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terça-feira, abril 22, 2014

Judite de Sousa já mal consegue aguentar estar de Olhos nos Olhos com o chato do Medina Carreira. Hoje a coisa esteve quase a pegar fogo, com Carlos Fiolhais a agudizar o mau feitio do 'Ó-doutor-medina...' /// [E queria falar da Revista Estante, a nova revista sobre livros, uma edição da FNAC - mas apenas falo um pouco até porque, a abri-la, dei logo com o Valtinho]


No post abaixo já aqui deixei uma pergunta ao nosso irrevogável-vice-primeiro-ministro e, antevendo que ele não se dará ao trabalho de me responder, respondi eu, aproveitando para aqui lhe deixar um sincero conselho. É que, se ele não o seguir, temo bem que o vejamos a chegar ao último dia do Governo de Passos Coelho aparentando ter mais idade que o Mestre Manoel de Oliveira.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra. Aqui falo do que vi enquanto jantava.


Fado Cravo



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Jantei tardíssimo. Estava cheia de fome e, para variar, também já com sono. Devo ter começado a jantar já muito perto das 10 da noite (e, portanto, estava há cerca de 9 horas sem comer) e, como podem imaginar, a minha disposição não estava famosa.

Judite de Sousa está não apenas mais bonita
mas, também, mais simpática, mais empática
e melhor moderadora e entrevistadora

Mas eis senão quando, ao ligarmos a televisão da copa, demos com os Olhos nos Olhos e com o insuportável Medina Carreira todo enxofrado com o impagável Dr. Carlos Fiolhais, pessoa por quem nutro admiração, e com a bela Judite de Sousa em palpos de aranha para pôr alguma ordem naquela mesa.


Discutia-se, penso eu, o orçamento relativo ao ensino (como apanhei o programa perto do fim, não sei bem se terá sido apenas sobre o ensino superior).

O chato - e um verdadeiro cata-vento - Medina Carreira dizia que, sendo o País um país de pelintras, não há dinheiro para pagar cursos que não servem para nada.

Vistas curtas, verbo afiado, Medina Carreira é um daqueles que, com poder na mão, também daria cabo do País em três tempos.

Simpático e com uma notável bonomia,
Carlos Fiolhais não é, no entanto, uma mosca morta.
 Pelo contrário é bem um homem do seu tempo.

Carlos Fiolhais explicou-lhe - com a graça, bonomia e brilho que se lhe conhecem - que os pelintras podem não ter dinheiro mas, se tiverem conhecimentos, podem vir a criar muita riqueza. Deu o seu próprio exemplo que é Físico e que tem ajudado a formar Físicos e deu outros exemplos notáveis: foi pedagógico, paciente e convincente. Explicou que as invenções surgem no decurso de experimentações, tantas vezes acidentalmente e, para as quais, apenas anos depois se descobre a utilização. É apenas um dos casos que deu. Acabe-se com os cursos de Física, que não servem para nada?, perguntava ele a Medina.

Servem para formar cientistas que depois se vão encaixotar e que o País não pode pagar!!!, retruca-truca o exaltado Medina, o olhar cada vez mais de viés.

No entanto, antes do desnorte no final em que já nem conseguia disfarçar a raiva de que foi tomado, de cada vez que Carlos Fiolhais dizia uma coisa lógica e irrebatível, o intragável Dr. Medina, para ver se passava, dizia que estavam a dizer a mesma coisa. Mas a bela da Judite (que, de facto, está bem mais bonita) não estava para dar mole e, portanto, não perdoava, 'não estão nada a dizer a mesma coisa, ó Dr. Medina, estão é em rota de colisão' e o Medina, fulo, fulo da vida, espingardava com ela, com o outro, mostrando que é mesmo uma daquelas criaturas com um mau feitio que não se aguenta.

Vejam bem o arzinho de fúria da criatura

Carlos Fiolhais não perdeu a tramontana mas não deixou uma por dizer. Deu uma lição de cultura, de civismo e de cidadania, mostrando como o caminho que está a ser seguido é o oposto do que devia ser. E a Judite de Sousa lá foi dizendo que o Dr. Medina diz mal de tudo e, apesar de ir sorrindo, não lhas perdoou.


