica e direção política da campanha republicana.

Ora é inegável que isto levanta questões profundas sobre:

  • A falta de supervisão institucional sobre figuras com acesso a tecnologia crítica e influência mediática;
  • A fragilidade dos mecanismos de verificação de aptidão em ambientes de liderança privada com impacto público;
  • O perigo da normalização do comportamento errático de figuras poderosas, sob a capa do “genial excêntrico”.

É legítimo questionar até que ponto alguém com este padrão de consumo tem capacidade para tomar decisões que afetam milhões. Mais do que um debate sobre saúde individual, trata-se de um alerta sobre a interseção entre poder, tecnologia, dependência e responsabilidade. A sociedade precisa de refletir sobre os limites éticos e institucionais que colocamos a quem lidera empresas com contratos governamentais e impacto social profundo ou a quem ocupa posições de poder em geral.

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‘Could explain something’: Nicolle Wallace on Elon Musk’s reportedly intense drug use

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As duas imagens lá acima, no meio do texto, foram geradas pelo Sora (IA)

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Um bom sábado

domingo, maio 04, 2025

100 dias de Trump

 

Tudo muito mau, assustadoramente mau. E choca-me que ainda haja tanta gente, por cá, que tente copiar as atitudes e as medidas deste anormal.

100 dias de caos, 100 dias que pareceram 100 anos

quinta-feira, abril 24, 2025

Resistir. Lutar.

 

O que se passa nos Estados Unidos, neste imenso país vergado e espezinhado por um maluco cercado de malucos, com malucos e estupores colocados em todos os lugares de poder, a desestabilizar todo o mundo, pode parecer um bocado assustador. Pode parece que não há volta a dar, que Trump minou todas as instituições, que neutralizou o mecanismo de checks and balances.

Mas, quando parece impossível alterar esta situação, eis que o velho democrata, o 'esquerdista', o octogenário Bernie Sanders, se levanta e, com clareza e sem meias palavras, começa a falar em universidades, a fazer vídeos, a participar em podcasts, a fazer comícios, e eis que a ele se junta Alexandria Ocasio-Cortez, uma democrata nascida no Bronx, que chegou a ser empregada de limpeza, que estudou, que subiu a pulso até conseguir ter a voz que agora enche salas, dinamiza multidões.

E o que se vê é mobilizador. É inspirador. É animador. É uma força que se levanta do chão e traz o sorriso e a vontade de resistir a quem assiste. 

Que o mundo inteiro aprenda com os americanos a lição. Votar sem pensar pode ser um erro, um perigo. Mas há correcção possível.

Ainda não vimos o fim da história, estamos apenas no início. Mas tenho esperança que o fim seja feliz.

Do not let them trick you. | Alexandria Ocasio-Cortez

Do not let them trick you into thinking we are enemies. Do not let them trick you into thinking that we can be separated into rural and urban, Black and white and Latino. We are one.


quarta-feira, abril 23, 2025

Não está a funcionar

 

Há muita gente que acreditou que Trump iria mostrar ao mundo como é bom um país governado por liberais, daquela gente que deixa os mercados agirem por si, por conservadores que não alinham no 'politicamente correcto', que estão a marimbar-se para essas 'mariquices' de ambiente, igualdade de género e coisa assim.

Por cá temos vários desses. 

Na nossa política, alguns, burros até à décima casa ou avençados ao serviço de quem quer destruir a democracia, continuam a defender Trump.

E, no entanto, o que se tem visto por lá é uma palhaçada, uma afronta, um disparate pegado, um atentado às mais elementares leis de um estado de direito. Podia ser um filme, poderia ser a versão humana do triunfo dos porcos. Mas não é um filme. É a realidade. Uma realidade distópica, surreal, absurda.

Seria bom que os ingénuos que acreditam ou acreditaram naquilo percebessem bem como as medidas de Trump -- medidas ruinosas, parvas, erradas, catastróficas, desumanas, estúpidas -- destroem a economia, destroem as poupanças, destroem a confiança, minam a estabilidade. Seria bom que, nas nossas próximas eleições legislativas, quem tem dois dedos de testa se afastasse dos partidos que ainda não descolaram abertamente de Trump.

