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terça-feira, julho 01, 2025

E se vivêssemos dentro de um buraco negro?

 

Sabemos tudo e mais alguma coisa a propósito de tudo. É ver os comentadores que aparecem nas televisões mal algum acontecimento salta para a ribalta. Os mesmos que sabem tudo sobre a Ucrânia e sobre a Rússia sabem também tudo sobre Israel e sobre a Palestina mas também sabem sobre Trump e sobre a legislação americana e, se necessário for, também são capazes de dissertar sobre as eleições no Benfica ou sobre a nuvem-rolo que galgou a linha do horizonte para ir a banhos. Mas pouco sabemos do que se passa dentro de nós, em especial no cérebro, e também muito pouco sobre o 'lugar' em que vivemos, como viemos aqui parar e para que freguesia vamos pregar quando o nosso corpo tão pobremente humano perecer.

Pasmo com as pessoas que põem e dispõem como se fossem viver para sempre, que tomam decisões definitivas sobre porcarias sem qualquer interesse como se estivessem a definir o futuro da humanidade.

E, igualmente, pasmo com as dúvidas que, por vezes, assolam à cabeça de cientistas.

O tema dos buracos negros é daqueles do caraças: matematicamente demonstra-se a sua existência e consegue-se saber (ou pensa-se que se consegue) as leis físicas que os regem. Mas ir lá vê-los, saber ao certo como são e sair de lá para contar... isso está quieto.

Até que alguém se lembra: espera lá... e se vivêssemos dentro de um? E se o que (pensamos que) conhecemos seja apenas o que existe dentro do buraco negro? Ou seja, e se o que (pensamos que) conhecemos não for o universo mas, apenas, uma ínfima parte dele? Ou seja, e se vivemos numa cápsula dentro do mega universo?

Claro que nada disso alteraria a nossa realidadezinha pequenina: o que amanhã vamos fazer para  jantar, o que temos que trazer do supermercado, em quem vamos votar nas autárquicas, como vamos desenrilhar-nos do enredo marado que prometem ser as presidenciais. Tudo isso existe e é inalterável estejamos nós dentro ou fora do buraco. E que raio de espaço habitamos é também uma coisa tão intangível que até se perceber alguma coisa não nos doa a nós a cabeça. Mas que teria graça percebermos alguma coisa disto, lá isso teria.

Mas isto, na volta, é conversa de quem tem os neurónios a derreter. Este calor derrete-me. Por mais que me banhe, nada arrefece as minhas células (nem as estátuas que tentam refrescar-me as entranhas).

Por isso, passo a palavra a Neil deGrasse Tyson.

Is Our Universe Inside a Black Hole?

Is our universe inside a black hole? Neil deGrasse Tyson (Astrophysicist & Hayden Planetarium director) breaks down intriguing new evidence along with other curious parallels that could point to the universe being inside a black hole. Is the edge of our universe an event horizon on a black hole in some other universe?  

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NB: As esculturas que aqui veem não existem, são totalmente inventadas por mim (com a ajuda da Sora)

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Dias felizes

domingo, setembro 24, 2023

Um outro mundo por cima de nós -- OVNIS, asteroides e etc.

 

Eu, é daquelas coisas, nem sim nem sopas. Nem acredito nem deixo de acreditar. Do que não sei não dou sequer palpites.

Sobre haver formas de vida inteligente fora do planeta Terra o que posso dizer é que, no mero plano das hipóteses, neste caso formuladas por uma leiga (e, portanto, sem valor acrescentado para o caso), me parece muito provável que exista.

E, se aqui, através das condições e das circunstâncias, os humanos (que, para o efeito, acreditamos que são os inteligentes cá do burgo) evoluíram para o que somos, acredito que, noutras condições e noutras circunstâncias, a vida inteligente pode encontrar-se noutros formatos. Porque não coisas parecidas com árvores que sejam inteligentes, comuniquem entre si, tracem planos? Ou bichos parecidos com iguanas que tenham mais inteligência e capacidades que nós...? Não faço ideia. Até podem ser minerais dotados de inteligência e que não se pareçam com nada com que se consiga fazer uma comparação.