Via-se que, perante o ar furibundo do Medina Carreira que por vezes quase roçava a má criação, ela estava desertinha por acabar o programa e, quando isso aconteceu, talvez nem se lembrando que continuava a ser filmada, agarrou o cabelo, estendeu-se na cadeira, esticou-se e, devo dizer, que acho que muito pouco fez ela. Não me admiraria nada se a ouvisse dizer 'fónix! que estava a ver que não aguentava isto até ao fim...'


Judite de Sousa relaxa depois de tentar moderar os ímpetos furiosos do Dr. Medina

Se fosse eu, não sei se me aguentava sem virar uma garrafa de água na cabeça daquela criatura maledicente e intratável que parece que destila ódio e que para ali ainda ficou a pregar enquanto o pacholas do Fiolhais, sorridente, tentava acalmar aquele bicho horroroso.

Não sei se a Judite tem pachorra para aguentar por muito mais tempo aquele sujeito. Nem sei se os telespectadores o aguentam.

Um programa deste género é útil e interessante mas com uma outra pessoa. Aquele Medina é uma autêntica megera.


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O fado lá em cima é o Fado Cravo interpretado por Alfredo Marceneiro. 

Vá lá explicar isto, quando pensei numa música para acompanhar o derrotismo, o pessimismo doentio do Medina, lembrei-me logo de um daqueles fados desgraçados do Marceneiro (de raiva desfiz o cravo).

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Já agora, caso queiram ver o Professor Fiolhais a falar de ciência, deixo-vos aqui um vídeo.
É sempre um gosto ver e ouvir uma pessoa inteligente e com sentido de humor.

Pipocas com Telemóvel e outras histórias de falsa ciência

de Carlos Fiolhais e David Marçal





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E assim, uma vez mais, deixo para trás aquilo de que vinha com vontade de falar. Comecei aqui tarde demais e já cansada e, em vez de ir direitinha ao ponto, cedi ao impulso e desatei a falar do que tinha acabado de ver. Quando começo, penso sempre que vou despachar-me e que, em três tempos, estarei pronta para o que quero. Mas qual quê? Ponho-me à procura de músicas, no caso deste post tirei fotografias à televisão, depois passei-as para o computador, depois converti-as para não ficarem pesadas, e depois gosto de compor minimamente o visual da coisa e assim sucessivamente. Ou seja, o tempo vai passando e as minhas anteriores intenções vão sendo postergados. Qualquer dia ainda arranjo um ghost writer para me ajudar: é que não consigo dar vazão a tantas coisas que aqui quero trazer.


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Entrevista a José Tolentino Mendonça
no Número 1 da Revista Estante

Também queria falar da nova revista literária, a Estante, uma edição da FNAC. De tarde já um Leitor me tinha enviado um excerto da entrevista do Pde Tolentino Mendonça e, quando abri a caixa de correio (física), lá tinha a revista. O primeiro número foi oferta mas, a partir daí custará 1,5€, ou seja, um preço imbatível. 


A nível gráfico é agradável, o papel é simpático, deve ser reciclado, mas tem partes significativas escritas com uma letra miseravelmente pequena. Eu, que não uso óculos para ler, vi-me grega para ler aquilo. Um disparate, quase que só com lupa. Depois é quase mais um catálogo do que uma revista literária. Mas, em contrapartida, tem alguns aspectos úteis.

A ver se amanhã falo dela com mais vagar pois, para já, preciso de pegar nela com, justamente, mais vagar. Uma coisa me deixou logo de pé atrás. Ou melhor, com os dois pés atrás: o Editorial foi escrito pelo Valter Hugo Mãe, o bom do Valtinho. Se isto é para valer ou se foi só este 1º número, uma experiência a ver como é que ele se porta, não sei. O que sei é que o naco de prosa não engana: é mesmo coisa do Valtinho, credo.

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Para verem o desgaste que este governo está a ser para todas a gente, incluindo para aquele que tanto parece ambicionar lá estar, Paulo Portas, é descer, por favor, até ao post já a seguir.

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E, por hoje, fico por aqui. Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça feira.