It's Not Working


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Mas, optimista como sou, tenho alguma esperança. Há vozes que se levantam, que se sabem fazer ouvir, gente com carisma e ideais que apontam para o lado civilizado e bom da vida.

Como já aqui partilhei, nos States, o jovem Bernie Sanders e a carismática e sensata Alexandria Ocasio-Cortez têm juntado multidões para apelarem à revolta da população contra a indigência moral e intelectual de Trump. O vídeo abaixo mostra como, com frases curtas mas muito bem pensadas, muito eficazes, Ocasio-Cortez consegue mostrar as diferenças entre os dois lados.

A note for Fox News hosts. | Alexandria Ocasio-Cortez

When Social Security provides benefits for babies whose parents have passed away, that's not "waste."

That's called humanity.


Tomara que o lado bom da vida prevaleça

(nos States, na Rússia, em Israel, em todo o lado)

quinta-feira, abril 17, 2025

Sobre a mais recente ingerência do Ministério Público numa campanha eleitoral não me apetece cansar a minha beleza.
O que é que move aquela malta: é um ódio rebarbado ao PS ou estão a soldo de alguma força que quer destruir a democracia? Ou é, simplesmente, gente perturbada?
Não sei e gostava que alguém bem informado nos explicasse esta grande pancada.
Entretanto, para não falar nisto, vou antes falar num outro maluco encartado.
Trump quer ficar mais uma carrada de anos mas, cá para mim, os americanos arranjarão maneira de se livrar dele mais dia menos dia

 

Ou os bilionários que lhe pagaram a campanha ou os tribunais que ainda funcionam ou os estudantes em peso ou a malta que deixe de conseguir pagar o básico ou os democratas que, vitaminados pelo jovem Bernie Sanders e pela carismática Alexandria Ocasio-Cortez, acordem para a vida e façam levantar a indignação ou todos juntos conseguirão afastar a besta que está à frente dos Estados Unidos.

Hoje, no ginásio, enquanto estava a fazer a passadeira, ia olhando para a televisão onde passava o estupor a dizer as maiores alarvidades -- e pensava que o mundo é mesmo um lugar deveras perigoso para que aconteça a irracionalidade de milhões de pessoas terem votado numa besta daquele calibre, apesar de tudo o que já se conhecia dele.

Mas, enfim, não consigo acreditar que a situação de caos que Trump criou se consiga manter por muito mais tempo. É que ainda por cima, irracional como um animal burro e desencabrestado, torna a ordem mundial completamente imprevisível. 

Entretanto, toda a gente que goze com ele é bem vinda, seja nos Estados Unidos seja no resto do mundo.

“Billionaires Are Actually Good” - Stephen Colbert feat. Alan Cumming

Stephen Colbert performs a special song for the richest people in the world, in the hopes of getting them out of our lives for good. Special thanks to Alan Cumming for hopping on the track!  

Fees, Fees, Fees, - A Randy Rainbow Song Parod


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Seja como for, recomendo a leitura de:

quarta-feira, abril 16, 2025

Conversa típica de pensionista. Ou de avó. Ou das duas coisas.

 

Bem. Hoje a ver se não me deito muito tarde pois a noite passada acordei algumas vezes, a ver as horas previsíveis de aterragem, a acompanhar o voo nos céus (de facto, a tecnologia é extraordinária), etc. 

O voo tinha partido com atraso e eles tinham dito que saíam mais tarde pois os sistemas não respondiam. Depois que estavam a testá-los, etc. Fiquei assim a modos que um pouco inquieta. Um voo de várias horas sobre o oceano não oferece muitas hipóteses de recuo numa situação de atrapalhação. 

E depois, ainda cedo, chegou uma mensagem. Não podiam ser eles. Assustei-me. Era uma daquelas notificações desnecessárias. Habitualmente tiro as notificações durante a noite pelo que, se chegam, não dou por elas. Mas, quando há viagens de noite, não tiro. E, portanto, sobressaltei-me e já quase não consegui voltar a dormir. 