Mas admito como provável que enquanto por aqui a discutir amendoins e a distribuir milho pelos pardais, algures no universo outros seres construam as suas específicas civilizações e deambulem por aí a observar-nos na maior das calminhas.

Estou como o Neil DeGrasse Tyson a olhar com algum cepticismo para aqueles ETzinhos que foram exibidos no Congresso do México

Parecem abonecados demais, perfeitinhos demais, humanizados demais... tudo demais para ser verdade. 

Mas sei lá.

Outro aspecto que refiro muitas vezes, meio a sério meio a brincar, quando vejo alguém excessivamente preocupado: sabemos lá se um dia destes não vamos levar com um big calhau na cabeça e vamos todos desta para melhor...?

Com tanto asteroide, tanto lixo espacial, tanta coisa que por aí anda, é do domínio da improbabilidade que passem todos ao largo desta bolinha que dá pelo nome de Terra.

E é sobre tudo isto que no vídeo aqui abaixo da CNN o astrofísico Neil DeGrasse Tyson aqui diz.

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Um apontamento mais pessoal. Penso que por causa do estado um pouco variável da minha mãe e sobretudo por causa do seu imprevisível estado de espírito em que é ela que sabe, ela que decide e ela que faz, e que me traz preocupada pois intuo (ou melhor, tenho quase a certeza) que não toma a medicação conforme deveria, não dormi bem, tive pesadelos. Estranhamente os pesadelos envolviam o meu pai. Eu estava num lugar a fazer já não sei o quê, só sei que havia muita gente, eu tinha que prestar muita atenção a tudo, e estava sempre a ver o telemóvel com medo de receber uma mensagem a dizer que o meu pai tinha morrido. E, por isso, eu estava numa pilha de nervos. Mas a disfarçar e a trabalhar e prestar atenção a tudo e a todos para que ninguém se apercebesse. Com isto, acordei várias vezes, aflita e com muita dificuldade em voltar a adormecer.

Portanto, durante o dia andei um bocado cansada e com sono. 

Agora à noite estivemos a ver o Task Master, programa que, só se não pudermos é que não vemos, e agora estamos a ver uma reportagem bastante interessante sobre o cenário de guerra na Ucrânia, depois de outra sobre os envenenamentos e muitos outros indícios que o ocidente descurou em relação à Rússia. 

Tinha ideia de voltar a escrever sobre o estado da Saúde e sobre o SNS mas não estou com pedalada para isso. Mas não deixem, por favor, de ver os comentários bastante interessantes que constam do post abaixo.

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Desejo-vos um belo dia de domingo

Saúde. Força. Paz.

domingo, novembro 19, 2017

A pesporrência de Clara Ferreira Alves.
Mais do que me apetecer debater as notícias de que tomei conhecimento na cabeleireira ou querer saber porque é que não há duas impressões digitais iguais ou porque é que acordo todos os dias com a mesma alma dentro de mim, o que eu gostava mesmo de saber é se há alguém à superfície da Terra que ainda tenha pachorra para aturar a Clara Ferreira Alves


O meu sábado foi bem preenchido de manhã à noite. Não vi televisão nem ouvi notícias. Espreitei agora as notícias e dá-me ideia que nada de relevo.

De manhã fui à cabeleireira. Já não ia desde o verão. Até há pouco tempo não ia. Depois ganhei-lhe o gosto. Mas a coisa há-de ser espaçada. No entanto, quando lá estou, gosto. Um mundo paralelo. As conversas que ouço... O que percebo do que falam...

Hoje, uma veio lá de dentro toda gira. E elas a gabarem-lhe as sobrancelhas. Bem desenhadas. Pensei: Terá ido arranjar as sobrancelhas? Depilá-las...? Mas eis que a que me tratava do cabelo lhe perguntou: Então e doeu alguma coisa...? Ao que a dona das ditas disse: Não. Só no fim, quando a anestesia estava a passar... Mas nada de mais... E aí eu pensei: Anestesia..? Mas num cabeleireiro dão anestesias...? E anestesia para arrancar pelos das sobrancelhas...? Que mariquice...

Agora cá em casa, com as meninas, comentei. Uma disse: Devia ser tatuagem. E outra: Deve ser aquilo a que se chama microblading.

