Vinha para casa, no carro, hoje à noite e falava o Coronel Otelo Saraiva de Carvalho dizendo que não foi para isto que os Capitães fizeram o 25 de Abril, que a classe política, pá, desbaratou todo o crédito de simpatia que Portugal granjeou por ter posto fim a uma ditadura de 48 anos, que o País, pá, está à beira da bancarrota e... concluiu que não se admirava nada que houvesse um golpe militar para pôr fim a isto tudo e que até seria uma coisa fácil de fazer.
Eh pá...!
Eh pá...!
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Já os banqueiros nem se deram ao trabalho de ameaçar - estando num verdadeiro pé de guerra, partiram directamente para uma facada nas costas do governo. Explico: entendendo que com esta maltosa não se vai a lado nenhum, a Associação Portuguesa de Bancos não esteve com mas-mas. Os nossos banqueiros que já tinham dado um pontapé no traseiro de Sócrates, agora foram mais longe: fizeram um bypass em toda a linha e escreveram directamente ao comissário Olli Rehn, queixando-se que este governo está a querer fazer uma nacionalização da banca 'a la 25 de Abril'.
Eh lá...!
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Não sei como ficou o pobre do Pedro Passos Coelho... provavelmente ficou com a cuca fundida (calma aí, eu disse fundida) pois, depois de no Paraguai ter dito que, claro que tinha que renegociar o plano de resgate, de a seguir, convicto, ter dito que, nada de confusões, não queria renegociar coisa nenhuma, queria era fazer uns ajustamentos, hoje apareceu com a convicção do costume a dizer que não queria renegociar, nem tão pouco pouco fazer ajustamentos e que os senhores jornalistas o ouvissem com atenção para que não restem dúvidas: não queremos mais dinheiro, nem dilatar prazos, nem coisíssima nenhuma.
Em que é que ficamos?
Oh pá...!
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Desabafo escrito numa parede do Ginjal (fotografia minha) |
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E lá por fora? Eh pá, está do melhor. O Berlusconi diz que se vai embora porque os mercados andavam a morder-lhe as canelas e já ninguém acreditava nele e, na sequência desse anúncio... as bolsas afundaram-se por todo o lado, especialmente em Milão, onde ainda conseguiu ser pior, e os juros quase bateram no tecto sagrado dos 7%.
Oh la la...!
Oh la la...!
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Há mais...? Ah pois há... A CDU da Merkel (refiro-me à Angela, a cabeça do casal Angela-Nicolas) veio publicamente defender que os países que chatearem devem ser corridos da Zona Euro, que já andam a causar estragos demais, que não dá para suportar gente gastadora, xô, xô...! E, claro, toda a gente já diz que o lado feminino do casal, aquele que costuma ser visto a passear pela trela ou ao ombro da madama, também alinha e que já andam os dois a estudar como é que haverão de fazer um quartinho só para eles, correndo com o resto da maralha dali para fora, para o quintal, para o anexo, xô, xô...!
E vai daí? E, vai daí, Wall Street mergulhou a pique, um afundanço à maneira.
Oh pá...
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E mais? Ah bom... Então o Mahamoud Ahmadinejad diz que não recua nem um milímetro no programa de energia nuclear, afirma defender a ética e a decência e que se o chateiam risca com Israel do mapa.
Ui, ui, ui... pá...!
Ui, ui, ui... pá...!
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Mas... e nem uma coisinha de jeito? perguntar-me-ão vocês já desanimados... Pois bem, no meio de toda esta derrocada, uma mulher continua a manter a cabeça no lugar e aí anda ela, num périplo, de país em país, chamando a atenção para o tsunami recessivo que se está a formar a toda a força. Agora é em Pequim. Christine Lagarde foi explicar que a Ásia não está imune caso o mundo se afunde nesta 'espiral de instabilidade financeira'; e que, para se sair desta crise 'perigosa e incerta', o mundo tem que se concertar e adoptar medidas articuladas que vão no sentido do desenvolvimento. Para que não seja uma década perdida, para que o mundo não colapse.
Deus a ouça....? Também. Mas melhor seria que os governantes deste mundo a ouvissem.
E o quanto antes, pá.
E o quanto antes, pá.
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Fartos disto? Já nem podem ouvir falar em tanta coisa chata? Querem é festa? É isso? Oh pá, já podiam ter dito...
Então, bora lá. Como está de chuva, aqui vos deixo a Chuva pela Mariza que, por mil vezes que a ouça, nunca deixa de me emocionar.
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E ainda mais, que eu hoje estou assim, para a festa... Agora o tema é fotografia.
Vocês já estão fartos de saber que adoro fotografia, não é? E as fotografias feitas por mulheres? Ah, que sensibilidade...
Não ...?! Então vejam estas fotografias feitas pela Brigitte Lacombe, uma francesa que nasceu em 1958 e que agora vive em Nova Iorque.
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Meryl Streep, la belle, la heureuse |
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Julianne Moore, la femme fatale |
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Kristie Scott Thomas, a pecadora |
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Robert de Niro, a guy next door, an intelligent and sexy neighbour |
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Já é a 3ª tentativa e desta vez, a ver 'se pega', vou usar mesmo esta fotografia com legenda e 3 little boys downstairs - mas quero aqui pôr o Jack Nicholson cujo olhar é muito pouco aconselhável.... |
E, para terminar, uma sessão de fotografia, coisa que gosto imenso de ver. Brigitte Lacombe fotografa Isabella Rossellini e a filha Elettra Wiedemann, China Machado, Shala Monroque e Andrej Pejic. Ah, dá gosto ver.
E com isto tudo...?
Ah, pois bem, é simples: vamos divertir-nos e apreciar as coisas boas desta vida. Há tantas coisas tão boas... Enjoy! Be happy!
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(PS1: Estou para aqui a escrever coisas em inglês e só a pensar na rabecada que o Patrão da Barca 'tempo Contado', Mestre J. Rentes de Carvalho, no outro dia, deu nos bloguistas que falam, escrevem, gemem e fazem tudo o mais em inglês... What the fuck, diz ele...
PS2: E se, depois deste longo post estiverem a precisar de descontrair, tenho uma solução: nada melhor que violino, certo? Então, convido-vos a virem comigo até ali à Música no Ginjal que hoje Itzhak Perlman interpreta a Serenata Melancólica de Tchaikovsky. É logo a seguir ao Fernando Pessoa e é lindo.
PS3: Vocês desculpem lá aquilo, lá em cima, do 'pá' para aqui, 'pá' para ali mas é que fiquei com o 'pá' do Otelo impregnado nos neurónios - entre cada duas palavras ele consegue enfiar três 'pás'. A ver se amanhã, numa reunião que tenho logo de manhã, isto já me passou, pá)