Felizmente chegaram bem e até praticamente a horas. O piloto comeu o atraso. Deve ter apanhado ventos de feição. 

Mais de metade da turma tinha ido fazer férias grandes (11 dias) para os States. Nós, que ficámos, conseguimos acompanhar os passos dos turistas através das fotografias, vídeos e telefonemas que foram fazendo. No cômputo geral, a pé fizeram 135 km. Sendo que vários são crianças, dos 8 aos 16, é obra. Visitaram cidades, ruas, edifícios, parques naturais e de diversões, museus de todo o tipo, zoos, viram desfiles, jogos de basket e outro de que não me lembro o nome, e sei lá que mais. Uma alegria e umas férias memoráveis, embora, apesar de terem adorado a viagem, algumas das coisas que viram deixaram-nos digamos que algo desconfortáveis.

Entretanto, um dos meninos, imagine-se bem, foi 'assinar' por um outro clube que o 'caçou'. Aquela coisa dos olheiros é mesmo realidade. Portanto, agora vai jogar numa equipa da 1ª Divisão do Nacional (creio que é assim que se diz). Ou seja, mais treinos, mais preparação física, jogos em todo o País. Os pais cada vez mais 'presos' face a estas exigências e às deslocações que isto implica pois o estádio não é propriamente ao lado de casa. Claro que haveria sempre a possibilidade de dizer que não. Mas isto marcaria para sempre o menino que adora futebol, que é óptimo no que faz (era ele bem pequeno e já o meu marido comentava que o achava especialmente dotado para aquilo) e que está felicíssimo. E há o compromisso de não deixar que isto afecte  o desempenho escolar. Ou seja, um desafio para ele e para os pais.

Tirando isto tenho a dizer que fomos ao supermercado e que fizemos as compras mais caras de sempre, e isto apesar de não termos comprado nem extravagâncias nem nada em grande quantidade. Não há dúvida que os preços estão cada vez mais altos, alguns mesmo estupidamente altos. Vinha para o carro e a olhar para o talão na esperança de detectar algum engano. Mas não dei. Mesmo assim não deitei fora para poder voltar a conferir. Uma barbaridade. Dei por mim a equacionar o que é que, se tivesse menos dinheiro, cortaria ou trocaria. Deixaria de comprar chocolate preto, pois o chocolate está uma exorbitância. Deixaria de comprar cápsulas de café pois também estão caras. O meu marido teria que deixar de comprar cerveja ou teria que racionar. Deixaria de comprar carne de vaca (e já compro pouquíssima, não pelo preço mas porque evitamos muita carne vermelha). Deixaria de comprar corvina ou maruca, teria que escolher um peixe mais barato. Mas batatas, cebolas, azeite, laranjas, maçãs, iogurtes, coisas assim, teria que comprar. Só que, na realidade as coisas estão todas muito caras e quem ganhe pouco deve ver-se aflito para ter uma alimentação decente. 

Mas, pronto, hoje fico-me por aqui. Vou dormir. 

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Um dia feliz 

sábado, abril 12, 2025

Dos mais loucos paradoxos de que há memória

 

Andámos a cortar uma trepadeira que estava toda desconforme, saída dos eixos por via do Martinho, ensarilhada em tubos relacionados com painéis solares. O meu marido, naquela sua de Rambo que leva tudo à frente, queria cortar pela base. Eu, mais para Cinderela, amante dos desvalidos mesmo que os desvalidos sejam trepadeiras desaguisadas, quis preservar, encaminhar. E assim se fez, ele contrariado, eu insistente. Isto logo a seguir ao Martinho. Mas Cinderela que é Cinderela tem coração bondoso mas não é burra. Por isso, depois de ver que a coisa não levava jeito de todo, com o coração sofrendo, condescendi. Que se fizesse a sua vontade.

Assim, depois do ginásio, ele no escadote, eu tentando ainda salvar alguma coisa, lá fomos progredindo no entendimento. Eis senão quando desaba um violento aguaceiro. Não dei o braço a torcer e ele também não. Ali, debaixo de chuva, lá fomos andando, andando, corta daqui, corta dali, e mais daqui e mais dali. No fim, os dois ensopados, restou um pequeno pé de trepadeira que, com sorte, um dia voltará a rebentar e a dar as lindas florzinhas azuis que até há pouco embelezavam aquele pilar. 