Nunca tinha ouvido falar em tal coisa. Tatuar sobrancelhas. Microblading. Fui googlar. É mesmo. 

Depois uma jovem falava com a especialista em nails. Falavam em desenhos, em cores, em brilhos. Gosto particularmente destas conversas. Rosa brilhante, metade de cada côr, fúcsia com estrelas, azul mar, numas, espuma brilhante, noutras. Depois ouço o conselho: Eu, se fosse a si, escolhia bailarinas. Silêncio. A cliente a consultar o catálogo. Depois: Sim, gosto. Bailarinas!. Relatei à mesa de jantar. Uma das meninas estranhou. Eu imaginei minúsculas bailarinas desenhadas artisticamente. Mas outra menina explicou: Bailarinas tem a ver com o feitio da unha, comprida e a ir em bico mas a ponta a direito, como os sapatos das bailarinas em pontas.

Outra novidade absoluta. Também já fui conferir. Não. A mim não me convencem.

Aprendo também imenso com as revistas. Mal chego, antes de me sentar, vou abastecer-me.

Partilho convosco algumas coisas relevantes que colhi.

  • Que o Manuel Maria Carrilho perdeu num processo contra a Maya e creio que contra o Graciano que terão dito qualquer coisa que não lhe agradou, 

  • que a Luciana Abreu também anda na justiça com o pai, e que está grávida de duas meninas e que no outro dia foi ao hospital mas foram todos muito simpáticos com ela,

  • que meio mundo se separou do outro meio mundo e que parte desse meio mundo se troca e destroca com outra parte. 
  • E que uns, apesar de destrocados, continuam a apoiar os outros e que alguns nem por isso, especialmente quando há filhos envolvidos. 
  • E que uns estão bem sozinhos, outros estão apaixonados, outros com vontade de terem filhos 
  • E outros sem essa necessidade já que gostam muito dos sobrinhos. 
  • E que há bloggers que são famosas por serem bloggers e que as mais famosas são as que falam da sua vida de mães com filhos
  • E que há actrizes de novelas que têm blog e uma até diz que o dela é ela que o escreve mas que há outros que são pura fancaria escritos por fantasmas.
  • E que há bloggers que lançam livros e vão com a família toda atrás pois a família é a matéria do blog.

  • E que a Jessica Athaíde é filha de uma relação extra-conjugal (quem é a Jessica Athayde...? -- Esclareço: é a menina aqui ao lado, aquela que, há tempos, incendiou as redes sociais com a sua perna grossa e a sua barriguinha algo proeminente) 

  • Vi também que o Presidente Marcelo apoiou a Cristina Ferreira com a sua revista Cristina e que ela usa muito os ensinamentos dele.


Mas não reparei na idade das revistas pelo que não sei bem qual a linha do tempo das notícias. Mas isso não interessa já que é tudo demasiado extraordinário para que a cronologia possa atrapalhar.

Agora, a noite bem adentrada, aqui na sala, em sossego -- já sem jogos de futebol, a rapaziada em grandes remates e grandes defesas, sem as gracinhas do bebé, já a querer levantar-se, e a mana amuada porque a tia a mandou assoar-se -- reclinei-me no sofá e pus-me a cirandar pelos vídeos que o youtube me recomenda.

Um agradou-me. Neil deGrasse Tyson and popstar Katy Perry discuss the science of human individuality and uniqueness. Uma conversa com piada. Também partilho.


E, estando eu por aqui, nesta na suave preguiçota, eis que, inadvertidamente, sofro a invasão do grupo dos déjà-vu. Dizem-se, repetem-se, contradizem-se, não acrescentam, patinam, maçam. Houve um tempo em que havia alguma frescura naquilo. Nos primórdios. Agora o Eixo do Mal é mais um daqueles programas onde os papagaios vão papaguear o que ouviram a outros iguais a eles. Há uma série de programas do género. E eu já não suporto nenhum. Se, em tempos, alguns deles tiveram ideias genuínas e inovadoras naquelas cabeças, tantos programas depois, já estão esgotados. Mas insuportável mesmo, mas uma coisa já de pele, alergia mesmo, é o que sinto com aquela convencida arrepelada, aquela arrogantezeca. Não se aguenta. A forma como ela fala. Sobre qualquer assunto, mesmo quando notoriamente não é tema sobre o qual tenha competência, ela põe o se ar mais irritantemente blasé para começar: 'Eu explico.' E avança, desfiando lugar comum atrás de lugar comum, como se estivesse a explicar alguma coisa. Intolerável. Uma maçadora emproada armada em maria-cagona, toda prosa. Zapping com ela.