Mas quando, desolada, deitei os olhos ao céu tive uma alegria. Há uns meses andou aqui um brasileiro cheio de agilidade e de graça que fez o que o meu marido queria: desbastar ao máximo uma árvore linda que já estava a ir para cima do telhado, a fazer sombra nos painéis solares e a fazer correr o risco de dar cabo das telhas ou não sei o quê. Desde há um ano ou dois que o meu marido andava com essa fisgada e eu a dar luta. Mas tive que me render: era um facto que os painéis já mal apanhavam sol e já havia folhas a mais no meio das telhas. Mas pedi contenção no corte: só o mínimo indispensável. Mas o brasileiro, todo ele rico em metáforas e sem tempo a perder, para ali arranjou uma conversa que era de cortar tudo, uma carecada das valente. De outra maneira a árvore ficaria desencontrada, desequilibrada, desengraçada. Cortando ente, daí por uns dois meses estava toda cheia de folhas, que eu depois logo lhe contava se era ou se não era. Claro que, quando a conversa é cortar, o meu marido decide rapidamente: corte!

Mas os dois meses passaram, os três meses passaram, já lá em seis meses. E nada. Estou sempre a dizer: filho da mãe que me deu cabo da árvore. O meu marido, ar apreensivo, já dizia: tem calma, se calhar ainda nasce. Mas nada.

Ora bem. Hoje, depois de termos dado cabo da trepadeira, ao olhar para o céu -- não para invocar os deuses mas para ver se a chuva já tinha parado de vez, pareceu-me ver, na ponta de alguns dos ramos amputados, umas little coisinhas verdes. Hão de ser folhinhas.  Fiquei feliz.

Mas, logo a seguir, tive a notícia de que tinha morrido o marido de uma conhecida e o irmão de uma outra. Fiquei assim naquela: caraças, logo dois de uma vez. É bem certo que isto da vida é uma brincadeira. Andamos por aqui sempre cheios de razões e opiniões e decisões e emoções e ilusões e esquecemo-nos que é tudo uma fantasia de curta duração. Não ficaremos cá para fazer o balanço nem para tirar teimas. Iremos também um dia. Só que a gente se esquece e, por isso, quando recebe estas notícias, fica assim a modos que meio desamparada. Lá transmiti os meus sentimentos e coisa e tal mas estava com vontade de dizer que não era nada demais, que a vida é mesmo efémera, que hoje foram eles, amanhã seremos nós. Mas não disse, não quis ser mal interpretada.

Portanto, coração ao alto.

Mas é bom dizer isso mas o pior é ser capaz de o pôr. É que entre debates e as cavaladas do Trump (e do Putin e do parvalhão de Israel e de todos esses malucos) uma pessoa mal consegue ter ar limpo para respirar.

Só que isto que está a passar-se nos States vai para além de tudo o que é razoável pois é pôr os destinos do mundo nas mãos de um ignorante, de um narcisista maluco, doido varrido.

Isto das tarifas seria de gargalhada se não fosse tão perigoso. Aquilo baseia-se numa fórmula matemática errada. Aplicando a fórmula correctamente, as tarifas seriam 4 vezes inferiores. Mas, independentemente da fórmula estar errada, é o próprio conceito e a própria 'jogada' que são erradas, anacrónicos, estúpidos.

Os vídeos abaixo são elucidativos. Acima de tudo, tudo o que ali se passa é estúpido pois é mau para os outros e mau para os americanos.

E depois há o parvo do Musk, que tantas tem feito, tantas, todas tão parvas, e que, no fim de tudo consegue ser dos maiores prejudicados em toda esta macacada. Se pegassem nos doidos mais varridos do Júlio de Matos e os pusessem à frente dos Estados Unidos não fariam tanta porcaria como a que o Trump e companhia andam a fazer.

Paradoxos que um dia alguém explicará. Paradoxos consentidos pela democracia o que, em si, é outro paradoxo. E dos valentes.