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E agora zapping comigo.

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quarta-feira, julho 05, 2017

Ouvir Neil de Grasse Tyson
[Sobre a Vida, Deus, etc.]


Ouvir (ou ler) gente inteligente é um bálsamo. Desde pequena que gosto de ouvir falar aqueles com quem aprendo ou que me deixam a pensar. Muitas vezes são uns trastes -- não digo que não. Acontece dizerem pessimamente de alguém e eu ter desvalorizado completamente a maneira de ser, apenas porque me deixo enlevar pela inteligência ou pela elegância na expressão.

Trabalhei com uma pessoa que era de uma inteligência rara que o levava, por exemplo, a tentar não evidenciar a sua vasta cultura e era de um sentido de humor que me maravilhavam. Ele também simpatizava comigo e, portanto, quase todos os dias me procurava para conversarmos. Tornei-me sua confidente e o que ele me contava e a confiança incondicional que depositava em mim deixavam-me estupefacta. Nunca consegui retribuir da mesma forma porque nunca consegui confiar assim em ninguém. Eu sabia coisas que podiam liquidá-lo profissionalmente ou que, se fossem conhecidas, lhe causariam danos irreparáveis na reputação. E, no entanto, eu não as divulgava nem, sequer, deixava de o admirar. Aprendi imenso com ele a todos os níveis. Foi das pessoas que, até hoje, mais me influenciou e a quem mais admirei. Mesmo quando era um sacana maquiavélico e me contava o que fazia ou tencionava fazer e mesmo quando eu discordava dele, eu o admirava. Havia uma elegância extraordinária em todos os seus gestos, mesmo quando sacrificava sem piedade aqueles que tinham ousado fazer-lhe frente de forma desleal. No entanto, quem ouça falar sobre ele aqueles que com ele conviveram ao mesmo tempo que eu ficarão surpreendidos. Dirão dele cobras e lagartos. Parecerá que estamos a falar de pessoas diferentes.

E não é caso único: em geral tendo a desculpar a parvoíce, a arrogância, o desconchavo a alguém a quem reconheça inteligência, uma faculdade invulgar de expressão, graça na forma exprime opiniões.

Claro que se pisarem o risco da elegância, revelarem alguma falha grave de carácter ou provarem que são desagradáveis para quem nunca lhes fez mal, aí a cruz em cima será inapelável.

Mas resumindo: ouvir falar uma pessoa inteligente é uma bênção. Se, além disso, mostrar ter um coração generoso, uma fluência elegante e um sentido de humor bem doseado, então terá em mim uma devota.

Neil de Grasse Tyson é uma dessas pessoas. E, no entanto, mal o conheço. Conheci-o num programa do Stephen Colbert e, desde aí, volta e meia, ponho-me a ver vídeos com ele. Há nele uma linha de raciocínio na qual me revejo. Não gostando eu de gente que fala de cátedra ou que rodeia as ideias com celofane filosófico, natural é que aprecie o desenrolar bem estruturado das suas ideias. Não encontro estes vídeos legendados em português. Contudo, ele tem uma boa dicção e fala devagar. Acho que se percebe bem.



Aqui abaixo responde à questão:
é ateu ou agnóstico?


[E as respostas que ele dá são as que eu daria: agnóstica e, se faz favor, sem grandes explicações. Não há paciência para grandes divagações sobre o tema]



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O que acontece depois da vida? Ou melhor, depois da morte?

Há vida depois da vida?


Neil deGrasse Tyson contrapõe: e antes da vida? havia vida antes da vida?


E tem graça que, sobre a cremação, penso exactamente como ele, embora seja tema em que raramente pense e, quando o faço, é coisa tipo vol d'oiseau (ou seja, sem pormenores, já agora)


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Os desenhos que intercalei no texto são da autoria de  Patrick Antounian que tem apenas 18 anos e é auto-didacta.

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