'Could not be more stupid': Scott Galloway on Trump's tariffs

NYU professor and podcaster Scott Galloway tells CNN’s Anderson Cooper why President Trump’s tariffs are worse than those imposed nearly 100 years ago


Economist says there's a math error in the formula used to calculate Trump's tariffs

Crawling   -    The Lincoln Project 

Elon Musk can't be trusted with rockets, drugs, video games, social media, or even his own children. He damn sure can't be trusted with your data.

The Lincoln Project is a leading pro-democracy organization in the United States — dedicated to the preservation, protection, and defense of democracy. Our fight against Trumpism is only beginning. We must combat these forces everywhere and at all times — our democracy depends on it. 


Desejo-vos um belo sábado

sexta-feira, abril 04, 2025

E ele aí está.
Com 83 anos, uma lucidez assertiva, uma esperança indestrutível, uma energia contagiante, uma fantástica capacidade de comunicação.
Bernie Sanders contra o trumpismo (autoritarismo, oligarquia, estupidez)

 

Interrogo-me, com alguma frequência, quantos mais anos terei de vida útil, isto é capacidade de me manter autónoma, independente, lúcida, com a maneira de ser que hoje tenho. Faço contas, comparo com o percurso dos meus pais. Temo que surja algum acidente (como o AVC que quebrou o meu pai, que levou a mãe dele e vários outros dessa linha familiar) que intercepte o que, já de si, não é um período folgado. 

Mas, mesmo que nada de grave ou degenerativo me aconteça, imagino que daqui por uns quantos anos comecem a falhar algumas das minhas actuais faculdades. É a lei da vida: somos assim, efémeros, seres que resultaram dum acaso e que se vão aguentando, sabe-se lá como, no meio de condições muitas vezes completamente precárias.

Mas depois vejo um homem como o Bernie Sanders e penso que há pessoas que transcendem as expectativas. Tem 83 anos. Poderia pensar que já não será na vida dele que vai ter de volta uns Estados Unidos livres, democráticos, justos, inclusivos. Mas, em vez disso, aí está ele. Determinado, pujante. Dá entrevistas, grava vídeos, está nas redes sociais, participa em comícios. Está a querer que o povo se levante, se organize, lute. 

Acredita, do fundo seu seu coração, que não há lutas impossíveis.

Um exemplo que me comove.

Where Do We Go From Here?

Yes, the oligarchs are enormously powerful. They have endless amounts of money. They control our economy. They own much of the media.

But, from the bottom of my heart, I am convinced that if we are well-organized, they can be defeated.

My thoughts on the current moment:


quarta-feira, março 26, 2025

Um dos homens mais poderosos do mundo, num jantar de gala, entretém-se a brincar, à mesa, com avioezinhos feitos com os talheres

 

Vê-se e custa a acreditar. Em Mar-a-Lago, num jantar de gala, uma vez mais sem respeitar o dress code, Elon Musk mostra as suas dificuldades em portar-se 'normalmente'. Com uma faca e colheres em equilíbrio ali está entretido a fazer uma gracinha. 

Claro que isso poderia não ser problema nenhum, cada um é como cada qual, não fora dar-se o caso de Trump lhe ter concedido poderes ilimitados. As decisões mal fundamentadas, irracionais e tantas vezes desumanas de Musk têm-se revelado um poço de problemas não apenas -- e sobretudo -- para as vítimas mas também para os republicanos, para o próprio Musk (veja-se a pancada que as contas da Tesla estão a levar) e, espero bem, para o Trump.

sexta-feira, março 07, 2025

O queixo de Christiane Amanpour até caiu ao ouvir Mélanie Joly, a Ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá

 

Uma grande e muito interessante entrevista. 

Tempos tempestuosos estes.

O mundo chocalha, estremece.... mas reajusta-se. 

Talvez não seja mau de todo. É aquilo que há quem diga: deus escreve direito por linhas tortas.

[Está traduzida]

'My jaw is dropped': Canadian official's interview stuns Amanpour

Canadian Foreign Minister Mélanie Joly talks to CNN's Christiane Amanpour about Trump's ideas on trade, military cooperation, annexation and more

sábado, março 01, 2025

O espectáculo que Trump, esse bully asqueroso, e J.D. Vance, um porcalhão mal-educado, deram na Casa Branca é uma coisa obscena.
Mais uma vez Zelenskyy provou que é um homem (e até dá vontade de escrever o H em maiúscula), um homem que os tem no sítio

 

O espectáculo vergonhoso, com duas bestas a humilharem e a quererem vergar um homem que há 3 anos se aguenta de pé apesar da violenta guerra a que o seu País tem estado sujeito, foi surpreendente. Mas não foi só isso que Trump e J.D. Vance fizeram: na verdade, humilharam todos os americanos e os Estados Unidos enquanto nação. Chamarem estúpido a Biden, como Trump já o fez repetidamente, gozar com Obama, dizer mentiras em catadupa, proferir ameaças, ofensas, falar com Zelenskyy como se ele fosse um jogador de cartas e a Ucrânia um tabuleiro, é uma vergonha, uma vergonha a nível mundial, uma vergonha nunca vista.

Não sei como é que os americanos, democratas ou republicanos, digerem um espectáculo tão vexante. Não sei se não se sentirão tentados a acabar com a ruína moral que representa a presença de Trump como presidente dos Estados Unidos.

Em contrapartida, perante aquela vergonha, Zelenskyy manteve-se fiel a si próprio: inteiro, frontal, humilde mas firme. 

Para a história Trump ficará como um palhaço. Putin como um psicopata, um assassino. E Zelenskyy como um herói. 

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E as reacções aparecem por todos os lados. Aqui está uma:

Trump and Vance ATTACK Zelenskyy in Oval Office and Align U.S. with PUTIN

Rick Wilson reacts to the disgraceful Oval Office meeting between Donald Trump, JD Vance, and Volodymyr Zelenskyy. Today's Oval Office spectacle wasn't about showing strength, it was about surrendering to Putin. Trump and JD Vance have sold out America.

quarta-feira, fevereiro 26, 2025

Ainda só lá está há 1 mês...

 

Quando me vê escandalizada, estarrecida, revoltada, com as cavalices do Trump, o meu marido diz sempre: 'Calma, só lá está há um mês.'. Até há pouco, dizia: 'Calma. Ainda nem há 1 mês lá está.'.

Fico irritadíssima. Gostava de o ver também furioso. Pelo contrário, mantém-se calmo. Desde que se começou a ver como era o Trump 2.0 que ele antecipa que a coisa não lhe vai correr bem. Diz que é uma questão de tempo.

Segundo ele, as ruas vão ficar ao rubro, os que vão ficar prejudicados por ele não vão perdoar-lhe, em especial os que votaram nele, a comunicação social não vai ser mole, muita gente vai mover-lhe processos, os tribunais vão cair-lhe em cima, os próprios republicanos, muitos deles, não vão gostar, provavelmente muitos vão levantar a questão de violação da Constituição, senão mesmo de traição. Ou seja, na opinião dele, ao ritmo a que Trump vai, não tarda a coisa vai azedar a sério para o seu lado.

Eu, sempre tão optimista, embora acredite que alguma coisa de boa vai forçosamente acontecer (porque não há mal que sempre dure), temo que ainda tarde. 

Mas a verdade é que as reacções se sucedem. Os americanos, que gostam de ser os maiores, os melhores, não gostam de se ver gozados e, face ao trafulha que foi eleito como Presidente, sentem-se envergonhados quando a barraquinha é grande e evidente demais. E Trump, de facto, não há dia em que não envergonhe os americanos.

Caraças de mundo este em que os Estados Unidos elegem pela segunda vez um anormal como o Trump.

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Lawrence: Trump humiliated on the world stage as France's Macron instantly corrects his Ukraine lie

MSNBC’s Lawrence O’Donnell details how French President Macron humiliated Donald Trump after the United States, for the first time in history, “voted with the dictator against freedom” when it stood with Vladimir Putin in opposing a UN resolution condemning Russia’s war in Ukraine.


Desejo-vos um belo dia